Ciclovia na Paulista vai reduzir espaço para carros e custará R$ 15 mi
A ciclovia que a prefeitura de São Paulo vai implantar na avenida Paulista vai reduzir o espaço para carros e ônibus e causar interdições na via a partir de janeiro do ano que vem.
A obra deve durar cerca de seis meses e tem custo estimado em R$ 15 milhões, segundo o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.
Ele apresentou o projeto da ciclovia nesta terça-feira (9), e disse que vai aceitar sugestões de melhorias pelos próximos dois meses. A via exclusiva para bicicleta ficará no canteiro central de um dos cartões postais da cidade.
Segundo o secretário, as obras vão começar só em 2015 devido ao grande movimento na Paulista na época de fim de ano, quando ela recebe decoração para o Natal e o placo do Réveillon.
No trecho entre a rua da Consolação e a Haddock Lobo, a ciclovia será implantada na via e vai causar a eliminação de uma faixa de carros no sentido Paraíso.
Depois, a ciclovia cruzará a Paulista e entrará no canteiro central –será instalado um novo semáforo na altura da Haddock Lobo, para brecar os carros que vem da av. Dr. Arnaldo pelo túnel José Roberto Fanganiello Melhem.
Segundo Tatto, o semáforo terá uma botoeira para ciclistas, que terão que acionar o dispositivo para cruzar a Paulista.
No trecho entre a Haddock Lobo e a praça Oswaldo Cruz, o canteiro central será alargado de 3,5 m para 4 m para abrigar os dois sentidos da via de bikes.
A ciclovia será feita em concreto vermelho, terá grades de proteção perto de semáforos e ficará 18 cm mais alta que as faixas de rolamento.
Para executar o projeto, segundo Tatto, serão removidos obstáculos como relógios e floreiras. Postes de iluminação e as grelhas de ventilação do metrô serão reacomodados.
Outra mudança do projeto é a redução das faixas de rolamento de carros e ônibus entre a Haddock Lobo e a praça Oswaldo Cruz.
A largura das três faixas de carros em cada sentido será reduzida dos atuais 3 m para 2,8 m. A dos ônibus perderá 20 cm –de 3,5 m para 3,3 m.
Segundo Tatto, a redução não vai causar problemas na segurança, pois a largura é acima do limite mínimo (2,5 m) e é compatível com a velocidade máxima implanta na via no ano passado (50 km/h).
OUTRAS CICLOVIAS
A ciclovia do eixo da Paulista terá ao todo 3,8 km e vai ser conectada a outras sete ciclovias –neste caso, implantadas geralmente à direita, junto à calçada.
Segundo Tatto, esses trechos, que passam por ruas como Itápolis, Haddock Lobo, Frei Caneca e Pamplona, poderão ser implantados ainda este ano. A meta da prefeitura é entregar 200 km até dezembro –já foram feitos 58,3 km.
Em uma ponta, a ciclovia da Paulista irá cruza a Consolação e terminar na rua Itápolis, onde começa outra ciclovia que vai até o Pacaembu.
A faixa de ônibus da Paulista também irá cruzar a Consolação, o que vai obrigar uma alteração na parada do corredor de ônibus.
O secretário diz que esse cruzamento vai beneficiar 15 linhas de ônibus que hoje gastam até 15 minutos para sair da Paulista e acessar o bairro, do outro lado da Consolação.
Na outra ponta, a ciclovia continuará pela av. Bernardino de Campos e será ligada a uma ciclovia da av. Domingos de Morais, que vai até a Vila Mariana.
Ele disse que irá aproveitar a obra para revitalizar a avenida Bernardino de Campos, com enterramento da fiação e tratamento das calçadas no padrão da Paulista.
PATRIMÔNIO
Tatto disse que vai apresentar o projeto da ciclovia aos órgãos de defesa do patrimônio histórico, mas afirmou que já falou com representantes e que não vê problemas para executar a obra.
Na semana passada, quando a ciclovia da Paulista foi anunciada pela gestão Fernando Haddad (PT), reportagem da Folha mostrou que os órgãos teriam que avaliar o projeto, apesar de a gestão planejar fazer a obra até o fim do ano.
A análise é necessária porque a via é considerada área envoltória de prédios tombados, como o Masp e o Conjunto Nacional.
Nesta quarta (10), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai apresentar o projeto a representantes do Conpresp (conselho municipal) e do Condephaat (conselho estadual)
Segundo os dois conselhos, somente depois da apresentação será possível avaliar se uma análise será suficiente ou se o projeto precisará ser aprovado em reunião de conselheiros.
Procurado, o Iphan (órgão federal) não se manifestou sobre o assunto.
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