MORAES MOREIRA
CHAME GENTE
Moraes Moreira
La laia laia, la laia laia, la laia laia laia laia laia
La laia laia, la laia laia, la laia laia laia laia la
Ah! imagina só que loucura essa mistura
Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia
De Todos os Santos, encantos e Axé, sagrado e profano, o Baiano é carnaval
Do corredor da história, Vitória, Lapinha, Caminho de Areia
Pelas vias, pelas veias, escorre o sangue e o vinho, pelo mangue,Pelourinho
A pé ou de caminhão não pode faltar a fé, o carnaval vai passar
Da Sé ao Campo-Grande somos os Filhos de Gandhi, de Dodô e Osmar
Por isso chame, chame, chame, chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta
É um verdadeiro enxame, chame chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta
Ah!...a praça e o poeta.
*****
ALCEU VALENÇA
FREVO DA LUA
Alceu Valença
Composição: Alceu Valença, Maurício Oliveira e Gabriel Moura
Solo de metais (Introdução)
Lua tão linda, lua, lua, lua de Olinda
O sol abraça Recife tá chegando o carnaval, lua, lua linda (BIS)
Lua nova que vi e fiquei sem dormir quando lembrei dos olhos dela
Sob os raios de ouro e as estrelas de prata vi teu corpo moreno tremendo de amor
Lembrei do Marco Zero onde ganhei a gata e da gente se amando no escurinho da praça
Mergulhei no meu sonho real fantasia quando o sol despertava e a lua dormia
Lua tão linda, lua, lua, lua de Olinda
O sol abraça Recife tá chegando o carnaval, lua, lua linda (BIS)
Solo de metais
Lua nova que vi e fiquei sem dormir quando lembrei dos olhos dela
Sob os raios de ouro e as estrelas de prata vi teu corpo moreno tremendo de amor
Lembrei do Marco Zero onde ganhei a gata e da gente se amando no escurinho da praça
Mergulhei no meu sonho real fantasia quando o sol despertava e a lua dormia
Lua tão linda, lua, lua, lua de Olinda
O sol abraça Recife tá chegando o carnaval, lua, lua linda (BIS)
Solo de metais
Lembrei do Marco Zero onde ganhei a gata e da gente se amando no escurinho da praça
Mergulhei no meu sonho real fantasia quando o sol despertava e a lua dormia
Lua tão linda, lua, lua, lua de Olinda
O sol abraça Recife tá chegando o carnaval, lua, lua linda (BIS)
Solo de metais
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O ALABAMA, um jornal crítico e chistoso (1)
O ALABAMA, um jornal crítico e chistoso (1)
Amig@s:
Tenho a satisfação de dividir a alegria do registro (e sequentes postagens) de um trabalho que completou em janeiro/março de 2010, 30 (trinta) anos de publicação. Trata-se de PELOURINHO INFORMA: Boletim Bibliográfico , publicado pela então Fundação (depois Instituto) do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, a "Fundação do Pelourinho" (Salvador, vol. 6, n. 1, p. 1- 87, jan/mar. 1980). É um número especial - esgotado há 30 anos - acerca do jornal O ALABAMA (que circulou na segunda metade do século XIX)que se autointitulava "um jornal crítico e chistoso". Ele fazia uma espécie de crítica de costumes, denúncias, possíveis calúnias, chantagens, ameaças mais veladas/menos veladas, tendo como alvo principalmente moradores do centro antigo da cidade do Salvador (Bahia - Brasil.)
Para não ser repetitivo - na franca possibilidade de não poder evitar também ser cansativo - começarei esta série de postagens (digitadas em negrito e itálico) com a NOTA INTRODUTÓRIA da minha autoria ao Boletim, onde aparecem informações sobre o jornal, os partidos metodológicos adotados no tratamento dos dados da pesquisa, e os créditos às pesquisadoras, às datilógrafas (já que a "Fundação do Pelourinho" não dispunha, na época/1980, de computador para a digitação) e aos alunos do curso de Encadernação e Tipografia que a "Fundação do Pelourinho" oferecia aos moradores do então Maciel, no Pelourinho (Salvador).
Boa leitura - ou melhor, boa viagem à vida urbana da Salvador da segunda metade do século XIX!
Vicente.
*******
NOTA INTRODUTÓRIA
A imprensa foi instalada no Brasil, na segunda metade do século XIX, quatro séculos depois de inventada por Gutemberg. Há controvérsias acerca do estado brasileiro onde foi instalada a primeira imprensa realmente produtiva; cada estado quyer chamar a sí este privilégio.
Cronologicamente, o primeiro jornal de brasileiros foi o "Correio Brasiliense". Este jornal era, em 1808, impresso em Londres, redigido por Hipólito José da Costa e sua circulação era mensal. Não tinha o reconhecimento dos meios oficiais, tratava de assuntos políticos, defendia e pregava a independência do Brasil. Nesta mesma época, circulava, no Rio a "Gazeta do Rio de Janeiro", inicialmente de periodicidade semanal.
"O Alabama", fundado em 1863, foi contemporâneos de vários jornais, a exemplo do "Jornal da Bahia" (fundado em 1853), o "Diário da Bahia" (1856), o "Óculo Mágico" (1866), "A Matuca" (1874) e o "Diário de Notícias (1875) - este último ainda em circulaçãom (1), portanto o mais antigo jornal sobrevivente, há mais de cem anos. (2)
Não foi possível, à pesquisa histórica, levantar as razões que levaram os fundadores a escolher o nome "alabama" para o jornal (e a caravela). De um ângulo lexicográfico, o alabama diz respeito a um brilhante de expressivo tamanho, mas de qualidade inferior, é sinônimo de cometa e zombaria, apodo ao caixeiro viajante. "Alabama" significa, ainda, o jogador que reúne os demais para o jogo e o gênero de insetos ao qual pertence a lagarta que ataca as folhas dos algodoeiros, popularmente conhecida como "Curuquerê". Os significados são, portanto, diversos, o que empresta subsídios peculiares à formulação de hipóteses sobre o porquê de "alabama" para o título do jornal. O fato de Alabama ser o nome de um estado do Sudoeste dos Estados Unidos pode oferecer, também, subsídios para o mesmo fim; nesrte caso, pode estar ligado a fatos históricosa da América.
(continua amanhã, domingo, 3 de outubro)
____________
(1) O "Diário de Notícias", ainda nas bancas em 1980, deixou de circular há cerca de vinte anos.
(2) SILVA, KJátia Maria de Carvalho - O Diário da Bahia e o século XIX. Nota Introdutória de Fernando Sales. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro/Brasília. INL, 1979, p. 25.
Amig@s:
Tenho a satisfação de dividir a alegria do registro (e sequentes postagens) de um trabalho que completou em janeiro/março de 2010, 30 (trinta) anos de publicação. Trata-se de PELOURINHO INFORMA: Boletim Bibliográfico , publicado pela então Fundação (depois Instituto) do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, a "Fundação do Pelourinho" (Salvador, vol. 6, n. 1, p. 1- 87, jan/mar. 1980). É um número especial - esgotado há 30 anos - acerca do jornal O ALABAMA (que circulou na segunda metade do século XIX)que se autointitulava "um jornal crítico e chistoso". Ele fazia uma espécie de crítica de costumes, denúncias, possíveis calúnias, chantagens, ameaças mais veladas/menos veladas, tendo como alvo principalmente moradores do centro antigo da cidade do Salvador (Bahia - Brasil.)
Para não ser repetitivo - na franca possibilidade de não poder evitar também ser cansativo - começarei esta série de postagens (digitadas em negrito e itálico) com a NOTA INTRODUTÓRIA da minha autoria ao Boletim, onde aparecem informações sobre o jornal, os partidos metodológicos adotados no tratamento dos dados da pesquisa, e os créditos às pesquisadoras, às datilógrafas (já que a "Fundação do Pelourinho" não dispunha, na época/1980, de computador para a digitação) e aos alunos do curso de Encadernação e Tipografia que a "Fundação do Pelourinho" oferecia aos moradores do então Maciel, no Pelourinho (Salvador).
Boa leitura - ou melhor, boa viagem à vida urbana da Salvador da segunda metade do século XIX!
Vicente.
*******
NOTA INTRODUTÓRIA
A imprensa foi instalada no Brasil, na segunda metade do século XIX, quatro séculos depois de inventada por Gutemberg. Há controvérsias acerca do estado brasileiro onde foi instalada a primeira imprensa realmente produtiva; cada estado quyer chamar a sí este privilégio.
Cronologicamente, o primeiro jornal de brasileiros foi o "Correio Brasiliense". Este jornal era, em 1808, impresso em Londres, redigido por Hipólito José da Costa e sua circulação era mensal. Não tinha o reconhecimento dos meios oficiais, tratava de assuntos políticos, defendia e pregava a independência do Brasil. Nesta mesma época, circulava, no Rio a "Gazeta do Rio de Janeiro", inicialmente de periodicidade semanal.
"O Alabama", fundado em 1863, foi contemporâneos de vários jornais, a exemplo do "Jornal da Bahia" (fundado em 1853), o "Diário da Bahia" (1856), o "Óculo Mágico" (1866), "A Matuca" (1874) e o "Diário de Notícias (1875) - este último ainda em circulaçãom (1), portanto o mais antigo jornal sobrevivente, há mais de cem anos. (2)
Não foi possível, à pesquisa histórica, levantar as razões que levaram os fundadores a escolher o nome "alabama" para o jornal (e a caravela). De um ângulo lexicográfico, o alabama diz respeito a um brilhante de expressivo tamanho, mas de qualidade inferior, é sinônimo de cometa e zombaria, apodo ao caixeiro viajante. "Alabama" significa, ainda, o jogador que reúne os demais para o jogo e o gênero de insetos ao qual pertence a lagarta que ataca as folhas dos algodoeiros, popularmente conhecida como "Curuquerê". Os significados são, portanto, diversos, o que empresta subsídios peculiares à formulação de hipóteses sobre o porquê de "alabama" para o título do jornal. O fato de Alabama ser o nome de um estado do Sudoeste dos Estados Unidos pode oferecer, também, subsídios para o mesmo fim; nesrte caso, pode estar ligado a fatos históricosa da América.
(continua amanhã, domingo, 3 de outubro)
____________
(1) O "Diário de Notícias", ainda nas bancas em 1980, deixou de circular há cerca de vinte anos.
(2) SILVA, KJátia Maria de Carvalho - O Diário da Bahia e o século XIX. Nota Introdutória de Fernando Sales. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro/Brasília. INL, 1979, p. 25.
João Pereira Coutinho - A paz impossível
CONTEÚDO LIVRE
Submarino.com.br
JOÃO PEREIRA COUTINHO - A paz impossível
Acordo para acabar com o acirrado conflito entre judeus e árabes foi adiado para o século 22
--------------------------------------------------------------------------------
CAMP DAVID. Eis o nome. Na história do conflito Israel-Palestina, esse é o lugar sagrado. Nas enciclopédias, Camp David é apresentado como o retiro de férias dos presidentes norte-americanos.
Mas, na história do conflito, Camp David é mais que isso. Camp David significa, em tempos distintos, uma grande vitória e um grande fracasso.
A grande vitória aconteceu em 1978 e 1979. Atores: o presidente egípcio Anwar Sadat, o premiê israelense Menachem Begin e Jimmy Carter, presidente americano, no único momento verdadeiramente digno do seu mandato.
O Egito, que esteve presente em todas as batalhas contra Israel desde a fundação do Estado judaico, assinava um tratado de paz que dura até hoje. Verdade que Sadat, pela ousadia de ter reconhecido a "entidade sionista", seria assassinado em 1981. Mas o crime só qualifica a grandeza do gesto.
Exatamente o contrário do que sucedeu em 2000, o ano do grande fracasso. Mesmo lugar, novos atores: Yasser Arafat pela Autoridade Palestina; Ehud Barak como premiê israelense; e Bill Clinton como mestre de cerimônias.
Nos manuais da especialidade, esse segundo encontro de Camp David ficou conhecido como "the make or break summit". A cúpula do tudo ou nada. Foi nada. E isso quando Barak estava disposto a oferecer tudo: a reconhecer um Estado palestino independente; a dividir Jerusalém e até a aceitar alguns dos refugiados palestinos das guerras de 1948 e 1967. No fundo, Barak oferecia as exigências que são hoje feitas pelos palestinos "moderados" e pela comunidade internacional.
Em troca, esperava-se que Arafat fizesse o mesmo que Sadat fez antes dele: que firmasse a paz com o estado judaico. Arafat, provavelmente por temer um destino igual ao de Sadat, recusou.
A recusa de Arafat não é apenas o gesto mais infame na história das lideranças palestinas. A recusa de Arafat, sem que houvesse ao menos o esforço de uma contraproposta, marca um momento sem retorno no conflito.
Primeiro, pelo agravamento interno da situação: depois do fracasso de Camp David, Israel e os palestinos mergulhariam na "segunda intifada", ainda mais mortífera do que a primeira (em 1987).
Mas, sobretudo, pelo agravamento externo: em 2001, os Estados Unidos iriam sofrer um brutal atentado terrorista em suas fronteiras. Como resposta, vieram duas guerras: no Afeganistão e no Iraque. E, com a destruição da estrutura sunita iraquiana, o Irã acabaria por emergir como potência na região.
Esse terremoto acabaria por ter implicações no próprio conflito Israel-Palestina. Em 2006, o Hamas, um grupo terrorista treinado e financiado por Teerã, venceria as eleições em Gaza. No mesmo ano, o Hezbollah, outro satélite iraniano, arrastaria Israel para novo confronto no Líbano.
Como se tudo isso já não bastasse, a partir de 2007 Gaza e a Cisjordânia deixaram de habitar o mesmo planeta: o ódio entre palestinos lançou o Hamas e a Fatah numa guerra civil "de facto". Hoje, não existe mais uma Palestina. Existem várias "Palestinas", vários feudos, que se odeiam e se aniquilam.
Camp David, em 2000, foi o canto do cisne. A recusa de Arafat e as convulsões históricas posteriores transformam qualquer negociação atual numa comédia de enganos.
E a comédia continua. Mahmoud Abbas e Benjamin Netanyahu ainda tentam ressuscitar o moribundo "processo de paz", sob os altos patrocínios de Clinton (Hillary) e do evangelista Obama. Mas o conflito entre Israel e a Autoridade Palestina é apenas um dos conflitos.
E mesmo que Israel, em gesto de sensatez, suspendesse todas as suas colônias em "território ocupado" e, mesmo que Mahmoud Abbas, em gesto milagroso, tivesse força ou autoridade para calar as armas na Cisjordânia, os outros conflitos continuariam.
Continuaria a luta de morte entre Israel e o Irã, ou seja, entre Israel e o terrorismo do Hamas (em Gaza) e do Hezbollah (no sul do Líbano); e continuaria a guerra "fraternal" entre o Hamas e a Fatah. Cada conflito não apenas agrava o quadro geral; cada conflito anula qualquer acordo, promessa ou aspiração. Um jogo de soma zero que ninguém pode ganhar. E que, em 2000, ninguém poderia sequer imaginar.
Não se iluda, leitor: a primeira década do século 21 adiou a possibilidade de paz entre árabes e judeus para o século 22.
jpcoutinho@folha.com.br
Submarino.com.br
JOÃO PEREIRA COUTINHO - A paz impossível
Acordo para acabar com o acirrado conflito entre judeus e árabes foi adiado para o século 22
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CAMP DAVID. Eis o nome. Na história do conflito Israel-Palestina, esse é o lugar sagrado. Nas enciclopédias, Camp David é apresentado como o retiro de férias dos presidentes norte-americanos.
Mas, na história do conflito, Camp David é mais que isso. Camp David significa, em tempos distintos, uma grande vitória e um grande fracasso.
A grande vitória aconteceu em 1978 e 1979. Atores: o presidente egípcio Anwar Sadat, o premiê israelense Menachem Begin e Jimmy Carter, presidente americano, no único momento verdadeiramente digno do seu mandato.
O Egito, que esteve presente em todas as batalhas contra Israel desde a fundação do Estado judaico, assinava um tratado de paz que dura até hoje. Verdade que Sadat, pela ousadia de ter reconhecido a "entidade sionista", seria assassinado em 1981. Mas o crime só qualifica a grandeza do gesto.
Exatamente o contrário do que sucedeu em 2000, o ano do grande fracasso. Mesmo lugar, novos atores: Yasser Arafat pela Autoridade Palestina; Ehud Barak como premiê israelense; e Bill Clinton como mestre de cerimônias.
Nos manuais da especialidade, esse segundo encontro de Camp David ficou conhecido como "the make or break summit". A cúpula do tudo ou nada. Foi nada. E isso quando Barak estava disposto a oferecer tudo: a reconhecer um Estado palestino independente; a dividir Jerusalém e até a aceitar alguns dos refugiados palestinos das guerras de 1948 e 1967. No fundo, Barak oferecia as exigências que são hoje feitas pelos palestinos "moderados" e pela comunidade internacional.
Em troca, esperava-se que Arafat fizesse o mesmo que Sadat fez antes dele: que firmasse a paz com o estado judaico. Arafat, provavelmente por temer um destino igual ao de Sadat, recusou.
A recusa de Arafat não é apenas o gesto mais infame na história das lideranças palestinas. A recusa de Arafat, sem que houvesse ao menos o esforço de uma contraproposta, marca um momento sem retorno no conflito.
Primeiro, pelo agravamento interno da situação: depois do fracasso de Camp David, Israel e os palestinos mergulhariam na "segunda intifada", ainda mais mortífera do que a primeira (em 1987).
Mas, sobretudo, pelo agravamento externo: em 2001, os Estados Unidos iriam sofrer um brutal atentado terrorista em suas fronteiras. Como resposta, vieram duas guerras: no Afeganistão e no Iraque. E, com a destruição da estrutura sunita iraquiana, o Irã acabaria por emergir como potência na região.
Esse terremoto acabaria por ter implicações no próprio conflito Israel-Palestina. Em 2006, o Hamas, um grupo terrorista treinado e financiado por Teerã, venceria as eleições em Gaza. No mesmo ano, o Hezbollah, outro satélite iraniano, arrastaria Israel para novo confronto no Líbano.
Como se tudo isso já não bastasse, a partir de 2007 Gaza e a Cisjordânia deixaram de habitar o mesmo planeta: o ódio entre palestinos lançou o Hamas e a Fatah numa guerra civil "de facto". Hoje, não existe mais uma Palestina. Existem várias "Palestinas", vários feudos, que se odeiam e se aniquilam.
Camp David, em 2000, foi o canto do cisne. A recusa de Arafat e as convulsões históricas posteriores transformam qualquer negociação atual numa comédia de enganos.
E a comédia continua. Mahmoud Abbas e Benjamin Netanyahu ainda tentam ressuscitar o moribundo "processo de paz", sob os altos patrocínios de Clinton (Hillary) e do evangelista Obama. Mas o conflito entre Israel e a Autoridade Palestina é apenas um dos conflitos.
E mesmo que Israel, em gesto de sensatez, suspendesse todas as suas colônias em "território ocupado" e, mesmo que Mahmoud Abbas, em gesto milagroso, tivesse força ou autoridade para calar as armas na Cisjordânia, os outros conflitos continuariam.
Continuaria a luta de morte entre Israel e o Irã, ou seja, entre Israel e o terrorismo do Hamas (em Gaza) e do Hezbollah (no sul do Líbano); e continuaria a guerra "fraternal" entre o Hamas e a Fatah. Cada conflito não apenas agrava o quadro geral; cada conflito anula qualquer acordo, promessa ou aspiração. Um jogo de soma zero que ninguém pode ganhar. E que, em 2000, ninguém poderia sequer imaginar.
Não se iluda, leitor: a primeira década do século 21 adiou a possibilidade de paz entre árabes e judeus para o século 22.
jpcoutinho@folha.com.br
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Ethos-Valor - Seminário Educação para a Sustentabilidade
Seminário Educação para a Sustentabilidade e Cerimônia de Entrega do Prêmio Ethos-Valor
Terça-feira, 28 de Setembro de 2010
De: "Prêmio Ethos-Valor"
Adicionar remetente à lista de contatos
Para: vicentedeocleciano@yahoo.com.br
Seminário Educação para a Sustentabilidade
& Cerimônia de Entrega do Prêmio Ethos-Valor
O Instituto Ethos e o jornal Valor Econômico divulgam os finalistas do Prêmio Ethos-Valor, 10ª Edição - Concurso para Professores e Estudantes Universitários sobre Responsabilidade Social Empresarial e Desenvolvimento Sustentável. São 15 trabalhos ao todo, sendo 6 de Professores, 6 de Estudantes e 3 de grupos Mistos. Nas três categorias, foram inscritos 283 projetos no total.
Os trabalhos finalistas e vencedores do concurso serão apresentados durante o Seminário e Cerimônia de Entrega do Prêmio Ethos-Valor, que acontecerão em 6 de outubro de 2010, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Confirme sua presença em http://www.premioethosvalor.org.br/seminario
Os vencedores de cada subcategoria ganharão um convite para a Conferência Internacional do Instituto Ethos em 2011, uma assinatura do jornal Valor Econômico e o Troféu Prêmio Ethos-Valor, além da premiação como finalista.
Desde já, você é nosso convidado! Participe!
Programação Cerimônia e Seminário
15h00 às 18h45
Seminário Educação para a Sustentabilidade
- Trabalhos finalistas serão apresentados por seus autores durante rodadas de entrevistas
19h30 às 21h30
Cerimônia de Entrega
- Palestra Magna − Educação e Sustentabilidade, com Bernardo Toro (filósofo e educador colombiano, é . especialista reconhecido mundialmente por seus estudos voltados à educação e às mídias).
- Apresentação dos estudantes e professores vencedores
- Atração Cultural - Fabiana Cozza - Considerada por críticos e público uma das importantes intérpretes da
música brasileira contemporânea
21h30 às 22h30
- Coquetel comemorativo 10 anos de Prêmio Ethos−Valor
Quarta−feira, 6 de Outubro de 2010
SESC Vila Mariana | Rua Pelotas, 141.
Vá de Metrô! Estação Paraíso ou Ana Rosa.
São Paulo - SP
Entrada Gratuita
Confirme sua presença em http://www.premioethosvalor.org.br/seminario
Conheça os Finalistas
CATEGORIA PROFESSORES
Plano de Ensino
Plano de Ensino da Disciplina Responsabilidade Socioambiental
Autor: Gilberto Porto Barbosa
FAMATEC, FGV e UnB
Brasília, DF
Políticas Públicas como Instrumentos para a Formação Cidadã: Ênfase na Ética e Sustentabilidade
Autor: João Mendes da Rocha Neto
Faculdades Integradas da UPIS
Brasília, DF
Tecnologia do Ambiente Construído e Sustentabilidade
Autores: Cynara Fiedler Bremer, José Eustáquio Machado de Paiva e Maria Luiza Almeida Cunha de Castro
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Belo Horizonte, MG
Artigos de Pesquisa
Formação Superior: Uma Prioridade da Educação para a Sustentabilidade no Brasil
Autores: Ahmad Saeed Khan e Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Fortaleza, CE
Metodologia para Implantação de Agência Experimental de Empreendedorismo Social em IES
Autora: Maria Flávia Diniz Bastos Coelho Duarte
Centro Universitário UNA
Belo Horizonte, MG
Sinalizando Responsabilidade Social: Relação entre o ISE e a Estrutura de Capital das Empresas
Autores: Evimael Alves Teixeira e Valcemiro Nossa
Associação Educacional de Cacoal e FUCAPE Business School
Cacoal, RO e Vitória, ES
CATEGORIA ESTUDANTES
Graduação e Cursos Sequenciais
Gestão Ambiental e Responsabilidade Social no Restaurante Tábua de Carne - JP
Autora: Heven Stuart Neves da Silva
Orientadora: Ana Glória Cornélio Madruga
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
João Pessoal, PB
Gestão da Sustentabilidade em Cadeias de Suprimentos: Uma Análise Exploratória da Cadeia da Carne
Autoras: Fernanda da Silva Maciel e Julia Drezza Azevedo Soares
Orientadora: Sylmara Gonçalves Dias
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
São Paulo, SP
Os Novos Rumos da Responsabilidade Social: o Conceito da RSE 2.0 e os Debates sobre a ISO26000
Autor: Igor Souza da Rocha
Orientadora: Valeria Gonçalves da Vinha
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Rio de Janeiro, RJ
Pós-Graduação
A Importância dos Atores Privados para a Regulamentação Ambiental Pública
Autora: Flávia Maria de Mattos Donadelli
Orientador: João Paulo Candia Veiga
Universidade de São Paulo (USP)
São Paulo, SP
Riscos Socioambientais em Crédito no Setor Bancário: Conquistas e Desafios no Debate da Sustentabilidade
Autoras: Maria Gisela Gerotto e Renata Guimarães Cintra
Orientadora: Graziella Maria Comini
Fundação Instituto de Administração (FIA)
São Paulo, SP
RS: um Estudo Sobre a Compreensão dos Servidores de uma Secretaria de Saúde da Região Norte do Brasil
Autora: Elaine Regina Reis Mousinho Coêlho
Orientadora: Elizabeth Navas Sanches
Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
Itajaí, SC
CATEGORIA MISTA & TEMÁTICA
A Origem do Comportamento Fraudulento entre Motoristas de Transporte Rodoviário de Cargas
Estudante Autor: Marcelo Chieus Zocca
Professores Autores: Ana Paula Dário Zocca, Valéria Rueda Elias Spers, Dalila Alves Corrêa e Arsênio Firmino de Novaes Netto
Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep)
Piracicaba, SP
Corrupção e Fraude: princípios éticos e pressão situacional nas organizações.
Estudante Autor: Renato Almeida dos Santos
Professores Autores: Arnoldo José de Hoyos Guevara e Maria Cristina Sanches Amorim
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
São Paulo, SP
Os Microfundamentos da Transação Corrupta
Estudante Autor: James Batista Vieira
Professores Autores: Argelina Maria Cheibub Figueiredo e Ligia Pavan Baptista
IUPERJ, IESP/UERJ e ESAF
Rio de Janeiro, RJ e Brasília, DF
MAIS INFORMAÇÕES
Acesse www.premioethosvalor.org.br ou escreva para premio@ethos.org.br
Comissão Organizadora do Prêmio Ethos-Valor.
Terça-feira, 28 de Setembro de 2010
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Adicionar remetente à lista de contatos
Para: vicentedeocleciano@yahoo.com.br
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O Instituto Ethos e o jornal Valor Econômico divulgam os finalistas do Prêmio Ethos-Valor, 10ª Edição - Concurso para Professores e Estudantes Universitários sobre Responsabilidade Social Empresarial e Desenvolvimento Sustentável. São 15 trabalhos ao todo, sendo 6 de Professores, 6 de Estudantes e 3 de grupos Mistos. Nas três categorias, foram inscritos 283 projetos no total.
Os trabalhos finalistas e vencedores do concurso serão apresentados durante o Seminário e Cerimônia de Entrega do Prêmio Ethos-Valor, que acontecerão em 6 de outubro de 2010, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Confirme sua presença em http://www.premioethosvalor.org.br/seminario
Os vencedores de cada subcategoria ganharão um convite para a Conferência Internacional do Instituto Ethos em 2011, uma assinatura do jornal Valor Econômico e o Troféu Prêmio Ethos-Valor, além da premiação como finalista.
Desde já, você é nosso convidado! Participe!
Programação Cerimônia e Seminário
15h00 às 18h45
Seminário Educação para a Sustentabilidade
- Trabalhos finalistas serão apresentados por seus autores durante rodadas de entrevistas
19h30 às 21h30
Cerimônia de Entrega
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- Apresentação dos estudantes e professores vencedores
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Quarta−feira, 6 de Outubro de 2010
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Vá de Metrô! Estação Paraíso ou Ana Rosa.
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Entrada Gratuita
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Autor: João Mendes da Rocha Neto
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Autores: Cynara Fiedler Bremer, José Eustáquio Machado de Paiva e Maria Luiza Almeida Cunha de Castro
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Belo Horizonte, MG
Artigos de Pesquisa
Formação Superior: Uma Prioridade da Educação para a Sustentabilidade no Brasil
Autores: Ahmad Saeed Khan e Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima
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Fortaleza, CE
Metodologia para Implantação de Agência Experimental de Empreendedorismo Social em IES
Autora: Maria Flávia Diniz Bastos Coelho Duarte
Centro Universitário UNA
Belo Horizonte, MG
Sinalizando Responsabilidade Social: Relação entre o ISE e a Estrutura de Capital das Empresas
Autores: Evimael Alves Teixeira e Valcemiro Nossa
Associação Educacional de Cacoal e FUCAPE Business School
Cacoal, RO e Vitória, ES
CATEGORIA ESTUDANTES
Graduação e Cursos Sequenciais
Gestão Ambiental e Responsabilidade Social no Restaurante Tábua de Carne - JP
Autora: Heven Stuart Neves da Silva
Orientadora: Ana Glória Cornélio Madruga
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Gestão da Sustentabilidade em Cadeias de Suprimentos: Uma Análise Exploratória da Cadeia da Carne
Autoras: Fernanda da Silva Maciel e Julia Drezza Azevedo Soares
Orientadora: Sylmara Gonçalves Dias
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
São Paulo, SP
Os Novos Rumos da Responsabilidade Social: o Conceito da RSE 2.0 e os Debates sobre a ISO26000
Autor: Igor Souza da Rocha
Orientadora: Valeria Gonçalves da Vinha
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Rio de Janeiro, RJ
Pós-Graduação
A Importância dos Atores Privados para a Regulamentação Ambiental Pública
Autora: Flávia Maria de Mattos Donadelli
Orientador: João Paulo Candia Veiga
Universidade de São Paulo (USP)
São Paulo, SP
Riscos Socioambientais em Crédito no Setor Bancário: Conquistas e Desafios no Debate da Sustentabilidade
Autoras: Maria Gisela Gerotto e Renata Guimarães Cintra
Orientadora: Graziella Maria Comini
Fundação Instituto de Administração (FIA)
São Paulo, SP
RS: um Estudo Sobre a Compreensão dos Servidores de uma Secretaria de Saúde da Região Norte do Brasil
Autora: Elaine Regina Reis Mousinho Coêlho
Orientadora: Elizabeth Navas Sanches
Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
Itajaí, SC
CATEGORIA MISTA & TEMÁTICA
A Origem do Comportamento Fraudulento entre Motoristas de Transporte Rodoviário de Cargas
Estudante Autor: Marcelo Chieus Zocca
Professores Autores: Ana Paula Dário Zocca, Valéria Rueda Elias Spers, Dalila Alves Corrêa e Arsênio Firmino de Novaes Netto
Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep)
Piracicaba, SP
Corrupção e Fraude: princípios éticos e pressão situacional nas organizações.
Estudante Autor: Renato Almeida dos Santos
Professores Autores: Arnoldo José de Hoyos Guevara e Maria Cristina Sanches Amorim
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
São Paulo, SP
Os Microfundamentos da Transação Corrupta
Estudante Autor: James Batista Vieira
Professores Autores: Argelina Maria Cheibub Figueiredo e Ligia Pavan Baptista
IUPERJ, IESP/UERJ e ESAF
Rio de Janeiro, RJ e Brasília, DF
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Comissão Organizadora do Prêmio Ethos-Valor.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
VIOLÊNCIA URBANA E GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Fonte:
Ciência e Cultura
Print ISSN 0009-6725
Cienc. Cult. vol.54 no.1 São Paulo June/Sept. 2002
VIOLÊNCIA URBANA E GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Wânia Pasinato Izumino
Cristina Neme
Nos últimos 20 anos, a problemática da violência tornou-se objeto de interesse e discussão de especialistas, formadores de opinião e da população em geral, ocupando lugar central em suas preocupações, conforme indicam as pesquisas de opinião. Além de indicar o medo crescente com que convivem as populações dos centros urbanos, estas pesquisas também têm apontado para a existência de outro fenômeno: a baixa credibilidade das instituições de segurança e Justiça junto à população. Por um lado, a sociedade brasileira tem acompanhado o aumento da violência e da criminalidade; por outro, observa a ausência de respostas por parte das polícias e da Justiça, que se expressa no despreparo das forças policiais para o enfrentamento do crime e nas altas taxas de impunidade.
O tema da violência é bastante amplo e permite várias abordagens. Este artigo propõe-se a descrever e contextualizar a criminalidade urbana e as graves violações de direitos humanos.
Não há no Brasil uma base nacional de dados a respeito da criminalidade, tais como roubos, estupros ou seqüestros(1). Mesmo no plano estadual existe um grande déficit de informações sobre o movimento de registros policiais que inviabilizam as análises comparativas. Uma exceção neste quadro são os homicídios, que constituem a única base de dados que possibilita comparações entre diferentes regiões do País em relação à segurança pública(2).
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, em 1998 as principais causas de mortalidade no Brasil foram as doenças do aparelho circulatório – responsáveis por 27,6% dos óbitos – e as causas externas(3), que corresponderam a 12,6% dos óbitos neste ano(4). Dentre as causas externas, os homicídios dolosos correspondem a 35,7% dos óbitos, enquanto os acidentes de transporte correspondem a 26,4%.
Ao se observar o período de 1980 a 1998, verifica-se que os homicídios vêm apresentando tendência de crescimento entre as causas externas de mortalidade. Em 1980 e 1985, os homicídios correspondiam respectivamente a 19,8% e 23% das causas externas de mortalidade. Em 1990, essa taxa subiu para 31,8% e, em 1995, para 32,3%(5).
Estes números indicam que a violência vem crescendo em ritmo considerável em todo o País. Contudo, as análises a respeito destas taxas de crescimento devem considerar a necessidade de relativizar estas freqüências com base em diferentes variáveis – por exemplo, a região, Estado ou município em que ocorrem e a distribuição na população segundo sexo, faixa etária ou nível socioeconômico –, de modo que se torne possível observar a distribuição desigual destes crimes.
Embora os grandes centros urbanos apareçam como palco de um maior número de crimes, em especial os crimes contra o patrimônio (roubos, furtos, latrocínios), temos acompanhado pela imprensa sua expansão para outras cidades menores, mas que conheceram um considerável desenvolvimento econômico nas últimas décadas. Neste sentido, é importante ressaltar que, embora o senso comum vincule o aumento da criminalidade ao aumento da pobreza, não se pode omitir o fato de que o empobrecimento de largas camadas da população tem sido resultado de um crescimento econômico desordenado e da distribuição desigual da riqueza.
Retomando os números de homicídios e sua distribuição por faixa etária e região, verifica-se que a partir de 1980 estes têm sido a primeira causa de mortes entre jovens do sexo masculino(6). A comparação entre as cinco regiões do País indica que a região Sudeste possui a maior taxa de homicídio na faixa etária de 15 a 24 anos: 74,2 homicídios por 100 mil/hab., ultrapassando significativamente as taxas das outras regiões no mesmo ano(7). Observando-se a distribuição nos Estados, tem-se que as regiões metropolitanas foram as mais afetadas. Na região Sudeste concentram-se três capitais com altas taxas de homicídio entre jovens: São Paulo (134,9), Rio de Janeiro (113,6) e Vitória (187). Porém, também foram observadas taxas elevadas ou superiores em Recife (142,2), Macapá (117), Cuiabá (107,4) e Boa Vista (114). Com exceção de Boa Vista e Macapá, o homicídio é a causa de mais da metade das mortes dos jovens habitantes dessas capitais(8).
VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE EM SÃO PAULO
Embora o crescimento da violência seja sentido pela população toda, estudos têm demonstrado que sua distribuição ocorre de modo desigual pela cidade. Grosso modo, pode-se afirmar que os crimes contra a vida (homicídios) concentram-se mais nas regiões periféricas, enquanto os crimes contra o patrimônio concentram-se nas regiões centrais – onde também se observa maior concentração e circulação de riquezas.
Pesquisa sobre as taxas de mortalidade por homicídio nos 96 distritos municipais da cidade de São Paulo em 1995 demonstra que esta discrepância é expressiva: num extremo, encontram-se os distritos de alto risco, com taxas de homicídio entre 65 e 111 por 100 mil habitantes, em contraste significativo com os distritos mais pacíficos, cujas taxas não ultrapassam 18,96 – sendo 43/100 mil a taxa geral do município(9). Estudo mais recente sobre os padrões de distribuição espacial da violência no município de São Paulo nos anos de 1996 e 1999 aponta para a elevação das taxas de homicídio tanto nos distritos menos violentos como naqueles “tradicionalmente” mais violentos, localizados nas zonas sul e leste da cidade(10). Em 1999, a taxa de homicídio do município eleva-se para 66/100 mil(11).
Mas não são apenas os homicídios que cresceram em São Paulo nas últimas décadas. Estudo a respeito do movimento da criminalidade com base nos registros policiais realizados no município de São Paulo, entre 1988 e 1997, mostrou que os roubos, furtos, tráfico de entorpecentes, latrocínios e extorsões mediante seqüestro apresentaram movimento ascendente no período. De todos os crimes observados na pesquisa, apenas os estupros apresentaram um movimento descendente em relação ao total de registros policiais(12).
Partindo da análise da distribuição dos boletins de ocorrência nos 93 distritos policiais localizados no município de São Paulo, foi possível conhecer suas taxas de crescimento em 10 anos (Tabela 1).
Observando-se as taxas de crescimento, é possível afirmar que o medo da população não é infundado. As mais elevadas correspondem aos roubos consumados e as tentativas de homicídio. Em terceiro lugar aparece o tráfico de entorpecentes.
Este crescimento não ocorreu de forma linear no período investigado, apresentando-se com sucessivos crescimentos e decréscimos. Vários fatores podem ter influenciado este movimento. Por exemplo, sabe-se que quando determinados crimes passam a atingir as classes médias, passam também a ocupar maior espaço na mídia e no debate público, pressionando o governo a formular políticas mais severas para a repressão e contenção da criminalidade. Quando em prática, estas medidas podem reduzir, ainda que temporariamente, a ocorrência de determinados crimes, refletindo-se nas estatísticas oficiais. Um exemplo foi a onda de seqüestros-relâmpagos que alarmou a população paulistana nos últimos anos, desencadeando uma série de medidas para coibir sua prática e aumentar a segurança da população – neste caso, aumento do contingente de policiais nas ruas.
Quanto à distribuição espacial da criminalidade urbana, quando comparadas as distribuições dos crimes de homicídio e roubo, os dados mostram que, apesar da maior representação dos roubos em todas as regiões, estes ocorrem sobretudo nas regiões centrais e oeste, enquanto os homicídios ocorrem com maior freqüência nas regiões sul e leste, regiões periféricas, mais pobres, com piores condições socioeconômicas (Gráfico 1).
AS GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
São assim definidos os crimes praticados por agentes do Estado contra a população, seja no exercício legal de suas atividades, seja atuando para além delas. Incluímos sob esta rubrica aqueles crimes que são praticados por cidadãos comuns, que tomam para si a função de aplicar a Justiça, “estimulados” pela ausência do Estado em seu papel de regulador público da violência e pelo mau funcionamento das instituições de segurança e Justiça. No primeiro caso, trata-se da violência policial; no segundo, incluem-se os linchamentos e ações de grupos de extermínio e justiceiros.
As estatísticas oficiais não permitem conhecer a ocorrência destes crimes, pois estas práticas não constituem crimes capitulados no Código Penal. As ações delas decorrentes figuram como homicídios, tentados ou consumados, sem que se possa num primeiro olhar dizer quem foram os agentes envolvidos. Para contornar estas limitações dos dados oficiais, temos trabalhado com casos noticiados pela imprensa desde 1980 até os dias atuais. Todo o material recolhido encontra-se armazenado num banco de dados eletrônico que reúne 6.839 casos de violência policial e 1.072 casos de linchamentos ocorridos em todo o território nacional em 21 anos.
Pela análise dos dados extraídos das notícias tem sido possível observar que, a despeito de todas as mudanças que ocorreram no cenário político brasileiro, as práticas policiais sofreram poucas mudanças. Sua principal característica tem sido o uso excessivo da força, expresso, por um lado, na desproporcionalidade de agentes por caso, em média, e, por outro, nas altas taxas de letalidade em que resultam os confrontos. A despeito dos esforços das polícias militares estaduais de incorporar ao treinamento de seus agentes os conceitos de promoção e respeito aos direitos humanos, o que se tem observado na prática é a atuação violenta destes mesmos agentes, além do abuso de autoridade e de seu envolvimento de práticas delituosas, por exemplo, o envolvimento de policiais com o crime organizado e extorsões. Outra característica destes crimes, através da lente da imprensa escrita, é a impunidade.
Muito pouco se ouve falar a respeito da punição aplicada a agentes envolvidos em confrontos que resultam em mortes, muitos deles caracterizados como execuções. A ausência de respostas do poder público nestes casos somente contribui para agravar o quadro de descrédito destas instituições junto à população.
Um reflexo deste descrédito está representado na permanência de práticas como linchamentos e grupos de extermínio na sociedade brasileira. Mais do que sua permanência, o que chama a atenção nestes crimes é o grau de tolerância da população em relação a eles.
________
Wânia Pasinato Izumino é socióloga, mestre e doutoranda em Sociologia pela FFLC/USP e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência/USP.
Cristina Neme é socióloga, mestre em Ciência Política pela FFLCH/USP e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência/USP.
Notas e referências
1 Esforço neste sentido vem sendo realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, que vem tentando organizar um sistema nacional de estatísticas criminais.
2 Kant de Lima, R. “Violência, criminalidade, segurança pública e justiça criminal no Brasil: uma bibliografia”. BIB, Rio de Janeiro, n. 50, 2º semestre de 2000, p. 58. [ Links ] Trata-se das taxas de homicídios dolosos.
3 Causas externas são causas violentas, não-naturais, que podem ser intencionais ou não-intencionais e compreendem acidentes de todos os tipos, suicídios e homicídios. Mello Jorge, M. H. “Adolescentes e jovens como vítimas”. In: Pinheiro, P. S. et al. (org.). São Paulo sem medo: um diagnóstico da violência urbana. Rio de Janeiro, Garamond, 1998, p. 97. [ Links ]
4 Ou seja, ocorreram mais de 41 mil homicídios no País (sendo 929.737 o número total de óbitos registrados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade em 1998).
5 Taxas calculadas a partir dos dados (número de óbitos por causas externas e por homicídios e lesões provocadas intencionalmente) apresentados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (www.datasus.gov.br).
6 Mello Jorge, M. H., op. cit..
7 De 41,3 no Centro-Oeste, 30,7 no Nordeste, 28,8 no Norte e 25,6 no Sul. Entre os anos de 1980, 1989 e 1999, o Sudeste permanece com as taxas mais elevadas e o Sul com as menores taxas, mas houve crescimento expressivo das taxas de homicídio em todas as regiões.
8 Fonte: Prefeitura do Município de São Paulo / Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade no estudo Violência e Emigração Internacional na Juventude. Março de 2002, p. 5-8 (dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade). [ Links ]
9 Mapa de risco da violência: cidade de São Paulo. SP, Cedec, 1996. [ Links ]
10 Rodríguez Yi, J. L. et al. Análise espacial da distribuição e dinâmica da violência na cidade de São Paulo entre os anos de 1996 e 1999. São José dos Campos: INPE, set./2000. [ Links ] O estudo indica a elevação da taxa de homicídio em 79 distritos em relação ao ano de 1996. Note-se, porém, que a discrepância entre os distritos permanece acen-tuada: a taxa de homicídio varia de 4,11 (Moema) para 116,23 (Jardim Ângela) no ano de 1999.
11 Fundação Seade. Sistema de Estatísticas Vitais 2000. [ Links ]
12 Estudo da impunidade penal. São Paulo, município, 1988-1997. Pesquisa em andamento no NEV/USP.
Bibliografia consultada
Adorno, S. “Exclusão socioeconômica e violência urbana”. Paper Ciclo de Conferências Sociedade sin Violencia, PNUD, El Salvador, 2002. [ Links ]
Feiguin, D., Lima, R. “Tempo de violência: medo e insegurança em São Paulo”. São Paulo em Perspectiva, vol. 9, nº 2, abr./jun. 1995. [ Links ]
Kant de Lima, R. “Violência, criminalidade, segurança pública e justiça criminal no Brasil: uma bibliografia”. BIB, Rio de Janeiro, n. 50, 2º semestre de 2000, p. 58. [ Links ]
Mapa de risco da violência: cidade de São Paulo. SP, Cedec, 1996. [ Links ]
Mello Jorge , M. H. “Adolescentes e jovens como vítimas”. In: Pinheiro, P. S. et al. (org.). São Paulo sem medo: um diagnóstico da violência urbana. Rio de Janeiro. Garamond, 1998. [ Links ]
Mingardi, G. O Estado e o crime organizado. São Paulo. Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, 1998. [ Links ]
Prefeitura do Município de São Paulo. Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade. Violência e Emigração Internacional na Juventude. Março de 2002. [ Links ]
Rodríguez Yi, J. L. et al. Análise espacial da distribuição e dinâmica da violência na cidade de São Paulo entre os anos de 1996 e 1999. São José dos Campos, INPE, set./2000. [ Links ]
Sistema de Informações sobre Mortalidade, Ministério da Saúde (www.datasus.gov.br). [ Links ]
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Cienc. Cult. vol.54 no.1 São Paulo June/Sept. 2002
VIOLÊNCIA URBANA E GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Wânia Pasinato Izumino
Cristina Neme
Nos últimos 20 anos, a problemática da violência tornou-se objeto de interesse e discussão de especialistas, formadores de opinião e da população em geral, ocupando lugar central em suas preocupações, conforme indicam as pesquisas de opinião. Além de indicar o medo crescente com que convivem as populações dos centros urbanos, estas pesquisas também têm apontado para a existência de outro fenômeno: a baixa credibilidade das instituições de segurança e Justiça junto à população. Por um lado, a sociedade brasileira tem acompanhado o aumento da violência e da criminalidade; por outro, observa a ausência de respostas por parte das polícias e da Justiça, que se expressa no despreparo das forças policiais para o enfrentamento do crime e nas altas taxas de impunidade.
O tema da violência é bastante amplo e permite várias abordagens. Este artigo propõe-se a descrever e contextualizar a criminalidade urbana e as graves violações de direitos humanos.
Não há no Brasil uma base nacional de dados a respeito da criminalidade, tais como roubos, estupros ou seqüestros(1). Mesmo no plano estadual existe um grande déficit de informações sobre o movimento de registros policiais que inviabilizam as análises comparativas. Uma exceção neste quadro são os homicídios, que constituem a única base de dados que possibilita comparações entre diferentes regiões do País em relação à segurança pública(2).
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, em 1998 as principais causas de mortalidade no Brasil foram as doenças do aparelho circulatório – responsáveis por 27,6% dos óbitos – e as causas externas(3), que corresponderam a 12,6% dos óbitos neste ano(4). Dentre as causas externas, os homicídios dolosos correspondem a 35,7% dos óbitos, enquanto os acidentes de transporte correspondem a 26,4%.
Ao se observar o período de 1980 a 1998, verifica-se que os homicídios vêm apresentando tendência de crescimento entre as causas externas de mortalidade. Em 1980 e 1985, os homicídios correspondiam respectivamente a 19,8% e 23% das causas externas de mortalidade. Em 1990, essa taxa subiu para 31,8% e, em 1995, para 32,3%(5).
Estes números indicam que a violência vem crescendo em ritmo considerável em todo o País. Contudo, as análises a respeito destas taxas de crescimento devem considerar a necessidade de relativizar estas freqüências com base em diferentes variáveis – por exemplo, a região, Estado ou município em que ocorrem e a distribuição na população segundo sexo, faixa etária ou nível socioeconômico –, de modo que se torne possível observar a distribuição desigual destes crimes.
Embora os grandes centros urbanos apareçam como palco de um maior número de crimes, em especial os crimes contra o patrimônio (roubos, furtos, latrocínios), temos acompanhado pela imprensa sua expansão para outras cidades menores, mas que conheceram um considerável desenvolvimento econômico nas últimas décadas. Neste sentido, é importante ressaltar que, embora o senso comum vincule o aumento da criminalidade ao aumento da pobreza, não se pode omitir o fato de que o empobrecimento de largas camadas da população tem sido resultado de um crescimento econômico desordenado e da distribuição desigual da riqueza.
Retomando os números de homicídios e sua distribuição por faixa etária e região, verifica-se que a partir de 1980 estes têm sido a primeira causa de mortes entre jovens do sexo masculino(6). A comparação entre as cinco regiões do País indica que a região Sudeste possui a maior taxa de homicídio na faixa etária de 15 a 24 anos: 74,2 homicídios por 100 mil/hab., ultrapassando significativamente as taxas das outras regiões no mesmo ano(7). Observando-se a distribuição nos Estados, tem-se que as regiões metropolitanas foram as mais afetadas. Na região Sudeste concentram-se três capitais com altas taxas de homicídio entre jovens: São Paulo (134,9), Rio de Janeiro (113,6) e Vitória (187). Porém, também foram observadas taxas elevadas ou superiores em Recife (142,2), Macapá (117), Cuiabá (107,4) e Boa Vista (114). Com exceção de Boa Vista e Macapá, o homicídio é a causa de mais da metade das mortes dos jovens habitantes dessas capitais(8).
VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE EM SÃO PAULO
Embora o crescimento da violência seja sentido pela população toda, estudos têm demonstrado que sua distribuição ocorre de modo desigual pela cidade. Grosso modo, pode-se afirmar que os crimes contra a vida (homicídios) concentram-se mais nas regiões periféricas, enquanto os crimes contra o patrimônio concentram-se nas regiões centrais – onde também se observa maior concentração e circulação de riquezas.
Pesquisa sobre as taxas de mortalidade por homicídio nos 96 distritos municipais da cidade de São Paulo em 1995 demonstra que esta discrepância é expressiva: num extremo, encontram-se os distritos de alto risco, com taxas de homicídio entre 65 e 111 por 100 mil habitantes, em contraste significativo com os distritos mais pacíficos, cujas taxas não ultrapassam 18,96 – sendo 43/100 mil a taxa geral do município(9). Estudo mais recente sobre os padrões de distribuição espacial da violência no município de São Paulo nos anos de 1996 e 1999 aponta para a elevação das taxas de homicídio tanto nos distritos menos violentos como naqueles “tradicionalmente” mais violentos, localizados nas zonas sul e leste da cidade(10). Em 1999, a taxa de homicídio do município eleva-se para 66/100 mil(11).
Mas não são apenas os homicídios que cresceram em São Paulo nas últimas décadas. Estudo a respeito do movimento da criminalidade com base nos registros policiais realizados no município de São Paulo, entre 1988 e 1997, mostrou que os roubos, furtos, tráfico de entorpecentes, latrocínios e extorsões mediante seqüestro apresentaram movimento ascendente no período. De todos os crimes observados na pesquisa, apenas os estupros apresentaram um movimento descendente em relação ao total de registros policiais(12).
Partindo da análise da distribuição dos boletins de ocorrência nos 93 distritos policiais localizados no município de São Paulo, foi possível conhecer suas taxas de crescimento em 10 anos (Tabela 1).
Observando-se as taxas de crescimento, é possível afirmar que o medo da população não é infundado. As mais elevadas correspondem aos roubos consumados e as tentativas de homicídio. Em terceiro lugar aparece o tráfico de entorpecentes.
Este crescimento não ocorreu de forma linear no período investigado, apresentando-se com sucessivos crescimentos e decréscimos. Vários fatores podem ter influenciado este movimento. Por exemplo, sabe-se que quando determinados crimes passam a atingir as classes médias, passam também a ocupar maior espaço na mídia e no debate público, pressionando o governo a formular políticas mais severas para a repressão e contenção da criminalidade. Quando em prática, estas medidas podem reduzir, ainda que temporariamente, a ocorrência de determinados crimes, refletindo-se nas estatísticas oficiais. Um exemplo foi a onda de seqüestros-relâmpagos que alarmou a população paulistana nos últimos anos, desencadeando uma série de medidas para coibir sua prática e aumentar a segurança da população – neste caso, aumento do contingente de policiais nas ruas.
Quanto à distribuição espacial da criminalidade urbana, quando comparadas as distribuições dos crimes de homicídio e roubo, os dados mostram que, apesar da maior representação dos roubos em todas as regiões, estes ocorrem sobretudo nas regiões centrais e oeste, enquanto os homicídios ocorrem com maior freqüência nas regiões sul e leste, regiões periféricas, mais pobres, com piores condições socioeconômicas (Gráfico 1).
AS GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
São assim definidos os crimes praticados por agentes do Estado contra a população, seja no exercício legal de suas atividades, seja atuando para além delas. Incluímos sob esta rubrica aqueles crimes que são praticados por cidadãos comuns, que tomam para si a função de aplicar a Justiça, “estimulados” pela ausência do Estado em seu papel de regulador público da violência e pelo mau funcionamento das instituições de segurança e Justiça. No primeiro caso, trata-se da violência policial; no segundo, incluem-se os linchamentos e ações de grupos de extermínio e justiceiros.
As estatísticas oficiais não permitem conhecer a ocorrência destes crimes, pois estas práticas não constituem crimes capitulados no Código Penal. As ações delas decorrentes figuram como homicídios, tentados ou consumados, sem que se possa num primeiro olhar dizer quem foram os agentes envolvidos. Para contornar estas limitações dos dados oficiais, temos trabalhado com casos noticiados pela imprensa desde 1980 até os dias atuais. Todo o material recolhido encontra-se armazenado num banco de dados eletrônico que reúne 6.839 casos de violência policial e 1.072 casos de linchamentos ocorridos em todo o território nacional em 21 anos.
Pela análise dos dados extraídos das notícias tem sido possível observar que, a despeito de todas as mudanças que ocorreram no cenário político brasileiro, as práticas policiais sofreram poucas mudanças. Sua principal característica tem sido o uso excessivo da força, expresso, por um lado, na desproporcionalidade de agentes por caso, em média, e, por outro, nas altas taxas de letalidade em que resultam os confrontos. A despeito dos esforços das polícias militares estaduais de incorporar ao treinamento de seus agentes os conceitos de promoção e respeito aos direitos humanos, o que se tem observado na prática é a atuação violenta destes mesmos agentes, além do abuso de autoridade e de seu envolvimento de práticas delituosas, por exemplo, o envolvimento de policiais com o crime organizado e extorsões. Outra característica destes crimes, através da lente da imprensa escrita, é a impunidade.
Muito pouco se ouve falar a respeito da punição aplicada a agentes envolvidos em confrontos que resultam em mortes, muitos deles caracterizados como execuções. A ausência de respostas do poder público nestes casos somente contribui para agravar o quadro de descrédito destas instituições junto à população.
Um reflexo deste descrédito está representado na permanência de práticas como linchamentos e grupos de extermínio na sociedade brasileira. Mais do que sua permanência, o que chama a atenção nestes crimes é o grau de tolerância da população em relação a eles.
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Wânia Pasinato Izumino é socióloga, mestre e doutoranda em Sociologia pela FFLC/USP e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência/USP.
Cristina Neme é socióloga, mestre em Ciência Política pela FFLCH/USP e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência/USP.
Notas e referências
1 Esforço neste sentido vem sendo realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, que vem tentando organizar um sistema nacional de estatísticas criminais.
2 Kant de Lima, R. “Violência, criminalidade, segurança pública e justiça criminal no Brasil: uma bibliografia”. BIB, Rio de Janeiro, n. 50, 2º semestre de 2000, p. 58. [ Links ] Trata-se das taxas de homicídios dolosos.
3 Causas externas são causas violentas, não-naturais, que podem ser intencionais ou não-intencionais e compreendem acidentes de todos os tipos, suicídios e homicídios. Mello Jorge, M. H. “Adolescentes e jovens como vítimas”. In: Pinheiro, P. S. et al. (org.). São Paulo sem medo: um diagnóstico da violência urbana. Rio de Janeiro, Garamond, 1998, p. 97. [ Links ]
4 Ou seja, ocorreram mais de 41 mil homicídios no País (sendo 929.737 o número total de óbitos registrados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade em 1998).
5 Taxas calculadas a partir dos dados (número de óbitos por causas externas e por homicídios e lesões provocadas intencionalmente) apresentados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (www.datasus.gov.br).
6 Mello Jorge, M. H., op. cit..
7 De 41,3 no Centro-Oeste, 30,7 no Nordeste, 28,8 no Norte e 25,6 no Sul. Entre os anos de 1980, 1989 e 1999, o Sudeste permanece com as taxas mais elevadas e o Sul com as menores taxas, mas houve crescimento expressivo das taxas de homicídio em todas as regiões.
8 Fonte: Prefeitura do Município de São Paulo / Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade no estudo Violência e Emigração Internacional na Juventude. Março de 2002, p. 5-8 (dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade). [ Links ]
9 Mapa de risco da violência: cidade de São Paulo. SP, Cedec, 1996. [ Links ]
10 Rodríguez Yi, J. L. et al. Análise espacial da distribuição e dinâmica da violência na cidade de São Paulo entre os anos de 1996 e 1999. São José dos Campos: INPE, set./2000. [ Links ] O estudo indica a elevação da taxa de homicídio em 79 distritos em relação ao ano de 1996. Note-se, porém, que a discrepância entre os distritos permanece acen-tuada: a taxa de homicídio varia de 4,11 (Moema) para 116,23 (Jardim Ângela) no ano de 1999.
11 Fundação Seade. Sistema de Estatísticas Vitais 2000. [ Links ]
12 Estudo da impunidade penal. São Paulo, município, 1988-1997. Pesquisa em andamento no NEV/USP.
Bibliografia consultada
Adorno, S. “Exclusão socioeconômica e violência urbana”. Paper Ciclo de Conferências Sociedade sin Violencia, PNUD, El Salvador, 2002. [ Links ]
Feiguin, D., Lima, R. “Tempo de violência: medo e insegurança em São Paulo”. São Paulo em Perspectiva, vol. 9, nº 2, abr./jun. 1995. [ Links ]
Kant de Lima, R. “Violência, criminalidade, segurança pública e justiça criminal no Brasil: uma bibliografia”. BIB, Rio de Janeiro, n. 50, 2º semestre de 2000, p. 58. [ Links ]
Mapa de risco da violência: cidade de São Paulo. SP, Cedec, 1996. [ Links ]
Mello Jorge , M. H. “Adolescentes e jovens como vítimas”. In: Pinheiro, P. S. et al. (org.). São Paulo sem medo: um diagnóstico da violência urbana. Rio de Janeiro. Garamond, 1998. [ Links ]
Mingardi, G. O Estado e o crime organizado. São Paulo. Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, 1998. [ Links ]
Prefeitura do Município de São Paulo. Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade. Violência e Emigração Internacional na Juventude. Março de 2002. [ Links ]
Rodríguez Yi, J. L. et al. Análise espacial da distribuição e dinâmica da violência na cidade de São Paulo entre os anos de 1996 e 1999. São José dos Campos, INPE, set./2000. [ Links ]
Sistema de Informações sobre Mortalidade, Ministério da Saúde (www.datasus.gov.br). [ Links ]
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domingo, 26 de setembro de 2010
Terzani - "Un mondo che non esiste più"
NOTIZIE CORRELATE
(Corriere della Sera, Milano, 25/09/2010)
Terzani, storie di altri mondi
Esce da Longanesi un romanzo per immagini (scattate con la «vecchia Leica») dello scrittore morto nel 2004
Esce da Longanesi un romanzo per immagini (scattate con la «vecchia Leica») dello scrittore morto nel 2004
MILANO - Al figlio Folco, che lo esortava a seguire la via della conoscenza liberandosi di tutto, «perfino dei vestiti», Tiziano Terzani rispondeva che non servivano gesti simbolici, e che gli interessava soltanto «capire». Il percorso della sua ricerca, prima da giovane inviato nell'Oriente di guerre e rivoluzioni, dal Vietnam alla Cina, poi in un'Asia sempre più profonda, dalla Cambogia al Tibet, si ritrova scandito nei numerosi libri del giornalista e scrittore fiorentino, scomparso nel 2004, e si dipana anche nel nuovo libro, postumo, che è quasi un romanzo per immagini, Un mondo che non esiste più (pp. 304, 22 euro), con fotografie e testi scelti da Folco Terzani, in uscita per Longanesi il 30 settembre.
(Corriere della Sera, Milano, 25/09/2010)
Terzani, storie di altri mondi
Esce da Longanesi un romanzo per immagini (scattate con la «vecchia Leica») dello scrittore morto nel 2004
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MILANO - Al figlio Folco, che lo esortava a seguire la via della conoscenza liberandosi di tutto, «perfino dei vestiti», Tiziano Terzani rispondeva che non servivano gesti simbolici, e che gli interessava soltanto «capire». Il percorso della sua ricerca, prima da giovane inviato nell'Oriente di guerre e rivoluzioni, dal Vietnam alla Cina, poi in un'Asia sempre più profonda, dalla Cambogia al Tibet, si ritrova scandito nei numerosi libri del giornalista e scrittore fiorentino, scomparso nel 2004, e si dipana anche nel nuovo libro, postumo, che è quasi un romanzo per immagini, Un mondo che non esiste più (pp. 304, 22 euro), con fotografie e testi scelti da Folco Terzani, in uscita per Longanesi il 30 settembre.
MUNDO ... ESPANHA - PANDEMIA DE OBESIDADE
Pandemia de obesidad
El sobrepeso se duplica en gran parte de la OCDE en 30 años - España, tercer país con más problemas en niños por el abandono de la dieta mediterránea
MARÍA R. SAHUQUILLO - (El País, Madrid - 25/09/2010)
La OCDE, que agrupa a los países desarrollados, habla de ella como "enemigo público número uno". La Organización Mundial de la Salud (OMS) sostiene que ha alcanzado cotas de pandemia (no infecciosa) y que afecta a casi todos los países occidentales. La obesidad se ha convertido en uno de los principales problemas sanitarios de los países industrializados. Un informe de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) revela que más del 50% de la población de sus países miembros padece sobrepeso, y que uno de cada seis es obeso. Las cifras son aún mayores en Estados Unidos y México, donde uno de cada tres adultos tiene obesidad. En España hay un dato especialmente preocupante: uno de cada tres menores de entre 13 y 14 años está por encima de su peso, un dato que ha convertido a este país en el tercero de la OCDE con mayor sobrepeso infantil. Es alarmante, porque un niño gordo se convertirá, con toda probabilidad, en un adulto enfermo de obesidad.
El gasto sanitario de una persona con esta enfermedad se dispara un 25Y de momento, nada de lo que se está haciendo parece atajar el problema. La OCDE sostiene que las políticas desarrolladas por los gobiernos para frenar la pandemia son "insuficientes". Los ministros de Sanidad de los países de esta organización analizarán el estudio a principios de octubre en París. Mientras, los expertos proponen más educación, políticas sanitarias tajantes y medidas fiscales que graven los alimentos más dañinos. Sin un paquete de medidas completo, afirman, dos de cada tres personas pueden llegar a padecer obesidad en los próximos 10 años.
Las consecuencias serían muy graves económica y socialmente. "Las personas obesas mueren entre ocho y diez años antes que las que tienen un peso normal. Además, cada 15 kilos de más aumenta el riesgo de muerte temprana un 30%", apunta el economista especializado en sanidad y director del estudio de la OCDE La obesidad y la economía de la prevención, Franco Sassi. Esta enfermedad está muchas veces acompañada de otras evitables como la diabetes, los problemas cardiovasculares o incluso algunos tipos de cáncer. Además, apunta la OCDE, la obesidad es una enfermedad cara. Los gastos de atención médica para personas obesas son, al menos, un 25% mayores que para gente de peso normal. En España, por ejemplo, esta enfermedad representa, según el Ministerio de Sanidad, el 7% del gasto sanitario español, unos 2.500 millones de euros. Una cifra nada desdeñable.
Esta situación, que según la radiografía de la OCDE ha ido aumentando sin descanso desde los años ochenta, no tiene visos de cambiar. Es más, los expertos de la organización alertan de que, si las cosas siguen así, de aquí a 10 años la proporción de adultos con sobrepeso habrá aumentado, como mínimo, un 10% de media en todos los países.
Del informe destacan las cifras de EE UU. Sin embargo, sus porcentajes, aunque alarmantes, no sorprenden mucho a los especialistas. La obesidad en ese país lleva aumentando sin freno desde hace décadas. Saltan a la vista, por contra, los datos de España o Italia, que han hecho de su alimentación tradicional, la dieta mediterránea, su bandera. "El problema es que la dieta mediterránea ya no se sigue", apunta Roberto Sabrido, director general de la Agencia Española de Seguridad Alimentaria (Aesan), dependiente del Ministerio de Sanidad. "Ha cambiado nuestra manera de comer al igual que nuestra manera de vivir. Las pautas sociales y familiares", dice. Sassi comparte la opinión: "La variación se ve sobre todo en los niños. Todo ha cambiado, ya no se come en familia y los alimentos y el tiempo dedicado a la comida no es el mismo. La obesidad y el sobrepeso han aumentado a niveles sin precedentes", afirma el director del informe.
En España, el 63% de los hombres y el 45% de las mujeres tiene sobrepeso. Pero más alarmante aún es que el 33% de los niños padecen esta enfermedad. Un problema que, afirma Sabrido, va más allá de lo estético, sino que afecta gravemente a la salud. Como la OMS, habla de "pandemia no infecciosa", y alerta de que la obesidad es la segunda causa de muerte evitable, después del tabaco. "Hay que concienciar de que el chaval no está fuerte, sino obeso. En España se ha duplicado la obesidad infantojuvenil en los últimos 15 años", dice.
El entorno importa. Un niño con alguno de sus progenitores obeso tiene tres o cuatro veces más probabilidades de padecer esta enfermedad, según el estudio. Y no solo por el componente genético; la alimentación, la actitud hacia la comida y el sedentarismo también son importantes. "Vivimos en un ambiente obesogénico. No podemos cargar toda la culpa en si nos alimentamos mal. Si no nos movemos también tendremos obesidad; y los niños pasan casi tres horas al día frente al televisor o la videoconsola", dice el director de la Aesan.
Sassi también pone el acento en el problema de la obesidad infantil. Cree que nada de lo que se está haciendo es suficiente y habla de que además de firmes políticas educativas y sanitarias habría que establecer una regulación fiscal hacia los productos alimenticios que más obesidad provocan. "También hay que establecer acuerdos con la industria alimentaria", asegura.
Sabrido reconoce también que, a la vista de los datos, lo que hay es insuficiente, aunque afirma que habrá que esperar al menos un lustro para saber si los planes actuales para frenar la obesidad, sobre todo en niños, están dando resultado. Se refiere, por ejemplo, a políticas como la de eliminar los bollos y los refrescos de las máquinas expendedoras y cafeterías escolares para dificultar que los niños consuman alimentos demasiado ricos en grasas y azúcares. El director de la Aesan no se muestra, sin embargo, partidario de gravar determinados alimentos. "Pueden derivar el consumo hacia otros. Lo fundamental es la educación", dice.
El informe de la OCDE apunta otro dato. La obesidad se ceba con las personas de nivel social y educativo más bajo. Sus tasas en personas con menos poder adquisitivo es mayor. Es la pescadilla que se muerde la cola, la comida basura puede ser mucho más barata en algunos países que un tipo de alimentación más sana, rica en frutas y verduras. En España, las diferencias sociales respecto a la obesidad afectan de manera importante a las mujeres, las que tienen un nivel de educación bajo tienen una probabilidad 3,5 veces mayor de tener sobrepeso que aquellas con un nivel educativo más alto. La diferencia social es menor entre los hombres.
Peores perspectivas de empleo
Los problemas de salud van de la mano con las peores perspectivas de trabajo para muchas personas obesas, según apunta el informe de la OCDE. Los obesos (personas con un índice de masa corporal de entre 30 y 40) suelen tener peores puestos y peores sueldos que las personas con peso normal. Las empresas prefieren contratar a candidatos que no padezcan esta enfermedad en lugar de a personas obesas, afirma esta organización. "En parte debido a expectativas de menor productividad", dicen.
Esta política contribuye a incrementar las diferencias entre empleo y salario. En Estados Unidos, por ejemplo, más del 40% de las mujeres blancas con obesidad severa (IMC de entre 40 y 50) están desempleadas. El porcentaje es de solo el 30% para el total de las mujeres.
Otro dato recogido por la OCDE: los obesos ganan hasta un 18% menos que las personas que no sufren esta enfermedad. "Necesitan faltar más días al trabajo, demandan más beneficios por invalidez, y tienden a ser menos productivos en el trabajo que la gente de peso normal", dice el informe. En definitiva, esta enfermedad dificulta que las personas que la sufren lleven una vida normal.
En los países del norte de Europa, las personas que sufren esta patología tienen hasta tres veces más probabilidades de recibir pensiones de invalidez; una cifra que en un país como Estados Unidos, donde el problema ha alcanzado cotas muy preocupantes, alcanza un 76% (invalidez a corto plazo). Cuando se suman las pérdidas de producción a los costes de atención médica -esta patología lleva asociadas otras como la hipertensión o la diabetes-, la obesidad equivale a más de 1% del PIB en EE UU.
El sobrepeso se duplica en gran parte de la OCDE en 30 años - España, tercer país con más problemas en niños por el abandono de la dieta mediterránea
MARÍA R. SAHUQUILLO - (El País, Madrid - 25/09/2010)
La OCDE, que agrupa a los países desarrollados, habla de ella como "enemigo público número uno". La Organización Mundial de la Salud (OMS) sostiene que ha alcanzado cotas de pandemia (no infecciosa) y que afecta a casi todos los países occidentales. La obesidad se ha convertido en uno de los principales problemas sanitarios de los países industrializados. Un informe de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) revela que más del 50% de la población de sus países miembros padece sobrepeso, y que uno de cada seis es obeso. Las cifras son aún mayores en Estados Unidos y México, donde uno de cada tres adultos tiene obesidad. En España hay un dato especialmente preocupante: uno de cada tres menores de entre 13 y 14 años está por encima de su peso, un dato que ha convertido a este país en el tercero de la OCDE con mayor sobrepeso infantil. Es alarmante, porque un niño gordo se convertirá, con toda probabilidad, en un adulto enfermo de obesidad.
El gasto sanitario de una persona con esta enfermedad se dispara un 25Y de momento, nada de lo que se está haciendo parece atajar el problema. La OCDE sostiene que las políticas desarrolladas por los gobiernos para frenar la pandemia son "insuficientes". Los ministros de Sanidad de los países de esta organización analizarán el estudio a principios de octubre en París. Mientras, los expertos proponen más educación, políticas sanitarias tajantes y medidas fiscales que graven los alimentos más dañinos. Sin un paquete de medidas completo, afirman, dos de cada tres personas pueden llegar a padecer obesidad en los próximos 10 años.
Las consecuencias serían muy graves económica y socialmente. "Las personas obesas mueren entre ocho y diez años antes que las que tienen un peso normal. Además, cada 15 kilos de más aumenta el riesgo de muerte temprana un 30%", apunta el economista especializado en sanidad y director del estudio de la OCDE La obesidad y la economía de la prevención, Franco Sassi. Esta enfermedad está muchas veces acompañada de otras evitables como la diabetes, los problemas cardiovasculares o incluso algunos tipos de cáncer. Además, apunta la OCDE, la obesidad es una enfermedad cara. Los gastos de atención médica para personas obesas son, al menos, un 25% mayores que para gente de peso normal. En España, por ejemplo, esta enfermedad representa, según el Ministerio de Sanidad, el 7% del gasto sanitario español, unos 2.500 millones de euros. Una cifra nada desdeñable.
Esta situación, que según la radiografía de la OCDE ha ido aumentando sin descanso desde los años ochenta, no tiene visos de cambiar. Es más, los expertos de la organización alertan de que, si las cosas siguen así, de aquí a 10 años la proporción de adultos con sobrepeso habrá aumentado, como mínimo, un 10% de media en todos los países.
Del informe destacan las cifras de EE UU. Sin embargo, sus porcentajes, aunque alarmantes, no sorprenden mucho a los especialistas. La obesidad en ese país lleva aumentando sin freno desde hace décadas. Saltan a la vista, por contra, los datos de España o Italia, que han hecho de su alimentación tradicional, la dieta mediterránea, su bandera. "El problema es que la dieta mediterránea ya no se sigue", apunta Roberto Sabrido, director general de la Agencia Española de Seguridad Alimentaria (Aesan), dependiente del Ministerio de Sanidad. "Ha cambiado nuestra manera de comer al igual que nuestra manera de vivir. Las pautas sociales y familiares", dice. Sassi comparte la opinión: "La variación se ve sobre todo en los niños. Todo ha cambiado, ya no se come en familia y los alimentos y el tiempo dedicado a la comida no es el mismo. La obesidad y el sobrepeso han aumentado a niveles sin precedentes", afirma el director del informe.
En España, el 63% de los hombres y el 45% de las mujeres tiene sobrepeso. Pero más alarmante aún es que el 33% de los niños padecen esta enfermedad. Un problema que, afirma Sabrido, va más allá de lo estético, sino que afecta gravemente a la salud. Como la OMS, habla de "pandemia no infecciosa", y alerta de que la obesidad es la segunda causa de muerte evitable, después del tabaco. "Hay que concienciar de que el chaval no está fuerte, sino obeso. En España se ha duplicado la obesidad infantojuvenil en los últimos 15 años", dice.
El entorno importa. Un niño con alguno de sus progenitores obeso tiene tres o cuatro veces más probabilidades de padecer esta enfermedad, según el estudio. Y no solo por el componente genético; la alimentación, la actitud hacia la comida y el sedentarismo también son importantes. "Vivimos en un ambiente obesogénico. No podemos cargar toda la culpa en si nos alimentamos mal. Si no nos movemos también tendremos obesidad; y los niños pasan casi tres horas al día frente al televisor o la videoconsola", dice el director de la Aesan.
Sassi también pone el acento en el problema de la obesidad infantil. Cree que nada de lo que se está haciendo es suficiente y habla de que además de firmes políticas educativas y sanitarias habría que establecer una regulación fiscal hacia los productos alimenticios que más obesidad provocan. "También hay que establecer acuerdos con la industria alimentaria", asegura.
Sabrido reconoce también que, a la vista de los datos, lo que hay es insuficiente, aunque afirma que habrá que esperar al menos un lustro para saber si los planes actuales para frenar la obesidad, sobre todo en niños, están dando resultado. Se refiere, por ejemplo, a políticas como la de eliminar los bollos y los refrescos de las máquinas expendedoras y cafeterías escolares para dificultar que los niños consuman alimentos demasiado ricos en grasas y azúcares. El director de la Aesan no se muestra, sin embargo, partidario de gravar determinados alimentos. "Pueden derivar el consumo hacia otros. Lo fundamental es la educación", dice.
El informe de la OCDE apunta otro dato. La obesidad se ceba con las personas de nivel social y educativo más bajo. Sus tasas en personas con menos poder adquisitivo es mayor. Es la pescadilla que se muerde la cola, la comida basura puede ser mucho más barata en algunos países que un tipo de alimentación más sana, rica en frutas y verduras. En España, las diferencias sociales respecto a la obesidad afectan de manera importante a las mujeres, las que tienen un nivel de educación bajo tienen una probabilidad 3,5 veces mayor de tener sobrepeso que aquellas con un nivel educativo más alto. La diferencia social es menor entre los hombres.
Peores perspectivas de empleo
Los problemas de salud van de la mano con las peores perspectivas de trabajo para muchas personas obesas, según apunta el informe de la OCDE. Los obesos (personas con un índice de masa corporal de entre 30 y 40) suelen tener peores puestos y peores sueldos que las personas con peso normal. Las empresas prefieren contratar a candidatos que no padezcan esta enfermedad en lugar de a personas obesas, afirma esta organización. "En parte debido a expectativas de menor productividad", dicen.
Esta política contribuye a incrementar las diferencias entre empleo y salario. En Estados Unidos, por ejemplo, más del 40% de las mujeres blancas con obesidad severa (IMC de entre 40 y 50) están desempleadas. El porcentaje es de solo el 30% para el total de las mujeres.
Otro dato recogido por la OCDE: los obesos ganan hasta un 18% menos que las personas que no sufren esta enfermedad. "Necesitan faltar más días al trabajo, demandan más beneficios por invalidez, y tienden a ser menos productivos en el trabajo que la gente de peso normal", dice el informe. En definitiva, esta enfermedad dificulta que las personas que la sufren lleven una vida normal.
En los países del norte de Europa, las personas que sufren esta patología tienen hasta tres veces más probabilidades de recibir pensiones de invalidez; una cifra que en un país como Estados Unidos, donde el problema ha alcanzado cotas muy preocupantes, alcanza un 76% (invalidez a corto plazo). Cuando se suman las pérdidas de producción a los costes de atención médica -esta patología lleva asociadas otras como la hipertensión o la diabetes-, la obesidad equivale a más de 1% del PIB en EE UU.
BRASIL URBANO DESIGUAL
BRASIL URBANO DESIGUAL
SP abriga 14 das 15 cidades mais desenvolvidas do país
PEDRO SOARES
DO RIO
(Folha de S. Paulo, S. Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010, p.C4)
Bons indicadores em saúde e educação e um maior dinamismo no mercado de trabalho formal em 2007 levaram Araraquara (SP) ao topo do ranking das cidades mais desenvolvidas do país, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal.
Também num patamar de alto desenvolvimento em relação à realidade nacional, as igualmente paulistas Indaiatuba e Vinhedo ficaram em 2º e 3º, respectivamente.
Dos 15 mais altos índices municipais, 14 estavam, em 2007, em São Paulo e apenas um no Rio: Macaé (11º lugar).
Lançado em 2005, o IFDM abarca três dimensões do desenvolvimento (emprego e renda, saúde e educação) e se assemelha ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Usa indicadores oficiais como mortalidade infantil, consultas de pré-natal, abertura de vagas formais e matrículas no ensino infantil.
Líder em 2006, São Caetano do Sul caiu para 13º pela piora do mercado de trabalho. 'As 15 primeiras estão muito parelhas e qualquer evolução muda a posição', diz Luciana Sá, diretora de Desenvolvimento Econômico da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Todas as cidades no topo estão no interior. Mais bem classificada entre as capitais, Curitiba surge em 47º lugar.
O país, como um todo, avançou 1,4%, na esteira principalmente da evolução em educação (alta de 4,4%).
Das 500 cidades com pior desenvolvimento, 413 estavam no Nordeste. Já São Paulo concentrava 263 das 500 mais desenvolvidas. A única cidade da região Norte entre as 500 primeiras é a paraense Parauapebas (311ª), em razão dos empregos na mineração.
Entre as capitais, a distância se repete: as mais desenvolvidas eram Curitiba (PR), Vitória (ES) e São Paulo, que perdeu o 2º lugar devido ao menor dinamismo do mercado de trabalho; Rio Branco (AC) tinha o pior índice.
Pouco menos de um terço da população (56 milhões de pessoas ou 31%) vivia, em 2007, em cidades com alto grau de desenvolvimento, contra só 0,9% em 2000.
O grande salto se deu com o ingresso de Rio e São Paulo --17 milhões vivem nas duas cidades--, entre 2000 e 2005, no rol dos municípios mais desenvolvidos graças à melhora do emprego e renda.
Outros 40 milhões viviam em condições precárias. SP, PR e RJ lideraram em 2007. Alagoas era o pior Estado.
Para a economista Sônia Rocha, do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), índices como o IDH e o da Firjan "comparam realidades incomparáveis" ao usarem os mesmos critérios de avaliação para cidades como São Paulo e Araraquara.
Mas ela reconhece avanços. "Estamos, desde 2004, num período de ouro. Aos indicadores sociais, que vinham melhorando de forma sustentada, se juntaram excelentes resultados em criação de postos de trabalho, nível e distribuição de renda e formalização do emprego."
SP abriga 14 das 15 cidades mais desenvolvidas do país
PEDRO SOARES
DO RIO
(Folha de S. Paulo, S. Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010, p.C4)
Bons indicadores em saúde e educação e um maior dinamismo no mercado de trabalho formal em 2007 levaram Araraquara (SP) ao topo do ranking das cidades mais desenvolvidas do país, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal.
Também num patamar de alto desenvolvimento em relação à realidade nacional, as igualmente paulistas Indaiatuba e Vinhedo ficaram em 2º e 3º, respectivamente.
Dos 15 mais altos índices municipais, 14 estavam, em 2007, em São Paulo e apenas um no Rio: Macaé (11º lugar).
Lançado em 2005, o IFDM abarca três dimensões do desenvolvimento (emprego e renda, saúde e educação) e se assemelha ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Usa indicadores oficiais como mortalidade infantil, consultas de pré-natal, abertura de vagas formais e matrículas no ensino infantil.
Líder em 2006, São Caetano do Sul caiu para 13º pela piora do mercado de trabalho. 'As 15 primeiras estão muito parelhas e qualquer evolução muda a posição', diz Luciana Sá, diretora de Desenvolvimento Econômico da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Todas as cidades no topo estão no interior. Mais bem classificada entre as capitais, Curitiba surge em 47º lugar.
O país, como um todo, avançou 1,4%, na esteira principalmente da evolução em educação (alta de 4,4%).
Das 500 cidades com pior desenvolvimento, 413 estavam no Nordeste. Já São Paulo concentrava 263 das 500 mais desenvolvidas. A única cidade da região Norte entre as 500 primeiras é a paraense Parauapebas (311ª), em razão dos empregos na mineração.
Entre as capitais, a distância se repete: as mais desenvolvidas eram Curitiba (PR), Vitória (ES) e São Paulo, que perdeu o 2º lugar devido ao menor dinamismo do mercado de trabalho; Rio Branco (AC) tinha o pior índice.
Pouco menos de um terço da população (56 milhões de pessoas ou 31%) vivia, em 2007, em cidades com alto grau de desenvolvimento, contra só 0,9% em 2000.
O grande salto se deu com o ingresso de Rio e São Paulo --17 milhões vivem nas duas cidades--, entre 2000 e 2005, no rol dos municípios mais desenvolvidos graças à melhora do emprego e renda.
Outros 40 milhões viviam em condições precárias. SP, PR e RJ lideraram em 2007. Alagoas era o pior Estado.
Para a economista Sônia Rocha, do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), índices como o IDH e o da Firjan "comparam realidades incomparáveis" ao usarem os mesmos critérios de avaliação para cidades como São Paulo e Araraquara.
Mas ela reconhece avanços. "Estamos, desde 2004, num período de ouro. Aos indicadores sociais, que vinham melhorando de forma sustentada, se juntaram excelentes resultados em criação de postos de trabalho, nível e distribuição de renda e formalização do emprego."
CRÔNICA DE 26/ SET - RENOVAR, ESTE É O CÓDIGO
CRÔNICA DE 26 DE SETEMBRO - RENOVAR, ESTE É O CÓDIGO
Domingo é dia de renovação. Expressiva maioria das pessoas renova a semana após cinco ou seis dias de trabalho. Para os religiosos, domingo é também dia de renovar a fé e o compromisso com o Ser Supremo.
Há quem visite a(o) sogra(o) todos os domingos ... cumprindo a renovação de parentesco genro/nora - sogro/sogra ... não podendo faltar a cerveja, o almoço e um instransferível relatório de como foi a semana que passou e os projetos para a que virá. Não dá outra. Filhos são arrastados, com maior ou menor força, para ver os avós.
E a escola, e o trabalho? Hora de colocar as fofocas em dia, visitantes e visitados se agrupam na sala, o androceu (futebol, eleições próximas, carestia), e no quarto maior o gineceu (maridos, filhos, roupas, vizinhos).
Qual domingo, todos os domingos? Não; domingos alternados; um domingo sim, o outro também ... muda só o endereço dos sogros.
A sogra de um amigo meu costuma dizer que "domingo sem filhos, genros, noras e netos, sem ensopado de frango e TV ligada em programas de auditórios ... não é domingo."
Final da tarde, todos voltam sob protestos dos visitados que sempre acham que "ainda é cedo". Final do ano, aniversários e Natal em família ... um dia tudo isso cansa.
Um dia alguém lembra de Aristóteles, bem entendido o filósofo grego, que dizia que nem vício nem virtude são alcaçados através do exercício esporádico, eventual, sazonal, de atividades que levam a uma (Virtude)ou a outro (Vício).
É repetindo, com disciplina e sem cansaço, códigos e práticas de conduta que se chega à saturação ou ao entusiasmo ao domingo como espaço e tempo de renovação.
Domingo é dia de renovação. Expressiva maioria das pessoas renova a semana após cinco ou seis dias de trabalho. Para os religiosos, domingo é também dia de renovar a fé e o compromisso com o Ser Supremo.
Há quem visite a(o) sogra(o) todos os domingos ... cumprindo a renovação de parentesco genro/nora - sogro/sogra ... não podendo faltar a cerveja, o almoço e um instransferível relatório de como foi a semana que passou e os projetos para a que virá. Não dá outra. Filhos são arrastados, com maior ou menor força, para ver os avós.
E a escola, e o trabalho? Hora de colocar as fofocas em dia, visitantes e visitados se agrupam na sala, o androceu (futebol, eleições próximas, carestia), e no quarto maior o gineceu (maridos, filhos, roupas, vizinhos).
Qual domingo, todos os domingos? Não; domingos alternados; um domingo sim, o outro também ... muda só o endereço dos sogros.
A sogra de um amigo meu costuma dizer que "domingo sem filhos, genros, noras e netos, sem ensopado de frango e TV ligada em programas de auditórios ... não é domingo."
Final da tarde, todos voltam sob protestos dos visitados que sempre acham que "ainda é cedo". Final do ano, aniversários e Natal em família ... um dia tudo isso cansa.
Um dia alguém lembra de Aristóteles, bem entendido o filósofo grego, que dizia que nem vício nem virtude são alcaçados através do exercício esporádico, eventual, sazonal, de atividades que levam a uma (Virtude)ou a outro (Vício).
É repetindo, com disciplina e sem cansaço, códigos e práticas de conduta que se chega à saturação ou ao entusiasmo ao domingo como espaço e tempo de renovação.
sábado, 25 de setembro de 2010
VERDE GENTE, Vicente D. Moreira
VERDE GENTE
Quero ver o sol atrás do muro
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca sem pó, nem
fumaça
Quero um mundo feito sem porta ou
vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável
Quero voar de mãos dadas com você
Ganhar o espaço em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris
Quero rodar nas asas do girassol
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aço
Beijar de leve a face da lua
(“Quero”, de Thomas Roth)
Vicente D. Moreira
Este é o primeiro fim de semana da Primavera de 2010. Das quatro estações a Primavera se oferece, com mais vigor, como arquétipo da renovação dos tempos, da natureza, da vida enfim.
Renovação sim,; não (re)fundação do Mundo. Pois é na plenitude do Verão (hemisfério Sul) ou do Inverno (hemisfério Norte) que a tarefa de ‘(re)inaugurar’ o Mundo mobiliza os humanos do Ocidente. Mobilizam-se para cumprir a imitação dos mitos e deuses criadores do Universo. Como acontece no Ocidente, humanos se entregam às vestes brancas e aos fogos de artifício (Luz), e aos comes e bebes (Pães e Águas) no eterno retorno do Ano Novo (31 de dezembro/1º de janeiro) à imitação do “Fiat Lux” (“Faça-se a Luz!”) ... a palavra ‘mágica’ utilizada por Deus para fazer nascer a luz, fazê-la prevalecer sobre as trevas ... fazer enfim nascer o Universo ... este nosso “Mundo vasto Mundo” como o mediu, com a régua e o compasso do lirismo, o poeta Carlos Drummond de Andrade.
A chamada, com toda razão, “estação das flores” tem merecido a especial atenção dionisíaca de poetas e, também, de músicos, compositores e poetas. O universo da música erudita não é apenas sonoro. É também visual, às vezes gris, às vezes colorido; para que, de joelhos, bebamos este universo por todos os poros. Dois cálices primaveris: a pictórica “As Quatro Estações” de Vivaldi e “A Sagração da Primavera”, de Istravinsky; a “A Sagração da Primavera”, e seu deslumbrante conjunto sagrado de oito trompas em meio às divindades de trinta e oito instrumentos de sopro.
Quem os ouvir os verá. Quem os beber se embriagará como um Dionísio secular.
A Primavera faz concessões, de alta e altiva dignidades, aos saudosistas e aos nostálgicos do Inverno e, outrossim, aos ansiosos pelo Verão. E pinta colorido e sorridente campos e cidades.
As cidades recebem a Primavera com festas, cabelos floridos, passeios, “dias da árvore”, “semanas ambientais” concertos a céu aberto … enfim com uma alegria mais serena mas não menos ruidosa que o alvoroço e a nudez dos corpos com que ela faz sala para a chegada do Verão.
‘”Que triste não saber florir” – lamenta Alberto Caeiro/Fernando Pessoa (“O guardador de Rebannhos" – XXXVI):
E há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!…
Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!…
Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.
Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,
E olho para as flores e sorrio…
Não sei se elas me compreendem
Nem se eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade
De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao colo pelas Estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos
E não termos sonhos no nosso sono.
“Que triste não saber florir”, lamentamos ao lado de Caeiro/Pessoa, mas a vida continua e as cidades pensam - como quem tem dificuldade de respirar e como em nenhuma outra estação – suas questões ambientais. São tantas: fumaça produzida por indústrias, ônibus (autocarros) e automóveis, esgotamentos avant la lettre de rios, lagoas, nascentes, a cegueira de tanto ver escândalos visuais hediondos … a “cidade em lugar da floresta” e não “a floresta em lugar da cidade”.
O verde “que te quiero verde” (Lorca), “a floresta em lugar da cidade” (na composição de Roth imortalizada por Ellis Regina) fazem a (justa) apologia do “verde”. O que são o “verde”? São as árvores, arbustos, gramas, folhas e flores multicores … Não raras vezes, no (meio) ambiente urbano o verde faz sombra a outros problemas; é como se apenas uma única árvore impedisse a visão das outras árvores da floresta.
Sinto falta do retorno de uma discussão em que urbanistas, arquitetos, autoridades políticas, planejadores … discutiam mais environnement que ambiente. Quero o retorno dessa discussão não em lugar de outros temas e abordagens. Environnement era (continuará sendo?) traduzido, não sem imperfeições - “Traduttore tradittori” / “Todo tradutor é um traidor” – por ambiência. Por um conteúdo humano – diríamos sustentável (?!) – do (meio) ambiente urbano.
Sei de cidades brasileiras que fecharam, a sete chaves, e à visitação pública imensos e riquíssimos parques florestais e animais. Fechar esses ‘paraísos’ urbanos, impedindo que jovens e idosos possam aprender, na prática e sob a luz do sol, o que é Educação Ambiental, não me parece uma boa prática. Que verde é esse que não tem gente? Onde gente não pode entrar?
Do outro lado da rua, qualquer praça de qualquer tamanho que se construa ou se reforme pode até não oferecer à comunidade equipamentos de lazer ativo (balanços, pranchas para abdominais, gangorras, argolas para exercícios físicos, escorregadeiras, mesas de jogos …) ou contemplativo (bancos, muradas, ‘para corpos’ …) …
… mas ai de quem não oferecer algum verde aos nossos olhos e aos nossos pés !!!
Quero ver o sol atrás do muro
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca sem pó, nem
fumaça
Quero um mundo feito sem porta ou
vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável
Quero voar de mãos dadas com você
Ganhar o espaço em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris
Quero rodar nas asas do girassol
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aço
Beijar de leve a face da lua
(“Quero”, de Thomas Roth)
Vicente D. Moreira
Este é o primeiro fim de semana da Primavera de 2010. Das quatro estações a Primavera se oferece, com mais vigor, como arquétipo da renovação dos tempos, da natureza, da vida enfim.
Renovação sim,; não (re)fundação do Mundo. Pois é na plenitude do Verão (hemisfério Sul) ou do Inverno (hemisfério Norte) que a tarefa de ‘(re)inaugurar’ o Mundo mobiliza os humanos do Ocidente. Mobilizam-se para cumprir a imitação dos mitos e deuses criadores do Universo. Como acontece no Ocidente, humanos se entregam às vestes brancas e aos fogos de artifício (Luz), e aos comes e bebes (Pães e Águas) no eterno retorno do Ano Novo (31 de dezembro/1º de janeiro) à imitação do “Fiat Lux” (“Faça-se a Luz!”) ... a palavra ‘mágica’ utilizada por Deus para fazer nascer a luz, fazê-la prevalecer sobre as trevas ... fazer enfim nascer o Universo ... este nosso “Mundo vasto Mundo” como o mediu, com a régua e o compasso do lirismo, o poeta Carlos Drummond de Andrade.
A chamada, com toda razão, “estação das flores” tem merecido a especial atenção dionisíaca de poetas e, também, de músicos, compositores e poetas. O universo da música erudita não é apenas sonoro. É também visual, às vezes gris, às vezes colorido; para que, de joelhos, bebamos este universo por todos os poros. Dois cálices primaveris: a pictórica “As Quatro Estações” de Vivaldi e “A Sagração da Primavera”, de Istravinsky; a “A Sagração da Primavera”, e seu deslumbrante conjunto sagrado de oito trompas em meio às divindades de trinta e oito instrumentos de sopro.
Quem os ouvir os verá. Quem os beber se embriagará como um Dionísio secular.
A Primavera faz concessões, de alta e altiva dignidades, aos saudosistas e aos nostálgicos do Inverno e, outrossim, aos ansiosos pelo Verão. E pinta colorido e sorridente campos e cidades.
As cidades recebem a Primavera com festas, cabelos floridos, passeios, “dias da árvore”, “semanas ambientais” concertos a céu aberto … enfim com uma alegria mais serena mas não menos ruidosa que o alvoroço e a nudez dos corpos com que ela faz sala para a chegada do Verão.
‘”Que triste não saber florir” – lamenta Alberto Caeiro/Fernando Pessoa (“O guardador de Rebannhos" – XXXVI):
E há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!…
Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!…
Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.
Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,
E olho para as flores e sorrio…
Não sei se elas me compreendem
Nem se eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade
De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao colo pelas Estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos
E não termos sonhos no nosso sono.
“Que triste não saber florir”, lamentamos ao lado de Caeiro/Pessoa, mas a vida continua e as cidades pensam - como quem tem dificuldade de respirar e como em nenhuma outra estação – suas questões ambientais. São tantas: fumaça produzida por indústrias, ônibus (autocarros) e automóveis, esgotamentos avant la lettre de rios, lagoas, nascentes, a cegueira de tanto ver escândalos visuais hediondos … a “cidade em lugar da floresta” e não “a floresta em lugar da cidade”.
O verde “que te quiero verde” (Lorca), “a floresta em lugar da cidade” (na composição de Roth imortalizada por Ellis Regina) fazem a (justa) apologia do “verde”. O que são o “verde”? São as árvores, arbustos, gramas, folhas e flores multicores … Não raras vezes, no (meio) ambiente urbano o verde faz sombra a outros problemas; é como se apenas uma única árvore impedisse a visão das outras árvores da floresta.
Sinto falta do retorno de uma discussão em que urbanistas, arquitetos, autoridades políticas, planejadores … discutiam mais environnement que ambiente. Quero o retorno dessa discussão não em lugar de outros temas e abordagens. Environnement era (continuará sendo?) traduzido, não sem imperfeições - “Traduttore tradittori” / “Todo tradutor é um traidor” – por ambiência. Por um conteúdo humano – diríamos sustentável (?!) – do (meio) ambiente urbano.
Sei de cidades brasileiras que fecharam, a sete chaves, e à visitação pública imensos e riquíssimos parques florestais e animais. Fechar esses ‘paraísos’ urbanos, impedindo que jovens e idosos possam aprender, na prática e sob a luz do sol, o que é Educação Ambiental, não me parece uma boa prática. Que verde é esse que não tem gente? Onde gente não pode entrar?
Do outro lado da rua, qualquer praça de qualquer tamanho que se construa ou se reforme pode até não oferecer à comunidade equipamentos de lazer ativo (balanços, pranchas para abdominais, gangorras, argolas para exercícios físicos, escorregadeiras, mesas de jogos …) ou contemplativo (bancos, muradas, ‘para corpos’ …) …
… mas ai de quem não oferecer algum verde aos nossos olhos e aos nossos pés !!!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O Dia Mundial Sem Carro foi um fracasso?
O Dia Mundial Sem Carro foi um fracasso? A resposta é NÃO!
By Carlos Kiwi Quinta-feira 23/9/2010 13:48 BRT
Segundo a pesquisa "Nossa São Paulo/Ibope - Dia Mundial Sem Carro 2010", quase sete em cada dez paulistanos (68%) avaliam o trânsito em São Paulo como ruim ou péssimo. Em média, o motorista gasta diariamente 2 horas e 42 minutos no deslocamento para todas as suas atividades. Mesmo assim, no dia (22) que se comemorou o Dia Mundial Sem Carro, houve pouca adesão das pessoas nas principais capitais do Brasil.
Na cidade do Rio de Janeiro, segundo a prefeitura, apenas 3,5% da população optou por deixar seu carro na garagem e utilizar algum outro tipo de transporte. Em São Paulo não tivemos ainda nenhum dado oficial a respeito da adesão, mas com certeza o paulistano ainda não abraçou a causa, já que às 19hs do dia 22 havia 112km de congestionamento na cidade, ou seja, dentro do “normal” de todos os dias.
O Dia Mundial Sem Carro foi um fracasso? A resposta é NÃO! Não pois a cada ano mais e mais pessoas buscam organizar eventos e ações que tentam conscientizar as pessoas da importância de deixar o carro em casa e optar por outros tipos de transporte.
Ações que mostram que não temos mais espaço para os carros e que podemos e devemos lutar por nossos direitos como mais ciclovias ou mais qualidade e estrutura para o transporte público.
Dentre as ações realizadas no Dia Mundial Sem Carro, destaco as seguintes:
Café dos ciclistas
Com o objetivo de valorizar e incentivar o uso da bicicleta no Dia Mundial Sem Carro, a Ciclocidade, promoveu um café da manhã em plena Av. Paulista, onde todos os ciclistas eram recebidos com um lanche e ainda recebiam dicas para pedalar em segurança pelas ruas de São Paulo.
Bois e cavalos
Com o objetivo de protestar pelo Dia Mundial Sem Carro, bois e cavalos (devidamente montados), disputaram espaço com motoristas em plena av. Paulista, mostrando que esse meio de locomoção diferenciado também pode compartilhar seu espaço nas grandes cidades.
Yahoo! Social Bike / LokoBikers
Para fechar o Dia Mundial Sem Carro o grupo noturno de ciclistas LokoBikers em conjunto com o projeto Yahoo! Social Bike, saiu pelas ruas de São Paulo para se divertir, promover a bicicleta e mostrar que não cabe mais carros nas ruas e que “as magrelas” podem ser uma das melhores opções de transporte. O passeio contou com a participação de 150 ciclistas divididos em homens, mulheres, crianças e organizadores. O passeio partiu do Parque das Bicicletas na região do Ibirapuera ás 21h20 e percorreu as principais ruas e avenidas da Cidade de São Paulo, passando por pontos turísticos e importantes da cidade, que normalmente não temos a oportunidade de apreciar com calma e muito menos a noite, quando eles ficam ainda mais bonito. Pontos como a Praça Roosevelt, Teatro Municipal, Viaduto do Chá, Praça da Sé, Pátio do Colégio, Mosteiro de São Bento, entre outros.
O passeio correu sem problemas e a todo momento era possível ver no rosto das pessoas aquele sentimento de realização e novidade. A todo momento, os guias também estavam sempre organizando a massa e aproveitavam para passar dicas de segurança e comportamento nas ruas da cidade de São Paulo. Destaque para a Polícia Militar de São Paulo, que em vários momentos do passeio nos ajudou a segurar o transito e fechar determinados cruzamentos... uma surpresa agradável!
Foram 30km de passeio, 4 horas de duração e o encerramento no próprio Parque das Bicicletas. Todos foram e todos voltaram em total segurança e com o sentimento que a bicicleta aos poucos está ganhando seu espaço que é de direito. E mostrando a todos que o Dia Mundial Sem Carro deve ser praticado por todos em todos os dias.
Ano que vem tem mais e espero que mais gente saia pedalando.
By Carlos Kiwi Quinta-feira 23/9/2010 13:48 BRT
Segundo a pesquisa "Nossa São Paulo/Ibope - Dia Mundial Sem Carro 2010", quase sete em cada dez paulistanos (68%) avaliam o trânsito em São Paulo como ruim ou péssimo. Em média, o motorista gasta diariamente 2 horas e 42 minutos no deslocamento para todas as suas atividades. Mesmo assim, no dia (22) que se comemorou o Dia Mundial Sem Carro, houve pouca adesão das pessoas nas principais capitais do Brasil.
Na cidade do Rio de Janeiro, segundo a prefeitura, apenas 3,5% da população optou por deixar seu carro na garagem e utilizar algum outro tipo de transporte. Em São Paulo não tivemos ainda nenhum dado oficial a respeito da adesão, mas com certeza o paulistano ainda não abraçou a causa, já que às 19hs do dia 22 havia 112km de congestionamento na cidade, ou seja, dentro do “normal” de todos os dias.
O Dia Mundial Sem Carro foi um fracasso? A resposta é NÃO! Não pois a cada ano mais e mais pessoas buscam organizar eventos e ações que tentam conscientizar as pessoas da importância de deixar o carro em casa e optar por outros tipos de transporte.
Ações que mostram que não temos mais espaço para os carros e que podemos e devemos lutar por nossos direitos como mais ciclovias ou mais qualidade e estrutura para o transporte público.
Dentre as ações realizadas no Dia Mundial Sem Carro, destaco as seguintes:
Café dos ciclistas
Com o objetivo de valorizar e incentivar o uso da bicicleta no Dia Mundial Sem Carro, a Ciclocidade, promoveu um café da manhã em plena Av. Paulista, onde todos os ciclistas eram recebidos com um lanche e ainda recebiam dicas para pedalar em segurança pelas ruas de São Paulo.
Bois e cavalos
Com o objetivo de protestar pelo Dia Mundial Sem Carro, bois e cavalos (devidamente montados), disputaram espaço com motoristas em plena av. Paulista, mostrando que esse meio de locomoção diferenciado também pode compartilhar seu espaço nas grandes cidades.
Yahoo! Social Bike / LokoBikers
Para fechar o Dia Mundial Sem Carro o grupo noturno de ciclistas LokoBikers em conjunto com o projeto Yahoo! Social Bike, saiu pelas ruas de São Paulo para se divertir, promover a bicicleta e mostrar que não cabe mais carros nas ruas e que “as magrelas” podem ser uma das melhores opções de transporte. O passeio contou com a participação de 150 ciclistas divididos em homens, mulheres, crianças e organizadores. O passeio partiu do Parque das Bicicletas na região do Ibirapuera ás 21h20 e percorreu as principais ruas e avenidas da Cidade de São Paulo, passando por pontos turísticos e importantes da cidade, que normalmente não temos a oportunidade de apreciar com calma e muito menos a noite, quando eles ficam ainda mais bonito. Pontos como a Praça Roosevelt, Teatro Municipal, Viaduto do Chá, Praça da Sé, Pátio do Colégio, Mosteiro de São Bento, entre outros.
O passeio correu sem problemas e a todo momento era possível ver no rosto das pessoas aquele sentimento de realização e novidade. A todo momento, os guias também estavam sempre organizando a massa e aproveitavam para passar dicas de segurança e comportamento nas ruas da cidade de São Paulo. Destaque para a Polícia Militar de São Paulo, que em vários momentos do passeio nos ajudou a segurar o transito e fechar determinados cruzamentos... uma surpresa agradável!
Foram 30km de passeio, 4 horas de duração e o encerramento no próprio Parque das Bicicletas. Todos foram e todos voltaram em total segurança e com o sentimento que a bicicleta aos poucos está ganhando seu espaço que é de direito. E mostrando a todos que o Dia Mundial Sem Carro deve ser praticado por todos em todos os dias.
Ano que vem tem mais e espero que mais gente saia pedalando.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
REGISTRO DE MEMÓRIA
REGISTRO DE MEMÓRIA
FEIRA DE SANTANNA (BAHIA - BRASIL) COMPLETOU DIA NOVE, DESTE SETEMBRO, 177 ANOS DE EMANCIPAÇÃO.
FEIRA DE SANTANA ONDE, EM 1925, NASCEU O PROF. VIVALDO DA COSTA LIMA FALECIDO E SEPULTADO ONTEM EM SALVADOR.
FEIRA DE SANTANNA (BAHIA - BRASIL) COMPLETOU DIA NOVE, DESTE SETEMBRO, 177 ANOS DE EMANCIPAÇÃO.
FEIRA DE SANTANA ONDE, EM 1925, NASCEU O PROF. VIVALDO DA COSTA LIMA FALECIDO E SEPULTADO ONTEM EM SALVADOR.
REGISTRO DE PESAR
REGISTRO DE PESAR
É COM GRADE PESAR QUE REGISTRO O FALECIMENTO DO PROFESSOR VIVADO DA COSTA LIMA, ANTROPÓLOGO, PROFESSOR APOSENTADO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, AUTOR DE VÁRIOS TRABALHOS SOBRE RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS, ALIMENTAÇÃO DENTRE OUTROS TEMAS.
O PROF. VIVALDO DA COSTA LIMA FOI SEPULTADO ONTEM, ÁS 16:30H NO CEMETÉRIO DO CAMPO SANTO - SALVADOR - BAHIA
É COM GRADE PESAR QUE REGISTRO O FALECIMENTO DO PROFESSOR VIVADO DA COSTA LIMA, ANTROPÓLOGO, PROFESSOR APOSENTADO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, AUTOR DE VÁRIOS TRABALHOS SOBRE RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS, ALIMENTAÇÃO DENTRE OUTROS TEMAS.
O PROF. VIVALDO DA COSTA LIMA FOI SEPULTADO ONTEM, ÁS 16:30H NO CEMETÉRIO DO CAMPO SANTO - SALVADOR - BAHIA
CONSTRUINDO UM FUTURO VERDE, Alan Charlton ,
CONSTRUINDO UM FUTURO VERDE
(Folha de S. Paulo, 21 septiembre 2010, p. A3)
Artigo de opinião do Embaixador Alan Charlton para o jornal Folha de São Paulo
Embaixador Alan Charlton
A coincidência de eventos esportivos traz oportunidade única para que Reino Unido e Brasil trabalhem juntos para tornar real a economia verde
As mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável continuam a ser uma prioridade política chave do novo governo britânico. O premiê, David Cameron, quer que o Reino Unido tenha "o governo mais verde de sua história".
Com o mercado global de produtos de baixo carbono previsto para crescer 4% ao ano até 2015, temos oportunidade tremenda para assegurar que nosso futuro econômico seja baseado em bens e serviços verdes, de baixo carbono, que estimulem o crescimento, gerem empregos, combatam as mudanças climáticas e fomentem a segurança energética.
O mercado de produtos e serviços verdes do Reino Unido, que vale quase R$ 1 trilhão, já emprega cerca de 900 mil pessoas, diretamente ou na cadeia de oferta mais ampla. O Reino Unido vê a transição para uma economia verde, de baixo carbono, como importante oportunidade comercial e de emprego.
Por que isso é importante para o Brasil? Os países que fizerem essa transição mais cedo -como o Brasil está fazendo com sua meta ambiciosa de reduzir suas emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020- provavelmente vão se beneficiar, tornando-se centros de baixo carbono.
Por exemplo, 81% do comércio internacional de carbono acontece em Londres. Ao encarar o desafio verde, o Brasil poderá reivindicar sua parcela do mercado crescente de bens e serviços verdes, gerando qualificações e empregos valiosos.
É essencial que o governo implemente políticas que ofereçam certezas de longo prazo às empresas. Com sua matriz energética limpa, seus biocombustíveis avançados e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, o Brasil está bem posicionado para transformar oportunidades em realidades.
O Reino Unido já tem diálogo forte com o Brasil quanto a mudanças climáticas e meio ambiente. Eu gostaria de vê-lo ampliado, para incluir o crescimento verde. O Reino Unido possui o maior mercado único no mundo de parques eólicos aquáticos e lidera na energia marinha, além de estar na vanguarda em pesquisas e desenvolvimento de baixo carbono.
As empresas britânicas querem trabalhar em parceria com suas contrapartes brasileiras, para construir relacionamentos mais fortes e fazerem juntas a transição para um mundo mais verde.
Nos próximos quatro anos, Londres vai sediar a Olimpíada de 2012, enquanto o Brasil vai sediar os Jogos em 2016 e a Copa em 2014.
A coincidência de eventos esportivos traz oportunidade única para que Reino Unido e Brasil trabalhem em conjunto para fazer da economia verde uma realidade, também ao compartilharem experiências sobre como os eventos esportivos podem ser tornados sustentáveis.
Para apoiar essa proposta, estamos lançando um programa intensificado de atividades no Brasil, sob a bandeira "UK Know How", que trará uma grande variedade de eventos comerciais, missões, seminários e mostras ligadas ao verde para o país.
Esperamos desenvolver parcerias com empresas brasileiras para garantir um futuro mais verde para ambos os nossos países.
O programa vai reunir uma gama diversificada de empresas britânicas dos setores ambiental, da construção, da infraestrutura esportiva, dos transportes de massas, tecnologia de informação e comunicações e tecnologia agrícola.
A visão do Reino Unido é a de uma economia verde, de baixo carbono, com empregos gerados pelas novas tecnologias e mercados do futuro. Com o conjunto certo de políticas, e com a adesão forte do setor privado, o Brasil tem a possibilidade de se tornar uma potência ambiental no século 21.
Tradução de CLARA ALLAIN
#######
Blog de Alan Charlton
Eu sou Alan Charlton, embaixador britânico no Brasil desde dezembro de 2008. Nasci em Nottingham no Reino Unido, uma cidade a 200 Km ao norte de Londres. Você já deve ter ouvido falar de nosso herói, Robin Hood, que lutou contra o xerife de Nottingham. Sou fã de futebol e torcedor do Nottingham Forest, equipe que já venceu duas vezes o campeonato Europeu (1980 e 1981).
Gosto das universidades. Por isso estudei em três: em Cambridge, cursei letras e línguas modernas; em Leicester, estudei educação; e em Manchester, linguística. Me formei como professor de línguas e trabalhei dois anos numa escola na Alemanha. Me tornei diplomata britânico em 1978. Desde então, trabalhei com questões relacionadas ao Oriente Médio, a unificação da Alemanha, Iraque, Bósnia e o Kosovo. Nos últimos anos, lidei com as questões globais (comércio, energia, ciência, mudanças climáticas, pobreza). Nesses 30 anos tive a oportunidade de estar em um posto em Berlim na época da queda do muro e participei da Conferencia de Paz em Dayton-EUA, em 1995. Meu último cargo, antes de ser indicado como embaixador no Brasil, foi de vice-embaixador em Washington.
Além do inglês, meu idioma, falo alemão e francês. Falava bem o árabe, mas atualmente estou um pouco enferrujado. Aprendi um pouco de português em Londres e mais tarde numa escola de línguas em Campinas. Nos próximos três anos espero aprimorar meus conhecimentos não somente do idioma, mas da cultura brasileira.
Faço questão de que a embaixada represente bem os valores britânicos, atue de maneira profissional e seja acessível aos brasileiros e britânicos. Esse é o motivo que me estimulou a escrever este blog. Para saber mais sobre o meu trabalho e minha carreira no Ministério de Relações Exteriores Britânico, acesse nosso website UK in Brazil
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(Folha de S. Paulo, 21 septiembre 2010, p. A3)
Artigo de opinião do Embaixador Alan Charlton para o jornal Folha de São Paulo
Embaixador Alan Charlton
A coincidência de eventos esportivos traz oportunidade única para que Reino Unido e Brasil trabalhem juntos para tornar real a economia verde
As mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável continuam a ser uma prioridade política chave do novo governo britânico. O premiê, David Cameron, quer que o Reino Unido tenha "o governo mais verde de sua história".
Com o mercado global de produtos de baixo carbono previsto para crescer 4% ao ano até 2015, temos oportunidade tremenda para assegurar que nosso futuro econômico seja baseado em bens e serviços verdes, de baixo carbono, que estimulem o crescimento, gerem empregos, combatam as mudanças climáticas e fomentem a segurança energética.
O mercado de produtos e serviços verdes do Reino Unido, que vale quase R$ 1 trilhão, já emprega cerca de 900 mil pessoas, diretamente ou na cadeia de oferta mais ampla. O Reino Unido vê a transição para uma economia verde, de baixo carbono, como importante oportunidade comercial e de emprego.
Por que isso é importante para o Brasil? Os países que fizerem essa transição mais cedo -como o Brasil está fazendo com sua meta ambiciosa de reduzir suas emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020- provavelmente vão se beneficiar, tornando-se centros de baixo carbono.
Por exemplo, 81% do comércio internacional de carbono acontece em Londres. Ao encarar o desafio verde, o Brasil poderá reivindicar sua parcela do mercado crescente de bens e serviços verdes, gerando qualificações e empregos valiosos.
É essencial que o governo implemente políticas que ofereçam certezas de longo prazo às empresas. Com sua matriz energética limpa, seus biocombustíveis avançados e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, o Brasil está bem posicionado para transformar oportunidades em realidades.
O Reino Unido já tem diálogo forte com o Brasil quanto a mudanças climáticas e meio ambiente. Eu gostaria de vê-lo ampliado, para incluir o crescimento verde. O Reino Unido possui o maior mercado único no mundo de parques eólicos aquáticos e lidera na energia marinha, além de estar na vanguarda em pesquisas e desenvolvimento de baixo carbono.
As empresas britânicas querem trabalhar em parceria com suas contrapartes brasileiras, para construir relacionamentos mais fortes e fazerem juntas a transição para um mundo mais verde.
Nos próximos quatro anos, Londres vai sediar a Olimpíada de 2012, enquanto o Brasil vai sediar os Jogos em 2016 e a Copa em 2014.
A coincidência de eventos esportivos traz oportunidade única para que Reino Unido e Brasil trabalhem em conjunto para fazer da economia verde uma realidade, também ao compartilharem experiências sobre como os eventos esportivos podem ser tornados sustentáveis.
Para apoiar essa proposta, estamos lançando um programa intensificado de atividades no Brasil, sob a bandeira "UK Know How", que trará uma grande variedade de eventos comerciais, missões, seminários e mostras ligadas ao verde para o país.
Esperamos desenvolver parcerias com empresas brasileiras para garantir um futuro mais verde para ambos os nossos países.
O programa vai reunir uma gama diversificada de empresas britânicas dos setores ambiental, da construção, da infraestrutura esportiva, dos transportes de massas, tecnologia de informação e comunicações e tecnologia agrícola.
A visão do Reino Unido é a de uma economia verde, de baixo carbono, com empregos gerados pelas novas tecnologias e mercados do futuro. Com o conjunto certo de políticas, e com a adesão forte do setor privado, o Brasil tem a possibilidade de se tornar uma potência ambiental no século 21.
Tradução de CLARA ALLAIN
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Blog de Alan Charlton
Eu sou Alan Charlton, embaixador britânico no Brasil desde dezembro de 2008. Nasci em Nottingham no Reino Unido, uma cidade a 200 Km ao norte de Londres. Você já deve ter ouvido falar de nosso herói, Robin Hood, que lutou contra o xerife de Nottingham. Sou fã de futebol e torcedor do Nottingham Forest, equipe que já venceu duas vezes o campeonato Europeu (1980 e 1981).
Gosto das universidades. Por isso estudei em três: em Cambridge, cursei letras e línguas modernas; em Leicester, estudei educação; e em Manchester, linguística. Me formei como professor de línguas e trabalhei dois anos numa escola na Alemanha. Me tornei diplomata britânico em 1978. Desde então, trabalhei com questões relacionadas ao Oriente Médio, a unificação da Alemanha, Iraque, Bósnia e o Kosovo. Nos últimos anos, lidei com as questões globais (comércio, energia, ciência, mudanças climáticas, pobreza). Nesses 30 anos tive a oportunidade de estar em um posto em Berlim na época da queda do muro e participei da Conferencia de Paz em Dayton-EUA, em 1995. Meu último cargo, antes de ser indicado como embaixador no Brasil, foi de vice-embaixador em Washington.
Além do inglês, meu idioma, falo alemão e francês. Falava bem o árabe, mas atualmente estou um pouco enferrujado. Aprendi um pouco de português em Londres e mais tarde numa escola de línguas em Campinas. Nos próximos três anos espero aprimorar meus conhecimentos não somente do idioma, mas da cultura brasileira.
Faço questão de que a embaixada represente bem os valores britânicos, atue de maneira profissional e seja acessível aos brasileiros e britânicos. Esse é o motivo que me estimulou a escrever este blog. Para saber mais sobre o meu trabalho e minha carreira no Ministério de Relações Exteriores Britânico, acesse nosso website UK in Brazil
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Dia Mundial sem Carro em Brasília
Brasil
22/09/2010 11h22 - Atualizado em 22/09/2010 11h23
Dia Mundial sem Carro mostra falhas no transporte público do DF
DF tem um milhão e duzentos mil carros circulando diariamente.
Falta de ciclovias também dificulta abrir mão do uso de veículos motorizados.
Do Bom Dia DF
No Dia Mundial sem Carro, comemorado nesta quarta-feira (22), os moradores do Distrito Federal enfrentam vários problemas como precariedade do transporte público e falta de ciclovias, para deixar de usar os veículos particulares.
O Dia Mundial sem Carro foi instituído na França, há dez anos, para reduzir congestionamentos e poluição. Por lá, um sistema de ciclovias e aluguel de bicicletas tirou milhares de carros das ruas.
A ideia do evento é mostrar que existem alternativas de transporte, e estimular as pessoas a, de vez em quando, deixarem o veículo particular em casa. Com isso, a população contribui com o meio ambiente e ameniza os congestionamentos.
O problema é que, para deixar o carro em casa e usar o transporte público no DF, é preciso ter coragem. Os ônibus andam sempre lotados. Cenas de coletivos quebrados e paradas lotadas são comuns. Já o metrô, que vai funcionar o dia inteiro de graça nesta quarta-feira, só atende à Asa Sul e mais quatro cidades.
A maioria da população não tem outra alternativa a não ser comprar um carro. Já são um milhão e duzentos mil circulando diariamente, provocando congestionamentos, acidentes e poluindo o ar.
saiba mais
Motoristas enfrentam trânsito lento no Rio no Dia Mundial Sem Carro Para o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Gustavo Souto Maior, a culpa é do governo, que não investe no transporte de massa. “Temos que ter um transporte coletivo de boa qualidade, temos que oferecer alternativas para as pessoas andarem mais de bicicleta e a pé”, destaca.
O borracheiro Lindomar Cruz mora em Ceilândia, uma das cidades atendidas pelo metrô, e já achou a solução que os ambientalistas querem no dia de hoje. Ele vai até a estação de bicicleta, para na Rodoviária e completa o percurso até a Asa Norte, onde trabalha, pedalando.
“Falta ciclovia. Não tem como disputar espaço com os carros. É tanto que, quando pedalo no Plano, vou por dentro das quadras”, diz Lindomar.
22/09/2010 11h22 - Atualizado em 22/09/2010 11h23
Dia Mundial sem Carro mostra falhas no transporte público do DF
DF tem um milhão e duzentos mil carros circulando diariamente.
Falta de ciclovias também dificulta abrir mão do uso de veículos motorizados.
Do Bom Dia DF
No Dia Mundial sem Carro, comemorado nesta quarta-feira (22), os moradores do Distrito Federal enfrentam vários problemas como precariedade do transporte público e falta de ciclovias, para deixar de usar os veículos particulares.
O Dia Mundial sem Carro foi instituído na França, há dez anos, para reduzir congestionamentos e poluição. Por lá, um sistema de ciclovias e aluguel de bicicletas tirou milhares de carros das ruas.
A ideia do evento é mostrar que existem alternativas de transporte, e estimular as pessoas a, de vez em quando, deixarem o veículo particular em casa. Com isso, a população contribui com o meio ambiente e ameniza os congestionamentos.
O problema é que, para deixar o carro em casa e usar o transporte público no DF, é preciso ter coragem. Os ônibus andam sempre lotados. Cenas de coletivos quebrados e paradas lotadas são comuns. Já o metrô, que vai funcionar o dia inteiro de graça nesta quarta-feira, só atende à Asa Sul e mais quatro cidades.
A maioria da população não tem outra alternativa a não ser comprar um carro. Já são um milhão e duzentos mil circulando diariamente, provocando congestionamentos, acidentes e poluindo o ar.
saiba mais
Motoristas enfrentam trânsito lento no Rio no Dia Mundial Sem Carro Para o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Gustavo Souto Maior, a culpa é do governo, que não investe no transporte de massa. “Temos que ter um transporte coletivo de boa qualidade, temos que oferecer alternativas para as pessoas andarem mais de bicicleta e a pé”, destaca.
O borracheiro Lindomar Cruz mora em Ceilândia, uma das cidades atendidas pelo metrô, e já achou a solução que os ambientalistas querem no dia de hoje. Ele vai até a estação de bicicleta, para na Rodoviária e completa o percurso até a Asa Norte, onde trabalha, pedalando.
“Falta ciclovia. Não tem como disputar espaço com os carros. É tanto que, quando pedalo no Plano, vou por dentro das quadras”, diz Lindomar.
ARBORIZAÇÃO URBANA (2 - FINAL)
ARBORIZAÇÃO URBANA (2 - FINAL)
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Meteorologia – Universidade Federal do Pará (Pará - Belem – Brasil)
Esse artigo publicado em 2/10/2008 por Jairo Augusto Nogueira Pinheiro em http://www.webartigos.com
Nota do Blog
Em sua postagem de ontem, e de hoje (22 de setembro), o Blog http://www.viverascidades.blogspot.com inseriu, em homenagem à Primavera, trechos do “Poema Sonâmbulo” (original e tradução) do poeta e dramturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936)
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.
Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
—
(continuação)
4.3. ECOSSISTEMAS URBANOS
A uniformização da vegetação nos centros urbanos constitui um dos maiores perigos para o equilíbrio ecológico da Terra e deve ser evitada. A diversidade das espécies vegetais é condição básica para a sobrevivência da fauna e o equilíbrio ecológico.
As cidades que não diversificarem sua vegetação poderão se transformar em desertos verdes. Cada cidade deveria dar prioridade ás espécies nativas da região. Quando isso acontecer, os turistas terão maior prazer ao visitá-las, pois elas apresentarão aspectos distintos e típicos de sua vegetação.
5. SITUAÇÃO DAS ÁRVORES PÚBLICAS
Embora sejam inúmeros os benefícios proporcionados pelas árvores, o reconhecimento histórico destes pela população brasileira tem deixado a desejar.
Mesmo atualmente, as árvores das ruas e avenidas continuam sendo danificadas, mutiladas, ou mesmo, eliminadas, quando se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais.
As árvores podadas têm seu aspecto original alterado e jamais satisfarão as exigências impostas pela estética e ciência, embora possam satisfazer às exigências que lhes são feitas pela salubridade pública. Portanto, é bom que tenhamos árvores com seu porte natural, e para tê-las, é necessários que lhes proporcionemos o espaço correspondente à sua natureza (Hoehne,1944).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As paisagens estão em constante transformação, tanto no contexto ecológico quanto no contexto cultural. Ao planejar paisagens, devem ser considerados o contexto temporal e espacial, a história, as fases ecológicas e os períodos culturais, justamente para se adequar ao dinamismo dessa mudança de paisagens (Marcucci,2000).
Os requisitos básicos são planejar harmoniosamente e concomitantemente a arborização e as intervenções urbanas, programar o atendimento permanente das necessidades da arborização e assegurar condições essenciais à concretização dos programas de arborização (Mesquita,1996).
A pesquisa e o desenvolvimento são ferramentas importantes para a evolução do planejamento, adequação, implantação e manejo de árvores urbanas. As pesquisas devem contribuir para o estímulo da discussão científica e intelectual do presente e do futuro da vegetação urbana de um modo geral.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, T.O. de. Inventário e análise da arborização viária da estância turística de Campos do Jordão, SP. 2002. 112f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.
BIANCHI, C.G. Caracterização e análise das áreas verdes urbanas de Jaboticabal-SP. Jaboticabal, 1989. 56 p. Monografia (Graduação)- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista " Júlio de Mesquita Filho".
FARAH, I.M.C. Arborização urbana e sua inserção no desenho urbano. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3, p.6, 1999.
FURTADO, A. E.; MELLO FILHO, L. E. A interação microclima, paisagismo e arquitetura. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3., p.9, 1999.
HOEHNE, F.C. Arborização urbana. São Paulo: Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, 1944. 215 p.
LANG, E. Como fazer sombra na entrada de casa. Folha de São Paulo, 02 nov. 2000. Folha Equilíbrio p.6.
LIMA, A.M.L. Piracicaba, SP: Análise da arborização viária na área central e em seu entorno. Piracicaba, 1993. 238 p. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.
LOMBARDO, M.A. Vegetação e clima. In: ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 3.,Curitiba,1990. Resumos. Curitiba: FUPEF, 1990.p.1-13.
MARCUCCI, D.J. landscape history as a planning tool. Landscape and Urban Planning, n.49, p. 67-81, 2000.
MARTINS JUNIOR, O.P. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: A B Editora, 1996. 224 p.
MESQUITA, L. B. Arborização do Recife: notas técnicas para ajustes na execução e manutenção. Recife: Secretaria do Planejamento Urbano e Ambiental da Prefeitura da cidade do Recife, 1996. 88 p.
MILANO, M. S. Avaliação e Análise da arborização de ruas de Curitiba-PR. Curitiba, 1984. 130 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Paraná.
PEDROSA, J.B. Arborização de cidades e rodovias. Belo Horizonte: IEF, 1983. 64 p.
PIVETTA, K. F.L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Série Arborização Urbana. Unesp, Fcav, Funep. Jaboticabal, SP, 2002.
SEGAWA, H. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1996. 240p.
TERRA, C.G. Os jardins no Brasil no século XIX: Glaziou revisitado.2.ed. Rio de Janeiro: EBA, UFRJ, 2000.
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Meteorologia – Universidade Federal do Pará (Pará - Belem – Brasil)
Esse artigo publicado em 2/10/2008 por Jairo Augusto Nogueira Pinheiro em http://www.webartigos.com
Nota do Blog
Em sua postagem de ontem, e de hoje (22 de setembro), o Blog http://www.viverascidades.blogspot.com inseriu, em homenagem à Primavera, trechos do “Poema Sonâmbulo” (original e tradução) do poeta e dramturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936)
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.
Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
—
(continuação)
4.3. ECOSSISTEMAS URBANOS
A uniformização da vegetação nos centros urbanos constitui um dos maiores perigos para o equilíbrio ecológico da Terra e deve ser evitada. A diversidade das espécies vegetais é condição básica para a sobrevivência da fauna e o equilíbrio ecológico.
As cidades que não diversificarem sua vegetação poderão se transformar em desertos verdes. Cada cidade deveria dar prioridade ás espécies nativas da região. Quando isso acontecer, os turistas terão maior prazer ao visitá-las, pois elas apresentarão aspectos distintos e típicos de sua vegetação.
5. SITUAÇÃO DAS ÁRVORES PÚBLICAS
Embora sejam inúmeros os benefícios proporcionados pelas árvores, o reconhecimento histórico destes pela população brasileira tem deixado a desejar.
Mesmo atualmente, as árvores das ruas e avenidas continuam sendo danificadas, mutiladas, ou mesmo, eliminadas, quando se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais.
As árvores podadas têm seu aspecto original alterado e jamais satisfarão as exigências impostas pela estética e ciência, embora possam satisfazer às exigências que lhes são feitas pela salubridade pública. Portanto, é bom que tenhamos árvores com seu porte natural, e para tê-las, é necessários que lhes proporcionemos o espaço correspondente à sua natureza (Hoehne,1944).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As paisagens estão em constante transformação, tanto no contexto ecológico quanto no contexto cultural. Ao planejar paisagens, devem ser considerados o contexto temporal e espacial, a história, as fases ecológicas e os períodos culturais, justamente para se adequar ao dinamismo dessa mudança de paisagens (Marcucci,2000).
Os requisitos básicos são planejar harmoniosamente e concomitantemente a arborização e as intervenções urbanas, programar o atendimento permanente das necessidades da arborização e assegurar condições essenciais à concretização dos programas de arborização (Mesquita,1996).
A pesquisa e o desenvolvimento são ferramentas importantes para a evolução do planejamento, adequação, implantação e manejo de árvores urbanas. As pesquisas devem contribuir para o estímulo da discussão científica e intelectual do presente e do futuro da vegetação urbana de um modo geral.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, T.O. de. Inventário e análise da arborização viária da estância turística de Campos do Jordão, SP. 2002. 112f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.
BIANCHI, C.G. Caracterização e análise das áreas verdes urbanas de Jaboticabal-SP. Jaboticabal, 1989. 56 p. Monografia (Graduação)- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista " Júlio de Mesquita Filho".
FARAH, I.M.C. Arborização urbana e sua inserção no desenho urbano. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3, p.6, 1999.
FURTADO, A. E.; MELLO FILHO, L. E. A interação microclima, paisagismo e arquitetura. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3., p.9, 1999.
HOEHNE, F.C. Arborização urbana. São Paulo: Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, 1944. 215 p.
LANG, E. Como fazer sombra na entrada de casa. Folha de São Paulo, 02 nov. 2000. Folha Equilíbrio p.6.
LIMA, A.M.L. Piracicaba, SP: Análise da arborização viária na área central e em seu entorno. Piracicaba, 1993. 238 p. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.
LOMBARDO, M.A. Vegetação e clima. In: ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 3.,Curitiba,1990. Resumos. Curitiba: FUPEF, 1990.p.1-13.
MARCUCCI, D.J. landscape history as a planning tool. Landscape and Urban Planning, n.49, p. 67-81, 2000.
MARTINS JUNIOR, O.P. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: A B Editora, 1996. 224 p.
MESQUITA, L. B. Arborização do Recife: notas técnicas para ajustes na execução e manutenção. Recife: Secretaria do Planejamento Urbano e Ambiental da Prefeitura da cidade do Recife, 1996. 88 p.
MILANO, M. S. Avaliação e Análise da arborização de ruas de Curitiba-PR. Curitiba, 1984. 130 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Paraná.
PEDROSA, J.B. Arborização de cidades e rodovias. Belo Horizonte: IEF, 1983. 64 p.
PIVETTA, K. F.L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Série Arborização Urbana. Unesp, Fcav, Funep. Jaboticabal, SP, 2002.
SEGAWA, H. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1996. 240p.
TERRA, C.G. Os jardins no Brasil no século XIX: Glaziou revisitado.2.ed. Rio de Janeiro: EBA, UFRJ, 2000.
FCCV - DA GARANTIA DO EMPREGO AO EMPREGO COM GARANTIA
FCCV - Forum Comunitário de Combate à Violência - Salvador - Bahia - Brasil
Leitura de fatos violentos publicados na mídia
Ano 10, nº 31, 21/09/10
DA GARANTIA DO EMPREGO AO EMPREGO COM GARANTIA
No primeiro dia de setembro morreu o carpinteiro José Nilton Reis dos Santos depois de ter caído do oitavo andar de um prédio em construção no bairro de Brotas, em Salvador. De acordo com informações da mídia, ele estaria com o equipamento de segurança, mas não teria afivelado o cinto. No dia seguinte, a obra foi interditada pela Superintendência Regional do Trabalho até o esclarecimento do caso. O operário, através da empreiteira Formaplan, prestava serviço à Arc Engenharia.
Em oito de setembro morreram dois operários. Eles estavam desmontando uma grua utilizada em obras do empreendimento Le Parc, na Avenida Paralela, quando o equipamento se rompeu e os dois foram lançados ao chão de uma altura correspondente a 16 andares, morrendo imediatamente. Em novembro do ano passado, um outro operário morreu nas obras do Le Parc ao cair da laje do sétimo andar de uma dos prédios em construção.
Em 18 de setembro o jornal A Tarde informa que 300 operários de uma obra situada na cidade de Feira de Santana foram intoxicados com a alimentação fornecida pela empresa “R Carvalho”, responsável pelo fornecimento de comida aos trabalhadores. Conforme a matéria, é a terceira vez em 2010 que esta fornecedora provoca problemas de saúde aos operários.
Situações como essas permitem pensar em uma forma de insegurança que tem exposto muitos cidadãos a risco e está relacionada com a imperiosa necessidade de trabalhar. A oferta de emprego para a mão-de-obra com baixa qualificação profissional vem com um “adendo” perverso: é pegar ou largar. É uma sorte de modelo flexível que nada tem de maleável quando a questão é minimizar custos de produção.
É provável que a experiência recente do emprego raro tenha marcado os operários de modo a aceitarem condições precárias de trabalho. Neste sentido, torna-se necessário ponderar em relação ao modo com que tem sido figurada a ampliação do emprego em nosso País. Certamente se trata de uma ótima notícia, mas não é adequado que a vibração pelos milhões de empregos venha encobrir a nossa visão de modo a não cogitarmos sobre “discretos” mecanismos de exploração e violência sofridos pelos trabalhadores, principalmente os mais pobres.
A oferta de emprego não pode ser vista como obra acabada e sem problemas. Ao mesmo tempo em que alivia a vida de muitos indivíduos, dando-lhes mínima estabilidade econômica e condições de se estabelecerem como “cidadãos consumidores”, pode abrir flanco para outras vulnerabilidades associadas à desproporção de poder entre quem emprega e quem é empregado. Assim, cabe recordar que antes de ser “cidadão consumidor”, o operário é “cidadão trabalhador” e é esta a cidadania que deve ser robustecida em tempo de ampliação do emprego.
A ocupação não pode ser tomada como um presente dado ao trabalhador em cujo pacote inclua comer o que pode provocar danos à saúde e realizar tarefas que lhe custem a vida. Esta perspectiva fica muito distante da máxima que afirma que o trabalho enobrece e está muito próxima da idéia de que o trabalho violenta.
A massa trabalhadora em sua numerosidade esconde insuficiências relativas à qualidade dos postos ocupados bem como as condições de vida daqueles que os preenchem, a exemplo do medo por que passam os que regressam do serviço nas madrugadas e percorrem a pé parte de seus trajetos até chegarem às suas casas. A necessidade de emprego tem colocado estes aspectos como expressão de desvantagens muito inferiores aos ganhos. Desse modo, observa-se que o emprego passa a representar um bem quase absoluto que sofre restrições apenas quando verificadas ocorrências excessivamente degradantes como as práticas de escravidão ou de exploração da mão de obra infanto-juvenil.
Leitura de fatos violentos publicados na mídia
Ano 10, nº 31, 21/09/10
DA GARANTIA DO EMPREGO AO EMPREGO COM GARANTIA
No primeiro dia de setembro morreu o carpinteiro José Nilton Reis dos Santos depois de ter caído do oitavo andar de um prédio em construção no bairro de Brotas, em Salvador. De acordo com informações da mídia, ele estaria com o equipamento de segurança, mas não teria afivelado o cinto. No dia seguinte, a obra foi interditada pela Superintendência Regional do Trabalho até o esclarecimento do caso. O operário, através da empreiteira Formaplan, prestava serviço à Arc Engenharia.
Em oito de setembro morreram dois operários. Eles estavam desmontando uma grua utilizada em obras do empreendimento Le Parc, na Avenida Paralela, quando o equipamento se rompeu e os dois foram lançados ao chão de uma altura correspondente a 16 andares, morrendo imediatamente. Em novembro do ano passado, um outro operário morreu nas obras do Le Parc ao cair da laje do sétimo andar de uma dos prédios em construção.
Em 18 de setembro o jornal A Tarde informa que 300 operários de uma obra situada na cidade de Feira de Santana foram intoxicados com a alimentação fornecida pela empresa “R Carvalho”, responsável pelo fornecimento de comida aos trabalhadores. Conforme a matéria, é a terceira vez em 2010 que esta fornecedora provoca problemas de saúde aos operários.
Situações como essas permitem pensar em uma forma de insegurança que tem exposto muitos cidadãos a risco e está relacionada com a imperiosa necessidade de trabalhar. A oferta de emprego para a mão-de-obra com baixa qualificação profissional vem com um “adendo” perverso: é pegar ou largar. É uma sorte de modelo flexível que nada tem de maleável quando a questão é minimizar custos de produção.
É provável que a experiência recente do emprego raro tenha marcado os operários de modo a aceitarem condições precárias de trabalho. Neste sentido, torna-se necessário ponderar em relação ao modo com que tem sido figurada a ampliação do emprego em nosso País. Certamente se trata de uma ótima notícia, mas não é adequado que a vibração pelos milhões de empregos venha encobrir a nossa visão de modo a não cogitarmos sobre “discretos” mecanismos de exploração e violência sofridos pelos trabalhadores, principalmente os mais pobres.
A oferta de emprego não pode ser vista como obra acabada e sem problemas. Ao mesmo tempo em que alivia a vida de muitos indivíduos, dando-lhes mínima estabilidade econômica e condições de se estabelecerem como “cidadãos consumidores”, pode abrir flanco para outras vulnerabilidades associadas à desproporção de poder entre quem emprega e quem é empregado. Assim, cabe recordar que antes de ser “cidadão consumidor”, o operário é “cidadão trabalhador” e é esta a cidadania que deve ser robustecida em tempo de ampliação do emprego.
A ocupação não pode ser tomada como um presente dado ao trabalhador em cujo pacote inclua comer o que pode provocar danos à saúde e realizar tarefas que lhe custem a vida. Esta perspectiva fica muito distante da máxima que afirma que o trabalho enobrece e está muito próxima da idéia de que o trabalho violenta.
A massa trabalhadora em sua numerosidade esconde insuficiências relativas à qualidade dos postos ocupados bem como as condições de vida daqueles que os preenchem, a exemplo do medo por que passam os que regressam do serviço nas madrugadas e percorrem a pé parte de seus trajetos até chegarem às suas casas. A necessidade de emprego tem colocado estes aspectos como expressão de desvantagens muito inferiores aos ganhos. Desse modo, observa-se que o emprego passa a representar um bem quase absoluto que sofre restrições apenas quando verificadas ocorrências excessivamente degradantes como as práticas de escravidão ou de exploração da mão de obra infanto-juvenil.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
FCCV - O VALOR IMPAGÁVEL DA PENA
FCCV (Forum Comunitário de Combate à Violência)
- O VALOR IMPAGÁVEL DA PENA
Leitura de fatos violentos publicados na mídia
Ano 10, nº 30, 13/09/10
Valer a pena é uma expressão corriqueira que indica valiosos ganhos posteriores aos sacrifícios. Nela está presente a idéia de que não é possível se alcançar um objetivo sem dor, sem esforço, sem dispêndio. Neste sentido a pena é vista como inevitável e justa. Todos, de modos diferentes, pagam penas ao longo da vida e encaram estes obstáculos de modo natural.
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena” talvez seja uma das frases mais conhecidas do poeta Fernando Pessoa, muitas vezes empregada em ocasiões solenes a exemplo dos discursos em cerimônias de formatura. A mensagem tem alta adesão junto ao público, assumindo a condição de conteúdo indiscutível e de pensamento elevado que resume o espírito de uma grande e nobre conquista.
Até aqui estão vislumbradas as penas que elevam e que portam a uma condição melhor aos indivíduos que as enfrentam. Depois de ultrapassá-las, eles as têm como parte do currículo e as ostentam como evidências de valores como coragem, persistência, equilíbrio, confiança que são traduzidos em bagagem ou experiência, conteúdo que enobrece o sujeito. É a partir desta espécie de acúmulo de dificuldades ao longo das trajetórias que os indivíduos se orgulham ao afirmarem que nada do que conquistaram veio de graça. As duras penas que valem, entretanto, não cobrem as penalidades judiciais, especialmente as que conferem ao sujeito o rótulo de criminoso comum que paga duras penas no sistema prisional.
O ex-presidiário ordinário carrega para si a pena como prova de um ser definitivamente avesso à confiança da sociedade. Este critério está presente nos padrões através dos quais grande parte do jornalismo representa o sujeito envolvido em algum fato criminoso. A “ficha policial” é ingrediente básico para tomada de decisão editorial quanto ao tratamento a ser conferido a um acusado de crime. Esta prática coloca o ex-presidiário em total conformidade com acusações que lhes são dirigidas, é como se ele adquirisse um status de culpado virtual, bastando apenas que novas acusações lhes sejam dirigidas para reaver a condição de réu. Trata-se, pois, de um papel semelhante a um cargo que vem associado à idéia de provisão.
Na “oficina das penas”, ele é uma peça disponível na prateleira pronta a ser encaixada quando da necessidade de um culpado.
A reincidência é projetada como uma questão de tempo e neste sentido, em relação ao ex-preso, não convém “facilitar”, ao contrário é prudente desconfiar. O ex-presidiário cumpre, definitivamente, a pena por ter pagado a pena. Eis um problema a ser enfrentado pela democracia: os custos sociais e psicológicos sofridos pelos ex-apenados sob forma de estigma.
Há um outro aspecto merecedor de atenção e diz respeito ao modo como têm sido executadas as penas no interior das prisões. Também neste particular a mídia tem evidenciado irregularidades que remetem à idéia de que a prisão está muito distante de ser o prometido espaço de ressocialização. A imagem de último lugar, associada ao papel de segregação para o bom funcionamento da ordem estabelecida tem prevalecido, em termos práticos, sobre a noção de ambiente propício à integração social. Talvez, por haver conformidade entre esta imagem e as condições prisionais reais, não se verificam manifestações de constrangimento por parte dos gestores quanto à desconfiança generalizada em torno dos ex-apenados. Não são nem mesmo insinuadas frustrações, muito menos reconhecidas as responsabilidades.
Pelo que se nota neste campo, as penas não têm valido e se tornaram intermináveis. Há que se perguntar, a partir das palavras do poeta: de quem são as almas pequenas?
- O VALOR IMPAGÁVEL DA PENA
Leitura de fatos violentos publicados na mídia
Ano 10, nº 30, 13/09/10
Valer a pena é uma expressão corriqueira que indica valiosos ganhos posteriores aos sacrifícios. Nela está presente a idéia de que não é possível se alcançar um objetivo sem dor, sem esforço, sem dispêndio. Neste sentido a pena é vista como inevitável e justa. Todos, de modos diferentes, pagam penas ao longo da vida e encaram estes obstáculos de modo natural.
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena” talvez seja uma das frases mais conhecidas do poeta Fernando Pessoa, muitas vezes empregada em ocasiões solenes a exemplo dos discursos em cerimônias de formatura. A mensagem tem alta adesão junto ao público, assumindo a condição de conteúdo indiscutível e de pensamento elevado que resume o espírito de uma grande e nobre conquista.
Até aqui estão vislumbradas as penas que elevam e que portam a uma condição melhor aos indivíduos que as enfrentam. Depois de ultrapassá-las, eles as têm como parte do currículo e as ostentam como evidências de valores como coragem, persistência, equilíbrio, confiança que são traduzidos em bagagem ou experiência, conteúdo que enobrece o sujeito. É a partir desta espécie de acúmulo de dificuldades ao longo das trajetórias que os indivíduos se orgulham ao afirmarem que nada do que conquistaram veio de graça. As duras penas que valem, entretanto, não cobrem as penalidades judiciais, especialmente as que conferem ao sujeito o rótulo de criminoso comum que paga duras penas no sistema prisional.
O ex-presidiário ordinário carrega para si a pena como prova de um ser definitivamente avesso à confiança da sociedade. Este critério está presente nos padrões através dos quais grande parte do jornalismo representa o sujeito envolvido em algum fato criminoso. A “ficha policial” é ingrediente básico para tomada de decisão editorial quanto ao tratamento a ser conferido a um acusado de crime. Esta prática coloca o ex-presidiário em total conformidade com acusações que lhes são dirigidas, é como se ele adquirisse um status de culpado virtual, bastando apenas que novas acusações lhes sejam dirigidas para reaver a condição de réu. Trata-se, pois, de um papel semelhante a um cargo que vem associado à idéia de provisão.
Na “oficina das penas”, ele é uma peça disponível na prateleira pronta a ser encaixada quando da necessidade de um culpado.
A reincidência é projetada como uma questão de tempo e neste sentido, em relação ao ex-preso, não convém “facilitar”, ao contrário é prudente desconfiar. O ex-presidiário cumpre, definitivamente, a pena por ter pagado a pena. Eis um problema a ser enfrentado pela democracia: os custos sociais e psicológicos sofridos pelos ex-apenados sob forma de estigma.
Há um outro aspecto merecedor de atenção e diz respeito ao modo como têm sido executadas as penas no interior das prisões. Também neste particular a mídia tem evidenciado irregularidades que remetem à idéia de que a prisão está muito distante de ser o prometido espaço de ressocialização. A imagem de último lugar, associada ao papel de segregação para o bom funcionamento da ordem estabelecida tem prevalecido, em termos práticos, sobre a noção de ambiente propício à integração social. Talvez, por haver conformidade entre esta imagem e as condições prisionais reais, não se verificam manifestações de constrangimento por parte dos gestores quanto à desconfiança generalizada em torno dos ex-apenados. Não são nem mesmo insinuadas frustrações, muito menos reconhecidas as responsabilidades.
Pelo que se nota neste campo, as penas não têm valido e se tornaram intermináveis. Há que se perguntar, a partir das palavras do poeta: de quem são as almas pequenas?
ARBORIZAÇÃO URBANA (1) - Jairo Pinheiro
ARBORIZAÇÃO URBANA (1)
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Meteorologia – Universidade Federal do Pará (Pará - Belem – Brasil)
Esse artigo publicado em 2/10/2008 por Jairo Augusto Nogueira Pinheiro em http://www.webartigos.com
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Nota do Blog
Em suas postagens de hoje (21 de setembro), e de amanhã, o Blog http://www.viverascidades.blogspot.com inseriu, em homenagem à Primavera e aos seus múltiplos significados, trechos do “Poema Sonâmbulo” (original e tradução) do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936)
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Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.
1. INTRODUÇÃO
Desde muito tempo, o homem vem trocando o meio rural pelo meio urbano. As cidades foram crescendo, na maioria das vezes de forma muito rápida e desordenada, sem um planejamento adequado de ocupação, provocando vários problemas que interferem sobremaneira na qualidade de vida do homem que vive na cidade.
Atualmente, a maioria da população humana vive no meio urbano necessitando, cada vez mais, de condições que possam melhorar a convivência dentro de um ambiente muitas vezes adverso.
A vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar ao meio urbano, tem um papel muito importante no restabelecimento da relação entre o homem e o meio natural, garantindo melhor qualidade de vida.
2. ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNDO
O desenvolvimento urbano na Europa iniciou-se na metade do século XV e o aparecimento da vegetação em espaços públicos ocorreu no século XVII (Segawa,1996).
O estilo francês destacou-se no século XVII, o inglês, no século XVIII, ambos evidenciando árvores (Farah,1999).Aléias são caminhos ladeados por árvores, que têm a sua gênese nos jardins renascentistas italianos (Farah,1999).
A partir do século XVII, várias cidades da Europa construíram seu passeio ajardinado. Assim, Berlim teve, em 1647, a " Unter den Linden", alameda arborizada ligando a cidade ao parque de caça; Dublin teve o "Beaux Walk" e o "Gardener's Mall"; Amsterdam aproveitou um charco, transformando-o na "Nieuwe Plantage"; Bordeaux ganhou o Jardim Royal e Nancy; Viena, Munique, São Petersburgo, Madrid e Lisboa implantaram passeios públicos arborizados (Segawa,1996).
3.ARBORIZAÇÃO URBANA NO BRASIL
No Brasil, o interesse por jardins nasce somente no fim do século XVIII, com o objetivo de preservação e cultivo de espécies, influenciado pela Europa (Terra, 2000).
È escasso o material histórico brasileiro, mas destacam-se alguns paisagistas, como Auguste François Marie Glaziou, que veio ao Brasil a convite de D. Pedro II para ocupar o cargo de diretor geral de matas e jardins e permaneceu no Brasil por 39 anos, de 1858 a 1897, sendo autor de muitas produções de jardins no exterior e no Brasil, porém com influência européia, como o passeio público do Rio de Janeiro (Terra, 2000).
A análise histórica denota não apenas a forte influência do paisagismo sobre o desenho urbano, como a sobreposição existente entre esses campos. Além disto, elucida o momento em que a arborização e os elementos vegetais passam a ser compreendidos como elementos estruturadores do espaço urbano, e têm sua força de tal forma adquirida, que passam a definir novas tipologias e estilos de paisagem e desenho urbano (Farah,1999).
4.IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO URBANA
4.1. MICROCLIMA
No caso do ambiente urbano, verifica-se que o acelerado crescimento demográfico, conjugado a outras variáveis do espaço urbano, contribuem de forma significativa nas alterações dos elementos climáticos. A cidade imprime modificações nos parâmetros de superfície e da atmosfera que, por sua vez, conduzem a uma alteração no balanço de energia (Lombardo,1990).
De acordo com Furtado & Melo Filho (1999), todos os elementos paisagísticos devem ser cuidadosamente tratados a fim de trazer benefícios que interferirão no projeto integrado, visando a melhoria da qualidade do ar, o sombreamento da edificação e adjacências, o controle da ventilação e da umidade. A maior parte da carga térmica de uma edificação provém da radiação solar e da temperatura do ar exterior, sendo necessário um rigoroso controle dos elementos microclimáticos para eliminar um excesso de energia que tornaria inóspito o ambiente construído.
De acordo com Lima (1993), as áreas urbanas constituem um ambiente artificial, pois possuem grande concentração de áreas construídas e pavimentadas que favorecem a absorção da radiação solar de dia e reflexão durante a noite. Denominado ilha de calor, este fenômeno pode ter um diferencial térmico bastante significativo em relação a locais mais vegetados. As árvores interceptam, refletem, absorvem e transmitem a radiação solar. Uma adequada arborização e uma boa ventilação constituem dois elementos fundamentais para a obtenção do conforto térmico para o clima tropical úmido. O conjunto arbóreo colocado a uma distância mais apropriada possível da edificação fornecerá um bom sombreamento nas fachadas, compondo um entorno mais favorável (Furtado & Melo Filho, 1999).
4.2.SAÚDE
A área verde tem função de se constituir em um espaço "social e coletivo", sendo importante para a manutenção da qualidade de vida. Por facilitar o acesso de todos, independentemente da classe social, promove integração entre os homens (Martins Júnior,1996). A Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda que as cidades tenham, no mínimo, 12 metros quadrados de área verde por habitante (Lang,2000).
As árvores podem ser consideradas agentes antimicrobianos. As árvores agem ainda contra a poluição atmosférica, sonora e visual (Pedrosa,1983).
No ambiente urbano, têm considerável potencial de remoção de partículas e gases poluentes da atmosfera. Cortinas vegetais experimentais foram capazes de diminuir em 10% o teor de poeira do ar (Pedrosa,1983). O excessivo som urbano proveniente do tráfego, equipamentos, indústrias e construções interfere na comunicação, lazer e descanso das pessoas podendo afetá-las psicológica ou fisiologicamente. É possível fazer o uso de árvores como complementação para o atenuamento do ruído, já que os vegetais diminuem a reverberação do som. È preciso ressaltar que o efeito protetor varia de acordo com a freqüência dos sons, com a posição das árvores em relação à fonte emissora e com a estrutura e composição do plantio (Milano,1984).
Segundo Bianchi (1989), a arborização contribui também para atenuar a poluição visual, pois as árvores são componentes que conferem forma aos ambientes urbanos e desempenham um papel importante, delimitando espaços, caracterizando paisagens, orientando visualmente e valorizando imóveis, além de integrar vários componentes do sistema.
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Meteorologia – Universidade Federal do Pará (Pará - Belem – Brasil)
Esse artigo publicado em 2/10/2008 por Jairo Augusto Nogueira Pinheiro em http://www.webartigos.com
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Nota do Blog
Em suas postagens de hoje (21 de setembro), e de amanhã, o Blog http://www.viverascidades.blogspot.com inseriu, em homenagem à Primavera e aos seus múltiplos significados, trechos do “Poema Sonâmbulo” (original e tradução) do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936)
######
Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.
1. INTRODUÇÃO
Desde muito tempo, o homem vem trocando o meio rural pelo meio urbano. As cidades foram crescendo, na maioria das vezes de forma muito rápida e desordenada, sem um planejamento adequado de ocupação, provocando vários problemas que interferem sobremaneira na qualidade de vida do homem que vive na cidade.
Atualmente, a maioria da população humana vive no meio urbano necessitando, cada vez mais, de condições que possam melhorar a convivência dentro de um ambiente muitas vezes adverso.
A vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar ao meio urbano, tem um papel muito importante no restabelecimento da relação entre o homem e o meio natural, garantindo melhor qualidade de vida.
2. ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNDO
O desenvolvimento urbano na Europa iniciou-se na metade do século XV e o aparecimento da vegetação em espaços públicos ocorreu no século XVII (Segawa,1996).
O estilo francês destacou-se no século XVII, o inglês, no século XVIII, ambos evidenciando árvores (Farah,1999).Aléias são caminhos ladeados por árvores, que têm a sua gênese nos jardins renascentistas italianos (Farah,1999).
A partir do século XVII, várias cidades da Europa construíram seu passeio ajardinado. Assim, Berlim teve, em 1647, a " Unter den Linden", alameda arborizada ligando a cidade ao parque de caça; Dublin teve o "Beaux Walk" e o "Gardener's Mall"; Amsterdam aproveitou um charco, transformando-o na "Nieuwe Plantage"; Bordeaux ganhou o Jardim Royal e Nancy; Viena, Munique, São Petersburgo, Madrid e Lisboa implantaram passeios públicos arborizados (Segawa,1996).
3.ARBORIZAÇÃO URBANA NO BRASIL
No Brasil, o interesse por jardins nasce somente no fim do século XVIII, com o objetivo de preservação e cultivo de espécies, influenciado pela Europa (Terra, 2000).
È escasso o material histórico brasileiro, mas destacam-se alguns paisagistas, como Auguste François Marie Glaziou, que veio ao Brasil a convite de D. Pedro II para ocupar o cargo de diretor geral de matas e jardins e permaneceu no Brasil por 39 anos, de 1858 a 1897, sendo autor de muitas produções de jardins no exterior e no Brasil, porém com influência européia, como o passeio público do Rio de Janeiro (Terra, 2000).
A análise histórica denota não apenas a forte influência do paisagismo sobre o desenho urbano, como a sobreposição existente entre esses campos. Além disto, elucida o momento em que a arborização e os elementos vegetais passam a ser compreendidos como elementos estruturadores do espaço urbano, e têm sua força de tal forma adquirida, que passam a definir novas tipologias e estilos de paisagem e desenho urbano (Farah,1999).
4.IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO URBANA
4.1. MICROCLIMA
No caso do ambiente urbano, verifica-se que o acelerado crescimento demográfico, conjugado a outras variáveis do espaço urbano, contribuem de forma significativa nas alterações dos elementos climáticos. A cidade imprime modificações nos parâmetros de superfície e da atmosfera que, por sua vez, conduzem a uma alteração no balanço de energia (Lombardo,1990).
De acordo com Furtado & Melo Filho (1999), todos os elementos paisagísticos devem ser cuidadosamente tratados a fim de trazer benefícios que interferirão no projeto integrado, visando a melhoria da qualidade do ar, o sombreamento da edificação e adjacências, o controle da ventilação e da umidade. A maior parte da carga térmica de uma edificação provém da radiação solar e da temperatura do ar exterior, sendo necessário um rigoroso controle dos elementos microclimáticos para eliminar um excesso de energia que tornaria inóspito o ambiente construído.
De acordo com Lima (1993), as áreas urbanas constituem um ambiente artificial, pois possuem grande concentração de áreas construídas e pavimentadas que favorecem a absorção da radiação solar de dia e reflexão durante a noite. Denominado ilha de calor, este fenômeno pode ter um diferencial térmico bastante significativo em relação a locais mais vegetados. As árvores interceptam, refletem, absorvem e transmitem a radiação solar. Uma adequada arborização e uma boa ventilação constituem dois elementos fundamentais para a obtenção do conforto térmico para o clima tropical úmido. O conjunto arbóreo colocado a uma distância mais apropriada possível da edificação fornecerá um bom sombreamento nas fachadas, compondo um entorno mais favorável (Furtado & Melo Filho, 1999).
4.2.SAÚDE
A área verde tem função de se constituir em um espaço "social e coletivo", sendo importante para a manutenção da qualidade de vida. Por facilitar o acesso de todos, independentemente da classe social, promove integração entre os homens (Martins Júnior,1996). A Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda que as cidades tenham, no mínimo, 12 metros quadrados de área verde por habitante (Lang,2000).
As árvores podem ser consideradas agentes antimicrobianos. As árvores agem ainda contra a poluição atmosférica, sonora e visual (Pedrosa,1983).
No ambiente urbano, têm considerável potencial de remoção de partículas e gases poluentes da atmosfera. Cortinas vegetais experimentais foram capazes de diminuir em 10% o teor de poeira do ar (Pedrosa,1983). O excessivo som urbano proveniente do tráfego, equipamentos, indústrias e construções interfere na comunicação, lazer e descanso das pessoas podendo afetá-las psicológica ou fisiologicamente. É possível fazer o uso de árvores como complementação para o atenuamento do ruído, já que os vegetais diminuem a reverberação do som. È preciso ressaltar que o efeito protetor varia de acordo com a freqüência dos sons, com a posição das árvores em relação à fonte emissora e com a estrutura e composição do plantio (Milano,1984).
Segundo Bianchi (1989), a arborização contribui também para atenuar a poluição visual, pois as árvores são componentes que conferem forma aos ambientes urbanos e desempenham um papel importante, delimitando espaços, caracterizando paisagens, orientando visualmente e valorizando imóveis, além de integrar vários componentes do sistema.
LISBOA DISCUTIU SEU 22 DE SETEMBRO DE 2000 (3 – FINAL)
>LISBOA DISCUTIU SEU 22 DE SETEMBRO DE 2000 (3 – FINAL)
Dia Sem Carros nas Cidades: Balanço e Perspectivas
2000/10/18
Participantes
Acácio Vaz Pires, Quercus
Antonio Robalo, ISCTE
Cristina Delgado, DGTT-DTLisboa
Cristina Garrett, IPAMB - Secr. Estado Ambiente
Diogo de Abreu, Centro Estudos Geográficos, UL
Dulce A. Santos, DGTT-DTLisboa
Félix Pimenta, Federação Portuguesa do Táxi
Fernando Nunes da Silva, Instituto Superior Técnico
Guilherme Pereira, Pelouro Ambiente, CML
Helder Careto, GEOTA
Helena Cardoso Menezes, APSI
Isabel Castro, PEV
Jorge Marques da Silva, LPN
José Carlos Quadrado, APVE
José Manuel Caetano, FPCUBicicletas
José Paulo Esperança, FPCUBicicletas
José Simões Berto, CARRIS
Luís Laires, PRP
Luís Ramalho, APVE
Margarida Sousa Lobo, Universidade Nova de Lisboa
Miguel Alexandre, Transportes 2000
Nuno Marques da Costa, Centro Estudos Geográficos, UL
Nuno Soares, Metropolitano de Lisboa
Óscar Amorim, CP - Unidade Grande Lisboa
Paula Marques, DGTT, DTLisboa
Paulo Pereira, ANTRAM
Pedro Correia, DGV
Pedro Moniz Barreto, ISTP - APAC
Susana Fonseca, OBSERVA-ISCTE
Vitor Matias Ferreira, ISCTE
Participantes da ACA-M
Alberto Castro Nunes
Ana Isabel Afonso
António Braga
Manuel João Ramos
Manuel Menezes de Sequeira
Margarida Gama Santos
Pedro Ornelas
Memorando enviado a, entre outros
Chefe dos Serviços Sociais do Ministério da Educação
Director da AUTOCOOPE
Director da Delegação de Transportes de Lisboa
Director da RETALIS
Director da TELETAXIS
Director Geral dos Transportes Terrestres
Director Municipal do Planeamento e Gestão Urbanística da CML
Director Nacional da P.S.P.
Director-Geral de Viação
Director-Geral dos Transportes Terrestres
Dr. Vasco Fernando de Melo e Azevedo Cameira
Ministro da Administração Interna
Ministro do Ambiente e Ordenamento do Território
Ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território
Presidente da ANECRA
Presidente da ANTRAL
Presidente da ANTRAM
Presidente da APSI
Presidente da Assembleia da República
Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa
Presidente da Associação Comercial de Lisboa
Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores
Presidente da BRISA - Gabinete de Comunicação
Presidente da Câmara Municipal de Aveiro
Presidente da Câmara Municipal de Beja
Presidente da Câmara Municipal de Évora
Presidente da Câmara Municipal de Leiria
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Presidente da Câmara Municipal de Sintra
Presidente da Câmara Municipal do Porto
Presidente da CCR Algarve
Presidente da CCR do Alentejo
Presidente da CCR Região Centro
Presidente da CCR Região Norte
Presidente da CCRLVT
Presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal
Presidente da CPADA
Presidente da DECO
Presidente da Federação de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas
Presidente da Liga para a Protecção da Natureza
Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa
Presidente da Quercus
Presidente da República Portuguesa
Presidente das Auto-Estradas do Atlântico
Presidente do Automóvel Clube de Portugal
Presidente do Bloco de Esquerda
Presidente do CDS-PP
Presidente do Conselho de Administração da Carris
Presidente do Conselho Nacional do Partido Ecologista OS VERDES
Presidente do Geota
Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP
Presidente do Grupo Parlamentar do PCP
Presidente do Grupo Parlamentar do PS
Presidente do Grupo Parlamentar do PSD
Presidente do Instituto de Seguros de Portugal
Presidente do Instituto Português da Juventude
Presidente do ISCTE
Presidente do PPD-PSD
Presidente Federação Portuguesa do Táxi
Primeiro Ministro da República Portuguesa
Presidente da APVE
Secretário de Estado da Administração Interna
Secretário de Estado do Ambiente
Secretário Geral da Carris
Secretário Geral do Metropolitano de Lisboa
Secretário-Geral da Associação Nacional de Municípios
Secretário-Geral da CGTP-IN
Secretário-Geral da FESTRU
Secretário-Geral da UGT
Secretário-Geral do PCP
Secretário-Geral do SITRA
Secretário-Geral do STTRUC
Vereador do Ambiente e Espaços Verdes da CML
Vereador do Trânsito da CML
Vogal da Comissão Executiva da Unidade de Suburbanos da Grande Lisboa da
CP
Categoria: Documentos
Projecto Ruas Seguras
Participe Pontos Negros
Apoios:
Publicações ACA-M
Apoios:
Liberty Seguros
CR&M
Publicações ACA-M
"Uma Praça Adiada"
"Personalidade no Largo do Rato"
"The Walker in the City"
Dia Sem Carros nas Cidades: Balanço e Perspectivas
2000/10/18
Participantes
Acácio Vaz Pires, Quercus
Antonio Robalo, ISCTE
Cristina Delgado, DGTT-DTLisboa
Cristina Garrett, IPAMB - Secr. Estado Ambiente
Diogo de Abreu, Centro Estudos Geográficos, UL
Dulce A. Santos, DGTT-DTLisboa
Félix Pimenta, Federação Portuguesa do Táxi
Fernando Nunes da Silva, Instituto Superior Técnico
Guilherme Pereira, Pelouro Ambiente, CML
Helder Careto, GEOTA
Helena Cardoso Menezes, APSI
Isabel Castro, PEV
Jorge Marques da Silva, LPN
José Carlos Quadrado, APVE
José Manuel Caetano, FPCUBicicletas
José Paulo Esperança, FPCUBicicletas
José Simões Berto, CARRIS
Luís Laires, PRP
Luís Ramalho, APVE
Margarida Sousa Lobo, Universidade Nova de Lisboa
Miguel Alexandre, Transportes 2000
Nuno Marques da Costa, Centro Estudos Geográficos, UL
Nuno Soares, Metropolitano de Lisboa
Óscar Amorim, CP - Unidade Grande Lisboa
Paula Marques, DGTT, DTLisboa
Paulo Pereira, ANTRAM
Pedro Correia, DGV
Pedro Moniz Barreto, ISTP - APAC
Susana Fonseca, OBSERVA-ISCTE
Vitor Matias Ferreira, ISCTE
Participantes da ACA-M
Alberto Castro Nunes
Ana Isabel Afonso
António Braga
Manuel João Ramos
Manuel Menezes de Sequeira
Margarida Gama Santos
Pedro Ornelas
Memorando enviado a, entre outros
Chefe dos Serviços Sociais do Ministério da Educação
Director da AUTOCOOPE
Director da Delegação de Transportes de Lisboa
Director da RETALIS
Director da TELETAXIS
Director Geral dos Transportes Terrestres
Director Municipal do Planeamento e Gestão Urbanística da CML
Director Nacional da P.S.P.
Director-Geral de Viação
Director-Geral dos Transportes Terrestres
Dr. Vasco Fernando de Melo e Azevedo Cameira
Ministro da Administração Interna
Ministro do Ambiente e Ordenamento do Território
Ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território
Presidente da ANECRA
Presidente da ANTRAL
Presidente da ANTRAM
Presidente da APSI
Presidente da Assembleia da República
Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa
Presidente da Associação Comercial de Lisboa
Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores
Presidente da BRISA - Gabinete de Comunicação
Presidente da Câmara Municipal de Aveiro
Presidente da Câmara Municipal de Beja
Presidente da Câmara Municipal de Évora
Presidente da Câmara Municipal de Leiria
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Presidente da Câmara Municipal de Sintra
Presidente da Câmara Municipal do Porto
Presidente da CCR Algarve
Presidente da CCR do Alentejo
Presidente da CCR Região Centro
Presidente da CCR Região Norte
Presidente da CCRLVT
Presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal
Presidente da CPADA
Presidente da DECO
Presidente da Federação de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas
Presidente da Liga para a Protecção da Natureza
Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa
Presidente da Quercus
Presidente da República Portuguesa
Presidente das Auto-Estradas do Atlântico
Presidente do Automóvel Clube de Portugal
Presidente do Bloco de Esquerda
Presidente do CDS-PP
Presidente do Conselho de Administração da Carris
Presidente do Conselho Nacional do Partido Ecologista OS VERDES
Presidente do Geota
Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP
Presidente do Grupo Parlamentar do PCP
Presidente do Grupo Parlamentar do PS
Presidente do Grupo Parlamentar do PSD
Presidente do Instituto de Seguros de Portugal
Presidente do Instituto Português da Juventude
Presidente do ISCTE
Presidente do PPD-PSD
Presidente Federação Portuguesa do Táxi
Primeiro Ministro da República Portuguesa
Presidente da APVE
Secretário de Estado da Administração Interna
Secretário de Estado do Ambiente
Secretário Geral da Carris
Secretário Geral do Metropolitano de Lisboa
Secretário-Geral da Associação Nacional de Municípios
Secretário-Geral da CGTP-IN
Secretário-Geral da FESTRU
Secretário-Geral da UGT
Secretário-Geral do PCP
Secretário-Geral do SITRA
Secretário-Geral do STTRUC
Vereador do Ambiente e Espaços Verdes da CML
Vereador do Trânsito da CML
Vogal da Comissão Executiva da Unidade de Suburbanos da Grande Lisboa da
CP
Categoria: Documentos
Projecto Ruas Seguras
Participe Pontos Negros
Apoios:
Publicações ACA-M
Apoios:
Liberty Seguros
CR&M
Publicações ACA-M
"Uma Praça Adiada"
"Personalidade no Largo do Rato"
"The Walker in the City"
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
JUPITER ESTÁ MAIS PERTO DE NÓS
Júpiter estará à distância mais próxima da Terra, segundo a Nasa
Seg, 20 Set, 04h46
Por Redação Yahoo! Brasil
Durante toda esta semana, o planeta Júpiter estará à distância mais curta da Terra desde 1963, anunciou a Nasa. E é nesta segunda-feira (20) que ocorre a aproximação máxima entre os dois planetas - 592 milhões quilômetros de distância. Evento semelhante só poderá ser observado em 2022.
Isso significa que, à noite, Júpiter será o astro mais brilhante no céu depois da Lua. Qualquer um poderá observá-lo a olho nu facilmente. Porém, quem possui telescópio conseguirá ver os ciclones na atmosfera do vizinho e sua "Grande Mancha Vermelha" - uma tempestade em forma oval que já dura, pelo menos, 400 anos.
As aproximações entre os dois planetas ocorrem a cada 13 anos. Mas, como a Terra e Júpiter não orbitam o Sol formando um círculo perfeito, a distância entre ambos os planetas é variável - mesmo quando estão mais perto. Nesta segunda-feira, Júpiter está a 75 milhões de quilômetros mais próximo do que em encontros anteriores.
Seg, 20 Set, 04h46
Por Redação Yahoo! Brasil
Durante toda esta semana, o planeta Júpiter estará à distância mais curta da Terra desde 1963, anunciou a Nasa. E é nesta segunda-feira (20) que ocorre a aproximação máxima entre os dois planetas - 592 milhões quilômetros de distância. Evento semelhante só poderá ser observado em 2022.
Isso significa que, à noite, Júpiter será o astro mais brilhante no céu depois da Lua. Qualquer um poderá observá-lo a olho nu facilmente. Porém, quem possui telescópio conseguirá ver os ciclones na atmosfera do vizinho e sua "Grande Mancha Vermelha" - uma tempestade em forma oval que já dura, pelo menos, 400 anos.
As aproximações entre os dois planetas ocorrem a cada 13 anos. Mas, como a Terra e Júpiter não orbitam o Sol formando um círculo perfeito, a distância entre ambos os planetas é variável - mesmo quando estão mais perto. Nesta segunda-feira, Júpiter está a 75 milhões de quilômetros mais próximo do que em encontros anteriores.
ARBORIZAÇÃO URBANA (2 - FINAL)
ARBORIZAÇÃO URBANA (2 - FINAL)
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Meteorologia – Universidade Federal do Pará (Pará - Belem – Brasil)
Esse artigo publicado em 2/10/2008 por Jairo Augusto Nogueira Pinheiro em http://www.webartigos.com
Nota do Blog
Em sua postagem de ontem, e de hoje (22 de setembro), o Blog http://www.viverascidades.blogspot.com inseriu, em homenagem à Primavera, trechos do “Poema Sonâmbulo” (original e tradução) do poeta e dramturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936)
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.
Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
—
(continuação)
4.3. ECOSSISTEMAS URBANOS
A uniformização da vegetação nos centros urbanos constitui um dos maiores perigos para o equilíbrio ecológico da Terra e deve ser evitada. A diversidade das espécies vegetais é condição básica para a sobrevivência da fauna e o equilíbrio ecológico.
As cidades que não diversificarem sua vegetação poderão se transformar em desertos verdes. Cada cidade deveria dar prioridade ás espécies nativas da região. Quando isso acontecer, os turistas terão maior prazer ao visitá-las, pois elas apresentarão aspectos distintos e típicos de sua vegetação.
5. SITUAÇÃO DAS ÁRVORES PÚBLICAS
Embora sejam inúmeros os benefícios proporcionados pelas árvores, o reconhecimento histórico destes pela população brasileira tem deixado a desejar.
Mesmo atualmente, as árvores das ruas e avenidas continuam sendo danificadas, mutiladas, ou mesmo, eliminadas, quando se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais.
As árvores podadas têm seu aspecto original alterado e jamais satisfarão as exigências impostas pela estética e ciência, embora possam satisfazer às exigências que lhes são feitas pela salubridade pública. Portanto, é bom que tenhamos árvores com seu porte natural, e para tê-las, é necessários que lhes proporcionemos o espaço correspondente à sua natureza (Hoehne,1944).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As paisagens estão em constante transformação, tanto no contexto ecológico quanto no contexto cultural. Ao planejar paisagens, devem ser considerados o contexto temporal e espacial, a história, as fases ecológicas e os períodos culturais, justamente para se adequar ao dinamismo dessa mudança de paisagens (Marcucci,2000).
Os requisitos básicos são planejar harmoniosamente e concomitantemente a arborização e as intervenções urbanas, programar o atendimento permanente das necessidades da arborização e assegurar condições essenciais à concretização dos programas de arborização (Mesquita,1996).
A pesquisa e o desenvolvimento são ferramentas importantes para a evolução do planejamento, adequação, implantação e manejo de árvores urbanas. As pesquisas devem contribuir para o estímulo da discussão científica e intelectual do presente e do futuro da vegetação urbana de um modo geral.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, T.O. de. Inventário e análise da arborização viária da estância turística de Campos do Jordão, SP. 2002. 112f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.
BIANCHI, C.G. Caracterização e análise das áreas verdes urbanas de Jaboticabal-SP. Jaboticabal, 1989. 56 p. Monografia (Graduação)- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista " Júlio de Mesquita Filho".
FARAH, I.M.C. Arborização urbana e sua inserção no desenho urbano. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3, p.6, 1999.
FURTADO, A. E.; MELLO FILHO, L. E. A interação microclima, paisagismo e arquitetura. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3., p.9, 1999.
HOEHNE, F.C. Arborização urbana. São Paulo: Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, 1944. 215 p.
LANG, E. Como fazer sombra na entrada de casa. Folha de São Paulo, 02 nov. 2000. Folha Equilíbrio p.6.
LIMA, A.M.L. Piracicaba, SP: Análise da arborização viária na área central e em seu entorno. Piracicaba, 1993. 238 p. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.
LOMBARDO, M.A. Vegetação e clima. In: ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 3.,Curitiba,1990. Resumos. Curitiba: FUPEF, 1990.p.1-13.
MARCUCCI, D.J. landscape history as a planning tool. Landscape and Urban Planning, n.49, p. 67-81, 2000.
MARTINS JUNIOR, O.P. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: A B Editora, 1996. 224 p.
MESQUITA, L. B. Arborização do Recife: notas técnicas para ajustes na execução e manutenção. Recife: Secretaria do Planejamento Urbano e Ambiental da Prefeitura da cidade do Recife, 1996. 88 p.
MILANO, M. S. Avaliação e Análise da arborização de ruas de Curitiba-PR. Curitiba, 1984. 130 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Paraná.
PEDROSA, J.B. Arborização de cidades e rodovias. Belo Horizonte: IEF, 1983. 64 p.
PIVETTA, K. F.L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Série Arborização Urbana. Unesp, Fcav, Funep. Jaboticabal, SP, 2002.
SEGAWA, H. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1996. 240p.
TERRA, C.G. Os jardins no Brasil no século XIX: Glaziou revisitado.2.ed. Rio de Janeiro: EBA, UFRJ, 2000.
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Meteorologia – Universidade Federal do Pará (Pará - Belem – Brasil)
Esse artigo publicado em 2/10/2008 por Jairo Augusto Nogueira Pinheiro em http://www.webartigos.com
Nota do Blog
Em sua postagem de ontem, e de hoje (22 de setembro), o Blog http://www.viverascidades.blogspot.com inseriu, em homenagem à Primavera, trechos do “Poema Sonâmbulo” (original e tradução) do poeta e dramturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936)
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.
Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
—
(continuação)
4.3. ECOSSISTEMAS URBANOS
A uniformização da vegetação nos centros urbanos constitui um dos maiores perigos para o equilíbrio ecológico da Terra e deve ser evitada. A diversidade das espécies vegetais é condição básica para a sobrevivência da fauna e o equilíbrio ecológico.
As cidades que não diversificarem sua vegetação poderão se transformar em desertos verdes. Cada cidade deveria dar prioridade ás espécies nativas da região. Quando isso acontecer, os turistas terão maior prazer ao visitá-las, pois elas apresentarão aspectos distintos e típicos de sua vegetação.
5. SITUAÇÃO DAS ÁRVORES PÚBLICAS
Embora sejam inúmeros os benefícios proporcionados pelas árvores, o reconhecimento histórico destes pela população brasileira tem deixado a desejar.
Mesmo atualmente, as árvores das ruas e avenidas continuam sendo danificadas, mutiladas, ou mesmo, eliminadas, quando se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais.
As árvores podadas têm seu aspecto original alterado e jamais satisfarão as exigências impostas pela estética e ciência, embora possam satisfazer às exigências que lhes são feitas pela salubridade pública. Portanto, é bom que tenhamos árvores com seu porte natural, e para tê-las, é necessários que lhes proporcionemos o espaço correspondente à sua natureza (Hoehne,1944).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As paisagens estão em constante transformação, tanto no contexto ecológico quanto no contexto cultural. Ao planejar paisagens, devem ser considerados o contexto temporal e espacial, a história, as fases ecológicas e os períodos culturais, justamente para se adequar ao dinamismo dessa mudança de paisagens (Marcucci,2000).
Os requisitos básicos são planejar harmoniosamente e concomitantemente a arborização e as intervenções urbanas, programar o atendimento permanente das necessidades da arborização e assegurar condições essenciais à concretização dos programas de arborização (Mesquita,1996).
A pesquisa e o desenvolvimento são ferramentas importantes para a evolução do planejamento, adequação, implantação e manejo de árvores urbanas. As pesquisas devem contribuir para o estímulo da discussão científica e intelectual do presente e do futuro da vegetação urbana de um modo geral.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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BIANCHI, C.G. Caracterização e análise das áreas verdes urbanas de Jaboticabal-SP. Jaboticabal, 1989. 56 p. Monografia (Graduação)- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista " Júlio de Mesquita Filho".
FARAH, I.M.C. Arborização urbana e sua inserção no desenho urbano. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3, p.6, 1999.
FURTADO, A. E.; MELLO FILHO, L. E. A interação microclima, paisagismo e arquitetura. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3., p.9, 1999.
HOEHNE, F.C. Arborização urbana. São Paulo: Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, 1944. 215 p.
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LOMBARDO, M.A. Vegetação e clima. In: ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 3.,Curitiba,1990. Resumos. Curitiba: FUPEF, 1990.p.1-13.
MARCUCCI, D.J. landscape history as a planning tool. Landscape and Urban Planning, n.49, p. 67-81, 2000.
MARTINS JUNIOR, O.P. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: A B Editora, 1996. 224 p.
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MILANO, M. S. Avaliação e Análise da arborização de ruas de Curitiba-PR. Curitiba, 1984. 130 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Paraná.
PEDROSA, J.B. Arborização de cidades e rodovias. Belo Horizonte: IEF, 1983. 64 p.
PIVETTA, K. F.L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Série Arborização Urbana. Unesp, Fcav, Funep. Jaboticabal, SP, 2002.
SEGAWA, H. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1996. 240p.
TERRA, C.G. Os jardins no Brasil no século XIX: Glaziou revisitado.2.ed. Rio de Janeiro: EBA, UFRJ, 2000.
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