sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CLÉCIA QUEIROZ - SAMBA DO ROQUE

CLÉCIA QUEIROZ - SAMBA DO ROQUE

(Foto Mauro Ferreira)

Verdadeira baiana, Clécia Queiroz abre com graça a roda de Roque no Rio

Resenha de Show

Título: Samba de Roque
Artista: Clécia Queiroz (em foto de Mauro Ferreira)

Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 11 de novembro de 2010

Cotação: * * * *

Show em cartaz no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR), em 16 de novembro de 2010
Verdadeira baiana, Clécia Queiroz mexe, remexe, dá nó nas cadeiras e revira os olhinhos - como diz o samba de Geraldo Pereira (1918 - 1955) - ao mostrar no palco o repertório de seu CD Samba de Roque (2009), dedicado ao repertório do celebrado compositor baiano Roque Ferreira. Por ser também atriz e dançarina, a cantora domina a cena com teatralidade e vivacidade, contagiando o (pequeno) público que teve o privilégio de assistir ao primeiro show de Clécia Queiroz em terras cariocas. E o fato é que, ainda parafraseando a letra do samba de Geraldo, todo mundo bateu palma e, ao fim do show, abriu literalmente a roda no meio da plateia do Teatro Rival para dançar chulas e sambas no ritmo do Recôncavo Baiano. Com sua voz suave, de leveza perceptível já no primeiro número, Lua de Beiradeiro (Roque Ferreira), Clécia foi aos poucos conquistando o público com sua vivaz presença cênica. Com a autoridade de ser também uma pesquisadora da cultura afro-baiana, com mestrado em universidade dos Estados Unidos, a cantora foi explicando ao público - ao longo do show - os significados e origens da palavra samba nos dialetos africanos. O tom didático dessas breves explanações não dilui a alegria que rege o show Samba de Roque, cujo roteiro destacou temas como Xirê(Roque Ferreira) - ambientado num leve clima de gafeira que não anulou a batida do samba-de-roda - e Licuri (Roque Ferreira). Aliás, em Licuri e em outros números da metade final do show, as dançarinas Edeise Gomes e Laís Rocha contribuem para aumentar o brilho da cena com suas coreografias afro-baianas desenvolvidas em sintonia com os passos de Clécia no palco. Elaborada, a dança traduz visualmente e ampliaa força do universo musical afro-baiano. E a artista mergulha fundo nas raízes desse universo, apresentando até um semba (ritmo africano que deu origem ao samba), Omim-ô (Roque Ferreira), número em que uma das dançarinas espalha rosas pelo palco, em belo efeito visual. Em sintonia com a celebração da cultura afro-baiana, Clécia ainda põe na roda de Roque sambas que fizeram sucesso nos anos 70 nas vozes de Alcione (Ilha de Maré, de Walmir Lima e Lupo, 1977), Clara Nunes (Conto de Areia, de Romildo e Toninho,1974) e Fafá de Belém (Filho da Bahia, de Walter Queiroz, 1975). Detalhe: em Ilha de Maré, Clécia recorre aos seus dotes de atriz e finge estar bêbada ao cantar o samba, homenageando uma habitual espectadora pinguça das apresentações que faz no Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador (BA). Entre tais sucessos dos anos 70, a intérprete insere a chula Pimenteira (Roque Ferreira), Olori (Roque Ferreira) - tema mais romântico de tom resignado que roça o clima de um samba-choro com sonoridade que evoca os conjuntos regionais em voga na música brasileira da primeira metade do século 20 - e Samba pras Moças(Roque Ferreira e Grazielle), popularizado na voz de Zeca Pagodinho em 1995. Enfim, pela intimidade da artista com a cultura afro-baiana e pela vivacidade teatral com que a intérprete mexe e remexe em cena, dando nó nas cadeiras, o samba de Roque Ferreira se ajusta com perfeição ao canto gracioso da verdadeira baiana.

Um comentário:

  1. Saudações ao Mestre Roque

    Pelas canções
    Abrimos a roda
    O altar
    Fazendo girar

    Libertamos corpos
    Partilhamos cultura
    Felicitamos corações
    Cabriolamos vidas!

    Viva o Samba de Roque!
    VIVA
    VIVO
    LATENTE GENTE!

    Bom dia Cabrita mor! Filha de água com terra, fogo com ar! És especial!!
    Bom dia Grácia, de graça no olhar, mãe, irmã, filha de oxalá!
    Bom dia Jana, menina de mar!
    Bom dia Rodney da roda da Bahia, da rua, do capital! uuuu, vendaval!
    Bom dia Tony Andrade, malandrage! atrapalhado de amor e amizade!
    Bom dia diretor dudu, du silêncio, du choro, dos Reis!
    Bom dia ao gatinho, miauuu!
    Bom dia Keko do baixo do alto astral!
    Bom dia Tom com som de carvalho e Lençois!
    Bom dia Cachoeira, Ricardo, Sebastian
    Luiz
    Bom dia Rita da Luz!
    Bom dia às dançarinas, de pimenta e alegria!
    Salvem todos!

    São muitos os presentes! Graças!
    Agradecida pela existência de cada um!

    É um peito só!!!
    Cheio de promessas cumpridas!
    E portanto, reflexos sentidos!!!
    Muito Amor no coração!
    Amor e Arte contagiantes!
    Alegria e Diversão...como um cabrito!
    Pulando como um cabrito!
    Sinto nossas almas saltitantes como um cabrito!
    Ui, que delícia!
    Refletimos o que somos!
    VERDADE - SUCESSO!!!

    Cabriolando!!

    Estamos juntos e vamos girar o mundo!
    Abrir a Roda de Roque para quem quiser entrar!

    Parabéns gente!!!!

    Um beijão!

    Drica coringa, mistura de gente, de vozes, de emoções

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