ARBORIZAÇÃO URBANA (2 - FINAL)
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Meteorologia – Universidade Federal do Pará (Pará - Belem – Brasil)
Esse artigo publicado em 2/10/2008 por Jairo Augusto Nogueira Pinheiro em http://www.webartigos.com
Nota do Blog
Em sua postagem de ontem, e de hoje (22 de setembro), o Blog http://www.viverascidades.blogspot.com inseriu, em homenagem à Primavera, trechos do “Poema Sonâmbulo” (original e tradução) do poeta e dramturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936)
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.
Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
—
(continuação)
4.3. ECOSSISTEMAS URBANOS
A uniformização da vegetação nos centros urbanos constitui um dos maiores perigos para o equilíbrio ecológico da Terra e deve ser evitada. A diversidade das espécies vegetais é condição básica para a sobrevivência da fauna e o equilíbrio ecológico.
As cidades que não diversificarem sua vegetação poderão se transformar em desertos verdes. Cada cidade deveria dar prioridade ás espécies nativas da região. Quando isso acontecer, os turistas terão maior prazer ao visitá-las, pois elas apresentarão aspectos distintos e típicos de sua vegetação.
5. SITUAÇÃO DAS ÁRVORES PÚBLICAS
Embora sejam inúmeros os benefícios proporcionados pelas árvores, o reconhecimento histórico destes pela população brasileira tem deixado a desejar.
Mesmo atualmente, as árvores das ruas e avenidas continuam sendo danificadas, mutiladas, ou mesmo, eliminadas, quando se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais.
As árvores podadas têm seu aspecto original alterado e jamais satisfarão as exigências impostas pela estética e ciência, embora possam satisfazer às exigências que lhes são feitas pela salubridade pública. Portanto, é bom que tenhamos árvores com seu porte natural, e para tê-las, é necessários que lhes proporcionemos o espaço correspondente à sua natureza (Hoehne,1944).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As paisagens estão em constante transformação, tanto no contexto ecológico quanto no contexto cultural. Ao planejar paisagens, devem ser considerados o contexto temporal e espacial, a história, as fases ecológicas e os períodos culturais, justamente para se adequar ao dinamismo dessa mudança de paisagens (Marcucci,2000).
Os requisitos básicos são planejar harmoniosamente e concomitantemente a arborização e as intervenções urbanas, programar o atendimento permanente das necessidades da arborização e assegurar condições essenciais à concretização dos programas de arborização (Mesquita,1996).
A pesquisa e o desenvolvimento são ferramentas importantes para a evolução do planejamento, adequação, implantação e manejo de árvores urbanas. As pesquisas devem contribuir para o estímulo da discussão científica e intelectual do presente e do futuro da vegetação urbana de um modo geral.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, T.O. de. Inventário e análise da arborização viária da estância turística de Campos do Jordão, SP. 2002. 112f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.
BIANCHI, C.G. Caracterização e análise das áreas verdes urbanas de Jaboticabal-SP. Jaboticabal, 1989. 56 p. Monografia (Graduação)- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista " Júlio de Mesquita Filho".
FARAH, I.M.C. Arborização urbana e sua inserção no desenho urbano. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3, p.6, 1999.
FURTADO, A. E.; MELLO FILHO, L. E. A interação microclima, paisagismo e arquitetura. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7, n.3., p.9, 1999.
HOEHNE, F.C. Arborização urbana. São Paulo: Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, 1944. 215 p.
LANG, E. Como fazer sombra na entrada de casa. Folha de São Paulo, 02 nov. 2000. Folha Equilíbrio p.6.
LIMA, A.M.L. Piracicaba, SP: Análise da arborização viária na área central e em seu entorno. Piracicaba, 1993. 238 p. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.
LOMBARDO, M.A. Vegetação e clima. In: ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 3.,Curitiba,1990. Resumos. Curitiba: FUPEF, 1990.p.1-13.
MARCUCCI, D.J. landscape history as a planning tool. Landscape and Urban Planning, n.49, p. 67-81, 2000.
MARTINS JUNIOR, O.P. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: A B Editora, 1996. 224 p.
MESQUITA, L. B. Arborização do Recife: notas técnicas para ajustes na execução e manutenção. Recife: Secretaria do Planejamento Urbano e Ambiental da Prefeitura da cidade do Recife, 1996. 88 p.
MILANO, M. S. Avaliação e Análise da arborização de ruas de Curitiba-PR. Curitiba, 1984. 130 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Paraná.
PEDROSA, J.B. Arborização de cidades e rodovias. Belo Horizonte: IEF, 1983. 64 p.
PIVETTA, K. F.L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Série Arborização Urbana. Unesp, Fcav, Funep. Jaboticabal, SP, 2002.
SEGAWA, H. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1996. 240p.
TERRA, C.G. Os jardins no Brasil no século XIX: Glaziou revisitado.2.ed. Rio de Janeiro: EBA, UFRJ, 2000.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
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