Ribeirão Preto (São Paulo – Brasil) - Sábado, 26 de Fevereiro de 2011 - 21h51
Olinda e Recife mantêm Carnaval tradicional
Na cidade patrimônio da Unesco, o frevo e o desfile de bonecos tornam a festa mundialmente famosa
Maria Fernanda Rodrigues
Fora do eixo São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador também é realizada uma grande festa de Carnaval, em que a tradição dos blocos ao som de marchinhas, frevo e maracatu ainda é conservada. Olinda e Recife, em Pernambuco, apresentam um dos mais belos e grandiosos Carnavais do País que, de tão animado, tem início uma semana antes da data oficial.
Em Olinda, cidade tombada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, as ruas e ladeiras estreitas transformam-se em passarelas para milhares de foliões e os famosos bonecos gigantes.
São cerca de 500 agremiações registradas oficialmente, entre clubes de frevo e maracatus, onde todos acompanham devidamente caracterizados. Para os turistas, o maior atrativo é acompanhar as troças carnavalescas.
E é justamente a riqueza cultural e a manutenção das tradições um dos principais atrativos oferecidos pelo município, que foi a primeira capital de Pernambuco.
"O Carnaval de Olinda é uma festa democrática, popular, feita pelo povo e para o povo, onde predomina a diversidade cultural e a irreverência", explica Marcia Souto, secretária de Cultura e Patrimônio de Olinda.
Passeio guiado
Para participar da festa e ainda aproveitar o passeio, a dica é procurar um guia local, que geralmente apresenta os principais pontos turísticos como os Mercados da Ribeira, do Varadouro, o Mirante do Alto da Sé, O Seminário, o Museu de Arte Sacra, o circuito das igrejas e os nichos espalhados pela cidade que contam a trajetória de Jesus até o calvário.
Os guias mirins chamam a atenção pela forma divertida como contam a história da cidade, sempre em rimas.
Na gastronomia, os destaques são a tapioca e o queijo coalho assado.
Bonecos
A cada ano a prefeitura de Olinda organiza um Carnaval produzido para receber os turistas. Além de oferecer cursos de capacitação para funcionários da rede hoteleira e donos de bares e restaurantes, também é disponibilizada a programação completa de cada dia no site oficial da cidade.
Hoje, por exemplo, serão realizados o Ensaio de Maracatus e o Bloco da Diversidade.
Mas, o melhor mesmo acontecerá entre os dias 4 e 8 de março, com a passagem dos bonecos gigantes e os grupos de frevo.
Entre os blocos e agremiações, vale a pena acompanhar aqueles mais famosos pelo número de integrantes e pela animação, como o Arrastão do Ceroula, Desfile das Virgens do Bairro Novo, O Babão, Bloco Projeto 50 e O Enquanto Isso na Sala da Justiça.
Recife
Na capital Recife, o carnaval mantém o título de "Multicultural". Para apresentar uma festa democrática, popular e diversificada, a prefeitura monta polos espalhados por toda a cidade com espetáculos gratuitos e de alta qualidade e que contam com agremiações carnavalescas e shows com artistas e orquestras.
Nos últimos 11 anos, o Carnaval Multicultural do Recife presta homenagem a grandes nomes da cultura pernambucana. Neste ano, os homenageados são o Maestro Duda e a artista plástica Tereza da Costa Rêgo.
Para a presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Luciana Félix, o Carnaval Multicultural do Recife é a maior festa popular do Brasil.
Para a presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Luciana Félix, o Carnaval Multicultural do Recife é a maior festa popular do Brasil.
Em quatro dias, a capital pernambucana promove 350 shows de palco, 800 desfiles de agremiações carnavalescas em 8 polos centralizados, 9 polos descentralizados, 40 polos comunitários e 5 corredores descentralizados de agremiações, totalizando 3.000 apresentações simultâneas em toda a cidade.
"No Recife, o turista brinca um Carnaval que traduz uma política pública de cultura erigida sob os preceitos da descentralização, pluralidade, democratização e inclusão social. Quem vier para cá terá acesso a uma programação artística de qualidade, que mescla as nossas tradições: desfiles de agremiações carnavalescas, blocos líricos, troças, clubes, bois, maracatus, caboclinhos e afoxés, com as atrações de fora, a uma infraestrutura segura", diz Luciana.
Programação
Programação
Ela ressalta que a programação completa pode ser conferida no site oficial da prefeitura (www.meucarnavaldorecife.com.br), que apresentou uma estimativa de 2,5 milhões de foliões na ruas de Recife, entre o dia 4 e 9 de março.
Entre as novidades deste ano, está a decoração da cidade que se estende à orla do bairro de Boa Viagem, e a avenida Agamenon Magalhã
Entre as novidades deste ano, está a decoração da cidade que se estende à orla do bairro de Boa Viagem, e a avenida Agamenon Magalhã
O Amparo Feminino, é o hospital que alguns chamavam de Hospital Alemão?
Mais uma vez, agradeço a publicação da foto produzida por meu padrinho, enriquecida pelos comentários e referências históricas do André, que potencializam o trabalho do fotógrafo.
O casamento de imagem e texto, novamente, ficou perfeito.
As lembranças do Rio Comprido me são muito boas, pois lá moraram meus avós, meus pais e lá foi onde nasci.
Pena que, como a Rua Jardim Botânico, a Av.Paulo de Frontin, tenha se transformado em mera via de passagem, descaracterizando um bairro tão bonito e repleto de tradições…
Enfim, é o progresso…
Caro Andre,
Permita-me contribuir com uma correção. Na foto vemos o Largo do Estácio e não o Largo do Rio Comprido. A direita do bonde vemos o gradil do Hospital da Polícia Militar e uma frondosa arvoré que até hoje resiste. A esquerda do bonde fica a subida do Morro de São Carlos. O posto de gasolina também continua firme na mesma esquina, só que agora não tem mais bandeira, embora preserve as cores vermelha e branca. É interessante ressaltar que no prédio, encoberto pelas arvorés, situado em oposição ao posto de gasolina estava instalada a loja matriz das Casas da Banha. Todo o casario à direita foi derrubado para a construção da Estação Estácio do Metro. O itinerário do bonde que seguia na direção do Centro da Cidade indica “Estácio – Frei Caneca”.
Abraços e obrigado
Walter, você está certo, se fosse pegadinha já teria matado a charada. Vemos claramente o posto de gasolina que fica na esquina da rua Maia Lacerda. Mais a frente vemos a torre da igreja Divino Espírito Santo, no final da rua Estácio de Sá e início da Haddock Lobo, quase em frente a rua Joaquim Palhares. O lado direito da rua Estácio de Sá, realmente foi todo demolido a pouco mais de 10 anos.
Depois do comentário do Walter Gouveia a situação foi muito bem esclarecida. Realmente , o lugar é o largo do Estácio. Em 1970, quando o Brasil foi tricampeão mundial de futebol, eu tinha um grupo de fãs do meu conjunto de rock que morava nesse prédio ao lado do posto Esso depois da Rua Maia Lacerda!!
Excelente comentário seum Walter Gouveia!!!
Aliás é bom lembrar que aquela região é violentada pelo governo desde o século 19. Começando com a construção da linha férrea que desconectou o Santo Cristo da Cidade Nova, mais tarde a abertura da Presidente Vargas que fragmentou ainda mais a região, culminando com o Metrô e o Teleporto que arrasaram completamente o que restava. Talvez a única revitalização digna que a região sofreu foi a construção da Avenida do Mangue, que era bem aprazível até os anos 40.
Estou me sentindo em casa!
Depois que mudei para o Estácio, fiquei apaixonado pelo bairro!!
Realmente a foto tirada por meu padrinho apresentava uma referência manuscrita como sendo o Largo do Rio Comprido. Ignoro quem a colocou, mas tenho certeza absoluta que não foi Ferreira Júnior, que, além de profundo conhecedor da cidade, sempre fora morador do Estácio, em um casarão, bem no início da rua de São Carlos.
Eu não dispunha de conhecimento para fazer qualquer correção, tendo em vista, inclusive, a idade da foto.
Peço desculpas ao André, por havê-lo induzido ao equívoco, e, também aos leitores, mas tudo ficou muito bem resolvido.