segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SEMANA DE 22 - 90 ANOS - IMAGENS









Semana de Arte Moderna de 22

Nunca nos esqueçamos da Semana de Arte Moderna
February 4, 2011 às 00:15







Nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 em São Paulo aconteceu o maior evento das artes no Brasil, a primeira Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal. Dias onde a pintura, escultura, poesia, literatura e música foram apreciadas e discutidas.



(fonte -
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Estavam presentes os artistas Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro, Ferrignac (Inácio da Costa Ferreira), Yan de Almeida Prado, John Graz, Alberto Martins Ribeiro e Oswaldo Goeldi; Na escultura Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg; Nos projetos arquitetônicos estavam presentes Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel; ainda escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida e na música nomes consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana.
Mas o que fez dessa semana de arte moderna um evento tão importante para a arte brasileira?
A Semana de Arte Moderna trouxe o rompimento com o conservadorismo da arte européia, referencia para a arte brasileira. Movidos pelo academicismo que nessa época visto como um estilo conservador e pouco original, dito até por alguns com um método educativo ultrapassado fazia da arte nacional uma cópia da arte européia.
Essa Semana nasce em sua essência com a volta de Anita Malfatti ao Brasil. Inspirada pelas vanguardas modernistas européias e propondo novas linguagens artísticas. Mas é em sua segunda exposição que recebeu forte crítica do escritor Monteiro Lobato que publicou no Jornal Estado de São Paulo o artigo onde dizia como “a senhora Malfatti” tinha se deixado ”…influenciar pela extravagância de Picasso e companhia…” que começou a discussão e a fermentação sobre as novas vanguardas. Oswald de Andrade em defesa de Anita fez um artigo onde elogiava a artista pelo simples fato de não ter feito cópias. Nesse período jovens artistas e escritores influenciados pelo desejo de mudança de Anita uniram-se a ela e daí anos depois nasceria a Semana de Arte Moderna.



A Semana de Arte Moderna trouxe uma renovação das linguagens da arte no Brasil. Anita Malfatti volta ao Brasil com uma leitura da vanguarda Fauvista e fortemente influenciada pelo Cubismo, mas o que mais chamava a atenção desses novos artistas era o interesse na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento foi marcado pela apresentação de novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos.
Na pintura em especial esses artistas chamados também de futuristas estavam antenados com as novas vanguardas européias mais com um importante interesse em fazer desse momento um acontecimento onde expressasse uma arte totalmente brasileira. Di Cavalcante que levou para as telas a favela, os mangues, as festas populares e após a semana a pintora Tarsila do Amaral buscaria re-descobrir o Brasil com sua fauna, flora, cores, mas também com suas máquinas, trilhos e fábricas,
Na arquitetura o interesse em romper com as formas tradicionais. Buscando inspiração na arquitetura pré-colombiana e mesopotâmica como o “poeta das pedras” Antonio Garcia Moya e entre outros que releram obras e manifestações com um olhar brasileiro, no caso do Goya trazendo um olhar mais sul-americano.
Na escultura artistas como Victor Brecheret trazia o interesse em realizar experimentos estéticos que ligavam a escultura vernacular indígena brasileira com as experiências que desenvolveu na Europa.
Na poesia as estéticas dos poemas românticos ou com citações greco-romanas deram lugar a poemas como “O Sapo” de Manoel Bandeira. Aonde vinha como personagem principal um sapo asqueroso e com o teor critico contra a guerra.
“Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.


Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!”. — “Foi!”. — “Não foi!”…

Na música Villa-Lobos trazia o folclore e os costumes populares brasileiros na forma de composições como ”A Fiandeira”, “Cascavel”, “Camponesa cantadeira” e “Festim Pagão”.



Os participantes dessa semana não tinham em suas ideias principais trazer anarquia e nem revolução, pois os termos modernistas ou futuristas foram muito criticados pelos próprios. Esses artistas estavam querendo trazer uma arte brasileira para o Brasil e sabiam que isso custaria muito esforço, criticas e vaias. Mas existia a esperança de que destruir os pensamentos antigos traria verdadeiramente uma arte totalmente nacional.
Hoje muitas experiências podem ser tiradas daquele pequeno universo da Semana de Arte Moderna, mas a pergunta que fica é: – O interesse por romper com o tradicionalismo sumiu? Podemos hoje ser modernistas e inovadores como aqueles artistas? A resposta deve ser um questionamento sobre seu papel nisso: – Um encontro com o Brasil que pode trazer muitas inspirações e um encontro com as suas experiências sensoriais e interiores.
Existe uma Semana de Arte Moderna que quer nascer a partir de você.
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 Postado por Joao
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Este post possue 15 Comentarios
  1. Lucas says:
    É engraçado como foi um rompimento com a europa, mas ao mesmo tempo a ideia de romper veio de lá com a Anita. Talvez aquela famosa frase do “nada se perde, nada se cria, tudo de transforma” prevaleça na arte também. Mas o Modernismo com certeza não pode ser esquecido, sua influência perdura até hoje.
  2. Bruna says:
    Com certeza a frase ainda vale na arte Lucas, não consigo ver a arte moderna como uma arte exclusa dessa transformaçãoe. Adorei o texto. *-* E acho que sou uma das poucas que adora essa poesia moderna de Manoel bandeira..haha!
  3. Guilherme says:
    É engraçado como todo movimento que rompe com o anterior acaba por pegar algo emprestado daquele que rejeita: o próprio fato de romper com o que veio antes. O digo “conservadorismo europeu” passou por muitas revoluções até chegar ao que era em 1922. Mas hoje acontece tudo muito mais rápido. De uma hora para outra, até por meio da Internet, acontece um grande rompimento, só que imediatamente a mídia se apropria das novas idéias, que prontamente deixam de chocar e se tornam o novo padrão. Assim, os rompimentos têm de ocorrer constantemente na cabeça de cada um, e é evidente o quanto isso se aplica à arquitetura, tanto na criação de conceitos como nas tecnologias utilizadas.
  4. Guilherme says:
    No comentário que eu fiz, onde se lê “digo” leia-se “dito”.
  5. Rafael says:
    Eu acho que a frase final diz tudo.
    Foi o que esses artistas se dispuseram a fazer e é assim que tem que ser. E na minha opinião, é isso que o Arquitetônico se propõe. Grande texto, João!
  6. felipe says:
    a precisava ter sobre os principais nomes da semana 22
    seria importante!!!!
  7. julia says:
    Muito legal podermos saber um poucomais sobre essa semanca da arte que é tao emportante para sabermos um pouco mais sobre as artes…
    !!!!!!
  8. Railza!!!! says:
    muito legal!me ajudou no trabalho da minha escola
  9. rayula says:
    amei, amei ,amei !!!

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