domingo, 10 de outubro de 2010

CRÔNICA DOMINICAL - 10/10/10

CRÔNICA DOMINICAL - 10/10/10

Vicente D. Moreira

Ir ao clube aos domingos é, também, uma forma de viver o domingo. Uma forma - eu diria - privilegiada, desde que nas cidades brasileiras de diversos tamanhos constata-se, de modo mais que frequente e gradual, o sumiço desse equipamento de lazer com seus bares/restaurantes, memória e representação de países (Espanha, Portugal ...) ou estados distantes, piscinas (para crianças e para adultos), quadras esportivas, parques aquáticos ... Antes aqui e ali, hoje avis rara os clubes estão em extinção.

Perderam o charme, perderam a utilidade? Afogaram-se em dívidas e não puderam mais respirar, sobreviver? Perderam-se como espaço para brincar o carnaval, para comemorar aniversários e realizar formaturas? O fato é que os clubes foram fechando, um a um, nas cidades brasileiras. Dos que sobreviveram, muitos são corporativos, isto é, são restritos a trabalhadores ativos e aposentados de uma categoria profissional (funcionários públicos, trabalhadores de empresas privadas, petroleiros, bancários ...)e seus familiares e amigos mais próximos. Poucos e quase invisíveis, prosseguem "abertos" a um segmento social elevado que pode pagar as mensalidades de sócios. Segmentos como estes, mais das vezes, mantêm vínculos com seus clubes. menos por falta de opção do que por necessidade de lazer e recreação; são idosos, por exemplo, que insistem em manter a tradição dos domingos nos clubes como uma forma de rever velhos e dominicais amigos e com eles conversar, jogar dominó, cartas, beber, almoçar ... com alegria e segurança. Menos como falta de opção porque estes segmentos têm piscinas e até quadras ou campos esportivos em suas mansões, coberturas ou clubes/condomínios residenciais.

Registre-se, também, o lucrativo negócio dos parques aquáticos - com acesso pago ... os que ainda existem, como aquele próximo a Forateza (Ceará - Brasil), e os que desapareceram a exemplo do que aconteceu em Salvador (Bahia - Brasil).

"Abertos" ou corporativos, clubes ficam cheios de adultos e crianças e permitem empregos ou ganhos dominicais para centenas de trabalhadores em todo o Brasil. Permitem, também, um lazer mais privativo (sem a excessiva abertura indiscriminada das praias ou das piscinas públicas); frequentadores gozam de um lazer mais seguro (salva-vidas, seguranças) para os pequenos e, por isso, mais relaxante e despreocupante para os pais. Há famílias que se acostumaram a viver seus domingos nos clubes; alguns deles oferecem serviços de hotelaria e aí o domingo pode ser repetido nos dias de um feriado prolongado, de um feriadão como habituamos chamar.

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