DIQUE DO TORORÓ
SALVADOR - BAHIA
BRASIL
SALVADOR - BAHIA
BRASIL
(Trecho do Dique do Tororó com imagens de vários Orixá, obras do escultor baiano Tati Moreno)
EU FUI NO TORORÓ
http://www.youtube.com/watch?v=Wf2u_XlWPec
Eu fui no Tororó
http://www.youtube.com/watch?v=Wf2u_XlWPec
Eu fui no Tororó
Beber água
E não achei
Encontrei bela morena
Que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Quem não dormir agora
Só dorme de madrugada ....
Oh Dona/Seu (nome do/a participante)
Dona/Seu ...
Se não entras na roda,
Ficarás sozinha(o).
- Sozinha(o) eu não fico
Nem hei de ficar
Porque tenho (nome do/a participante)
Para seu meu par.
(Velha Cantiga de Roda baiana que encantou a infância de muitas idosas e idosos de hoje)
Oh Dona/Seu (nome do/a participante)
Dona/Seu ...
Se não entras na roda,
Ficarás sozinha(o).
- Sozinha(o) eu não fico
Nem hei de ficar
Porque tenho (nome do/a participante)
Para seu meu par.
(Velha Cantiga de Roda baiana que encantou a infância de muitas idosas e idosos de hoje)
FERNANDO DANNEMANN -
eE
Leitor(a): Caso você tenha interesse
em continuar lendo os meus textos
(novos e antigos), eles podem ser
encontrados emwww.efecade.com.br.
Dentro de prazo ainda indefinido
(mas não dilatado), eles serão retirados
do Recanto das Letras.
DIQUE DO TORORÓ – Século 18
Salvador – Bahia
O Dique do Tororó, ou simplesmente Dique,
é uma lagoa artificial que embeleza e ameniz
parte de uma das áreas centrais de Salvador,
capital da Bahia. Atualmente ela é margeada
pelas avenidas Vasco da Gama e Presidente
Costa e Silva, e está encravada entre os bairros
de Tororó, à sua esquerda; Engenho Velho do Brotas,
à direita; estádio Otávio Mangabeira
(mais conhecido como Fonte Nova), ao norte;
e bairro do Garcia, ao sul. Mas nos tempos
do Brasil colonial, determinava o limite norte
da então capital do Brasil.
é uma lagoa artificial que embeleza e ameniz
parte de uma das áreas centrais de Salvador,
capital da Bahia. Atualmente ela é margeada
pelas avenidas Vasco da Gama e Presidente
Costa e Silva, e está encravada entre os bairros
de Tororó, à sua esquerda; Engenho Velho do Brotas,
à direita; estádio Otávio Mangabeira
(mais conhecido como Fonte Nova), ao norte;
e bairro do Garcia, ao sul. Mas nos tempos
do Brasil colonial, determinava o limite norte
da então capital do Brasil.
Sua história é longa e interessante.
No início do século 17, época em que
Portugal, então sob o domínio da Espanha,
e a Holanda estavam em guerra, a
Companhia das Índias Ocidentais,
empresa holandesa que controlava os
interesses mercantis do seu país,
aproveitou-se da situação para enviar ao
Brasil uma frota com 23 navios transportando
3.300 homens e 500 peças de artilharia,
comandada por Jacob Willekeins, Pieter
Heys e Johan Van Dorn, este último na chefia
geral e nomeado governador das terras
conquistadas. Quando esses navios
chegaram a Salvador (09 de maio de 1624),
os soldados holandeses desembarcaram
praticamente sem encontrar resistência,
pois ela só durou dois dias, apossaram-se
rapidamente da cidade, saquearam-na tanto
quanto possível, e ainda por cima aprisionaram
o governador, dom Diogo de Mendonça Furtado.
Em seguida trataram de fortalecer suas posições,
preparando-se para a contra-ofensiva portuguesa.
A construção de um dique incluía-se
entre medidas defensivas determinadas,
para que a água nele represada pudesse
impedir ou dificultar a resistência dos
locais. Segundo alguns relatos, “a lagoa foi
feita a pá e picaretas por escravos
comandados pelos invasores holandeses,
que pretendiam cercar o palácio
Rio Branco com um fosso que o
tornasse inacessível aos portugueses”.
Este palácio, um dos primeiros
construídos no Brasil, começou a
ser erguido por determinação do
primeiro governador-geral do Brasil,
Tomé de Sousa (na área que hoje forma a
praça que tem o seu nome), em meados
do século 16, para ser o centro da
administração portuguesa. No início era de
taipa de pilão, recebendo posteriormente
pequenas ampliações.
entre medidas defensivas determinadas,
para que a água nele represada pudesse
impedir ou dificultar a resistência dos
locais. Segundo alguns relatos, “a lagoa foi
feita a pá e picaretas por escravos
comandados pelos invasores holandeses,
que pretendiam cercar o palácio
Rio Branco com um fosso que o
tornasse inacessível aos portugueses”.
Este palácio, um dos primeiros
construídos no Brasil, começou a
ser erguido por determinação do
primeiro governador-geral do Brasil,
Tomé de Sousa (na área que hoje forma a
praça que tem o seu nome), em meados
do século 16, para ser o centro da
administração portuguesa. No início era de
taipa de pilão, recebendo posteriormente
pequenas ampliações.
Terminado o serviço braçal as
águas represadas estavam contornando
a cidade desde o lugar escolhido pelos
holandeses para uma fortificação.
(construiu-se ali, em 1638, o forte de
Nossa Senhora do Monte Carmelo, ou
simplesmente Forte do Barbalho,
localizado na atual rua Aristides Atico),
até as trincheiras das Portas de São
Bento (localizadas junto às muralhas da
Cidade Alta, altura da atual praça Castro Alves),
que na segunda metade do século 16
integravam a linha de fortificações erguidas
para defesa da cidadela, mas
desmoronadas provavelmente em 1632.
Porém, em 29 de março de 1625,
uma armada luso-espanhola com
52 navios, 14.000 homens e mil peças
de artilharia, comandada pelos almirantes
dom Manuel de Menezes, e dom Fradique
de Toledo y Osório, chegou à baía de Todos
os Santos, encurralando os holandeses no
interior da cidade. Após quase trinta dias
de cerco os invasores finalmente se renderam
em 30 de abril, sendo-lhe permitido o retorno à
Europa em suas embarcações.
águas represadas estavam contornando
a cidade desde o lugar escolhido pelos
holandeses para uma fortificação.
(construiu-se ali, em 1638, o forte de
Nossa Senhora do Monte Carmelo, ou
simplesmente Forte do Barbalho,
localizado na atual rua Aristides Atico),
até as trincheiras das Portas de São
Bento (localizadas junto às muralhas da
Cidade Alta, altura da atual praça Castro Alves),
que na segunda metade do século 16
integravam a linha de fortificações erguidas
para defesa da cidadela, mas
desmoronadas provavelmente em 1632.
Porém, em 29 de março de 1625,
uma armada luso-espanhola com
52 navios, 14.000 homens e mil peças
de artilharia, comandada pelos almirantes
dom Manuel de Menezes, e dom Fradique
de Toledo y Osório, chegou à baía de Todos
os Santos, encurralando os holandeses no
interior da cidade. Após quase trinta dias
de cerco os invasores finalmente se renderam
em 30 de abril, sendo-lhe permitido o retorno à
Europa em suas embarcações.
Quase um século depois (1710-1711),
quando o Rio de Janeiro foi invadido
por corsários franceses, o Conselho
Ultramarino português decidiu melhorar
a defesa da cidade, já que pelo seu porto
se embarcava para o reino o ouro extraído
das minas no interior. Daí que por
determinação do rei D. João V (1689-1750),
cognominado O Magnânimo porque
esbanjava os imensos tesouros que recebia ]
do Brasil, o francês Jean Massé, Capitão de
Engenheiros em seu país, foi incumbido,
em 1714, de elaborar um projeto que
melhorasse o sistema defensivo local.
Alguns anos depois (1720), quando
Vasco Fernandes César de Meneses,
1º Conde de Sabugosa, (1673-1741),
assumiu o vice-reinado do Brasil,
entregou a Massé a tarefa de engendrar
algo que pudesse reforçar a defesa de
Salvador, tendo este sugerido e depois
orientado a construção de uma barragem
cujas águas acumuladas em seu interior
passassem a resguardar a então capital
colonial de possíveis ataques feitos por terra.
quando o Rio de Janeiro foi invadido
por corsários franceses, o Conselho
Ultramarino português decidiu melhorar
a defesa da cidade, já que pelo seu porto
se embarcava para o reino o ouro extraído
das minas no interior. Daí que por
determinação do rei D. João V (1689-1750),
cognominado O Magnânimo porque
esbanjava os imensos tesouros que recebia ]
do Brasil, o francês Jean Massé, Capitão de
Engenheiros em seu país, foi incumbido,
em 1714, de elaborar um projeto que
melhorasse o sistema defensivo local.
Alguns anos depois (1720), quando
Vasco Fernandes César de Meneses,
1º Conde de Sabugosa, (1673-1741),
assumiu o vice-reinado do Brasil,
entregou a Massé a tarefa de engendrar
algo que pudesse reforçar a defesa de
Salvador, tendo este sugerido e depois
orientado a construção de uma barragem
cujas águas acumuladas em seu interior
passassem a resguardar a então capital
colonial de possíveis ataques feitos por terra.
Registros sobre o cinturão de água que
primeiramente os holandeses haviam
se dado ao trabalho de acumular atrás de
um dique, para dificultar ou mesmo
impedir qualquer tentativa de ataque
por parte dos portugueses, esclarecem que
depois dos trabalhos ali realizados o lago
formado pela contenção do rio das Tripas alagou
a região que começava onde hoje se encontra
a Igreja de Sant’Ana do Rio Vermelho,
estendendo-se até a Barroquinha, ou Baixa do
Sapateiro.
estendendo-se até a Barroquinha, ou Baixa do
Sapateiro.
Ao lado deste foi construído no
século 18, um prolongamento da barragem,
um novo dique denominado Tororó,
formado pelo represamento do rio
Lucaia, que se estendia das proximidades
do Campo Grande até a vizinhança do forte do
Barbalho.
Posteriormente, em meados do século 18,
o governo da província da Bahia construiu a rua
da Vala, atual avenida José Joaquim Seabra,
canalizando o rio das Tripas (cujo curso atual,
em sua maior parte, corre agora em galerias
subterrâneas) no trecho da Barroquinha, e
fazendo desaparecer o antigo lago dos holandeses.
Já o dique de Tororó foi sendo gradativamente
aterrado a partir dos anos 40 do século 20, quando
as primeiras avenidas que hoje cortam a região
começaram a ser abertas, construindo-se depois,
em área que antigamente era ocupada pelas águas
do dique, o estádio Otávio Mangabeira, mais
conhecido como estádio da Fonte Nova.
o governo da província da Bahia construiu a rua
da Vala, atual avenida José Joaquim Seabra,
canalizando o rio das Tripas (cujo curso atual,
em sua maior parte, corre agora em galerias
subterrâneas) no trecho da Barroquinha, e
fazendo desaparecer o antigo lago dos holandeses.
Já o dique de Tororó foi sendo gradativamente
aterrado a partir dos anos 40 do século 20, quando
as primeiras avenidas que hoje cortam a região
começaram a ser abertas, construindo-se depois,
em área que antigamente era ocupada pelas águas
do dique, o estádio Otávio Mangabeira, mais
conhecido como estádio da Fonte Nova.
Para os adeptos do candomblé, o dique
do Tororó é uma das moradas de seus orixás.
Em razão disso, o artista plástico Tati Moreno
fez oito esculturas dessas entidades, colocando-as
dentro d’água, nas posições em que os filhos de santo,
quando incorporados, costumam dançar nos
terreiros de candomblé. São elas: Ogum (deus
do ferro e da guerra); Oxossi (deus das matas e
da caça). Xangô (deus dos raios e trovão); Oxalá
(o pai de todos os orixás); Iemanjá (deusa do
mar e mãe dos orixás); Oxum (deusa dos rios,
lagos e fontes); Nana (a mais velha dos orixás);
eIan sã (a deusa das guerras e das tempestades)
No centro da roda existe uma fonte que lança um
jato d’água a 40 metros de altura.
do Tororó é uma das moradas de seus orixás.
Em razão disso, o artista plástico Tati Moreno
fez oito esculturas dessas entidades, colocando-as
dentro d’água, nas posições em que os filhos de santo,
quando incorporados, costumam dançar nos
terreiros de candomblé. São elas: Ogum (deus
do ferro e da guerra); Oxossi (deus das matas e
da caça). Xangô (deus dos raios e trovão); Oxalá
(o pai de todos os orixás); Iemanjá (deusa do
mar e mãe dos orixás); Oxum (deusa dos rios,
lagos e fontes); Nana (a mais velha dos orixás);
e
No centro da roda existe uma fonte que lança um
jato d’água a 40 metros de altura.
Nos tempos coloniais a população
de Salvador tinha o costume de abastecer
suas casas com a água retirada do dique.
Vem dessa época uma quadrinha muito
cantada pelas crianças de anos atrás,
cujos versos diziam: "Eu fui no Tororó beber
água e não achei. Encontrei linda morena que
no Tororó deixei..."
de Salvador tinha o costume de abastecer
suas casas com a água retirada do dique.
Vem dessa época uma quadrinha muito
cantada pelas crianças de anos atrás,
cujos versos diziam: "Eu fui no Tororó beber
água e não achei. Encontrei linda morena que
no Tororó deixei..."
18/03/2009
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