LENDAS URBANAS - CLARINDO SILVA (2)- SALVADOR - BAHIA
Conheci Clarindo em 1975 quando, recém-chegado a Salvador, comecei a trabalhar na Fundação (depois Instituto) do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - onde permanecí até 1984.
Sempre alegre e sempre dono de uma abraço forte que parece, mesmo semdo ele magro, querer nos levantar do chão ... e acho até que consegue ...
Dono do internacionalmente famoso e resistente bar, a "Cantina da Lua", localizada na esquina da Rua Alfredo Brito e o Largo do terreiro de Jesus (Pelourinho), o que eu gostaria de destacar no setentão.
Clarindo tem uma virtude que poucas ou nenhuma das homenagens fez referência: sua resistência e determinação em continuar sua "Cantina da Lua" naquele mesmo sobrado, naquele velho e charmoso endereço do Pelourinho quando, nas primeiras décadas do século XX, aquela área do Ccentro histórico de Salvador era evitada por baianos e turistas. Ali dominava o estigma de "área perigosa", "boca quente", "antro de marginais" ... devido à área prostituição, de pobreza, arruinamento físico, arquitetônico e social que fazia vizinhança e entorno ao estabelecimento comercial de Clarindo (Maciel de Baixo, Maciel de Cima).
Clarindo tem uma virtude que poucas ou nenhuma das homenagens fez referência: sua resistência e determinação em continuar sua "Cantina da Lua" naquele mesmo sobrado, naquele velho e charmoso endereço do Pelourinho quando, nas primeiras décadas do século XX, aquela área do Ccentro histórico de Salvador era evitada por baianos e turistas. Ali dominava o estigma de "área perigosa", "boca quente", "antro de marginais" ... devido à área prostituição, de pobreza, arruinamento físico, arquitetônico e social que fazia vizinhança e entorno ao estabelecimento comercial de Clarindo (Maciel de Baixo, Maciel de Cima).
Clarindo Silva, negro, sorriso largo, alegria contagiante. sempre vestido de branco - o "homem de branco do Pelourinho" - sempre esteve alí ... sentinela avançada do Pelourinho ...
Pena - muita pena mesmo ! - que Salvador seja uma cidade autotofágica e destruidora de seus filhos naturais e adotados que insistem em permanecer nela residindo.
Vicente Deocleciano Moreira
especial para o Blogue CIDADE
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