CURITIBA - PARANÁ - BRASIL
Texto de Vicente Deocleciano Moreira
Costumo chamar minha querida, doce e leve Curitiba de cidade mestra de todas as demais capitais e cidades deste vasto Brasil. Ela tem exercido a vanguarda das inovações urbanísticas na direção da melhoria da qualidade de vida e da mobilidade das cidades. E isso não vale apenas para os séculos XIX, XX ou XXI. Basta simplesmente falar das normas urbanísticas estabelecidas pelo ouvidor Pardinho, em 1720, para Curitiba – particularmente para a então rua principal chamada Rua das Flores, objeto das preocupações do ouvidor que proibira, então, alinhamentos mal traçados. Essa importante – e ainda charmosa – Rua das Flores em 1846 recebeu calçamento e os primeiros lampiões de gás.
Para homenagear a visita imperial (1880), a Rua das Flores passou a chamar-se Rua da Imperatriz e, em 1889, Rua XV de Novembro, festejando a Proclamação da República (15 de novembro de 1889). Foi asfaltada em 1926 e, desde 1972 (um ano transformada em calcadão), resgatou o antigo e tradicional nome : Rua das Flores.
A Rua da Flores ficou famosa local, nacional e internacionalmente, por ter sido transformada, em 1971, no primeiro calçadão do Brasil. Paranaenses e visitantes corriam até essa rua para ver e crer uma rua subtraída aos automóveis e ônibus para o bem, conforto e segurança do ‘animal’ medida de todas as coisas que devam fazer e preservar numa de uma cidade: o pedestre. Antes do calçadão da Rua das Flores, o Brasil acreditava ser um destino, um fado, uma irrevogabilidade urbana a ‘ditadura’ dos veículos sobre as pistas.
Imitando ou tentando imitar o que se fez na Rua das Flores, cidades de todos os tamanhos em todo o Brasil, também criaram seus calçadões. E, pessoalmente, não tenho notícias de que tais equipamentos, quando criteriosamente resolvidos e instalados tenham piorado o mais caótico/menos caótico trânsito de uma cidade brasileira.
Poucas ruas no Brasil e no Mundo criaram e ainda preservam a condição de espaço de encontro de pessoas dos mais diversos segmentos sociais, ante e depois de um atribulado dia de trabalho.
A “Boca Maldita” (onde homens se encontram para conversar entre um cafezinho e outro), cinemas, lanchonetes, o famoso e sempre imitado bondinho (um vagão trazido do sistema curitibano de transporte do passado) abriga crianças e lhes oferece atividades de lazer e lúdicas/educativas, enquanto mães e pais fazem compras. Tudo isso sob o doce olhas de portas e janelas de sobrados.
Um desses belos e realmente conservados prédios, imenso (foto acima) nas noites de Natal é enriquecido por um coral de crianças e adornado por decoração e iluminação especiais. Uma atração natalina de prestígio internacional. Emocionante.
COM EMOÇÃO, FALO E RECOMENDO CURITIBA PELAS EXPERIÊNCIAS PRÓPRIAS DAS MINHAS ANDANÇAS, ESTADAS E MORADIAS PARANAENSES
Vicente
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