segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O ALABAMA: um jornal crítico e chistoso (4)

O ALABAMA: um jornal crítico e chistoso (4)


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Nota do Blog

Nesta postagem concluiremos a Nota Introdutória do Boletim. E, logo inicviaremos a divulgação do primeiro grupo de notícias; antes de publicá-las, selecionamos três de cada um dos grupos dentro dos quais foram abrigadas.

Vicente

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(conclusão da Nota Introdutória)


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As notícias foram classificadas sob vários títulos. Aqueles que estão aspeados são citações extraídas do noticiário, mas todos são provisórios na medida em que devem ser alterados, de um modo ou de outro, pela opinião e pelas conveniências do leitor, do pesquisador que tem o século XIX como objeto de estudo e reflexão. Este trabalho, coleta de dados, encontra-se dividido em duas partes. A primeira traz os seguintes títulos: "abusos" e "insultos" - "africanos" - agressões - bêbados - brigas de galo - candomblé - católicos, catolicismo - curandeiros e advinhos - dívidas - espancamento - estudantes e excesso de velocidade. Na segunda parte, furto e falsificações - higiene e saúde pública - ilegalidades - "imoralidades" e "atentados ao pudor público" - jogos - mendigos - "menionos" e "moleques" - "mulheres de péssimas condições e vida airada" - namoro - porte da arma - rapto e sedução e roubo.

A maior contribuição que esse trabalho pode dar aos estudos sobre a História Urbana do Pelourinho é deixar bem claro que a prostituição existe no Maciel desde a segunda metade do século XIX e não a partir de inícios so século XX, como pensávamos até agora. (2)

A quase totalidade das informações e do noticiário d'"O Alabama" foi levantada pelas pesquisadoras SUELI NOGUEIRA DO BOMFIN e LYGIA MARIA DE ALCÂNTARA WANDERLEY, do Setor de História, no acervo do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, onde a colaboração do Professor RENATO BERBERT DE CASTRO teve importância fundamental para o conhecimento acerca do jornal em estudo.

A datilografia dos dois volumes esteve sob a responsabilidade de TOMÁZIA MARIA AZEVEDO VIANA DE OLIVEIRA; a impressão da capa e a encadernação foram encarregadas às crianças do Maciel, alunas do curso de encadernação e tipografia ministrado pela Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia.


VICENTE DEOCLECIANO MOREIRA
Coordenador de Planejamento e Pesquisa Social


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Nota do Blog

(1)
O Maciel, antiga subárea do Pelourinho, em 1980 área de pobreza e prostituição, não mais existe como tal subárea e praticamente desapareceu da memória da imnprensa, da produção artística (música, literatura, teatro ...) e dss lembranças e informações do moradores mais jovens de Salvador. Sobrevive a designação geral PELOURINHO ou simplesmente "PELÔ". o Posto Médico do Maciel não mais existe nem mesmo com outro nome.

(2)
Como dissemos, anteriormente, o Maciel como subárea do Pelourinho não mais existe. Embora as ruas que a formavam evidentemente continuam a existir com suas designações (Rua das Larageiras, Rua João de Deus, etc.). Não mais existe, bem entendido, a ambiência prostitucional que antecedeu a substituição dos antigos moradores (indenizados) por comerciantes, artistas; as casas residenciais deram lugar a restaurantes, bares e seus depósitos de bebidas, galerias, espaços de shows ... configurando a expectativa turística para o local.

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'ABUSOS E INSULTOS"

Salvador, 27 jun. 1864, p.1

Portaria ao guarda-marinha-pedestre Guilerme ...
Ao mesmo ordenando-lhe que vá a Rua Direita da Conceição do Boqueirão e intime a mulher de certo advogado que se faz preciso não continuar a mesma a mandar por sua escrava pilar milho, depois da meia noite, visto que nenhum de seus vizinhos podem dormir coom o ruído enorme que produz tal operação. O que cumpra.

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Salvador, 01 abr. 1865 p.1
FIM A CAPADOCIOS

Ao Sr. subdelegado do 1º districto de Santo Antonio, para que mande dar conveniente destino a uma porção de capadocios que se reunem na quin a da rua dos Carvões, a proferirem palavrads e praticarem immoralidades, atropelando homnens sérios que passam pelo Largo de Santo Antonio, e a prohibirem de chegarem à janella as familias honestas que ha alli.

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Salvador, 14 jun. 1866, p. 3
ALGAZARRA

- Olhe que ha gente de toda a classe!
Que vizinhos do diabo! Vieramn estas pestes de Nazareth para impedir que se more no Maciel alto!
São insultos por palavras e gestos; São os meninos a cuspir e a mijar em quem passa; é uma gente do diabo!
- Onde é isto?
- É num 3º andar, nº um anno mais velho que Christo. São tão malvados, que um desses dia fizeram isto: no andar inferior estava a expirar uma mulher, mandaram pedir que não fizesse barulho, foi debalde, o barulho cresceu e continuou, apezar dos pedidos da própria enferma!

- O aspirante, dirija-se até esse alcouce a proceda nos termos.


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(Amanhã, quarta, dia 6 de outubro, "AFRICANOS")

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