quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

'ROLEZINHO/1 : ATÉ TU SHOPPING CENTER? (1) - CRÔNICAS (2) ...

CRÔNICAS (E AGUDAS) DAS CIDADES (2)

'ROLEZINHO'/1 : 

ATÉ TU SHOPPING CENTER  ?

Vicente D. Moreira, antropólogo 

e autor desta série especial para o Blogue CIDADE


Embora haja exemplos registrados em outros países, no Brasil chega tardiamente uma prática juvenil de rapazes e moças moradores das periferias urbanas que recebe o nome (gíria)'rolezinho'; que vem de outra gíria 'rolé' que significa passear, rondar ... coisas que tais.

O que vem chamando a atenção da já superocupada mídia brasileira e da cansada e desesperançada opinião pública do Brasil é que os antes seguros e confortáveis shopping centers têm sido eleitos por rapazes e moças moradores das periferias urbanas para a prática do  tal 'rolezinho'. Esses espaços comerciais, de lazer e entretenimento, vem sendo invadidos de uma vez só e a um só tempo por grupos populosos de jovens que  fazem, depois de acertado e combinado nas redes sociais,  muito barulho, ameaças e praticam furtos e arrastões contra lojas e pessoas de quem furtam celulares bolsas e mercadorias. E esta mais nova tragédia urbana brasileira vem assustando, causando pânico e oferecendo graves prejuízos a comerciantes e empresários, queixosos de um certo esvaziamento de clientes e fregueses.

Imaginem um shopping lotado todos correndo sob efeito do pânico, descendo escadas fixas e rolantes e lentos elevadores tentando fugir dos praticantes do 'rolezinho' e sem encontrar saída nem mesmo através das poucas portas de acesso e de emergência ...

Os seguranças dos shoppings não têm a mínima condições de contê-los e de coibir seus atos de vandalismo. Intelectuais tentam apontar a falta de espaços de lazer, quadras esportivas e equipamentos culturais em bairros pobres como causa e incentivo ao 'rolezinho'. Cidadãos outros não tão letrados, acadêmicos e doutorais classificam o 'rolezinho' com um conjunto de atow de puro vandalismo. 

Shoppings de algumas cidades já entraram na Justiça querendo impedir o acesso dos jovens do 'rolezinho' aos seus corredores e praças. Advogados discutem a constitucionalidade / inconstitucionalidade da proibição. 


E os shoppings -  hein! - considerados, até anteontem, locais seguros e termicamente confortáveis ... ficam pouco a dever a lojas e ruas a ceu aberto. 

Até tu shopping center?

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