domingo, 18 de abril de 2010

Interfaces 4 – RESTAURANTES E CULINÁRIA

Interfaces 4 – RESTAURANTES E CULINÁRIA
Interfaces Antropologia e História do urbano. CIDADESSERTÃO: A CIDADE RECEBE E ACOLHE O SERTÃO: 4 – Restaurantes e culinária.


Eu quero provar... deste feijão de corda
Temperado ao beijo dengoso do meu amor
Caruru, sarapatel, buchada de bode
Eu vou querer
É nessa feira que hoje eu vou me perder
Me de logo a cachaça de rolha, jabá, macaxeira
Pois me lembra o cochilo tranquilo
Deitado na esteira / é cuscuz acarajé
Arrumadinho de brincadeira
Me perco tentando me achar no meio da feira
Feira de Areia Branca,
Feira que é igual a tantas
Que por este mundão me leva a encontrar
Crianças pedindo sonho
A xepa pra casa levar/ eu vejo aquele futuro
Que teima comigo para não chegar
Vem que tem , tem tudo tem, se chegue madame
Pode escolher ...
Procuro a barraca que tenha cheiro de saudade
Bôlo de rôlo, cangica de milho , quentão brevidade
Na mistura tempero e flor
Bujinganga, poeira e calor
Caldo de cana , pimenta do reino e computador


(Daniel Guerra e Renato J. Andrade - "Feira de Areia Branca")



Vicente Deocleciano Moreira
vicentedeocleciano@yahoo.com.br
vicentedeocleciano@gmail.com
FONTE DIRETA – Blog http://www.viverascidades.blogspot.com


Hoje é domingo (meu pé de cachimbo ...). E domingo é dia especial também no universo da culinária. Melhor dizendo, domingo é um dia em que as pessoas sonham em comer alguma coisa especial, diferente da comida e do tempero de sempre. Mesmo que não queira ou não possa almoçar fora ou comprar comida fora, dá vontade de não ir pro fogão; ou – caso sem jeito - se for , ao menos preparar alguma coisa especial. Mesmo que seja tão especial como ensopado de frango, cerveja gelada, casa da sogra e programa de auditório na TV

Isso foi só pra lembrar que hoje é domingo. E será que alguém esquece disso? Dificilmente alguém esquece que hoje é domingo ou troca de dia.

Cidades, mesmo aquelas molhadas pelo mar, têm sempre um restaurante de comida sertaneja; alguns até, aos domingos, oferecem (bem antes do almoço) um “pequeno” café da manhã sertanejo: canjica, aipim (ou macaxeira), paçoca, cuscuz (milho, tapioca), ensopado de carneiro, pamonha de milho, mungunzá, banana da terra cozida e frita, pão, queijo coalho, milho cozido, inhame, ovos fritos, bolos de aipim, de puba, milho, de ovos, formigueiro. E também café com leite.

Restaurantes sob inspiração sertaneja não enganam o mais ingênuo e mais desavisado dos transuentes, dos passantes e passeantes. Eles têm no nome, alguma palavra - nome de comida, de veículo rústico, de cidade ou de região ... tudo sertanejo ... E assim quem neles entra, senta e se refestela, sabe onde está. E, ansioso, mal pode esperar que chegue à mesa as delícias de bebida e de comida que o esperam.

Restaurantes sertanejos – e sua respectiva culinária e, não raras vezes, decoração – são uma forma de a cidade receber e acolher o Sertão.


Muitas vezes, estamos pecando pecado de gula, no céu que é um restaurante sertanejo, olhando o mar, diante do mar, vendo a água salgada e os peixes do mar. E com gosto de mar e de sertão na boca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário