segunda-feira, 2 de junho de 2014

F DE SANTANA - POVO IMPLORA ATEND. A MÃE E RECÉM NASCIDO

Tribuna Feirense. Feira de Santana, 

Bahia, Brasil, 1º/06/2014

Populares imploram atendimento

 para mãe e recém nascido, 

na recepção do Hospital da Mulher

postado 01-06-2014 10:35
   

Glauco Wanderley

"A criança tá ficando roxa, chama alguém aí", gritam quatro vezes, num desespero crescente, pessoas presentes na recepção do Hospital da Mulher, até que uma porta que dá acesso à parte interna da unidade se abre e um funcionário apressado dá acesso ao bebê e a quem o carrega (aparentemente o pai). O funcionário imediatamente se coloca na frente, fechando a porta e impedindo a entrada de quem filma com um celular.

A cena mostrada no vídeo que acompanha este texto e que circulou fartamente em redes sociais  foi registrada na noite de quinta-feira no Hospital da Mulher, pertencente à rede municipal de Feira de Santana.

A criança pela qual imploravam atendimento tinha nascido na recepção. Quando a filmagem começa, o bebê já está no colo do homem, que sem jeito carrega o recém nascido e reclama da falta de atendimento. O bebê, que não foi aspirado, pois não houve qualquer assistência profissional, começa a ficar roxo.

Michele Dias de Souza, 22 anos, a mulher que acabou de parir, se encontra em pé desnorteada. O chão tingido de sangue. A recepção está cheia de pacientes e acompanhantes, mas não se vê nenhum profissional de Saúde e nem mesmo um funcionário administrativo. Devido às dores do parto ou ao susto provocado pela situação, outras grávidas passam mal. Por sugestão de outras pessoas na recepção, a mãe do recém nascido senta e depois deita nas cadeiras.

O site Acorda Cidade publicou uma versão maior do mesmo vídeo, onde se verifica que mesmo barrado na porta, o autor do vídeo continua a filmar pelo vidro. É possível ver quando o bebê é posto em uma maca. Em seguida, os populares gritam. "a mãe tá aqui fora, vem buscar a mãe". Como ninguém vem e a mulher permanece deitada em cadeiras da recepção, dois dos presentes começam a discutir com PMs que fazem segurança na unidade, os quais por sua vez ameaçam uma mulher mais exaltada de ter que responder por desacato.

"Policial, chama a médica que ela está passando mal", um homem pede. Cerca de dois minutos depois surge a maca, calmamente conduzida por dois funcionários, que levam a mãe e a situação se acalma.

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