CRÔNICA DOMINICAL DE 06/MARÇO/2011
DOMINGO DE CARNAVAL, FUGIR QUEM HÁ-DE ...
Vicente Deocleciano Moreira
Não se trata de fugir ou não do Carnaval, mas abster-se de falar de Carnaval em pleno Carnaval. Bemn que eu tentei, mas ... A plenitude, aí, fica por conta do fato de o Domingo estar no meio do período momesco. Um meio/metade quase matemático. Hoje, ainda há tempo não exatamente para avaliar - paro ou continuo, maior ou menor moderação, etc etc. - mas para pesar se dá para continuar ou correr o risco de parar tudo, hoje, ainda com o maior gás físico e psíquico. Sua cabeça, sua sentença.
Sim, e quem não brinca o Carnaval ... por dois mil e onze motivos? Nesse caso, temos que convir que quem já tinha que viajar já não está mais aqui. Se não viajou, pode ganhar tempo e dinheiro ... tempo é dinheiro ... e visitar os parques de sua cidade, ou mesmo suas ruas vazias ... 'cidade fantasma'. São Paulo (Brasil) hoje, ruas vazias ... dá até medo tanta calma, tanto silêncio; tempo para apreciar a arquitetura das casas italianíssimas do Bexiga.
E quem estiver em Salvador (Brasil) não porque foi para lá ... rever amigos ou mesmo brincar/ver o Carnaval, etc. E sim porque não foi possível de lá sair? A praia como avesso da folia? Não recomendo. Há cobranças oficiais de R$ 5,oo (cinco reais) para estacionar na Orla daquela velha cidade às vésperas de completar invejáveis 452 anos (dia 29). No período colonial, os casarões que abrigavam a elite social e econômica não dispunham de vasos sanitários em suas instalações internas. Tanto que dejetos eram acumulados em tonéis chamados "tigres"; cheios a derramar eram levados, sobre a cabeça, pelos escravos que os despejavam na areia das praias. Hoje em Salvador - sem barracas de praias e sem substitutos dignos - as praias foram transformadas em depósitos de lixo: copos e canudos plásticos, coco, cocô, espinhas de peixe, papeis manchados de azeite e mais houvera, sacos plásticos ... O querido mar quando quebra na praia ERA bonito. Hoje leva e traz toda essa sujeira. E envergonharia Dorival Caymmi. Paga-se cinco reais para pisar nisso tudo e conviver com isso tudo.
Não recomendo. Fujam. Pulem fora.
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