quarta-feira, 16 de junho de 2010

MAX WEBER (21/04/1864 - 14/06/1920) (2 - FINAL)

MAX WEBER (21/04/1864 - 14/06/1920) (2 - FINAL)

Vicente Deocleciano Moreira


As obras de Max Weber de mais fácil acesso ao público e brasileiro e, ao mesmo tempo, as mais representativas de seus modelos teóricos e de seus fundamentos temáticos e metodológicos são as seguintes:


•WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Ed. Atlas, 1979.

•WEBER, Max. Metodologia das Ciências Sociais. São Paulo: Cortez e Editora UNICAMP, 1992. (2 volumes)

•WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa; revisão técnica de Gabriel Cohn, 3ª edição, Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 1994.

•WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2003.

•WEBER, Max. A ética protestante e o espírito capitalista. São Paulo: Companhia das Letras, 2004


Nesta postagem porém, quero mencionar uma obra, na verdade um ensaio – “A Cidade” - que tem a ver, diretamente, com as reflexões deste Blog sobre a Cidade (http://www.viverascidades.blogspot.com); e que , pessoalmente, só conheço a tradução italiana: La Citta. Trad. O.Padova, Milano, Valentino Bompiani, 1950,

Vamos chamá-la então de “A Cidade” (poderia ser também “Ensaio sobre a Cidade”). Interessante observar que – a exemplo do que ocorre em suas outras obras – Weber identifica fenômenos que, segundo sua tese, só poderiam ocorrer no Ocidente. Essa tese é fundamentada no exercício comparativo que ele faz, em “A Cidade”, entre os sistemas políticos, sociais e econômicos entre várias cidades asiáticas e européias.

A questão de fundo que Weber coloca e se coloca sobre as cidades é a seguinte: qual foi o perfil e o significado cultural da cidade que tinha vigência em pleno surgimento do capitalismo moderno - e que por ele foi encontrada -(?). Depois do surgimento desse fenômeno, ou seja, nos primeiros passos da era moderna já não se pode falar, a rigor, em Cidade e sim em Estado na medida em que este tornou-se capaz de proporcionar ao capitalismo seu quadro político e institucional dos caminhos que ele (o capitalismo_) percorreu daí em diante.

Não se trata, porém, de estudar a cidade no curso da história ... mas entender como a cidade se estrutura na esteira da história. O próprio exercício comparativo de molde weberiano quer destacar aspectos religiosos, políticos, econômicos, institucionais, estratificacionais (classes sociais, castas) ... vigentes nas cidades.


O que é uma cidade e quais os seus elementos estruturais? Um assentamento (permanente) de mercado; ter sido historicamente uma fortificação; uma comuna. Esses elementos combinados, por mais que possam sugerir semelhanças com outras estruturas, são típicos, exclusivos, da cidade.

Weber legou contribuições vigorosas para as atuais preocupações de inclusão social como requisito de cidadania e para as práticas urbanas de hoje, sob a responsabilidade de urbanistas, administradores, políticos e cidadãos em geral.

A leitura de “A Cidade” é de extrema importância para militantes e técnicos da idéia e da prática da cidade como direito e do direito à cidade.

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