sábado, 18 de janeiro de 2014

JOSÉ RONALDO, PREFEITO DE F DE SANTANA DÁ ENTREVISTA




Candidatura descartada, 

Ronaldo quer fazer governo mais marcante


   














Glauco Wanderley



As sondagens rumo a uma candidatura ao governo
do estado ficaram para trás. José Ronaldo ainda quer
ser mais que prefeito de Feira, mas não será em 2014. 
Hoje ele está focado em fazer uma administração marcante 
e fortalecer ou pelo menos manter intocável seu prestígio de
político imbatível localmente.
Uma meta ambiciosa é pavimentar 100% da cidade, ainda que
grande parte com paralelepípedos, ainda que 
aparentemente falte muito.


Nesta entrevista, o político fala do que falta fazer na
cidade, o que pensa do embate eleitoral pelo governo
do estado e da difícil relação com Zé Neto, líder do governo
Wagner. Quanto à reordenação do centro comercial, prioridade
para muitos, ele demonstra não ter pressa, mas garante que a 
mudança será feita.

 
O ano de 2013 acabou sendo melhor que a impressão
inicial ao assumir em janeiro?

Sim, com as dificuldades, principalmente falta de 
certidões da Previdência e tudo, quando a gente chega 
e encontra essas coisas para resolver é claro que a preocupação
aumenta. Mas talvez a experiência e a equipe, ajudou muito a 
superar todas essas dificuldades e no mês de maio a gente 
começou a respirar mais um pouco e vislumbrar que tínhamos  
capacidade de fazer um trabalho de recuperação e agir na prática 
com obras e novos serviços.

O ano foi satisfatório ou acabou restando alguma frustração?


Não. Aquilo que nós imaginávamos para 2013 nós alcançamos. 
Principalmente a elaboração de projetos, que são muito difíceis
de serem executados em prazo tão curto. Daqueles projetos
que foram anunciados no final de 2012, eu já prefeito eleito,
em reuniões em Brasília com alguns ministérios, parece que 
o primeiro assinado foi o de Feira de Santana, que foi o BRT.
Isso dá força, estímulo, para que a gente continue na luta. 
Encontrar um município no início do ano sem certidão sem 
nada e posteriormente, com os esforços feitos especialmente 
na secretaria da Fazenda, Planejamento, Administração, 
Convênios e Gestão, que trabalharam muito nessa área, você 
ver uma autorização de empréstimo ser aprovada no Tesouro
Nacional, nos deixa satisfeitos, porque mostra que estamos no
caminho certo.


Prefeito três vezes em Feira de Santana, o senhor bateu com 
a cabeça no teto ou tem motivação para um quarto mandato?

Estamos ainda nos primeiros 25% do governo. Então a gente ficar
vislumbrando essas coisas acho que é extremamente prematuro 
e até irresponsável. O que a gente tem é de cumprir com nosso dever
de prefeito. Quem procura cumprir com suas obrigações administrativas,
não pode ficar botando o pensamento político na frente.

Mas fazem-se projetos. O senhor gostaria de ser senador ou 
governador, mas o sonho está arquivado no momento?

Não está arquivado. Para o momento sim. Em 2014 não vejo 
chance. Para 2014 está arquivado. Mas um político… Não posso
deixar de pensar numa coisa dessa. Não tenho pensamento de voltar 
a ser deputado federal. Mas disputar uma eleição de senador, uma 
coisa desse tipo, passa pela minha cabeça.

ACM e Wagner têm uma relação que a gente pode chamar até de 
parceria. Mas entre Zé Neto e Zé Ronaldo essa trégua nunca chega. 
Por quê?

Em Salvador, o contato político-administrativo é feito 
diretamente entre prefeito e governador. Não tem deputado,
não tem pessoas… Pode ter e deve ter, secretários. Da prefeitura 
e do estado [pausa]. Acho que respondi sua pergunta.

Por que Zé Ronaldo e Zé Neto não chegam a um entendimento?

Olha, de minha parte não há desentendimento nenhum. 
Em Salvador não tem isso. De início, começou a ter de
Nelson Pellegrino,que foi o candidato que perdeu para ACM Neto. 
No início da administração, ACM Neto passou a agir de forma
administrativa, como eu também ajo, não há diferença nenhuma 
na maneira de Neto agir e na minha de agir, já que ele está aberto
ao diálogo e eu também nunca fechei porta. Logo no início, Nelson
Pellegrino começou com aquele ranço da campanha, depois viu 
que não era o caminho dele. Eu nunca mais vi opinião de Pellegrino
na imprensa, não li mais nada. Ou seja, ele deve ter administrado e viu 
que estava cometendo um erro. Quando me encontro com o governador, 
não vejo nada de anormal nem problema nenhum.

Eu sempre disse desde o início que Feira é grande. É maior que 
Zé Ronaldo, é maior que qualquer ser humano que milita na atividade
política ou privada. Se Feira é tudo isso, tem de ser respeitada como 
ela é. Pra você ter êxito nas conquistas da cidade, não precisa de aval do
deputado A, B ou C. O deputado A, B, C ou D faz sua parte política. 
Mas não podemos ter nada condicionado para Feira, ter obrigação 
de passar pela mão de um político A ou B.


Vou lhe dar um exemplo prático, um exemplo bem prático, 
bem prático, mas bem prático mesmo. Eu era líder do governo na
Assembleia Legislativa da Bahia [Ronaldo foi líder de Paulo Souto
por quatro anos]. José Raimundo Pereira de Azevedo foi prefeito 
de Feira, substituiu doutor João Durval Carneiro. Ele queria fazer
uma grande obra em Feira, que era a abertura da Olímpio Vital. Imagine
Feira de Santana se não tivesse sido feita aquela obra, se não
existisse a ligação hoje, da Getúlio Vargas com Avenida de Canal, se fosse aquele
bequinho que passava ali. Então tinha um volume de dinheiro muito
grande para desapropriar todos aqueles imóveis e a obra em si, que era
a obra da avenida e o SAC, que foi feito tudo na mesma época.
Naquela época Zé Raimundo tava conversando com Paulo Souto
para fazer isso e em momento algum Zé Raimundo se reuniu com
José Ronaldo, líder do governo, para poder isso ser liberado. 
Em momento algum. Pelo contrário, quando tomei conhecimento 
disso na imprensa, dei declarações de que a obra era realmente 
muito importante para a cidade e que o governador deveria fazer, sem
precisar passar pelo seu líder em Feira de Santana. Em momento 
algum aconteceram conversas de Zé Ronaldo com Zé Raimundo ou
Paulo Souto. A conversa foi diretamente Zé Raimundo-Paulo Souto. 
E o governador atendeu sem nenhuma dificuldade.

Somos uma grande cidade. Essas coisas não precisam estar 
acontecendo. Eu quando me encontro com o deputado, 
cumprimento, ele me cumprimenta, tenho participado de 
alguns eventos de coisas que são feitas entre o governo
federal, o estadual, e o municipal. Você nunca me viu ter uma 
queixa, uma reclamação contra o governo federal. Ninguém 
nunca viu porque 
nunca fiz. Fui prefeito oito anos e sempre disse que tive em
Brasília um bom relacionamento. Sou de novo e tive no primeiro 
ano um ótimo relacionamento. O que a gente precisa é colocar os
interesses da cidade acima dos político-partidários.

Essa relação limita as possibilidades de investimento do
estado em Feira?

Não sei. De minha parte parte não. Não levo isso em
consideração. Não sei se o governador leva. Mas eu não levo.

Rui Costa será um adversário mais fácil do que seriam Walter
Pinheiro ou Sérgio Gabrielli para a oposição?

Não existe adversário nem mais forte nem mais fácil. 
O que existe é um projeto de governo. As pesquisas estão 
mostrando que há um desgaste no governo [do estado]. 
Pesquisas que eu tenho, que eu vejo. Mostram que os 
nomes da oposição estão muito bem avaliados. É Paulo Souto, 
Geddel Vieira Lima e Lídice da Mata. Não sei se Paulo Souto 
é candidato ou não. Me diz que não. Geddel deseja e é um 
candidato em potencial. A senadora Lídice é candidata e tem 
até candidata ao Senado em sua chapa, que é a ex-ministra Eliana
Calmon, até com lançamento com a presença de outro candidato, o
presidenciável Eduardo Campos, que é um grande candidato, 
um excepcional candidato. Acho que a eleição de governador
desse ano é diferente. Se Paulo e Lídice são candidatos, são 
dois candidatos bons pela oposição. Se forem Geddel e Lídice
] são dois candidatos bons. Aí é tocar o barco, fazer um bom 
trabalho de marketing, inteligente, vivo, dinâmico, com boas 
mensagens e deixar o povo julgar.

As necessidades de Feira mudaram, depois do seu
segundo mandato encerrado em 2008?

As necessidades são próprias do mundo que a gente 
vive. O trânsito, que precisa de ações. Temos as mesmas 
ruas, com uma quantidade de veículos extremamente superior.
Precisa continuar fazendo ações. A mesma coisa que falei da 
Olímpio Vital falo agora dos viadutos: imagine se não tivessem 
acontecido. Só que precisa fazer novas ações e vamos fazer 
dentro do BRT. A Saúde, comparada com outras cidades do 
Norte e do Nordeste e até com algumas cidades do Sul, cresceu
muito, tem um número excepcional de PSFs, unidades básicas 
de saúde, um bom número de policlínicas, até junho vamos 
entregar uma nova na Mangabeira, e nos próximos 15 dias
estaremos iniciando a UPA da Queimadinha. Superamos a
parte burocrática toda, áreas de terra que estavam na Justiça.
Vai ser na rua Carlos Valadares vizinha ao Dom Pedro. Naquele 
local em que estava prevista antes [no governo Tarcízio a
construção foi iniciada mas a obra paralisada porque uma 
pessoa entrou na Justiça alegando ser dona da área e não 
ter sido indenizada] vamos construir uma escola técnica 
municipal. Estamos vendo o problema da desapropriação da área. 
No setor de Educação estamos construindo um número recorde de 
escolas. São modernas, bonitas, você vai se encantar quando vir. 
Dia 8 de fevereiro vamos inaugurar a primeira, em Humildes, 
vamos inaugurar dia 10 no Tomba e em 14 ou 15 de fevereiro no
Alto do Papagaio. Além da construção das novas, iniciamos 
esta semana recuperação e remodelação da parte física das
escolas existentes, que vai alcançar 30 escolas até o próximo
dia 15. Até 5 de fevereiro vamos entregar nas escolas equipamentos 
novos, cadeiras, móveis, armários, bebedouros, ar condicionado, 
ventiladores, tabletes, computadores, uma série de equipamentos.

Melhoramos o piso na cidade onde havia e fizemos 
novos onde não existia, em grande quantidade. Em 2013 
fizemos mais de 500 mil metros quadrados, um número
gigantesco. Em 2014 acho que vamos fazer uns 700 mil.

É possível chegar a 100% de pavimentação em seu 
governo atual?

É. É um sonho que tenho, um desejo que estou correndo atrás. 
Só não respondo agora com 100% fechado de certeza porque surgiram 
de 2009 pra cá os conjuntos do Minha Casa Minha Vida. Se fossem as 
áreas de dezembro de 2008, quando saí, diria a você que chegaria no
s 100%. Mas tenho muita esperança nisso.

Esse esforço para arrumar a casa e ter dinheiro para 
investir inclui aumento de imposto e aperto na fiscalização.
O IPTU deve ser o impacto maior. Não corre um risco do senhor 
ficar impopular?


Em 2001, quando tivemos a atitude de fazer a atualização 
da planta genérica da cidade me foi feita a mesma pergunta. 
Respondi que não temia e hoje respondo da mesma maneira. 
O que não podemos é ter um imóvel que custa R$ 5 milhões
pagando IPTU como se estivesse valendo R$ 300 mil.

Há uma crítica de muitos setores devido à falta de um Plano 
Diretor na cidade. Em que pé está a questão?

Buscamos a parceria da universidade, que é uma academia, 
um instrumento de respeito. Para que a sociedade entenda 
que não estamos bloqueando criação de Plano Diretor, buscamos 
uma instituição de respeito, que tem pessoas de várias siglas
partidárias, de várias tendências partidárias, ideológicas, que a
compõem. E por isso gostaríamos que tivesse uma participação 
ativa da universidade. Porque o que a gente quer é fazer o melhor
para a comunidade, não queremos impor nada. Se fosse para impor
poderia ter feito no passado isso, na Câmara. Nunca passou pela minha
cabeça e jamais vai passar. A gente quer fazer em perfeita sintonia
com a comunidade. Isso foi fruto até de uma conversa minha recente 
com Carlos Brito [secretário de Planejamento e professor da Uefs] e pedi 
que conversasse com o nosso ilustre reitor Zé Carlos a respeito 
do assunto. A gente vai se aprofundar mais nesta questão nos 
próximos dias, porque a gente quer ver se a universidade pode 
ou se não pode. Porque se a universidade não tiver condições, 
a gente vai ter que buscar um novo caminho. Acho que é necessário, 
importante, o Plano Diretor, acho que alguns ajustes já fizemos, 
mas é bom ter 
uma coisa geral, global.

Estamos tendo cuidado na liberação de projetos que dão
entrada na prefeitura. Por exemplo de Minha Casa Minha Vida, 
desde o dia em que entrei: se a gente sentir que naquele local 
tem que ter um posto de saúde, só libera se a empresa fizer o 
posto de saúde. Se for escola, só libera com escola. Se for
pavimentação, ou drenagem, só libera com isso. Não é imposição.
É diálogo, fruto de entendimento entre empresas, Ministério das
Cidades, Caixa e prefeitura de Feira. Assumi esse compromisso com o
Ministério e estamos levando com todo o rigor.

Além da Dahma [que construiu uma e está construindo 
outra avenida no SIM], há outras empresas que vão investir
em melhorias onde vão se instalar? Ou ficou só nessa?

Não ficou só na Dahma, que fez a Fernando Pinto, onde 
estamos agora providenciando projeto para iluminar. Na Sílvio 
Matos tem impedimentos com proprietários de áreas, a negociação 
está mais complicada, por isso que não fechou ainda.
 Estamos conversando com outras empresas, a exemplo da
Alphaville, Assaí e outras em que estamos abrindo o diálogo
. Estão sendo elaborados projetos.

As entidades do comércio reclamam da condição 
do centro, que não mudou, tanto em relação a ambulantes 
quanto a estacionamento. O governo será mais ágil nisso em 2014?


Olha, eu entendo, aceito, as manifestações, mas 
não vamos fazer isso com pressa. Está sendo feito com
estudos profundos. Primeiro fizemos um projeto, que agrada 
uma boa parte das pessoas, mas não agrada uma outra parte, 
menor. Se for necessário vamos fazer esse. Está pronto. 
Mas estamos buscando outra alternativa. É para a Sales Barbosa.
Resolvendo a Sales Barbosa resolve o restante. Estamos
elaborando um novo projeto, mais dinâmico, mais forte e que
atingiria todo o centro. Depois da conclusão, vamos discutir, 
debater com as pessoas. Então isso demanda um pouco de tempo.

O trânsito, com as atitudes de proibir fila dupla, 
estacionamento em locais indevidos, com apreensão de
carros, isso tem desafogado um pouco e fluído com mais
naturalidade, embora longe do que a gente deseja. Quanto à 
Zona Azul, que tentamos implantar, houve uma ação, não entendi
porque, até de um órgão da imprensa local [de Carlos Augusto, do
site Jornal Grande Bahia], que foi acatada pelo doutor juiz de direito, 
alegando que a empresa privada não poderia explorar o sistema porque 
deveria ser a prefeitura, que tem o poder de polícia. Mas em todos 
os locais que conheço é a empresa privada que explora. Só que
ela não tem poder de polícia. Continuará sendo da prefeitura, que 
não abre mão. Mesmo porque não pode, a lei obriga que seja realmente
do poder público. A empresa privada apenas administra os espaços.
Quando há qualquer problema aí é chamada a Superintendência de 
Trânsito, que exerce o poder de polícia. Como é no Rio, em São Paulo, 
em todas as cidades desses estados, inclusive já com jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal.

Diante do impasse a prefeitura não cogita assumir o serviço?

Não. A prefeitura assumir acho dificílimo e muito ruim. 
Não acho bom. A não ser que alguém me mostre em algum
local do mundo que é feito pelo poder público e bem feito
. Os que conheço e funcionam bem, são através da iniciativa 
privada com o poder de polícia mantido no poder público. 
Tá na Justiça, houve agravos feitos pela prefeitura, estamos
aguardando decisão.

No trânsito, não aconteceu ainda nem a tal sincronização das 
sinaleiras. Quando começa?

Isso tudo faz parte de um processo de estudos que estão 
sendo feitos, para a gente fazer e fazer com competência.

No grande drama que é o transporte coletivo, passou o 
momento de calamidade e a poeira assentou, mas não
houve melhoria.

Houve melhoria. Se não tivesse ocorrido, com certeza
continuariam as mesmas coisas do início do governo. 
A gente assumiu o governo após um que levou quatro 
anos sem aplicar uma multa no sistema de transporte
público. Nem uma sequer teve.

A prefeitura divulgou agora que aplicou 845. Mais de 
duas por dia. Isso mostra que o sistema não funciona.


Não, não. Tá funcionando. Mas qualquer sistema de
transporte você tem que fazer a marcação cerrada, homem 
a homem, como se diz no futebol. Se você for olhar nos
programas de rádio, o número de reclamações que aconteciam
em janeiro, fevereiro, março, abril, junho, no sistema de 
transporte público e o que acontece hoje, diminuiu mais
de 80%. Há uma mudança no sistema hoje. Há um trabalho
feito por técnicos e pelo próprio secretário, in loco
De três meses para cá mudou o tipo de administração. 
O secretário trabalha na rua. É uma orientação nossa. 
Ele trabalha nos pontos de ônibus, nos ônibus, tudo isso.
Muito dessas multas, na sua maioria esmagadora, foi porque 
motorista parava no ponto, saía para bater papo e deixava o 
povo esperando. Isso ainda acontece, mas não na quantidade
que havia. Isso tem diminuído muito, porque muitos motoristas
têm recebido multas. Estão sendo catalogadas e 
encaminhadas para a secretaria da Fazenda para cobrança. 
Muitas ruas por onde ônibus passa e precisam de melhorias, 
grandes vias, como Pedra Ferrada, Olney São Paulo, Iguatemi,
que eram as maiores vias, tinham zero de pavimentação. Pedra
Ferrada a gente inaugura em fevereiro, Olney no final de fevereiro, 
no máximo. A Iguatemi inaugura até a primeira quinzena 
de março. Nesses locais concentram-se 50% das queixas. 
Boa parte pelo atraso nos ônibus, provocado por alguém 
que parou para bater papo ou pela péssima condição do piso
da rua por onde o ônibus passava.

Ou pelo próprio ônibus. Ou a pequena quantidade deles.

Não. Pequena quantidade não. Em fevereiro, da frota de
215 ônibus, 74 tinham mais de 10 anos de uso. Hoje posso
assegurar que você não conta nos dedos da mão. Então houve 
mudanças. Aquém do que a gente deseja. Estamos perseguindo isso 
incansavelmente.

O senhor foi duas vezes este ano à Espanha. Há resultados
aplicáveis a Feira de Santana?

São duas viagens diferentes, embora ao mesmo país.  
A primeira foi pra manter contato com empresas, indústrias,
aproveitando esse momento de crise que vive a Europa. 
Existem muitos empresários que continuam querendo investir
e não estão investindo no seu país. Querem investir fora. Então 
fomos levar Feira de Santana. E fruto dessa viagem, recebi semana
passada email da Espanha, já marcando a vinda de proprietários,
diretores, dessas empresas que visitei, para fazer visita a Feira de
Santana. Vai acontecer, alguns agora em janeiro, outros em fevereiro. 
Quando a gente faz esse tipo de visita, você tem que ser persistente, 
um carrapato, no linguajar popular. Estamos continuando por telefone, 
email, mantendo esses contatos. Tá dando algum resultado, tanto que 
estão marcando para vir aqui.

A segunda viagem foi um congresso. Aí você vai ver coisas que estão
acontecendo, projetos inovadores. Vi projetos na linha da energia, que vou 
tentar aplicar aqui no primeiro semestre em Feira de Santana; na área de resíduos 
sólidos, estamos correndo atrás, através de uma PPP
(Parceria Público Privada) para implantar em Feira uma usina de
beneficiamento de lixo. No Brasil isso não é comum, praticamente 
não existe, mas se você chegar na América do Norte, ou na Europa, 
só tem isso. Meu desejo é trazer para Feira de Santana, não para
sermos os
primeiros, mas para fazer uma mudança na mentalidade.
O tratamento do lixo deve ser feito com seu aproveitamento. 
Lá se aproveita 70% do lixo. E quando chega nas usinas, não é
diferente do nosso não. Chega parecido. Lá, depois, gera energia. 
Então nessa última viagem me aprofundei muito nisso, mantive vários 
contatos, espero que dê certo. Mas vai dar certo com uma PPP.

Mesmo a segurança publica não sendo da alçada municipal, não lhe doi
ver tanta morte? Não há nada que a prefeitura possa fazer nessa área?

Doi muito. Por isso a vida inteira fiz pronunciamentos denunciando 
essa questão da violência. Não posso entender como uma cidade
como Feira, que diz que diminuiu 20% de 2012 para 2013, ainda 
morreram mais de 320 pessoas. E em sua maioria jovens. Doi muito.
Mas poder público municipal não tem capacidade nenhuma de interferir 
nisso e legalmente falando não pode interferir. A não ser falar.



   


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