RESSUSCITAR A MEMÓRIA DO MACIEL
Vicente Deocleciano Moreira
vicentedeocleciano@yahoo.com.br
vicentedeocleciano@gmail.com
CHAME GENTE
Dodô e Osmar
Ah, imagina só
Que loucura é essa mistura
Alegria, alegria o estado que chamamos Bahia
De todos os santos, encantos e axé
Sagrado e profano, o baiano é carnaval
No corredor da história
Vitória, Lapinha, Caminho de Areia
Pelas vias, pelas veias
Escorre um sangue, um vinho
Pelo mangue Pelourinho
A pé ou de caminhão
Não pode faltar a fé
O carnaval vai passar
Na Sé ou no Campo Grande
Somos os Filhos de Ghandy
De Dodô e Osmar
Por isso chame, chame, chame, chame gente
E a gente se completa
Enchendo de alegria
A praça e o poeta
É um verdadeiro enxame, enxame, enxame de gente
E a gente se completa
Enchendo de alegria
Essa conhecida e tão tocada/cantada música no Carnaval de 2010, reviveu um momento especial pelos 60 anos do Trio Elétrico – invenção de Dodô e Osmar . Ela fala de um tempo que o Carnaval de Salvador pulava pouco além do velho centro; interessante as referências históricas indiretas ao Dois de Julho, à Independência da Bahia (2 de julho de 1823):
No corredor da história
Vitória, Lapinha, Caminho de Areia
Pelas vias, pelas veias
Escorre um sangue, um vinho
Pelo mangue Pelourinho
Mas o que vai interessar, de perto a esse pequeno texto comemorativo aos 461 anos de Salvador (editado pelo Blog http://www.viverascidades.blogspot.com) é a frase “Pelo mangue Pelourinho”. Quantos que cantaram essa música sabem o significado histórico da expressão ‘mangue Pelourinho”? Pouquíssimos, posso apostar.
Mangue, ao menos em Salvador, é uma metáfora para zona de meretrício, prostíbulo. No caso, a expressão mangue faz referência ao Maciel (de Baixo e de Cima) que ‘existiam’ e eram assim lembrados por toda uma cidade de Salvador ... antes da reforma que expulsou os moradores do local para instalação de uma (mal sucedida e desditosa) zona turística ... “para inglês ver”, como ordena nossa ancestral subserviência aos europeus. Uma zona turística que ficou universalizada pelo nomezinho Pelô – que hoje (abril de 2010 d.C) está sofrendo de uma aparentemente incurável decadência social, econômica, policial ... igualzinha à dos últimos dias do velho e esquecido Maciel. Uma decadência prevista por todos os profetas com algum sinal de inteligência.
Dar uso residencial a sítios urbanos antigos é uma recomendação válida para os quatros cantos do mundo. Uma tendência não tão moderna assim. Dar uso residencial a sítios urbanos antigos, proporcionando a elevação da qualidade de vida de seus moradoes (emprego, renda, habitação, saúde, educação ...) era uma verdade cristalina e militante quando trabalhei como sociólogo na Fundação, depois Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, de 1975 a 1984.
Grandes centros urbanos tendem a apresentar algum sintoma forte ou algum traço de autofagia. Salvador tem muitos desses traços e sintomas. Um deles foi ter devorado a Maciel como uma área que existia na área Sul do Pelourinho. Hoje, tudo é Pelô para desgraça da memória desta primeira capital de idade bíblica: 461 anos.
Mas o que vai interessar, de perto a esse pequeno texto comemorativo aos 461 anos de Salvador (editado pelo Blog http://www.viverascidades.blogspot.com) é a frase “Pelo mangue Pelourinho”. Quantos que cantaram essa música sabem o significado histórico da expressão ‘mangue Pelourinho”? Pouquíssimos, posso apostar.
Mangue, ao menos em Salvador, é uma metáfora para zona de meretrício, prostíbulo. No caso, a expressão mangue faz referência ao Maciel (de Baixo e de Cima) que ‘existiam’ e eram assim lembrados por toda uma cidade de Salvador ... antes da reforma que expulsou os moradores do local para instalação de uma (mal sucedida e desditosa) zona turística ... “para inglês ver”, como ordena nossa ancestral subserviência aos europeus. Uma zona turística que ficou universalizada pelo nomezinho Pelô – hoje (abril de 2010 d.C) sofrendo de uma decadência social, econômica, policial ... igualzinha à dos últimos dias do velho e esquecido Maciel., uma decadência prevista por todos os profetas com algum sinal de inteligência.
Dar uso residencial a sítios urbanos antigos é uma recomendação válida para os quatros cantos do mundo. Uma tendência não tão moderna assim. Dar uso residencial a sítios urbanos antigos, proporcionando a elevação da qualidade de vida de seus moradoes (emprego, renda, habitação, saúde, educação ...) era uma verdade cristalina e militante quando trabalhei como sociólogo na Fundação, depois Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, de 1975 a 1984.
Grandes centros urbanos tendem a apresentar algum sintoma forte ou algum traço de autofagia. Salvador tem muitos desses traços e sintomas. Um deles foi ter devorado a Maciel como uma área que existia na área Sul do Pelourinho. Hoje, tudo é Pelô para desgraça da memória desta primeira capital de idade bíblica: 461 anos.
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