DISCURSO AMOROSO URBANO/ 6
NOITE E ‘BOSSA VELHA’ (1)
Vicente D. MOREIRA
Especial para o Blogue CIDADE
Estou denominando “Bossa Velha” toda a produção de letras e melodias da MPB (Música Popular Brasileira) anterior à Bossa Nova (década de 60/ século XX), Nesta postagem exibimos exemplos de como a Bossa Velha é regida, em expressiva parcela da produção de seus compositores e cantores, pelo environnement noturno urbano que compõe cenário dinâmico de discursos amorosos tradutores de sofrimento, “dores de cotovelos” na expressão criada por Lupicinio Rodrigues (cotovelos de bebedores e beberrões que, cotovelos apoiados sobre mesas e balcões de bares tentam ‘afogar’ suas dores de amor), traições - mas também momentos alegres, ternos e felizes
Regime noturno
A noite são os braços e o afago quase maternal para a busca de amores, para a solidão e a saudade do calor, do corpo e dos abraços do ser amado
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Ronda” – Paulo Vanzolini - por Maria Bethania:
http://letras.mus.br/maria-bethania/164718/
De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio em todos os bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E neste dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida são joão
http://letras.mus.br/maria-bethania/164718/
De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio em todos os bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E neste dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida são joão
"A noite do meu bem" - Dolores Duran.
Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! eu quero o amor, o amor mais profundo
E quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza que eu quero lhe dar.
Milton Nascimento canta “Chove lá fora” de Tito Madi:
:http://letras.mus.br/milton-nascimento/768100/
:http://letras.mus.br/milton-nascimento/768100/
A noite está tão fria
chove lá fora
E essa saudade enjoada
não vai embora
Quisera compreender porque partiste
Queria que soubesses como estou triste
E a chuva continua
mais forte ainda
Só Deus sabe dizer
como é infinda
A dor de não saber saber lá fora
Onde estás, como estás
Com quem estás agora . . .
chove lá fora
E essa saudade enjoada
não vai embora
Quisera compreender porque partiste
Queria que soubesses como estou triste
E a chuva continua
mais forte ainda
Só Deus sabe dizer
como é infinda
A dor de não saber saber lá fora
Onde estás, como estás
Com quem estás agora . . .
Nelson Gonçalves e Arthur Moreira Lima interpretam "Chão de estrelas” de Silvio Caldas e Orestes Barbosa:
http://letras.mus.br/nelson-goncalves/47652/
Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam estranho festival!
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas os astros, distraída,
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam estranho festival!
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas os astros, distraída,
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
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