BAIRRO, O BARRO QUE ME CO MOVE (4)
APIPUCOS - RECIFE - PERNAMBUCO
Fonte: GASPAR, Lúcia. Apipucos (bairro, Recife). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
Disponível em:
<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>.
Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
Home
A
Apipucos
(bairro, Recife)
|
Lúcia
Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim
Nabuco
Apipucos ou Apopucos como se escrevia antigamente é um nome de origem
tupi (Apé-Puc), que significa caminho longo,
para alguns, caminho que se divide, encruzilhada ou onde os caminhos se
encontram, para outros.
Segundo o cronista Pereira da Costa o
nome Apipucos aparece em um mapa do período colonial de Pernambuco, assinalando
um encontro de dois caminhos que se conjugavam.
Foi exatamente numa encruzilhada em forma de Y -
configuração urbana que se conserva até hoje - onde nasceu o povoado.
Pela origem do nome é possível que existisse um
povoado indígena na localidade, antes da chegada dos portugueses.
As terras onde se situa hoje o bairro de Apipucos
foram um desdobramento do antigo engenho São Pantaleão do Monteiro. No final de 1577 parte dessas terras foi
subdividida, surgindo o engenho Apipucos,
de propriedade do colono Leonardo Pereira. Depois o engenho passou para Dona
Jerônima de Almeida e desta para Gaspar de Mendonça, que era seu proprietário
em 1630, na época da invasão holandesa.
A localidade sofreu bastante com a invasão
holandesa. Em 1645, sua capela foi
totalmente saqueada, teve suas imagens quebradas, paramentos, alfaias e
móveis destruídos. A povoação também sofreu uma pilhagem completa, tendo os
holandeses levado para o engenho de Dona Anna Paes ou Casa Forte,
todo o gado, escravos e mercadorias que encontraram.
Com a guerra da Restauração o engenho de Apipucos
ficou completamente abandonado, sendo restaurado, no entanto, depois do
conflito.
Até o século 18, a paisagem era
característica de engenho, mas a partir do século 19, surgiram sítios e
chácaras, onde os moradores do centro da cidade passavam os meses de verão.
As águas do rio Capibaribe naquela
região eram recomendadas para banhos medicinais.
Havia também na época o Hotel de Apipucos, localizado em um casarão que pertenceu depois
a Delmiro Gouveia -
a Vila
Anunciada e onde hoje funciona a Unidade
Central da Diretoria de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco.
Segundo Gilberto Freyre, banhos de rio pela manhã, à tarde,
jogo de cartas, à noite pastoris e danças - assim decorria a vida em Apipucos
para a gente sinhá, nos grandes dias dos "passatempos de festas" de
recifenses e de famílias vindas de casas-grandes do interior, em Apipucos: no
seu hotel e nas suas casas de veraneio.
A procura pelo povoado por causa do clima ameno e
dos banhos no Capibaribe levou à melhoria das estradas, sendo instalada no
local a primeira companhia de transportes públicos, explorada pelo inglês
Thomas Sayle, em 1841, e depois por um morador de Apipucos, Cláudio Dubeux.
Eram diligências puxadas por cinco cavalos, com capacidade para
aproximadamente 20 passageiros na parte interna e outros na parte de cima.
Em 1849, durante a Revolução Praieira, travou-se
em Apipucos um dos maiores combates entre as forças legalistas e
revolucionárias.
Em 1900, foi lançado o periódico O Apipucos, órgão de interesse da localidade, mas cuja
publicação não passou do primeiro número.
No século 20, o bairro ganhou uma nova
configuração urbana: foi escolhido como local de residência pelos ingleses,
que introduziram o hábito de construir casarões com jardins e utilizar a água
como recurso paisagístico; foi instalada a Fábrica de Tecidos Othon Bezerra de Mello,
conhecida como aFábrica
da Macaxeira; houve a ocupação dos morros e
do loteamento Othon Bezerra de Melo nas margens do açude.
Além de Delmiro Gouveia, Apipucos teve outros
moradores ilustres como o pintor Murillo La Greca, o jornalista Assis Chateaubriand,
o historiador Alfredo de Carvalho,
a família de Burle Marx, parentes de Demócrito de Souza Filho e
o sociólogo Gilberto Freyre, cuja residência conhecida como o Solar de Santo Antônio, hoje abriga a Fundação Gilberto Freyre.
O bairro de Apipucos, situado no norte do Recife
e distante cerca de nove quilômetros do centro da cidade, possui 1,2
quilômetros quadrados de área, uma população de mais de 3.000 habitantes
e é protegido pela lei municipal 13.975/1979.
Recife, 1º de julho de 2003.
(Atualizado em 20 de agosto de 2009).
FONTES CONSULTADAS:
ALVES, Cleide. Apipucos. Jornal do Commercio, Recife, 14 fev. 2000. Cidades, p.10.
COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Arredores do Recife. 2. ed. autônoma. Apresentação e organização de Leonardo Dantas Silva. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 2001. p. 28-32.
FREYRE, Gilberto. Apipucos: que há num nome? Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1983.
COMO
CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: GASPAR, Lúcia. Apipucos (bairro, Recife). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em:
<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>.
Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário