domingo, 29 de agosto de 2010

CRÕNICA “JOVENS TARDES DE DOMINGO”

CRÕNICA “JOVENS TARDES DE DOMINGO” 29 de agosto de 2010


“JOVENS TARDES DE DOMINGO”

( Roberto Carlos - Erasmo Carlos )

Eu me lembro com saudade o tempo que passou
O tempo passa tão depressa mas em mim deixou
Jovens tardes de domingo, tantas alegrias
Velhos tempos, belos dias.

Canções usavam formas simples
p'ra falar de amor
Carrões e gente numa festa de sorriso e cor
Jovens tardes de domingo, tantas alegrias
Velhos tempos, belos dias.

Hoje os meus domingos são doces recordações
Daquelas tardes de guitarras,
sonhos e emoções
O que foi felicidade
Me mata agora de saudade
Velhos tempos, belos dias.



Ah ... novamente em pauta as tardes de domingo. E lhes digo mais: na crônica do próximo domingo (5 de setembro/2010), as tardes de domingo voltarão a estar presentes.

Mas, “cada dia com sua agonia” ... cada domingo com sua tarde. Vamos falar hoje (tarde de hoje, último domingo de agosto [ÚLTIMO ... não por falta de vida e saúde]. Vamos viajar nesta bela (e SAUDOSISTA)letra de Roberto Carlos e Eramos Carlos: “JOVENS TARDES DE DOMINGO”.
Quem tem idade próxima à dos dois compositores, sabe – por experiência própria, vivida – o que eram as jovens tardes de domingo na época da Jovem Guarda (anos 60/70), de suas calças “boca de sino”, botinhas, cinto e fivelas largos, motos, labretas e jaquetas de coro, medalhão ao peito, The Beatles, cabelos crescidos. Uma Jovem Guarda com coragem e impertinência suficientes para gritar: “quero que vá tudo pro inferno !!!!” – numa época em que a palavra INFERNO era quase um palavrão, uma palavra maldita, amaldiçoada - por razões que, em respeito à inteligência da(o) leitor(a), não serão aqui exibidas.

O que será, que será ... que os dois compositores estão sentindo: saudade ou nostalgia?

Para mim, alguém – em condições de normalidade psíquica - só sente saudades de um tempo que foi bom, que trouxe prazeres, sorrisos, felicidade ... Tanto que chama-se saudade a recordação desses bons tempos só trazem prazer e não dor; mesmo sabendo que essses bons tempos não voltarão, não podem voltar ... ao menos na medida e na medidad de verdade e realidade do que foram no passado.

O que é, então, nostalgia? Apego-me ao sentido etimológico da palavra NOSTALGIA (do grego NOST = reqtorno + ALGIA = dor). Daí, a palavra ANALGÉSICO – medicamento que nega (prefixo AN = Não)ou alivia a ALGIA ou ALGESIA, isto é, A dor.

Mesmo com essa explicação inicial – ao menos para mim – bastante clara, tenho que reconhecer que há confusão entre os ponceitos SAUDADE e NOSTALGIA mesmo nos dicionários.

Vamos lá. Dizem que o termo SAUDADE só existe em português e é intraduzível para qualquer outro idioma. “Traduttori Tradittori” (todo tradutor é um traidor), dizem os italianos.

Para mim, NOSTALGIA é a recordação cavalgada pela DOR: seja pela lembrança (não saudade, claro!) de acontecimentos desagradáveis, trágicos ... dolorosos ...: pode até ser que a lembrança seja, sim, dos/de BONS TEMPOS ... mas é um tipo de lembrança que traz dor por causa da frustração diante de um presente que é incapaz de repetir, reeditar, “xerocar” os BONS TEMPOS vividos no psssado, outrora; isto se chama NOST+ALGIA (nostalgia), o rememorar os bons tempos traz dor, sofrimento - e não alegria, prazer ... como é o caso da SAUDADE.

Com a palavra, você, leitor(a).
Boas lembranças dos bons tempos ... não importa a sua idade.

Óptimo domingo.

Vicente

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