domingo, 4 de setembro de 2011

MUNDO ... MOSTRA DO CINEMA PARAENSE

MUNDO VASTO MUNDO

 MOSTRA DO CINEMA PARAENSE

O cinema paraense tem destaque na XV Feira Pan-Amazônica do Livro. Na próxima segunda-feira (5), a partir das 10h, no Fórum Benedito Nunes – Sala II, o público assistirá às 21 obras selecionadas para exibição. Os filmes abordam a ficção nas lendas da Amazônia, o cotidiano paraense, o Círio de Nazaré e a cultura do Marajó, em formato de documentário.
Em 1728, o militar Francisco de Melo Palheta parte para a Guiana Francesa com a missão secreta de conseguir sementes de café para o Brasil. Palheta cumpriu seu objetivo e é conhecido, até hoje, como aquele personagem histórico que “contrabandeou” as sementes de Caiena (Guiana) para Vigia, no nordeste do Pará, onde as mudas foram plantadas. A história do militar é retratada no documentário “Semente de Ouro Negro – A história de Francisco de Melo Palheta”, de José Borges de Almeida e Nélio Palheta. As cenas da produção foram gravadas em Vigia, Belém, Rio de Janeiro, Porto (Portugal) e na Etiópia. O ator Paulo Brasil interpreta Francisco de Melo Palheta; Paula Diocesano representa Madame D’Ollivier, e Raquel Leão, a mucama. A exibição de “Semente de Ouro Negro – A história de Francisco de Melo Palheta”, começa às 15h30.
Francisco de Melo Palheta e Nélio Palheta carregam os mesmos sobrenomes. Essa coincidência despertou a curiosidade do diretor pela história do militar. “É possível que os Palhetas de Vigia sejam descendentes de Francisco de Melo Palheta. Eu seria um deles, nasci lá. E os indícios são muito fortes de que Francisco Palheta, por uma série de fatores, plantou o café em Vigia”, contou o jornalista Nélio Palheta.
Mas, além da investigação de um possível parentesco, outro fator fez com que Nélio Palheta filmasse esse pequeno capítulo da história de Francisco de Melo Palheta: a importância que o militar teve para a história da região amazônica. “É uma história interessante, mas o nosso personagem foi reduzido ao folclore de ter ‘contrabandeado’ sementes e mudas de café de Caiena para o Brasil. Fora dessa história, Palheta teve um papel importante para a definição do território amazônico sob o domínio português no início do século XVIII, ao empreender a famosa viagem ao Rio Madeira, até então pouco conhecido”, dise Nélio Palheta. É a primeira vez que “Sementes de Ouro Negro” é exibido no Brasil.
Saberes marajoara - Logo depois, a partir das 17h, começa a exibição dos filmes do diretor Darcel Andrade, cuja relação com o cinema iniciou  como arte-educador. Concluiu mestrado em Educação, pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), e se aprofundou nas questões sociais do Arquipélago do Marajó, quando pesquisou sobre “Os Saberes e o Imaginário do Homem Marajoara no Museu do Marajó”.
A partir daí, o Marajó tem sido frequentemente tema de seus documentários. O primeiro filme a ser exibido é “Tá Tudo Azul”. Em seguida, Darcel Andrade e Wiza Brito contam a história de três cadeirantes, moradores de Ananindeua (município da Região Metropolitana de Belém), que revelam suas dificuldades, sonhos e superações no documentário “Outras Histórias”. Depois, o público acompanhará o pré-lançamento dos filmes “Rios de Saberes”, “Paca, Tatu, Cutia Não - Juraci Siqueira” e “É Proibido Não Tocar Nos Saberes do Marajó”. Nesta última produção, Darcel Andrade apresenta o ex-padre italiano Giovanni Gallo, que dedicou 30 anos de sua vida às causas sociais da Ilha. O trabalho é resultado da tese de mestrado do diretor. 
O último filme a ser exibido no Circuito Paraense é o documentário “O Ajuntador de Cacos”, de Paulo Miranda. O diretor revela o processo de construção do Museu do Marajó e a importância que o ex-padre Giovanni Gallo teve para a região. O religioso atuou na preservação da memória histórica do local e de sua arqueologia. Inicialmente, o documentário seria uma parceria entre Paulo Miranda e Giovanni Galo, para divulgar a cultura marajoara. “A ideia do documentário surgiu já faz um bom tempo, mais precisamente em abril de 2002, quando tive a oportunidade de conhecer o padre Gallo em uma visita que fiz ao Museu do Marajó. Ele me convidou para realizarmos um documentário que abordasse o processo de construção do Museu, que segundo ele ‘seria um instrumento muito importante para divulgar a cultura do povo esquecido e desprezado do Marajó’”, ressaltou o diretor.
Para Paulo Miranda, o paraense precisa conhecer a vida e o trabalho de Giovanni Galo. Com ‘O Ajuntador de Cacos’ estamos buscando contribuir para que o paraense, e muito especialmente os jovens, tomem conhecimento do ex-padre e sua obra. Ele é um grande exemplo de desprendimento, humanismo e promoção da cidadania”, disse o diretor.
Logo após a exibição do documentário, Paulo Miranda e o público conversarão sobre a vida e a obra de Giovanni Gallo, com mediação de Darcel Andrade.
Serviço: XV Feira Pan-Amazônica do livro - Mostra de Cinema Paraense. Dia 5 (segunda-feira), das 10 às 22h. Local: Hangar – Convenções e Feiras da Amazônia. Fórum Benedito Nunes. Sala II. Entrada franca. Mais informações: www.feiradolivro.pa.gov.br
Fonte - Governo do Pará - Ascom/Secult

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