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Hoje, 22 de março, Dia/Semana Mundial da Água, abriremos as comemrorações com o artigo de Maiza Andrade (transcrito do jornal A Tarde. Salvador, 22 de março de 2010. Amanhã, terça, iniciaremos postagens de um artigo (da minha autoria) que trata de questões ambientais de Feira de Santana - Bahia - Brasil.
CIDADES 22/03/2010
Estudo revela que rios de Salvador têm baixa qualidade ambiental
Maiza de Andrade | A TARDE
(artigo transcrito do jornal A Tarde. Salvador, 22 de março de 2010)
A primeira lição dos calouros de engenharia sanitária e ambiental da Universidade Federal da Bahia (Ufba), deste ano, foi a de reconhecer que há rios em Salvador. Na sua primeira aula com a turma, o professor Luiz Roberto Santos Moraes espantou-se ao ver que eles não sabiam dizer o nome de nenhum rio da cidade. 'Isso é porque, na compreensão deles, não há rios e sim, esgotos. Não é esgoto, não. É rio', lembra o professor titular, doutor em saneamento ambiental.
A ideia de que não há rios e sim esgotos correndo para o mar é reforçada pelo fato de que os principais cursos d´água de Salvador apresentam baixa qualidade ambiental. É o que revelou a pesquisa Qualidade Ambiental das Águas e da Vida Urbana em Salvador realizada pelo Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social - Ciags, da Escola de Administração da Ufba com recursos de R$ 97 mil do CNPq.
Coordenada pela socióloga Elizabete Santos, a pesquisa ganhou a forma de um rico almanaque que será lançado nesta segunda-feira, no salão nobre da reitoria da Ufba, no Canela às 9h. A pesquisa, que durou três anos, produziu um amplo monitoramento da qualidade da água dos rios e organizou as informações sobre as 12 bacias hidrográficas do município. Outra contribuição da pesquisa foi a proposta de uma nova delimitação do espaço urbano que eleva para 160 (atualmente são 60) o número de bairros, fruto de 71 reuniões com comunidades e da aplicação de 21.175 questionários.
O estudo aponta que, “apesar dos esforços em implantação de um sistema de esgotamento sanitário em Salvador e sua região, o comprometimento dos nossos rios ou o que deles restou, resulta do lançamento de águas servidas, ou seja, da incompleta implantação da rede coletora de esgotamento sanitário na cidade”.
De acordo com os dados do monitoramento, nenhum dos 12 principais rios da cidade apresentou Índice de Qualidade Ambiental (IQA) ótimo. Somente os rios Cobre e o Ipitanga atingiram o índice regular e bom.
Para o professor Moraes, não adianta investir somente em estrutura física, ou seja na implantação da rede. 'Se o cidadão não for convencido para ligar seu esgoto à rede, o problema vai continuar sempre', observa. 'Nossos rios e fontes estão sendo degradados pela ocupação e uso do solo desordenados, pela não-implantação integral, em pleno século XXI, de um sistema de esgotamento sanitário que atenda a todas as áreas urbana e camadas sociais', conclui a pesquisa.
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