sábado, 7 de dezembro de 2013

AQUIFEROS URBANOS - LAGO DE YPACARAÍ - ASSUNÇÃO - PARAGUAY


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Lago de Ypacaraí perde seu azul
04/10/2010
Por Natalia Ruiz Diaz*
Proliferação de algas, resíduos nas margens e água cada 
vez mais escura formam a paisagem que espera quem 
visita o paraguaio Lago de Ypacaraí.

Assunção, Paraguai - O famoso Lago de Ypacaraí,
 emblema da promoção turística do Paraguai, é foco 
de atenção pela acelerada contaminação de suas 
águas. Faltando dois meses para começar a temporada
 de verão, o estado do Ypacaraí causa preocupação 
pelo peso que tem no turismo interno, 
especialmente no município de San Bernardino, 
a 48 quilômetros da capital.

A principal atração de San Bernardino, que ostenta 
o título de cidade do verão, é este Lago de quase 
90 quilômetros quadrados que deixou de ser 
azul, como diz a canção “Recuerdos de Ypacaraí”. 
Embora há algum tempo seja executado um trabalho
 com municípios locais na tarefa de reduzir a 
contaminação, os dejetos continuam chegando”,
 disse ao Terramérica o fiscal do Meio Ambiente, 
José Luis Casaccia.

O Lago está rodeado por pelo menos dez cidades 
nos departamentos Central e Cordilheira, na região
 sudeste do país. O comum dessas cidades é não
 terem saneamento e seu esgoto ir sem tratamento
 para os cursos de água próximos, como os riachos 
San Lorenzo e Jukyry, e para os mangues da região. 
Nesta época, além disso, proliferam as algas verdes 
nas margens. “A presença de algas é produto da 
superalimentação e falta de oxigênio do Lago, devido 
ao exagerado acúmulo de lama e sedimentos fecais”,
 explicou o fiscal.

Em 2005, a Promotoria Ambiental detectou
 uma centena de indústrias com atividades que
 afetavam o Ypacaraí, que foi declarado Parque 

Nacional em maio de 1990. No entanto, a proteção 
não deteve o impacto da urbanização, as indústrias 
sem infraestrutura adequada e o turismo em lugares
 como San Bernardino e Areguá. Para José Luis, 
ex-ministro do Meio Ambiente, são necessárias 
medidas drásticas. Mas as autoridades municipais 
não veem o assunto com tanta presteza.

O intendente local, Berna Espinoza, disse ao
 Terramérica que a situação do Lago não é grave.
 “Isto sempre foi assim, as algas, por exemplo, 
aparecem pelo calor ambiente, sobem à superfície 
pelo calor do Sol. Não são tóxicas, com se diz”, 
afirmou. Gustavo Florentín, presidente da Fundação 
Consciência Ambiental do Paraguai, alertou para o 
uso de produtos de limpeza, como detergentes 
com certos componentes, que vão parar no Lago.

“O aspecto esverdeado das águas se deve
 à excessiva presença de nutrientes devido 
ao deságue de esgoto domiciliar e industrial, com 
alto conteúdo de tripolifosfato de sódio, na bacia 
do Lago”, disse Gustavo ao Terramérica. Isto eleva 
a concentração de nitrogênio e fosfato, disparando
 a presença de organismos como as algas. Não faltam 
planos para recuperar o Ypacaraí, inclusive 
concebido por especialistas estrangeiros. 

“Sempre houve o inconveniente da contrapartida 
local”, disse José Luis. O Estado deveria dar cerca 
de US$ 10 milhões para uma estratégia de recuperação
 cujo custo total era de US$ 60 milhões. O 
Ministério de Obras Públicas e Comunicações apresentou
 em agosto um projeto para a recuperação e o 
saneamento da bacia do Lago, que será financiado 
pela companhia coreana Samsung, como parte
 de sua política de responsabilidade social empresarial.
 O custo desta iniciativa é de US$ 5 milhões.

* A autora é correspondente da IPS.

Crédito da imagem: Natalia Ruiz Díaz/IPS


Legenda: O lixo é protagonista na praia
 da cidade de Areguá, no Paraguai.



LINKS

Aquífero paraguaio sangra pela ferida

http://www.tierramerica.info/nota.php?lang=port&idnews=124

Agonizam as águas do Atitlánhttp://www.tierramerica.info/nota.php?lang=port&idnews=3546

Pântano cubano em perigohttp://www.tierramerica.info/nota.php?lang=port&idnews=2744

Mapas ignoram lagos e lagoashttp://www.tierramerica.info/nota.php?lang=port&idnews=802

Ministério de Obras Públicas e Comunicações, em espanholhttp://www.mopc.gov.py/


Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação 
dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela
 Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência
 Envolverde.

Fonte: Envolverde/Terramérica
Atenção: As informações contidas 
nesta notícia são de 
responsabilidade dos autores e não expressam a
 opinião da Ag Solve.
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