domingo, 11 de julho de 2010

A ALMA ... (7.1) - Av. São João à noite – S. Paulo

A ALMA NOTURNA DAS CIDADES (7.1) – Av. São João à noite – S. Paulo


AVENIDA SÃO JOÃO - DIGITAIS DA NOITE PAULISTANA


Fonte: VIRTUÁLIA - O Manifesto Digital

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sexta-feira, 4 de junho de 2010


Uma das avenidas míticas da Paulicéia, a Avenida São João é símbolo de uma época que caracterizou a atmosfera boêmia e noturna da capital paulistana. É a maior artéria digital de uma cidade confusa em suas identidades humanas, mas indelevelmente arraigada em sua perspectiva cultural, essência como metrópole.

Se a Avenida Paulista representou a sofisticação, o glamour da burguesia ascendente, a chegada das grandes empresas econômicas, a Avenida São João demarcou o pulsar da identidade paulistana. Nesta artéria foram, aos poucos, nascendo bares, cafés, teatros, cassinos, cinemas, numa efervescente vida noturna que deu forma à geografia humana de São Paulo.

No decorrer das décadas, a Avenida São João perdeu parte da importância na vida noturna da capital paulista. Sua atmosfera underground eleva-se a partir de bares alternativos que vazam os mistérios da noite marginal.

Mitificada pela Música Popular Brasileira, ficou famosa nos versos de Paulo Vanzolini, na música “Ronda”; ou ainda na célebre “Sampa”, de Caetano Veloso. Este ícone de São Paulo é sempre uma descoberta, ainda que mais não seja pelos imponentes arranha-céus que riscam a o seu traçado, e os prédios que se lhe rabiscam um glamour de uma Paulicéia que o tempo ofuscou, mas jamais apagou.


Nascida a Partir da Ladeira do Acu


Nascida da antiga Ladeira do Acu, a incipiente Rua de São João Batista, deve o seu nome à insalubridade que abrangia a região do Anhangabaú, obrigando as pessoas a levarem consigo a imagem de São João Batista para atravessarem o Vale.

O loteamento da chácara pertencente ao comendador Luis Antonio de Sousa Barros, permitiu que se abrissem partes da atual Avenida São João, o largo e a travessa do Paissandu, a Rua do Seminário e a Praça do Correio.
Inicialmente modesta no fim do século XIX e no alvorecer do século XX, a São João era uma rua de botequins e velhas quitandas, que ladeavam o Teatro Polytheama, local onde, tradicionalmente, circulavam os fogareiros de lata de querosene assando castanhas.

Em 30 de junho de 1890, no local onde predominavam bambuzais, coqueiros e arbustos, ergueu-se o Mercado São João, conhecido como Mercado Acu. Consistia em uma estrutura pré-moldada de placas metálicas vindas da Bélgica, sendo ponto de encontro de vendedores oriundos de várias partes do mundo, imigrantes na pulsante São Paulo. Em 1914, o mercado foi demolido, dando lugar à Praça do Correio e à Praça Pedro Lessa, sendo os comerciantes locais transferidos para debaixo do Viaduto Santa Ifigênia.

Em 1911, a antiga Ladeira do Acu, depois Rua de São João, foi alargada, transformando-se na Avenida São João.

Outro ponto histórico da Avenida São João começou a ser edificado em 7 de outubro de 1920, o imponente prédio da Agência Central da Empresa de Correios e Telégrafos. Erguido a partir de um projeto de Domiziano Rossi e do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, o prédio foi inaugurado em 20 de outubro de 1922, fazendo parte das comemorações do centenário da independência do Brasil.

(CONTINUA AMANHÃ, SEGUNDA-FEIRA)

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