segunda-feira, 18 de julho de 2011

População e PIB das cidades médias crescem mais que no resto do Brasil

População e PIB das cidades médias crescem mais que no resto do Brasil (1)

IPEA
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, Universidade Estadual de Campinas, Brasília.

RELEASE – 17 de JULHO de 2008.
População e PIB das cidades médias crescem mais que no resto do Brasil

Aumentos de riquezas e de habitantes nas cidades com 100 mil a 500 mil, neste século, superam a média nacional

Dados preliminares de uma pesquisa que vem sendo realizada pelo Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que as cidades médias brasileiras tiveram maior crescimento populacional, entre 2000 e 2007, e também maior aumento do PIB (Produto Interno Bruno), entre 2002 e 2005, que as demais cidades brasileiras.

A Coordenadora de Desenvolvimento Urbano da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos do Ipea, Diana Motta, e o pesquisador Daniel da Mata, da mesma diretoria, são os responsáveis pelo estudo inédito.

O critério demográfico tem sido o mais aplicado para identificar as cidades médias. Podem ser consideradas médias aquelas cidades com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, devido às características do sistema urbano regional, municípios com população de 50 mil a 100 mil habitantes também podem desempenhar a função de cidades médias.

Desde a década de 1970, as cidades médias têm desempenhado um papel importante na dinâmica econômica e espacial do país. Atualmente o seu fortaleciment o é evidenciado pelo processo de desconcentração da produção e da população no território nacional.

Enquanto as metrópoles e grandes cidades (com mais de 500 mil habitantes) perderam participação no PIB nacional de 43,34% para 41,70%, entre 2002 e 2005, as pequenas (menos de 100 mil habitantes) ampliaram levemente a participação de 30,59% para 30,95%, e as médias tiveram o melhor desempenho aumentando sua participação no conjunto da riqueza nacional de 26,07% para 27,35%.

Do ponto de vista populacional, as cidades grandes e pequenas encolheram entre 2000 e 2007, enquanto as médias cresceram. As médias concentravam 23,8% da população em 2000 e passaram a 25,05% em 2007. As grandes caíram de 29,81% para 29,71%, e as pequenas, de 46,39% para 45,24%, no mesmo período.

Os dados do Ipea mostram que as cidades médias cresceram além das médias nacionais, com aumento do PIB acima dos 5% ao ano e crescimento populacional em torno dos 2% ao ano.

Os dados revelam que as cidades médias foram capazes de absorver o
crescimento populacional e apresentar também crescimento do PIB, contribuindo também para a expansão e o adensamento da rede urbana
do Brasil.

“O maior crescimento do PIB Industrial ocorreu nas cidades médias situadas em área de ocupação urbana consolidada, como por exemplo, na região Sudeste, e nas localizadas em área de fronteira de recursos, nas regiões Centro-Oeste e Norte do país”, diz a pesquisadora Diana Motta.

Quando uma cidade apresenta um elevado crescimento econômico, torna-se um atrativo para migrantes em busca de melhores condições de trabalho. Maior migração significa maior crescimento populacional, supondo que não há diferença substancial entre as taxas de natalidade e mortalidade entre as cidades do sistema urbano. Essa foi a tendência verificada na pesquisa do Ipea.

As cidades médias também obtiveram o maior crescimento do PIB per capita. Ou seja, tiveram um crescimento do PIB superior ao aumento populacional, isso significa dizer que não só o “bolo” da riqueza aumentou, mas a “fatia” para cada um também.

Quanto ao processo de urbanização do país, as cidades médias apresentaram uma posição de destaque. No período de 2002 a 2007, a população dessas cidades cresceu à taxa de 2% ao ano, mais que as taxas das cidades grandes (1,66%) e das cidades pequenas (0,61%).

Algumas, no entanto, tiveram crescimento ainda maior, como Palmas (RO) e Águas Lindas de Goiás (GO), com crescimento populacional acima dos 6% ao ano.

Elevadas taxas de crescimento demográfico são registradas especialmente nas áreas de fronteira econômica (regiões Centro-Oeste e Norte). Os dados do Ipea mostram que os municípios entre 100 mil e 500 mil habitantes têm maior dinamismo econômico principalmente no setor industrial (crescimento de 2,23% ao ano), seguido pelo setor de serviços (1,25%). Foi registrada uma acentuada queda na produção agropecuária (-2,06% ao ano). Segundo o estudo, as cidades médias foram aquelas que apresentaram uma maior taxa de urbanização, portanto, era esperado um crescimento mais elevado das atividades “urbanas” – setores secundário e terciário. Como resultado, haveria uma menor participação das atividades relacionadas ao setor agropecuário e uma queda do PIB agropecuário.

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