DA MOBILIDADE URBANA (1)
por Vicente D Moreira - especial para o Blogue CIDADE
A lógica do automóvel (e dos veículos motorizados - todos eles, individuais ou coletivos!) parece funcionar - aos olhos dos estudiosos contemporâneos e coetâneos de mobilidade urbana - como uma árvore que impede a visão das demais árvores da floresta. E olhem que muitos desses estudos e estudiosos são vorazes em condenar o transporte motorizado individual à fogueira onde são queimadas in discrinadamente todas as 'pragas' e 'pestes' urbanas. E em aplaudir, pés e mãos, coisas como a política do rodízio de AUTOMÓVEIS.
Quando tínhamos a transitar pelas então incipientes urbes apenas pedestres e carruagens e demais veículos de tração animal tínhamos sim problemas de mobilidade urbana; não necessariamente problemas como lentidão, congestionamentos, engarrafamentos e todo os 'males' que eles pdoem causar à nossa saúde individual e à saúde das cidades; não necessariamente até porque tais problemas que atingem a pele no cotidiano urbano e nos cegam os olhos para a visão de outros horizontes.
O problema esquecido da mobilidade urbana são as precárias condições do asfalto e do calçamento em gerais que colocam num mesmo saco de problemas cidades diferentes, cidades ricas e cidades pobres ... Não apenas porque essa precariedade piora os já insuportáveis e estressantes congestionamentos danifica veículos, causa acidentes ao trânsito e à pessoas. Mas também porque uma rua esburacada reduz o valor econômico do solo, das habitações e do comércio e serviços que margeiam tais ruas.
Vamos acordar para ao menos sacolejar nos nossos automóveis, ônibus e carroças inclusive aquelas de tração animal ... que ainda circulam em mil e uma cidades brasileiras.
Turistas vindos da Alemanha a (e de outras partes da Europa) acharam estranho o conselho que lhes deram, durante a Copa das Confederações de futebol, para que não andassem de carro nas cidades sede por causa dos infinitos, largos e profundos buracos no asfalto.
Buracos em ruas asfaltadas? Como é que é que é isso? Lá na nossa terra não tem disso não! ... espantaram-se os turistas.
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