terça-feira, 15 de dezembro de 2015

SALVADOR PRESENTE NO DILÚVIO BÍBLICO

SALVADOR PRESENTE NO DILÚVIO BÍBLICO.
"Navegar é preciso. Viver não é preciso"
(Petrarcha, poeta italiano, 1304-1374)

[Esta frase petrarchiana foi imortalizada por Fernando Pessoa, outro poeta, que destacou a precisão da ciência da Navegação ante a imprecisão do viver a vida]
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Salvador está ligada simbolicamente ao Dilúvio .
O símbolo da capital da Bahia é uma pomba cujo bico exibe um ramo de oliveira (símbolo universal da paz). Emoldurando esse desenho, uma inscrição em latim: SIC ILLA AD ARCAM REVERSA EST. Traduzo livremente para o português: ASSIM, A POMBA PARA A ARCA RETORNOU.
Só pra lembrar aos que leem a Bíblia, ao pé da letra e ao pé do espírito.E aos que apenas a citam. Depois de quarenta dias e quarenta noites, Noé solta uma pomba e esta retorna à sua abençoada arca com um ramo de oliveira preso ao bico. Ou seja, uma mensagem clara de que as águas diluvianas haviam baixado. Em palavras mais recentes e cabralinas de 22 de abril de 1500, "terra a vista!!!" ... depois de tanto mar, salgado com lágrimas de Portugal (Fernando Pessoa- "Mar Português). Depois de tanto mar diluviano.
Deus prestigiou Noé graças às suas virtudes, com uma informação meteorológica privilegiada. Privilegiada sim, porém legal, sobre a iminente catástrofe natural. Nóé construi uma arca etc. etc etc.
Ou catástrofe divina? - Deus escreve certo através de linhas torta Tanto que depois de 40 dias e 40 noites de oceanos pluviais eis a quarentena, Ele pinta com diversas cores os céus. O arco iris, um sinal, um pacto de que Ele não mais desabaria dilúvios sobre a Terra. Nunca mais.
Até hoje zil anos depois de Noé e 2015 depois de Cristo tripulações, recém chegadas do espaço sideral ou mesmo de voos que batem asas de uma banda para a outra do nosso pequeno planeta, são submetidas a quarentenas (cerca de 40 dias mesmo!!!) em nome da prevenção, da higiene e da 'pureza' terráquea.
Claro que esta frase SIC ILLA AD ARCAM REVERSA EST. nada tem a ver, não é causa, praga de Pai ou mau agouro para as chuvas de abril. Antes da criação do lema soteropolitano, abril sempre foi um mês chuvoso. "Abril, chuvas mil" - prevê a meteorologia popular baiana antes do rádio e da TV.
Ao menos desde o século XVI, Salvador já penava com chuvas torrenciais que faziam transbordar por exemplo o Rio das Tripas (atual Camurugipe) que nascia nas baixadas do mosteiro de São Bento [atual ladeira de São Bento] e recebia vísceras dos animais do matadouro ali situado (daí o nome Rio das Tripas que corre sob o asfalto e as lojas da Baixa dos Sapateiros). Águas e águas que faziam transbordar uma aguada que separava a parte baixa da atual Ladeira do Pelô da parte baixa da [hoje] Laceira do Carmo. Esta lagoa transbordava tanto que quase mais das vezes inviabilizava o taboão (tabua grande) sobre a qual transitavam brancos e tupinambás na direção da aldeia. Aldeia que e se localizava, ao alto, no [atual] largo do Carmo .. Essa tábua grande e larga deu o nome Tabuão/Taboão ao local.
Pois naveguemos até abril. Daqui a quatro meses e a quarenta agonias ...

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