AS PRAÇAS E A QUALIDADE DA VIDA E DO BEM-ESTAR NAS CIDADES (2)
Quando nas praças s'eleva
Do Povo a sublime voz...
Um raio ilumina a treva
O Cristo assombra o algoz...
Que o gigante da calçada
De pé sobre a barrica
Desgrenhado, enorme, nu
Em Roma é catão ou Mário,
É Jesus sobre o Cálvario,
É Garibaldi ou Kosshut.
A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor!
Senhor!... pois quereis a praça?
Desgraçada a populaça
Só tem a rua seu...
Ninguém vos rouba os castelos
Tendes palácios tão belos...
Deixai a terra ao Anteu.
(…)(
(Antonio de Castro Alves – “O povo ao poder”))
"A praça Castro Alves é do povo
Como o céu é do avião
Um frevo novo,
um frevo novo,
um frevo novo
Todo mundo na praça,
manda a gente sem graça pro salão
A praça Castro Alves é do povo
Como o céu é do avião
Um frevo novo,
um frevo novo,
um frevo novo
Todo mundo na praça,
manda a gente sem graça pro salão
Mete o cotovelo
e vai abrindo caminho
Pega no meu cabelo
pra não se perder
e terminar sozinho
O tempo passa,
mas na raça eu chego lá
É aqui nesta praça
Que tudo vai ter que pintar
A praça Castro Alves é do povo
Como o céu é do avião
Um frevo novo,
um frevo novo,
um frevo novo
Todo mundo na praça,
manda a gente sem graça pro salão
Mete o cotovelo
e vai abrindo caminho
Pega no meu cabelo
pra não se perder
e terminar sozinho
O tempo passa,
mas na raça eu chego lá
É aqui nesta praça
Que tudo vai ter que pintar"
(Caetano Veloso – “Um frevo novo”)
Vicente Deocleciano Moreira
vicentedeocleciano@yahoo.com.br
vicentedeocleciano@gmail.com
FONTE DIRETA Blog http://www.viverascidades.blogspot.com
A instituição praça, como equipamento urbano, começa na Grécia antiga, nas praças públicas chamadas àgoras. Nas àgoras gregos e atenienses discutiam, em assembléias, problema e soluções para a polis (cidade) – de obras públicas a eventos culturais. As ágoras - também palcose cenários de manifestações religiosas, acordos comerciais e celebrações diversas - se celebrizaram como lugar do exercício da democracia – da democracia a la grega, acrescente-se.
No entanto, apesar da origens greco-ocidentais como marco inicial, antes dos gregos todas as cidades quanto foram planejadas e construídas – desde a mitológica Ur, a cidade de Abraão – ofereceram praças, aos habitantes, como locais de exercício de funções de lazer, contemplação, encontros, celebrações e outras em favor da qualidade e vida e do bem-estar da cidade e de seus moradores e visitantes. Como locais de encontros em meio aos desencontros da existência.
Vale observar que, segundo a narrativa e a exegese bíblicas, a Torre de babel foi sonhada e começou a ser construída depois da experiência (e do cansaço) da edificação de cidades.
Praças são equipamentos necessários à qualidade de vida, ao encontro e ao bem-estar dos seres humanos - e por que não (?) de outros animais - nas ruas e no interior de escolas, conventos, presídios, hospitais, universidades projetam. Tanto que governos autoritários constroem instituições educacionais, notadamente as universidades, com prédios que seguem uma extensa linha reta (uns após os outros), tudo para frustrar a praça, as reuniões e as contestações que esse equipamento costuma abrigar e incentivar.
Antes da globalizada denominação táxi, no Brasil eram chamados carros de praça os automóveis privados que conduziam , mediante sistema de corrida pós pago ou mesmo pré pago, passageiros de um ponto a outro da cidade. E seus motoristas chofers de praça.
Praças são do povo. É ele quem dá seu uso e dela abusa. Praças que hoje reúnem por exemplo senhores aposentados, diariamente (e que agrupam e movimentam artes e epetáculos cotidiano de mágicos, ilusionistas, profetas urbanos da volta de Cristo e dos apocalipses coletivo e individual que se avizinham e outros atores) no passado, enforcavam malfeitores, sedutores de senhoras casadas, escravos insubordinados ou fugidos. É o caso da Praça da Piedade em Salvador – Bahia – Brasil.
Nos shopping centers geralmente praças são quase sempre praças de alimentação (meãs, cadeiras e cheiro de comida). Muito embora versões mais modernas destes estabelecimentos comerciais já ofereçam aos consumidores praças exclusivamente voltadas para a contemplação de vitrines e diálogos curtos e episódicos.
Mães da Praça de Maio
Praças também são espaços de encontros políticos, de defesa da cidadania e da justiça social. O nome Praça de Maio (Buenos Aires – Argentina) comemora a Revolução argentina de 1811, quando a Argentina conquistoua independência em relação ao domínio espanhol. Há 10 anos, as Mães da Praça de Maio(e seu típico lenço cobrindo os cabelos – símbolo do movimento) vêm dando exemplo de esperança, insistência e teimosia, ao mundo, ao lutarem para conhecer o destino de seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar (1976 – 1983). Em 2006, algumas idosas, outras cansadas e doentes, elas fizeram a última passeata em torno da Pirâmide de Maio A então presidente das Mães, Hebe de Bonafini assim justificou o fim das passeatas: as mães “já não têm um inimigo na casa do governo” Neéstor Kirchner (então presidente argentino) “abriu as portas a elas e fez coisas que ninguém esperava.”
Primeiro de Maio
Hoje é o décimo Primeiro de Maio da primeira década do século XXI – um século que mal começa a assistir transformações vigorosas no mundo do trabalho mas que ainda sofre com a precarização do trabalho e da segurança do emprego, o aviltamento salarial, a saúde desprotegida e esquecida, o desemprego.
Há 121 anos, no mesmo ano em que brasileiros lutavam pelo fim da monarquia em favor do formato político republicano (1889), em 20 de junho, a Segunda Internacional – central sindical francesa – fazia manifestações pela redução da jornada de trabalho para 8 horas semanais: era o primeiro Dia do Trabalho do mundo. Mas somente em 23 de abril de 1919, o Senado francês ratificou a redução reivindicada e oficializou o dia 1º de maio como Dia do Trabalho/doTrabalhador. Em 1920, a Rússia seguiu a França e, em 1924, o Brasil (presidência Artur Bernardes) na escolha dessa data
Hoje, Primeiro de Maio de 2010, na praça principal de Primeiro de Maio (cidade do Paraná – Brasil) e nas demais praças das cidades de todos os tamanhos abrigarão manifestações e reivindicações dos trabalhadores.
Vamos às praças e ... Feliz Primeiro de Maio !!!!!
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