Vicente Deocleciano Moreira
Estamos abrindo o mês de julho de 2011 com série de postagens intitulada RUA URBANA COMO ESPAÇO MASCULINO: TRADIÇÃO E RUPTURA.
A rua urbana tem sido pensada e vivida como um espaço masculino ao longo do tempo histórico e dos espaços e culturas das cidades ... em todo o planeta Terra.
É evidente que, no espaço, no tempo histórico e na cultura, rupturas mais vigorosas, menos vigorosas, tèm incidido sobre essa tradição masculina e suas tessituras ideológicas e simbólicas.
A expressão RUA URBANA pode parecer, numa primeira e apressada leitura, um pleonasmo, uma redundância. Mas o fato é que nem toda a rua é urbana. Existem RUAS RURAIS, ou seja, aqueles segmentos retos ou não, que separam e intercalam alas de culturas agrícolas num cafezal, num canavial, trigal, numa plantação de soja, etc.
No caso das RUAS RURAIS, os espaços são - podemos dizer, desde sempre (?) - compartilhados por homens e mulheres. Compartilhados - bem entendido - sem predomínio simbólico ou efetivo prático mais agresssivo de um sobre o outro sexo.
Ontem, dia 30 de junho, centenas de AGRICULTORAS começaram a se reunir em Maringá (Paraná - Brasil) num congresso (só para mulheres trabalhadoras rurais). Inconformadas com a participação feminina, no campo, apenas como trabalhadoras, agricultoras, elas defendem - em meio a dezenas de reivindicações e bandeiras de luta - os caminhos a conquista do espaço gerencial, da gestão da organização do trabalho e da produção agrícolas. Mãos femininas não apenas para a enxada e a terra, mas também para o comando, a administração e a gestão.
Duas postagens especiais, a serem publicadas amanhã 2 de julho e segunda-feira próxima (dia 4) serão o "abre alas" desta série de postagens:
Amanhã, sábado, dois de julho, quando a Bahia (Brasil) estará a comemorar os quase 180 anos (1823-20110 da Independência da Bahia (libertação do domínio de Portugal), iremos refletir os papéis e a participação de três mulheres consideradas heroínas (Maria Quitéria, Maria Filipa e Joana Angélica) á luz da RUA URBANA COMO ESPAÇO MASCULINO: TRADIÇÃO E RUPTURA ... para além da importantíssima razão historiográfica e militar da participação delas no vitorioso movimento.
Segunda-feira, dia 4, leremos o depoimento (a Diogo Bercito - São Paulo - Brasil) da jovem saudita (24 anos) Raniya Almahozi sobre a sua atitude (ousada para os valores da Arábia Saudita) de, na condição de mulher, dirigir (um carro na via pública). E veremos o vídeo que ela fez ao se filmar praticando o ato proibido de uma mulher dirigir.
Até amanhã,
Vicente
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