DOMINGUINHOS E A CENA URBANA (5)
por Vicente D. Moreira - especial para o Blogue CIDADE
Por ser de lá
Na certa, por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão, boiada caminhando à esmo
Na certa, por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão, boiada caminhando à esmo
Os atos de comer e de dormir, que fazem parte do cotidiano de qualquer pessoa em qualquer lugar, são convidados pelo compositores Dominguinhos e |Gilberto Gil (Lamento Sertanejo") para configurar a situação de não pertencimento do sujeito lírico migrante dessa composição ... sujeito que utiliza uma metáfora gado/rês/boiada por assim dizer 'condizente' com o seu environnement (ambiência) rural-primacial:
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão, boiada caminhando à esmo.
Nessa multidão, boiada caminhando à esmo.
"Caminhando à esmo" ... quem está caminhando a esmo? o sujeito (eu) lírico? os caminhantes os transeuntes, os motoristas? ou o sujeito (eu) lírico? os caminhantes os transeuntes, os motoristas?
A metáfora gado/rês/boiada pode ser lida/traduzida com o uma atitude "bovina", ou seja, conformista, resignada.
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