O ALABAMA, um jornal crítico e chistoso (1)
Amig@s:
Tenho a satisfação de dividir a alegria do registro (e sequentes postagens) de um trabalho que completou em janeiro/março de 2010, 30 (trinta) anos de publicação. Trata-se de PELOURINHO INFORMA: Boletim Bibliográfico , publicado pela então Fundação (depois Instituto) do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, a "Fundação do Pelourinho" (Salvador, vol. 6, n. 1, p. 1- 87, jan/mar. 1980). É um número especial - esgotado há 30 anos - acerca do jornal O ALABAMA (que circulou na segunda metade do século XIX)que se autointitulava "um jornal crítico e chistoso". Ele fazia uma espécie de crítica de costumes, denúncias, possíveis calúnias, chantagens, ameaças mais veladas/menos veladas, tendo como alvo principalmente moradores do centro antigo da cidade do Salvador (Bahia - Brasil.)
Para não ser repetitivo - na franca possibilidade de não poder evitar também ser cansativo - começarei esta série de postagens (digitadas em negrito e itálico) com a NOTA INTRODUTÓRIA da minha autoria ao Boletim, onde aparecem informações sobre o jornal, os partidos metodológicos adotados no tratamento dos dados da pesquisa, e os créditos às pesquisadoras, às datilógrafas (já que a "Fundação do Pelourinho" não dispunha, na época/1980, de computador para a digitação) e aos alunos do curso de Encadernação e Tipografia que a "Fundação do Pelourinho" oferecia aos moradores do então Maciel, no Pelourinho (Salvador).
Boa leitura - ou melhor, boa viagem à vida urbana da Salvador da segunda metade do século XIX!
Vicente.
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NOTA INTRODUTÓRIA
A imprensa foi instalada no Brasil, na segunda metade do século XIX, quatro séculos depois de inventada por Gutemberg. Há controvérsias acerca do estado brasileiro onde foi instalada a primeira imprensa realmente produtiva; cada estado quyer chamar a sí este privilégio.
Cronologicamente, o primeiro jornal de brasileiros foi o "Correio Brasiliense". Este jornal era, em 1808, impresso em Londres, redigido por Hipólito José da Costa e sua circulação era mensal. Não tinha o reconhecimento dos meios oficiais, tratava de assuntos políticos, defendia e pregava a independência do Brasil. Nesta mesma época, circulava, no Rio a "Gazeta do Rio de Janeiro", inicialmente de periodicidade semanal.
"O Alabama", fundado em 1863, foi contemporâneos de vários jornais, a exemplo do "Jornal da Bahia" (fundado em 1853), o "Diário da Bahia" (1856), o "Óculo Mágico" (1866), "A Matuca" (1874) e o "Diário de Notícias (1875) - este último ainda em circulaçãom (1), portanto o mais antigo jornal sobrevivente, há mais de cem anos. (2)
Não foi possível, à pesquisa histórica, levantar as razões que levaram os fundadores a escolher o nome "alabama" para o jornal (e a caravela). De um ângulo lexicográfico, o alabama diz respeito a um brilhante de expressivo tamanho, mas de qualidade inferior, é sinônimo de cometa e zombaria, apodo ao caixeiro viajante. "Alabama" significa, ainda, o jogador que reúne os demais para o jogo e o gênero de insetos ao qual pertence a lagarta que ataca as folhas dos algodoeiros, popularmente conhecida como "Curuquerê". Os significados são, portanto, diversos, o que empresta subsídios peculiares à formulação de hipóteses sobre o porquê de "alabama" para o título do jornal. O fato de Alabama ser o nome de um estado do Sudoeste dos Estados Unidos pode oferecer, também, subsídios para o mesmo fim; nesrte caso, pode estar ligado a fatos históricosa da América.
(continua amanhã, domingo, 3 de outubro)
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(1) O "Diário de Notícias", ainda nas bancas em 1980, deixou de circular há cerca de vinte anos.
(2) SILVA, KJátia Maria de Carvalho - O Diário da Bahia e o século XIX. Nota Introdutória de Fernando Sales. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro/Brasília. INL, 1979, p. 25.
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Olá, Vicente!
ResponderExcluirEstou pesquisando o periódico "O Alabama" e gostaria de saber se este material está digitalizado, pois sou do interior de São Paulo e não tenho disponibilidade para ir a Salvador.
Obrigada pela atenção!!!