PAULISTA, NOSSA BEM AMADA AVENIDA, JOVEM AOS 120 ANOS
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SÃO PAULO - SP - BRASIL
Raul Juste Lores
{jornal Folha de São Paulo. São Paulo (SP - Brasil), 1º de dezembro de 2011, p. A2]
SÃO PAULO - A prefeitura autorizou a construção de mais um shopping center na avenida Paulista, na esquina com a rua Pamplona.
Na Haddock Lobo, onde ficava o Fasano, deve surgir, em pouco mais de um ano, o Cidade Jardim Shops, irmãozinho do bunker da marginal, o das torres neoclássicas.
Ainda há boatos que surja um centro comercial no antigo hospital Umberto Primo, perto do Masp, e outro na região da Oscar Freire. Se você fizer um mísero puxadinho, terá um trabalhão para obter um alvará.
Mas parece não haver burocracia para erguer um novo shopping. Os caixotões que deixam a cidade ainda mais cinza não parecem preocupar as autoridades quanto a impactos no trânsito e na paisagem urbana.
Como diz o crítico Paul Goldberger, shoppings são aspiradores gigantes que retiram as pessoas das ruas. Quem ganha com ruas vazias?
As grifes previsíveis nem são o maior problema. Desde Nefertiti, mulheres e cada vez mais homens gastam muito em joias e trajes caros que demonstrem status e sirvam para atrair os objetos do desejo.
Mas o luxo não pode ser ordinário. Em Tóquio, grandes grifes contrataram ótimos arquitetos e a avenida Omotesando virou uma coleção de prédios belíssimos.
Os produtos à venda podem ser proibitivos, mas a paisagem urbana agradece a contribuição gratuita dessas construções.
O shopping Tokyo Midtown só foi autorizado depois de garantir um jardim público de 40 mil m² com uma galeria de arte, com curadores como Tadao Ando e Issey Miyake.
Já a ampliação do shopping Higienópolis criou um fiapo de pracinha.
Cabe ao poder público exigir compensações, de boa arquitetura a espaços verdes, até mesmo segurança no entorno -ela abunda no interior desses empreendimentos.
A prefeitura exigiu apenas a plantação de 106 mudas no local e outras tantas no parque Trianon para liberar o shopping da Paulista. Singelo.
{jornal Folha de São Paulo. São Paulo (SP - Brasil), 1º de dezembro de 2011, p. A2]
SÃO PAULO - A prefeitura autorizou a construção de mais um shopping center na avenida Paulista, na esquina com a rua Pamplona.
Na Haddock Lobo, onde ficava o Fasano, deve surgir, em pouco mais de um ano, o Cidade Jardim Shops, irmãozinho do bunker da marginal, o das torres neoclássicas.
Ainda há boatos que surja um centro comercial no antigo hospital Umberto Primo, perto do Masp, e outro na região da Oscar Freire. Se você fizer um mísero puxadinho, terá um trabalhão para obter um alvará.
Mas parece não haver burocracia para erguer um novo shopping. Os caixotões que deixam a cidade ainda mais cinza não parecem preocupar as autoridades quanto a impactos no trânsito e na paisagem urbana.
Como diz o crítico Paul Goldberger, shoppings são aspiradores gigantes que retiram as pessoas das ruas. Quem ganha com ruas vazias?
As grifes previsíveis nem são o maior problema. Desde Nefertiti, mulheres e cada vez mais homens gastam muito em joias e trajes caros que demonstrem status e sirvam para atrair os objetos do desejo.
Mas o luxo não pode ser ordinário. Em Tóquio, grandes grifes contrataram ótimos arquitetos e a avenida Omotesando virou uma coleção de prédios belíssimos.
Os produtos à venda podem ser proibitivos, mas a paisagem urbana agradece a contribuição gratuita dessas construções.
O shopping Tokyo Midtown só foi autorizado depois de garantir um jardim público de 40 mil m² com uma galeria de arte, com curadores como Tadao Ando e Issey Miyake.
Já a ampliação do shopping Higienópolis criou um fiapo de pracinha.
Cabe ao poder público exigir compensações, de boa arquitetura a espaços verdes, até mesmo segurança no entorno -ela abunda no interior desses empreendimentos.
A prefeitura exigiu apenas a plantação de 106 mudas no local e outras tantas no parque Trianon para liberar o shopping da Paulista. Singelo.
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