quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

HERIVELTO MARTINS - 100 ANOS, 20 ANOS SEM ELE

HERIVELTO MARTINS, 100 ANOS

20 ANOS SEM ELE


30 DE JANEIRO DE 1912
 30 DE JANEIRO DE 2012




Herivelto Martins

(1912 - 1992)

  

Herivelto Martins nascimento 30/01/1912 falescimento 17/09/1992

Nascido no distrito de Rodeio (RJ) (atual Engenheiro Paulo de Frontin), com três anos de idade já podia ser visto declamando versos escritos pelo pai, Félix Martins, agente ferroviário e agitador cultural da região. Em 1917 mudou-se com a família para Barra do Piraí (RJ), onde começou a atuar em peças teatrais e dedilhar os primeiros acordes no violão e no cavaquinho. É de 1921 o seu primeiro samba, "Nunca Mais", que não chegou a ser gravado. Trabalhou como vendedor, ajudante de contabilidade e até tentou excursionar pelo país organizando um show de circo, mas foi proibido pela polícia. Quando completou 18 anos fugiu para o Rio de Janeiro para morar com o irmão Hedelaci, onde trabalhou numa barbearia no morro de São Carlos, berço dos sambistas do Estácio. Se enturmou de cara com os compositores da escola, principalmente com José Luís da Costa, o Príncipe Pretinho, que o apresentou a J.B de Carvalho, que viria a ser o seu primeiro parceiro em "Da Cor do Meu Violão", gravada pelo Conjunto Tupi. Formou dupla com Francisco Sena, que seria apelidada como Dupla Preto Branco, gravando três canções – "Preto e Branco", "Quatro Horas" e "Vamos Soltar Balão". Com a morte de Sena, em 1935, passou a ter um novo parceiro, Nilo Chagas. Suas canções saíram do anonimato nas vozes de Silvio Caldas (que gravou a marcha "Samaritana") e de Aracy de Almeida ("Pedindo a São João"). Na época, se apaixonou por uma jovem intérprete de 19 anos, que cantava na Companhia Pascoal Segreto: Dalva de Oliveira. Casou-se com Dalva em 1937 e formou com ela e com Nilo Chagas o Trio de Ouro. Durante as décadas de 40 e 50, no auge da carreira, compôs clássicos, como "Praça Onze", "Isaura", "A Lapa", "Caminhemos", "Atiraste uma Pedra", "Negro Telefone". O samba "Ave Maria do Morro", de 1942, para muitos a sua maior canção, causou ao mesmo tempo ódio e paixão – no Brasil foi condenado como sacrilégio pelo cardeal Sebastião Leme e na Europa adotado como canção religiosa. O tumultuado casamento com Dalva, que terminou no fim da década de 40, contribuiu, ironicamente, para um grande duelo entre os compositores e intérpretes da época. Por causa da briga conjugal, que se tornou pública, houve uma racha no meio artístico. Ao lado de Herivelto, ficaram Lupicínio Rodrigues ("Vingança"), Nelson Cavaquinho ("Palhaço") e Wilson Batista ("Calúnia)". Com Dalva, Ataulfo Alves ("Errei, Sim"), Marino Pinto e Mário Rossi ("Abajur Lilás") e Heitor dos Prazeres ("Tudo Acabado"). Acaram todos fazendo sucesso e se divertindo por causa dos tabefes musicais trocados pelo casal. O Trio de Ouro seguiu com outras formações até terminar em 1957. O compositor passou a se apresentar em alguns festivais e a dirigir grupos de sambas. Em 1971 foi eleito presidente do Sindicato de Compositores do Rio de Janeiro, mas foi impedido pela ditadura militar de tomar posse, acusado de subversivo. Em 1992, alguns meses antes de sua morte, foi lançada a biografia "Herivelto Martins: uma escola de samba" (Ensaio Editora), dos jornalistas Jonas Vieira e Natalício Norberto.





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