quinta-feira, 15 de agosto de 2013

120 ANOS DE JORGE DE LIMA - ''O ACENDEDOR DE LAMPIÕES" (1)




Lá vem o acendedor de lampiões da rua! 


Este mesmo que vem infatigavelmente, 


Parodiar o sol e associar-se à lua 


Quando a sombra da noite enegrece o poente!


Um, dois, três lampiões, acende e continua 


Outros mais a acender imperturbavelmente, 


À medida que a noite aos poucos se acentua
 

E a palidez da lua apenas se pressente.


Triste ironia atroz que o senso humano irrita: - 


Ele que doira a noite e ilumina a cidade, 


Talvez não tenha luz na choupana em que habita.



Tanta gente também nos outros insinua 


Crenças, religiões, amor, felicidade, 


Como este acendedor de lampiões da rua!

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