terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CENTRO DA CIDADE (7) - PRECISAMOS REJUVENESCER/2

CENTRO DA CIDADE: REDESCOBERTA E RETORNO (7)

PRECISAMOS  REJUVENESCER/2


Vicente Deocleciano Moreira


Para início de conversa, vamos pensar que re juvenescer significa simples e literalmente voltar a ser jovem. Se estamos a tratar do centro presbítero ou de qualquer outro do universo urbano, nos curvamos ao imperativo de fazer voltar a ser jovem o que (como, onde, porque ...) hoje é velho mas, foi jovem no passado.

Claro que  tratando de pessoas ou de centros urbanos, a juventude de ontem não pode ser reproduzida agora exatamente na mesma face de outrora. Mais jovem que possamos desenhar, maiores litragens d'água da fonte da eterna juventude possamos, aos mares, beber, os traços serão sempre sulcados, desenhados  pelo cinzel ou pelo pincel do  hoje (24 de janeiro de 2012 d.C).

Faz o que chamamos de renovação urbana o poder público que  hoje (24 de janeiro de 2012 d.C) -  com a cabeça, os olhos e os braços de hoje - edifica praças verdes, confortáveis e arborizadas e/ou quadras desportivas depois de ter posto abaixo  prédios sem reconhecida/convencionada e aceita  valoração histórica/arquitetônica/cultural. Sem isso e  com toda a face trágica (glamurosa para alguns hipócritas) de cenário da degradação e indignidade humanas: moradias subumanas, esgotos e latrinas a céu aberto, esconderijo, venda e consumo de drogas, exploração de crianças para a mendicância,  etc. etc.

Nem sempre e não necessariamente,  o espaço, o centro, a ser rejuvenescido (ou renovado, revitalizado, requalificado ...) está dominado pela tamanha e medonha calamidade sugerida pelo parágrafo anterior. Mas a revitalização se faz mister.


Se estamos a tratar do centro presbítero ou de qualquer outro do universo urbano - vale repetir - cabe assinalar que em mos uitas cidades brasileiras registram-se centros urbanos para os quais deram as costas tanto o capital privado como os poderes públicos. O abandono, e até o desprezo (!),  a que estes dois senhores relegaram determinados  espaços urbanos, dia após dia, século após século, não conferiu um triste privilégio apenas aos centros presbíteros.  Temos, ao menos no Brasil, o caso das favelas do Rio de Janeiro. Leiam o artigo de Barbara Gancia ("Rio de Janeiro da desesperança"), publicado na postagem de ontem deste Blogue, e terão uma idéia exemplar do que estamos a falar agora.


Mas temos, também, o caso da península de Itapagipe na Cidade Baixa em Salvador - capital do estado da Bahia (Nordeste brasileiro). Se não temos tanto preconceito ou tanto parti pris contra a adoção  da verticalização imobiliária e da edificação/expansão de shopping centers como pesos e medidas    das modernas concepções de renovação urbana ... tomemos o exemplo da mencionada península. Lá está, testemunhando o a fuga e o abandono do capital privado e do poder público municipal, um ícone cnamado Edifício Colón.


Construído há mais de 50 anos, o Colón foi o segundo  prédio de 10 andares  de Salvador (o primeiro foi o Oceania - defronte do Farol da Barra, Cidade Alta). Na época da novidade Colón vinha gente da capital (Salvador) e do interior para ver pra crer como era possível existir (sem desabar) um edifício de 10 andares. Estávamos ainda na primeira metade do século 20.  


Mais de meio século depois (2012), o Colón prossegue sendo o prédio mais alto daquela península. 



 


Visto do Ferry Boat, a singrar pela Baía de Todos os Santos, ou dos mirantes da Cidade Alta, lá está ele garboso, arrogante e único ... sem concorrentes.


Salvador, a terceira (e das mais pobres) das capitais brasileiras em população, é onde se verifica uma das maiores concentrações de shopping centers do Brasil. São mais de uma dezena, e dois dos mais populares não estão em Itapagipe - sequer no bairro do Comércio, também na Cidade Baixa. Localizam-se na Cidade Alta, próximo à Praça da Piedade (centro).









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