terça-feira, 7 de setembro de 2010

ESTÁDIO DA FONTE NOVA ... AINDA

ESTÁDIO DA FONTE NOVA ... AINDA

Reportagem publicada pelo jornal A Tarde, em sua edição de ontem (6de setembro de 2010, p. A 8) dispensa apresentação. Dispensa, também, comentários que já foram feitos, anteriormente, por este Blog incluindo trechos selecionados de Luto e Melancoliae de Sigmund Freud.

####

DEMOLIÇÃO. No primeiro domingo após a implosão, população fotografa o que restou do estádio.

FONTE NOVA ATRAI MUITOS CURIOSOS

Rita Conrado

Uma semana após a implosão, o que sobrou do Estádio da Fonte Nova ainda foi motivo para levar curiosos ao local, ontem. De máquinas ou celulares em punho, não faltou quem procurasse registrar em fotos os momentos que antecedem o início da construção do novo estádio, que deve estar concluido em 2011. Mas mesmo para quem não dispunha dos recursos para registrar as imagens, a "paradinha" diante dos escombros era quase obrigatória para jovens e adultos.

"Eu ainda me emociono", confessou Nival Machado, 71 anos, morador de Brotas, que aproveitou o domingo de visita à filha, que mora em Nazaré, para ir ao local. Diante dos tapumes, repetiu a atitude de dezenas de pessoas que passam diariamente por ali: puxou assunto com o funcionário que faz a segurança da área. A conversa é quase a mesma, disse o segurança.

"As pessoas vêm aqui para olhar os entulhos, perguntam quando as obras vão começar, tiram fotos e levam pedras", disse o segurança. já acostumado com essa rotina. Diariamente, são muitos os carros que param na Ladeira da Fonte, que dá acesso ao local. Para Nival, não foi diferente. Da fresta da guarita, ele olhava os escombros e fazia ao segurança as perguntas de sempre. Provocado, confessou a tristeza.

"Eu era funcionário da Secretaria de Educação e participei da organização das olimpíadas estudantís durante muitos anos", contou, ressaltando não ter visto muitos jogos de futebol. "Mas os que assisiti eram realizados num ambiente totalmente diferente do que se via agora. Havia respeito entre as pessoas e não se ouvia nem um palavrão", diz ele, confessando que que já tinha levado um pedaço dos escombros para cxasa. "Quis gaurdar uma lembrança", assinalou.

Saudade

Já o estudante Iago Teixeira, 15 anos, foi ao local por curiosidade. Morador de Alagoinhas, ainda não tinha visto o qwue restou do estádio. "Só assistí a um jogo", disse, registrando o que via com o celular. Como Iago, Ângela Medrado Lorenzutti também foi ao local especialmente para fotografar o que via. Ângela mora na Itália há cinco anos e voltou ao Brasil às vésperas da implosão. "Vou levar a foto para a Europa", disse.

Mas se a Fonte Nova faz falta para quem não assistia aos jogos, falta maior faz aos torcedores. "Assistí até jogos do Brasil aqui", lembrou Gilson Henrique, que passeava no Dique com os filhos. Aos garotos lembrava que outro estádio será construído no local. A nova Fonte Nova, para o torcedor Raimundo Conceição, já tem dono. "Será a nova casa do Bahia", disse, reivindicando direito do seu time.

Mas, se para eles dá para esperar com tranquilidade a construção do novo estádio, o mesmo não acontece com Maria da Conceição Silva, que há mais de 10 anos mentinha um comércio ao lado da Fonte Nova. Depois da implosão, seus pequeno lucros foram a zero. "Preciso encontrar outro jeito para sustentar a minha família, póis meu marido está desempregado há quatro anos", disse Maria, que construiu a sua casa numa travessa ao lado. "Não posso esperar até 2012", lamentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário