domingo, 16 de maio de 2010

Virada Cultural é a cara de São Paulo - G Kassab

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DOMINGO, MAIO 16, 2010

GILBERTO KASSAB

Virada Cultural é a cara de São Paulo

GILBERTO KASSAB

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/05/10

Diversidade é o princípio básico da Virada Cultural, que colabora de maneira significativa com o processo de revitalização do centro


SÃO PAULO vive neste fim de semana a sua 6ª Virada Cultural, um dos momentos mais especiais de seu calendário de eventos.


Além de ser uma maratona de 24 horas com atrações para as mais variadas preferências, trata-se de festa democrática e gratuita que leva às ruas do centro, ponto de encontro natural dos paulistanos de todas as classes, uma multidão em busca de cultura, lazer e interação com a cidade.

A Virada Cultural tem a cara de São Paulo. Foi idealizada pelo ex-prefeito José Serra, em 2005, com o objetivo de valorizar e criar espaços para a extraordinária diversidade cultural que a cidade oferece em todos os seus cantos. Uma diversidade também étnica, formada por "tribos", de todas as origens, que aqui se completam.

Referência cultural da América Latina, São Paulo tem em seu DNA a contribuição de todos os povos que a construíram, como os nordestinos, japoneses, italianos, portugueses, chineses, sul-americanos, africanos, entre tantos outros. O Brasil e o mundo se encontram aqui.

Viver em uma cidade com as dimensões de São Paulo implica administrar dificuldades e ser paciente.

Mas também é uma rica e agradável oportunidade de experimentar cozinhas de todos os cantos do mundo, frequentar seus 110 museus com exposições nacionais e internacionais, ter vasta programação de shows, centenas de peças em seus 160 teatros, seus cinemas, parques, estádios etc.

É tudo isso o que a Virada Cultural busca sintetizar nas 24 horas de sua rica e intensa programação.

Assim, neste ano temos atrações como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, o Balé Popular do Recife, shows de rock, música cubana, jamaicana, a fina flor do samba, artistas de rua, ídolos da jovem guarda, piano na praça, teatro, cinema, dança, performances e instalações multimídias, entre as quase mil alternativas de eventos. Até o nosso tradicional pastel de feira está na programação.

Diversidade é o princípio básico da Virada Cultural, que colabora de maneira significativa com o processo de revitalização do centro, usando as atividades artísticas, em todas as suas manifestações, na interação das pessoas com a região central.

No ano em que homenageamos o centenário do paulistaníssimo Adoniran Barbosa, a festa ficou maior.

São esperados cerca de 330 mil turistas, que completam, com os moradores da cidade, um público que em 2009 foi estimado em 4 milhões de pessoas. A região da Luz foi incorporada ao mapa de atrações, criando outro espaço cultural a ser ocupado.

Para conseguir fazer festas maiores e melhores a cada ano, a prefeitura reúne com o governo do Estado esforços importantes nas áreas de cultura, turismo, serviços, educação e transportes, além de contar com a parceria da rede Sesc.

Foram investidos R$ 8 milhões neste ano para a organização dos eventos no centro e nos CEUs.


Outro importante aspecto a ser ressaltado, entre os motivos que levaram à criação da Virada, é a solidificação da imagem de São Paulo como grande centro de eventos, como congressos, feiras, convenções e shows.

É a única cidade do mundo a sediar duas das mais importantes provas do automobilismo, a F1 e a Indy.

Somos reconhecidos ainda pela maior Parada do Orgulho Gay do mundo e por uma das maiores festas de Réveillon. Por isso, nossa cidade é o principal destino turístico do país. Entre 2004 e 2009, o número de turistas que visitam a cidade cresceu 37%, atingindo 11,3 milhões no ano passado.

A previsão é de que visitantes de outras cidades movimentarão cerca de R$ 115 milhões em São Paulo apenas neste final de semana. Isso significa geração de riqueza, vagas de trabalho e possibilidades de negócios.


A Virada Cultural é um grande produto de exportação de São Paulo. É o evento que sinaliza uma opção importante da administração no estímulo aos talentos criativos e à produção cultural paulistana.


Nossa cidade tem nas chamadas economias criativas um valor imenso, uma enorme riqueza ainda inexplorada, e apostamos nisso.
Em julho, já deveremos ter consolidado o 1º Inventário das Economias Criativas da cidade.


São Paulo pode se considerar pioneira na organização de uma festa tão gigantesca, que sintetiza a natureza multicultural de seu povo.


Um evento de inclusão, de união entre os mais variados tipos e jeitos de se comportar, vestir e pensar.


E, ao mesmo tempo, possibilidade de se rediscutir a ocupação dos espaços públicos, levando de forma democrática a arte às ruas e estimulando a reflexão sobre os rumos da cidade.

GILBERTO KASSAB, engenheiro e economista, é o prefeito da cidade de São Paulo pelo DEM. Foi secretário municipal de Planejamento .

(POSTADO POR MURILO ÀS 06:15)

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