domingo, 18 de abril de 2010

CRÔNICA DOMINICAL - 18 de abril de 2010

CRÔNICA DOMINICAL
18 de abril de 2010.

Caminhar nas ruas e praças de São Paulo, “só” (? !) porque é domingo.

Tudo bem que o humano não foi feito para o domingo e sim o domingo para o humano.
Mas, também domingo é dia de andar pela cidade. Tá certo que de segunda a sábado já andamos e corremos, até a náusea, pela cidade. E ainda alguém nos sugere caminhar pelas ruas e praças da cidade ... também aos domingos (?).

Caminhar pelas ruas e praças – é isso aí. Praças e ruas de uma cidade, principalmente se ela é uma São Paulo ou uma Nova Yorque, precisam ser visitadas com o espanto e a busca ativa do olhar de um turista. Não é que se deva sentir atração por ‘povoados fantasmas’ que, de resto, as megacidades não o são.

Quem já esteve em São Paulo e nunca se deu ao prazer e aos desfrute e à falta-do-que-fazer de caminhar pela Avenida Paulista, Rua Direita, São Bento, Calçadão da Barão de Itapetininga, Consolação, Augusta ... em pleno domingo ... viu só a metade de uma grande e instigante cidade que nos desafia, a cada esquina, a ser e a crescer. É esse convite que São Paulo me faz sempre mesmo quando dela estou distante e, porisso mesmo, triste e choroso. E é assim que eu sinto, no meu coração, a cidade do meu coração.

Em respeito aos domingos nas cidades, não aconselho – embora também não sugira nem proíba - o passeio pela Praça da República ou pela rua principal da Liberdade; é que esses lugares mudam a rotina dos ‘dias úteis’ para cumprir as celebrações do domingo: feiras de artesanato, venda de bonsais, etc. etc.

Os outros lugares, além dos que eu citei, nada fazem “só” (? !) porque é domingo. Esses outros lugares são o que são, de domingo a domingo, e não fazem qualquer concessão “só” (? !) porque é domingo.

O caminhante que se dê ao trabalho de desvelar (tirar os véus) e de revelar (vestir com novos véus) o oculto dos velhos prédios velhos do centro, dos novos prédios novos da região da Paulista, sem o ‘estorvo’ das multidões apressadas.

O oculto de São Paulo que, quanto mais se oculta, mais grita as verdades, todas as verdades.

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