CRÔNICA DOMINICAL DE 6 DE JUNHO DE 2010.
“O que é que você vai fazer domingo à tarde ... (?)” – pergunta o cantor Nelson Ned num antigo sucesso.
Parodiando a frase, eu pergunto: como você pensa preencher a tarde de hoje, domingo, dia 6 de maio de 2010. E as outras tardes dos domingos que se seguirão .até a ... consumação dos séculos?
Diz-se que “água e conselho só se dá a quem pede”. Portanto, permita-me que lhe dê apenas sugestões de preenchimento das tardes de domingo (não necessariamente na ordem que se segue):
1 – dormir; fazer a famosa sesta dominical, depois da feijoada, do ensopado de frango, regados a cerveja, e ao som dos apresentadores e seus respectivos auditórios televisivos;
2 – arrumar as roupas e os sapatos que irá usar amanhã, segunmda-feira;
3 – verificar bolsas, pastas e carteiras de cédulas a fim de se certificar que está tudo em ordem;
4 – ouvir música de qualidade (acredite que ela ainda existe e ainda está disponível em emissoras de rádio, e canais de áudio de TV Fechada;
5 – praticar meditação;
6 – ler/começar a ler algum livro (depois da leitura dos jornais)
7 – agora, o mais difícil, PRATICAR O ÓCIO: não fazer asesta, não arrumar as roupas e sapatos que usará amanhã; não verificar pastas, carteiras de cédulas e bolsas; não ouvir música (seja ela de qualidade for); não meditar; não ler nada. Enfim, tente não fazer nada. Deite-se ou sente em alguma lugar ... E NÃO FAÇA NADA; FIQUE PARADO O MAIS TEMPO POSSÍVEL QUE VOCÊ AGUENTAR.
Ou, se tudo o que eu sugeri for muito chato, só Drummond – MAIS UMA VEZ - nos salvará a todos:
Desejo a você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel...
E muito carinho meu.
(Carlos Drummond de Andrade – “Desejo”)
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