quinta-feira, 5 de agosto de 2010

30 ANOS SEM VINICIUS. O POETA E AS CIDADES (5)

30 ANOS SEM VINICIUS. O POETA E AS CIDADES (5)


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Em cinco oportunidades que amigos e a própria vida me proporcionaram - melhor dizer, presentearam - pude conhecer pessoalmente cinco celebridades da minha admiração:

- o geógrafo Milton Santos com quem estive lado a lado em duas oportunidades, em duas mesas redondas na Universidade Estadual de Feira de Santana.

- o sociólogo Gilberto Freyre, lado a lado, em Pernambuco na coordenação de um evento sobre patrimônio arquitetônico e cultural.

- o antropólogo Darcy Ribeiro, a quem ciceroniei - por algumas horas - em Salvador, antes de conduzí-lo a uma formatura do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia, em que foi paraninfo.

- o sociólogo Florestan Fernandes, a quem cumprimentei, em São Paulo, numa cerimônia com que a USP (Universidade de São Paulo)o homenageou.Num auditório, cheio de professores e convidados, estilo arena, todos se levantaram de suas cadeiras e assentos, desceram as escada e, sem parar de aplaudir o professor e de chorar de emoção, o cercaram na parte central da arena onde estava Florestan e sua simplicidade quase monástica. Inesquecível.

- o poeta Vinicius de Moraes, o 'poetinha' - como era carinhosamente chamado - que amigos me apresentaram duas vezes e em duas ocasiões e cidades diferentes. E, apesar de se chamar Vinicius, o nome VIDANICIUS lhe cairia bem, pelo que esse importante brasileiro inalava e exalava de vida e de alegria de viver, do estar de bem com a vida. Porisso, dediquei postagens à apresentação de seus dados biográficos.

Vicente D. Moreira

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Nesta postagem convido para que destaquemos o poema "Marcha de quarta-feira de cinzas" em que ele pinta uma cidade mergulahada nas cinzas da tristeza depois de dias tresloucados na multicolorida festa do Carnaval.


Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou.


Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor.


E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade...


A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar.


Porque são tantas coisas azuis
Há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe...


Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz.



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