CULTURA DO
DISTRITO DE LEIRIA
Concelho de Alcobaça |
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No fim do século X organizou-se em Cluny, na Borgonha, um novo mosteiro
beneditino que procurava renovar a regra de S. Bento. Asigrejas cluniacenses
eram cheias de belos elementos decorativos. Contra estas manifestações de gosto
pela beleza natural, insurgiu-se Bernardo de Claraval, que se recolhera em 1112 em
Cister, donde saíra para fundar a Abadia de Claraval e animar mais uma reforma que
restituísse à ordem de S. Bento todo o rigor inicial. Os religiosos de Cister deviam viver
do seu trabalho, não acumular riquezas, e os mosteiros seriam edificados em lugares
ermos, sem qualquer decoração. Enquanto D. Afonso Henriques se empenhava na Reconquista,
chegaram ao território português os monges de Cister que fundaram o Mosteiro de
São João Baptista de Tarouca em 1140.
Diz a lenda que o primeiro rei de Portugal doou parte das terras
da região de Alcobaça a S. Bernardo, em cumprimento da promessa
feita quando da conquista de Santarém. Se se comparar a planta do Mosteiro de
Alcobaça com o da segunda igreja de Claraval, temosque tem o mesmo desenho base.
É de cerca de 1152 a construção provisória do mosteiro, e é conhecida no mesmo ano
uma referência ao seu abade e a respectiva carta de couto é do ano seguinte.
Os primeiros monges, monges brancos, tiveram uma acção civilizadora notável: em 1269
abrem a primeira escola pública. No tempo do geral Fr. Sebastião de Sotomaior tomaram
grande incremento as oficinas de imaginária da Abadia. Também desempenharam acções
de assistência e beneficência através da enfermaria e portaria.
Os túmulos de D. Pedro I (1320-1367), com o cognome O Terrível ou também
O Justo, e o de D. Inês de Castro (1320-1355), que se encontram em cada lado do
transepto, conferem, ainda hoje atribuem um grande significado e esplendor à igreja.
Os túmulos pertencem a uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média. Quando
subiu ao trono, D. Pedro I tinha dado ordem de construção destes túmulos para que lá fosse
enterrado o seu grande amor, D. Inês, que tinha sido cruelmente assassinada pelo pai de
D. Pedro I, D. Afonso IV (1291-1357). Este pretendia, também, ser ele próprio ali enterrado
após a sua morte. As cenas, pouco elucidativas, representadas nos túmulos, ilustram cenas
da História de Portugal, são de origem bíblica ou recorrem simplesmente a fábulas.
Por um lado, esta iconografia é bastante extensa, sendo, por outro lado, muito discutível. |
Fonte da Moura e Túmulo Neolítico - Alpedriz |
| Da lendária ocupação moura por terras de
Alpedriz apenas ficou um nome: a "Fonte da Moura".
Situada numa propriedade particular a referida fonte é
uma nascente de água, ligada ao rio Loureiro.
Segundo a lenda, uma Moura ia ali buscar água arranjando
pretexto para se encontrar com o namorado e terá
ali ficado encantada vendo a água a correr e certamente
a pensar nas delícias do futuro, quando o povo a que
pertencia foi atacado e tudo foi desfeito.
Um dos outros vestigios bastante antigos é um túmulo neolítico.
Em Ribeira do Pereiro apareceu um túmulo, do período
neolítico, construído provavelmente dois ou três mil anos a.c.,
num local de difícil acesso. |
Pelourinho de Alpedriz |
| Do antigo pelourinho de Alpedriz já só resta
parte da coluna que foi recuperada em virtude de estar
bastante desgastada pela erosão.
O Pelourinho sofrer vários derrubes dos quais existe
registo pelo menos de um em 1973 e um outro em 1992.
Face á degradação do pelourinho, a Junta de Freguesia
no ano de 1994 recuperou a coluna procedendo à sua
reconstrução, servindo-se do seu apoio inicial, uma
desgastada pedra de moinho. Foi criada uma base de três
degraus circulares de pouca altura estando o primeiro
ligeiramente enterrado devido à irregularidade do pavimento.
A coluna é cilíndrica sendo constituída por quatro elementos
com o diâmetro de trinta e dois centímetros e tem a altura
de dois metros e cinquenta centímetros.
O Pelourinho remata num ligeiro listei liso de pouca altura seguido
de peça circular mais saliente com bordo boleado. |
Igreja Matriz de Alvaiázere |
| Padroada inicialmente pela Ordem dos Templários, a
Igreja Matriz de Alvaiázere foi posteriormente pertença do
mestrado da Ordem de Cristo.
Considerada a Igreja que maior reputação tem dentro desta Ordem,
o templo religioso tem um relógio de grandes dimensões,
provavelmente colocado durante o regime filipino, com a
seguinte inscrição: "Quem me desmanchar, repare bem nos
pontos, não me bote a perder – 1639".
Entre os elementos distintivos que apresenta, destacam-se as
suas três naves e quatro colunas, a capela gótica com retábulo
a representar a Última Ceia, o altar-mor de estilo renascentista
e o seu relógio de grandes dimensões, armado por colunas de ferro |
Pia do Urso - São Mamede |
| Bem-vindos ao lugar da Pia do Urso, localizado na freguesia
de São Mamede, Concelho da Batalha.
Local carregado de história, Pia do Urso oferece aos visitantes
uma paisagem natural verdadeiramente deslumbrante, onde
poderá apreciar também o magnífico trabalho de restauro das
habitações típicas desta região serrana, em que a pedra e a
madeira se constituem como os principais materiais utilizados.
Nesta aldeia recuperada, está também instalado o primeiro
ECOPARQUE SENSORIAL destinado a Invisuais de Portugal.
Um conceito inovador, que pretende levar até estes cidadãos
a possibilidade da apreensão do meio envolvente que os rodeia
utilizando, para o efeito, os restantes sentidos, particularmente
o tacto e o olfacto.
Esperamos que todos - sem excepção - desfrutem deste lugar
mágico e ancestral, de seu nome Pia do Urso. |
Mosteiro da Batalha |
| Mosteiro de Santa Maria da Vitória (mais conhecido como
Mosteiro da Batalha) situa-se na Batalha, Portugal, e foi
mandado edificar por D. João I como agradecimento à
Virgem Maria pela vitória na Batalha de Aljubarrota.
Este mosteiro dominicano foi construido ao longo de dois
séculos, desde o início em 1386 até cerca de 1517, ao longo
do reinado de sete reis de Portugal, embora desde 1388 já ali
vivessem os primeiros dominicanos. Exemplo da arquitectura
gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino, é considerado
património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007
foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal |
Estátua Equestre de D. Nuno Álvares Pereira | Pelourinho |
| | | O Pelourinho da Vila da Batalha foi demolido nos anos 60 do Séc. XIX. Reconstituído com base em desenhos antigos, foi inaugurado, a 18 de Março de 2000, um novo pelourinho, edificado pelo já falecido Mestre Alfredo Ribeiro e por Pedro Coelho Oliveira. |
Ponte da Boutaca |
| A construção do viaduto denominado de
Ponte da Boutaca teve início na segunda metade do Séc. XIX,
em 1862, durante o reinado de D. Luís, como testemunha uma
placa identificativa existente no local.
Esta Ponte de traça neo-gótica possui quatro pavilhões do
estilo romântico, anteriormente utilizados como casa dos Portageiros |
Palácio Gorjão - Bombarral |
| Solar que pertenceu aos Cunhas e Coimbras,
construção inacabada do século XVI com portal brasonado.
A fachada apresenta certa imponência, com austera decoração
de cantaria. Após aquisição pela Câmara Municipal e obras de
restauro e adaptação, nele foram instalados ateliers, o Museu
Municipal e o Posto de Turismo. Em anexo existe a Biblioteca
Municipal, um auditório coberto e o anfiteatro ao ar livre com
espaços ajardinados e um espelho de água. Classificado imóvel
de “interesse público |
Igreja Paroquial do Santíssimo Salvador do Mundo - Bombarral |
| Igreja matriz, de construção moderna inaugurada em 1953,
substituindo a anterior apeada em 1924. Em destaque encontramos
na sua fachada central um baixo relevo, com mais de seis metros
de altura, da autoria do escultor Luiz Fernandes e alusivo ao orago |
Gruta Nova da Columbeira - Bombarral |
| Situa-se numa encosta do Vale do Roto, próximo da povoação da
Columbeira e foi descoberta em 1962. È uma das poucas grutas
portuguesas com ocupações do paleolítico médio e uma das duas
que forneceu testemunhos arqueológicos atribuídos ao ao homem de
Neanderthal. As datações obtidas permitem situar as ocupações
paleolíticas de época mustierense em cerca de 30.000 anos a.C.
A indústria lítica encontrada revela que a gruta foi ocupada longa
e intensamente pelas populações da época, por vezes como
residência permanente e outras vezes em curtos períodos
sazonais. Da fauna recolhida destacam-se a hiena das cavernas,
o lobo, o urso pardo, o veado, a cabra montês e o auroque |
Quinta dos Loridos - Jardim Oriental Buddha Éden |
| A Quinta dos Loridos é um bonito Solar, situado na freguesia do
Carvalhal, concelho do Bombarral.
Outrora, estas terras foram pertença do Mosteiro de
Alcobaça, que as doou a João Annes Lourido, em 1430.
No século XVI a família Sanches de Baena reconstruiu este
Solar que é hoje um belo exemplo da nobre
arquitectura rural do século XVIII, ostentando o
orgulhoso brasão da família Sanches de Baena.
A Quinta dos Loridos é hoje uma unidade hoteleira de
luxo e também uma afamada produtora de vinhos,
nomeadamente de espumantes.
O Jardim Oriental Buddha Eden, com uma área
de 35 hectares, lago artificial e plano para 6 mil
toneladas de estátuas, encanta, um espaço de calma e
paz de espírito.
Entrada livre. |
Museu de Cerâmica (Caldas da Rainha) |
| O Museu da Cerâmica localiza-se na Quinta Visconde de
Sacavém, na freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, cidade e
Concelho das Caldas da Rainha, Distrito de Leiria, em Portugal.
Criado oficialmente em 1983, o imóvel onde se encontra instalado
foi mandado construir na década de 1890 pelo 2º visconde de
Sacavém, José Joaquim Pinto da Silva, coleccionador,
ceramista e mecenas dos ceramistas caldenses.
No recinto da Quinta, funcionou entre 1892 e 1896, o
Atelier Cerâmico, dirigido pelo escultor austríaco Josef Füller.
O conjunto arquitectónico da Quinta, em estilo romântico
revivalista, é constituído por um Palacete tardo-romântico,
que abriga a exposição permanente, e por um edifício secundário
onde se situam a sala de exposições temporárias, a loja, a olaria e
o centro de documentação.
Os jardins da Quinta, de traçado romântico,
constituem um conjunto evocativo do gosto do final
do século XIX com as suas alamedas, canteiros, floreiras,
lagos e um auditório ao ar livre |
Museu de José Malhoa - Caldas da Rainha |
| Este espaço foi, inicialmente, idealizado pelo escritor
António Montês, com o objectivo de aproximar o pintor
José Malhoa da sua terra natal, Caldas da Rainha. Em 1926,
o artista oferece uma das suas obras, o óleo “Rainha D. Leonor”,
à cidade; no ano seguinte, institui-se a “Liga dos Amigos do Museu
José Malhoa”, para o qual o artista iria doar mais obras em 1932.
A 17 de Junho de 1933, um despacho ministerial confirma um
parecer favorável do Conselho Superior de Belas Artes, autorizando
a criação do “Museu José Malhoa”. O Museu seria, então, inaugurado
a 28 de Abril de 1934, dia do aniversário de José Malhoa, que havia
falecido a 26 de Outubro do ano anterior; o Museu foi,
provisoriamente, instalado na “Casa dos Barcos”, no Parque
D. Carlos I, um edifício cedido pelo Hospital Termal, abrindo
anualmente ao público entre 28 de Abril e 26 de Outubro.
O projecto definitivo, dos arquitectos Paulino Montês (1897-1962)
e Eugénio Correia (1897-1985), é concluído em 1937. A 11 de Agosto
de 1940, dá-se a inauguração do edifício, no âmbito dos festejos
provinciais dos Centenários da Fundação e da Restauração de
Portugal, sendo entregue, com todas as colecções, à Junta de
Província da Estremadura; o nome da instituição foi, assim,
alterado para "Museu Provincial de José Malhoa".
Em 1960, a Junta de Província da Estremadura foi extinta, sendo a
gestão do Museu passado a ser assegurada pela Direcção-Geral do
Ensino Superior e das Belas Artes, divisão do Ministério da
Educação Nacional; a instituição passa a designar-se "Museu
de José Malhoa". |
Museu do Ciclismo - Caldas da Rainha |
| O Museu do Ciclismo localiza-se na Rua de Camões nº 57,
junto ao Parque D. Carlos I, na freguesia de Nossa Senhora
do Pópulo, cidade e Concelho das Caldas da Rainha, Distrito de
Leiria, em Portugal.
Foi inaugurado em 14 de dezembro de 1999 e reúne peças relativas à
história do ciclismo no país. |
Museu do Hospital e das Caldas |
| O imóvel onde se encontra remonta à chamada "Caza Real",
onde habitou a rainha D. Leonor.
Posteriormente, no século XVIII, o edifício foi
remodelado e adaptado para residência dos provedores e
tesoureiros do Hospital Termal, uma vez que a realeza e a corte
preferiam alojar-se nas melhores residências da vila.
A sua atual feição remonta à reforma promovida em 1861, com
projecto de autoria do engenheiro Pedro José Pézerat, que lhe
ampliava as dimensões e conferia linhas classicistas à fachada,
semelhantes às atuais.
Em 1894, o edifício foi objeto de nova intervenção,
sob a administração de Rodrigo Berquó, que lhe adquiriu
mobiliário próprio uma vez que, até aquela data, o recheio
era de propriedade de cada administrador. A partir de então,
o imóvel passou a oferecer condições condignas para acolher não
apenas os directores do Hospital mas também os membros da
Família Real Portuguesa que, periódicamente, para ali se
deslocavam à época. |
Chafariz das Cinco Bicas - Caldas da Rainha |
| Trata-se de um chafariz, datado de 1748, o último dos três
edificados à época nas Caldas. Destaca-se por ser o mais imponente
dos três, quer pelas dimensões quer pelo aparato das volutas
e das bacias de onde a água escorre, em cascata.
Se os demais chafarizes apresentavam uma bica cada um, este,
como o nome indica, dispõe de cinco, alinhadas sob a taça inferior.
De acordo com as inscrições epigráficas nos espaldares destes
equipamentos, as bicas são uma alusão às sete plêiades, filhas de
Atlas e da oceânide Plêione, retomando, assim, uma temática da
mitologia clássica, como habitual na iconografia barroca presente
em arquitecturas relacionadas com a água. |
Igreja de Nossa Senhora do Pópulo - Caldas da Rainha |
| Originalmente constituía-se na Capela do Hospital Termal,
sob a invocação de Nossa Senhora do Pópulo. Em 1507, perante
o forte crescimento da povoação das Caldas, estimulado pelos
privilégios concedidos pela rainha D. Leonor aos que ali habitassem,
a soberana solicitou ao Papa Júlio II autorização para que a sua
Capela pudesse assistir espiritualmente os moradores, assim
como aos frequentadores dos banhos no hospital. Atendido
o pedido, no ano seguinte o templo foi elevado à condição de
Igreja Matriz (15 de Agosto de 1508). Atualmente constitui-se num
dos elementos patrimoniais mais significativos do município.
A sua traça é de autoria do Mestre de Pedraria Mateus Fernandes,
um dos responsáveis pelas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha.
As obras do templo foram concluídas em 1500 e a torre sineira,
considerada como uma das mais belas do país - em 1505. Com
a elevação a Matriz, recebeu pia batismal.
Com a função inicial de capela privativa do Hospital Termal,
destinava-se ao acompanhamento espiritual dos doentes al
atendidos. Assim, no primeiro dia em que chegavam à instituição, ali
se confessavam e comungavam. Só após o tratamento com as águas
era iniciado. À época da rainha D. Leonor, havia comunicação
direta entre a capela e o hospital. |
Foz do Arelho |
| É impossível falar de uma história da Foz do Arelho sem falar
da Lagoa de Óbidos, à qual está – e, de resto, estará – sempre
intimamente ligada.
Essa ligação é quase visceral, começando, desde logo, por ser
na Lagoa que o povoado ganhou pelo menos parte do seu nome,
exactamente por estar na foz de um rio. Apesar de tudo não
há nenhum rio Arelho, facto que não deixa de gerar alguma
perplexidade. A ligação, contudo, não se queda pela curiosidade
do nome. É bastante mais profunda.
Da Lagoa de antigamente se dizia que dava pão e vinho. Era, como
é, o sustento da terra – nela se pescava, mas dela ser
recolhia também o limo com que as populações locais adubavam a terra. |
Praia Fluvial das Rocas - Castanheira de Pera |
| A Praia Fluvial das Rocas é um complexo de lazer,
animação e divertimento situado num lago com quase
1 km de extensão, bem no coração de Castanheira de Pera.
Uma ilha no centro da Praia, uma piscina de ondas
com 2100 m2 (a maior do país), uma albufeira e uma
ponte secular constituem um ambiente onde o sonho
e a realidade se confundem.
As águas límpidas da Ribeira de Pera espraiam-se, formando
um local de encanto onde palmeiras tropicais convivem
harmoniosamente com a Serra da Lousã que espreita lá do alto.
Pode, ainda, desfrutar de um passeio em barco a remos ou em
gaivota e pernoitar num dos veleiros atracados na marina,
deixando-se embalar pelo suave balouçar da corrente fluvial,
ou num dos 6 bungalows perfilados na margem da albufeira, com
vista privilegiada sobre o enorme espelho de água. |
Praia Fluvial de Poço Corga - Castanheira de Pera |
| Situada no leito da Ribeira de Pera, de águas límpidas e
cristalinas, a Praia Fluvial do Poço Corga proporciona ao visitante a
tranquilidade e serenidade necessárias para renovar forças e deliciar
o corpo e o espírito.
As paisagens bucólicas, que misturam o verde da Serra
da Lousã com o azul do céu, o colorido das flores e o chilrear
dos pássaros, propiciam um contacto pleno com a natureza.
Nos terrenos anexos à praia, um esplêndido carvalhal centenário
oferece as indispensáveis sombras a um parque de merendas
e o Museu “Lagar do Corga”, antigo lagar movido a energia
hidráulica, recorda aos visitantes como
os nossos antepassados produziam o azeite.
A qualidade da água, o acesso pedonal,
as rampas de acesso para pessoas com mobilidade
reduzida, as instalações sanitárias adaptadas e com acesso
facilitado, o serviço de primeiros socorros com nadador-salvador,
durante a época balnear, são algumas das mais-valias oferecidas
por esta Praia |
Ribeira das Quelhas - Coentral |
| As margens da Ribeira das Quelhas são de uma rara
beleza natural. As suas fragas imponentes fazem com que
as águas se despenhem de grandes altitudes.
Explora o verdejante Vale Silveira, com as suas construções
em ruínas e o seu ribeiro de águas calmas, seguindo pela
levada até ao Coentral, aldeia serrana, escondida nas vertentes
da serra, com as suas casas e pormenores pitorescos. |
Serra da Lousã |
| Castanheira de Pera é a porta para a primeira grande
Serra a Sul - a Serra da Lousã - que atinge os 1058 metros
de altitude no Santo António da Neve.
Para além de uma esplêndida vista sobre a região Centro
do país, que abarca desde Espanha ao Atlântico, passando
pela Serra da Estrela, pode ainda observar-se três dos sete
poços neveiros aí edificados, bem como a capela de Santo
António, construções classificadas como Monumentos Nacionais. |
Castelo de Leiria |
| É indubitavelmente o grande ex-libris da cidade e do Concelho
de Leiria. No seu interior aloja um núcleo museológico, essencial
para interpretar a história da cidade, e, agora, a exposição ‘Habitantes
e habitats’ |
Estátuas |
| Leiria é uma cidade rica em estatuária; entre elas destacamos a dos poetas Afonso Lopes Vieira e Francisco Rodrigues Lobo e a do ‘Pastor peregrino’, que representa o próprio Rodrigues Lobo. |
Fontes | Rio Lis |
| Mais que um povoado atravessado por um rio, Leiria é uma cidade com uma forte ligação à água, como o provam – para além do Rio Lis – o grande número de fontes que ainda hoje marcam indelevelmente a paisagem urbana. Dentre estas, merece destaque especial a ‘Fonte grande’, ou ‘das Carrancas’. | | A ligação de Leiria com o seu rio nem sempre foi pacífica. Cheias, por exemplo, marcaram um passado nem muito distante, obrigando mesmo à correcção do seu curso. Rodrigues Lobo imortalizou-o através das suas musas – as ‘Líseas’ –, a par de muitos outros autores locais. Hoje, o Programa Polis desenvolve um conjunto de acções de ‘reconciliação’ dos leirienses com o seu rio. |
Convento da Portela | Sé Catedral de Leiria |
| Foram muitos os conventos de Leiria. Desse passado, mantêm-se alguns edifícios, hoje destinados a outros fins, restando habitado apenas o Convento da Portela, da Ordem Franciscana. Santo Agostinho, Santo Estêvão, São Francisco e Capuchos mostram ainda hoje as suas paredes, enquanto o Convento de Sant’Ana deu lugar ao mercado municipal e agora a um centro cultural. | | O início da sua construção data de 1559, em pleno século XVI, sendo a sua edificação concluída apenas na segunda metade do século XVII. Embora apresente a verticalidade das catedrais góticas, nela transparece o sentido de proporção das suas partes dado pelo cálculo matemático, dentro de um espírito tipicamente renascentista e classizante em que a ideia de projecto arquitectónico ganha uma dimensão moderna. É desprovida de torre sineira. Um adro alto dos inícios do século XVII, corrido por uma balaustrada de pedraria, envolve o edifício |
Convento de Santo Agostinho |
| Iniciada a sua construção no último quartel do século XVI,
só viria a concluir-se no século XVIII. Salientam-se o claustro do
Convento e a fachada barroca ladeada por duas torres. No edifício
do convento anexo são dignos de referência alguns painéis
de azulejos dos séculos XVII e XVIII. |
Museu do Vidro - Marinha Grande |
| O Museu do Vidro está instalado no Palácio Stephens,
edifício de inspiração Neoclássica, construído na segunda
metade do séc. XVIII e classificado de interesse público.
Este palácio foi a antiga residência do industrial inglês
Guilherme Stephens, que em 1769 obtém, através de Alvará Régio,
o restabelecimento da Real Fábrica de Vidros
da Marinha Grande.
Criado por decreto lei em 1954, o Museu do Vidro é
inaugurado a 13 de Dezembro de 1998, pelo Sr. Presidente
da República, Dr. Jorge Sampaio, no ano em que a cidade
da Marinha Grande comemorou 250 anos da Indústria Vidreira |
Os "Pinheiros Serpentes" e Outras Espécies - Marinha Grande |
| A beleza do Pinhal oferece uma tranquilidade e
um sossego que contrasta com o quotidiano
frenético da vida urbana. Por isso, com a construção
da ciclovia, entre a Marinha Grande e a praia de S.
Pedro de Moel, é cada vez mais frequente ver a família
inteira de bicicleta a passear-se, por entre aquele imenso mar verde. |
Penedo da Saudade |
| As arribas rochosas onde se destaca o lendário
Penedo da Saudade, conferem às praias situadas entre a
Praia Velha e São Pedro de Moel, características peculiares
que as tornam únicas no país.
Onde proliferam as típicas flores da saudade
(Armeria wellwitschii var. stenophylla), distribuem-se
vários penedos de diferentes envergaduras formando
no seu conjunto uma planície de abrasão marinha (com 30
a 40m acima do nível do mar) que protege as áreas mais elevadas,
dissipando a energia criada pelas ondas e tempestades.
O acesso à praia, inacessível ao Homem em época de praia-mares viva,
torna-se em períodos de baixa-mares mortas ou durante
o verão, um passeio obrigatório àqueles a quem a beleza natural
e o antagonismo de uma mesma paisagem não é indiferente.
É nestas alturas - quando o oceano o permite - ao seguir pela
praia agora a descoberto, que se pode contemplar uma magnífica
variedade de fauna e flora marinhas típicas de praias rochosas
dispostas em andares específicos. |
NAZARÉ |
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Capela de Nossa Senhora dos Aflitos |
| Pequena capela rectangular, de espaço único e amplo.
Foi construída em 1760, a mando dos monges cistercienses de
Alcobaça, e dedicada ao culto de Nª Sra. dos Aflitos.
A fachada encontra-se revestida a azulejos de padrão, azuis
e brancos, com portal de arco quebrado e sobrepujado
por um óculo. O conjunto é rematado por uma graciosa
torre sineira.
O interior é revestido por um silhar de azulejos
de padrão floral, em tons azuis, amarelos e brancos.
Nas paredes laterais do altar-mor, encontram-se dois painéis
figurativos, representando, do lado da Epístola, a “Estigmatização
de S. Francisco” e, do lado do Evangelho, “Santo António e o
Menino Jesus”. O altar-mor apresenta colunas pseudo-salomónicas
de capitéis cúbitos e, ao centro, uma maquineta com a Imagem do
Orago. |
Pelourinho (Tronco fóssil) |
| Fronteiro aos Antigos Paços do Concelho ergue-se um
interessante monolítico de sílex, correspondente a um
fragmento de tronco fossilizado, assente numa base octogonal,
vulgarmente conhecido por Pederneira. Foi aqui colocado em 1886
em substituição do desaparecido pelourinho manuelino.
É um exemplar respeitável da flora tropical fini-jurássica,
com uma idade de quase 150 milhões de anos, sendo por
isso um dos monumentos naturais classificados mais antigos
de Portugal. Está classificado como Imóvel de Interesse Público
desde 1933, pelo seu valor cultural e histórico. |
Museu ao Pescador |
| Fruto da iniciativa privada de um nazareno amante
das tradições da sua terra, esta Casa-Museu dedicada
ao pescador da Nazaré foi inaugurada a 11 de Dezembro de 1999.
Recuperada e restaurada por Manuel Águeda Limpinho,
representa o exterior e o interior de uma típica casa de
uma família de pescador e ligada à venda de peixe nas décadas de
1930 a 1950. Aqui podem ser admirados, para além dos
utensílios domésticos e de mobiliário, também as artes de pescas
e algumas miniaturas de embarcações nazarenas da época. |
Ascensor |
| A dificuldade de acesso ao Sítio desde sempre condicionou
o desenvolvimento do lugar e a fixação das gentes. No intuito de
servir os interesses da população e de facilitar a chegada dos
peregrinos até à Senhora da Nazaré, foi fundada uma parceria
para a construção de um ascensor mecânico em finais do século XIX.
O autor do projecto foi o engenheiro de origem francesa Raul
Mesnier du Ponsard, discípulo de Eiffel e também responsável pela
maioria dos elevadores de Lisboa. A linha foi assente em leito próprio,
funcionando o cabo a descoberto sobre roldanas, numa
extensão de 318 metros, com uma inclinação de 42%.
Inaugurado a 28 de Julho de 1889, o elevador da Nazaré é
considerado como uma das melhores iniciativas da história
da vila, tendo vindo incrementar o crescimento do Sítio e
dinamizar a ligação à praia.
Foi adquirido pela Confraria de Nossa Sra. da Nazaré, em
1924, com vista à angariação de fundos para a manutenção do
Hospital e também de modo a facilitar o acesso dos fiéis ao
Santuário. Em 1932, foi vendido à Câmara Municipal da Nazaré,
passando a ser esta entidade a responsável pela
utilização e conservação deste meio de transporte considerado
Património Municipal.
As primeiras carruagens eram movidas por meio
de uma máquina a vapor, que esteve em funcionamento
até 1963, data do único acidente da história do elevador.
Encerrado, após o desastre, durante 5 anos, voltou à
actividade com novos carros e um novo sistema de tracção,
de transmissão e accionamento eléctrico, provido de um
triplo sistema de travagem |
A Lenda da Nossa Senhora da Nazaré |
| Uma curiosa Lenda atribui o topónimo Nazaré a
uma imagem da Virgem oriunda de Nazareth, na Palestina,
que um monge grego teria trazido até ao Mosteiro de Cauliniana,
perto de Mérida, no século IV. No século VIII teria
chegado ao Mosteiro o fugitivo Rei D. Rodrigo, último rei
visigodo da Península Ibérica, depois da sua derrota, frente aos
Mouros, em Guadalete. Aí teria encontrado Frei Romano que o
acompanhou na sua fuga, trazendo com ele a imagem da Virgem
e uma caixa com as relíquias de S. Brás e de S. Bartolomeu.
Antes de morrer, Frei Romano teria escondido a imagem numa lapa,
no Sítio, onde ficou guardada durante quatro séculos, sendo então
descoberta por pastores, que a passaram a venerar.
D. Fuas Roupinho, alcaide-mor do Castelo de Porto de Mós
, tinha por hábito caçar nesta região. Conta a lenda que
também ele descobriu a imagem e a venerou. Algum tempo
passado, uma manhã de nevoeiro, a 14 de Setembro de 1182,
perseguia D. Fuas um belo veado quando o viu desaparecer no
precipício. Alarmado pelo perigo, D. Fuas pediu auxilio à Virgem
e logo o cavalo estacou salvando a vida ao cavaleiro. Em acção
de graças, mandou D. Fuas Roupinho construir a Ermida da Memória.
Venerada desde então, a imagem teria dado origem ao
nome do lugar – Sítio de Nossa Senhora de Nazareth |
Promontório do sitio da Nazaré |
| O Promontório da Nazaré é uma das mais espectaculares
formações rochosas litorais que se encontra em plena Bacia Lusitânica.
Esta formação de origem estrutural corresponde a uma série de
episódios sedimentares (transgressivos e regressivos) relacionados
com eventos geodinâmicos ocorridos entre o Cretácico Superior
(Cenomaniano) e o Eocénico, já no Cenozóico. As rochas que formam
a base desta estrutura são de origem sedimentar de fácies marinha
bastante fossilífera, apresentando no topo fácies litorais, aluviais,
fluviais e continentais.
As litologias que constituem esta formação variam
desde calcários, calcários margosos, margas, grés grosseiro
aos arenitos a conglomerados grosseiros.
Afectando a formação dos grés grosseiros são observáveis
estruturas de colapso indicadoras de actividade sísmica passada.
No topo desta formação, próximo do Forte de S. Miguel,
aflora um complexo filoniano de basaltos olivínicos
correlacionados com o Complexo Basáltico de Lisboa.
Nesta imponente estrutura, para além de interessantes
fenómenos de meteorização que originaram uma geomorfologia
peculiar, é também possível identificar um endocarso ocorrido
durante o Cretácico Superior (Turaniano). |
Sítio |
| Na origem do povoamento do promontório do Sítio estão as
condições naturais e o sentimento religioso, advindo do milagre
de Nossa Senhora da Nazaré.
Devido ao difícil acesso, o Sítio apenas se começou a
desenvolver em meados do século XVII, crescendo bastante
ao longo do século seguinte. A instalação de um elevador mecânico,
para ligação entre o Sítio e a Praia, em 1889, veio dar um novo
incremento populacional ao lugar, já então muito visitado por
romeiros e peregrinos.
O interesse histórico-religioso e uma beleza natural
incomparável constituem os grandes atractivos do Sítio da Nazaré.
O Miradouro do Suberco, a 110 metros de altitude, abre-se a
um dos mais belos panoramas marítimos de Portugal.
O longo promontório que guarda e protege a Praia tem no seu
extremo o Forte de S. Miguel Arcanjo. A 80 metros de altitude
é o miradouro privilegiado sobre o mar e a Pedra do Guilhim,
rochedo batido pelas vagas mesmo em frente. Este é um excelente
local para a pesca desportiva, onde os mais aventureiros desafiam
o mar que salpica de espuma as falésias, convidando à meditação.
Da barbacã do Forte, para Sul, a vista alcança horizontes longínquos
e a vila ganha uma nova dimensão; para norte, descobre-se o vasto
areal da Praia do Norte. Bela e desconhecida, rodeada de dunas e
pinhais, protegida a sul pelo promontório, que na sua base esconde
uma pequena gruta natural – o Forno d´Orca. A Praia do Norte é um
espaço preservado e ecológico, dedicado pela natureza ao Turismo de
Evasão, à pesca desportiva, ao surf e aos passeios a pé ou de bicicleta.
Poupada da intervenção humana, a Praia do Norte permite
o reencontro da natureza com o mar e a aventura solitária do
descanso merecido. |
ÓBIDOS |
| Vila medieval, autêntico museu carinhosamente conservado,
altivas e seguras muralhas, ruas tortuosas, casario branco e janelas
cheias de flores. A cada passo, o encontro com tempos da corte.
Óbidos não tem tempo, mas tem alma, património. É uma arca
blindada aos olhares inconvenientes das épocas. Aqui só é
aceitável o que fizer sentido, o que servir para explicar o
passado. Porque Óbidos espera ser sempre o que é hoje:
memória viva |
Porta da Vila |
| Entrada principal da Vila, é encimada pela inscrição -
«A Virgem Nossa Senhora foi concebida sem pecado original» -
mandada colocar pelo Rei D. João IV, em agradecimento pela
protecção da Padroeira aquando da Restauração da
Independência em 1640. No seu interior encontra-se a
capela-oratório de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira da Vila,
com varandim barroco e azulejos azuis e brancos (c.1740-1750)
com motivos alegóricos à Paixão de Cristo, representando a
Agonia de Jesus no Horto e a Prisão de Jesus. |
Castelo |
| Atribui-se ao Castelo de Óbidos origem romana,
provavelmente assente num castro. Foi posteriormente
fortificação sob o domínio árabe. Depois de conquistado
pelos cristãos (1148) foi várias vezes reparado e ampliado.
No reinado de D. Manuel I, o seu alcaide manda construir um
paço e alterar algumas partes do castelo. No Paço dos Alcaides
salientam-se as janelas de belo recorte manuelino abertas para o
interior do pátio. São ainda do seu tempo a chaminé existente na
sala principal e o portal encimado pelas armas reais e da família
Noronha, ladeado por duas esferas armilares. O Paço sofreu fortes
danos com o terramoto de 1755. No século XX estava em total ruína
tendo sido recuperado para instalar a Pousada (a primeira pousada
do Estado em edifício histórico). |
Porta do Vale ou Senhora da Graça |
| Porta de acesso à Vila pelo lado nascente, tem no seu
interior uma capela-oratório dedicada a Nossa Senhora
da Graça, no local onde já deveria existir um nicho com
uma imagem que a tradição diz ter sido oferecida em acção
de graças após o cerco de 1246 (na contenda entre D. Sancho II
e D. Afonso III). Esta capela-oratório foi reformada em 1727, por
iniciativa de um magistrado da Índia, Bernardo de Palma, em
cumprimento de uma promessa de sua filha, que morreu de amores
contrariados por um jovem obidense, transformando-se então o
torreão num verdadeiro templo, com capela-mor, retábulo, coro,
tribuna e sacristia, em que a nave não é mais do que a passagem
da rua pelo seu interior. |
Igreja da Mesiricórdia |
| Capela funerária familiar, situa-se defronte da Igreja de São
Pedro. Foi instituída em 1331 pelo Padre Pêro Fernandes,
beneficiado da Sé de Lisboa. Na frontaria, rematada por
cachorrada, destaca-se o pórtico ogival de três arquivoltas
assentes sobre colunas de capitéis vegetalistas e encimado por
uma inscrição gótica. No interior, coberto por abóbada nervada,
encontram-se três túmulos em arcossólios ogivais, apresentando
um deles uma espada esculpida. No exterior conservam-se ainda
dois túmulos medievais, sendo o da direita armoriado com cinco
escudos representando as armas das famílias Pó, Nóbrega |
Santuário do Senhor Jesus da Pedra |
| Fora da Vila, na estrada para as Caldas da Rainha, ergue-se
o Santuário do Senhor da Pedra, templo inaugurado em 1747.
O risco da obra é de autoria do Arq. Capitão Rodrigo Franco
(da Mitra Patriarcal) e tem a particularidade de articular um
volume cilíndrico (exterior) com um polígono hexagonal (interior),
em planta centrada à qual se anexam três corpos (dois
correspondentes às torres e outro que corresponde à sacristia).
No seu programa de simetrias destaca-se o jogo de janelas
invertidas. O seu interior apresenta três capelas: a capela-mor
dedicada ao Calvário, com uma tela de André Gonçalves, e as capelas
laterais dedicadas a Nossa Senhora da Conceição e à Morte
de São José, com telas de José da Costa Negreiros. A "estranha"
magem de pedra de Cristo Crucificado, em maquineta
própria no Altar-Mor, esteve até à inauguração do Santuário
recolhida numa pequena ermida junto à estrada para Caldas da
Rainha onde era objecto de grande devoção, nomeadamente
do Rei D. João V. |
Do Cabo Carvoeiro à Ponta do Trovão |
| Vista do Sítio da Ponta do Trovão Costa Norte da Península
As arribas costeiras da península de Peniche,
inseridas no Sítio Rede Natura 2000 Peniche/Santa Cruz,
integram a chamada Orla Meso-Cenozóica Ocidental,
assentando sobre rochas carbonatadas do Jurássico Inferior,
que correspondem ao testemunho da fase inicial de enchimento
da Bacia Lusitânica. Vários são os locais de interesse geológico
inventariados pela comunidade científica nacional e internacional,
sendo de destacar: a Papoa, a Praia do Portinho de Areia Norte, a
Ponta do Trovão e Praia do Abalo, do Cerro do Cão ao Cabo Carvoeiro
e a Gruta da Furninha. Do miradouro dos Remédios ao Cabo Carvoeiro,
estende-se uma paisagem cársica de rara beleza, formada por lapiás
de várias dimensões e que não raras vezes é local de paragem para
turistas. Esta porção de costa da península de Peniche é detentora
de elevado valor patrimonial, nomeadamente alto valor cénico e
geomorfológico. Acresce o facto do alto valor didáctico, que
permite interpretações paleoambientais de forma muito intuitiva.
São notáveis a grande diversidade de conteúdo paleontológico,
do qual se destaca o crinóide Pentacrinus penichensis. A formação
geológica da “Ponta do Trovão” assume-se como local de particular
interesse patrimonial de valor científico excepcional no contexto
nacional e internacional. Tal baseia-se por um lado no facto de
estar proposta como estratotipo do limite Pliensbaquiano –
Toarciano (Jurássico Inferior) e, por outro, ao registo sedimentar
que testemunha alterações da interacção atmosfera-oceano que
terá dado origem a uma extinção em massa de algumas
espécies marinhas durante o Toarciano inferior. |
Gruta da Furninha |
| Entrada da Gruta da Furninha
A Gruta da Furninha, localizada na costa Sul da península
de Peniche, corresponde a uma cavidade natural ocupada
durante o período pré-histórico, tratando-se da mais importante
estação pré-histórica do concelho.
Hoje localizada junto ao mar, esta gruta foi ocupada entre
o Paleolítico Médio e o final do Calcolítico,
tendo sido escavada em 1880 pelo estudioso Joaquim
Nery Delgado. |
Fortaleza de Peniche |
| Mandada edificar por D. João III em 1557 e concluída em
1645 por D. João IV, que a considerou a principal chave do Reino
pela parte do mar, destaca-se na Fortaleza de Peniche,
para além da típica traça em estrela, o Baluarte Redondo -
primeira fortificação construída na península de Peniche -
a Torre de Vigia, e a capela de Santa Bárbara.
Este imóvel viu o seu espaço utilizado de forma diversa de acordo
com as necessidades e as vicissitudes históricas de cada época.
Praça militar de vital importância estratégica até 1897, abrigo de
refugiados Boers provenientes da África do Sul no início do séc.
XX, residência de prisioneiros alemães e austríacos durante
a Primeira Guerra Mundial, prisão política do Estado
Novo entre 1934 e 1974, alojamento provisório de famílias
portuguesas chegadas das antigas colónias ultramarinas
em 1974, e a partir de 1984 albergue do Museu Municipal, a
Fortaleza de Peniche assume especial relevância enquanto
importante documento de uma diacronia histórica de índole
local e nacional. |
Porta da Fortaleza |
| A entrada na Fortaleza efectuava-se atravessando
uma ponte levadiça, como o demostram as aberturas
verticais pelas quais passavam as pesadas correntes que
sustentavam a ponte.
Por cima desta porta encontra-se um escudo
(incompleto) com as armas de Portugal, mandado picar
pelo Marquês de Pombal por ocasião do célebre processos
dos Távoras, ladeado por duas inscrições com texto em latim,
datando da época da Restauração, com o seguinte tradução:
ESTA FORTALEZA FOI COMEÇADA POR ORDEM DO SERENÍSSIMO
D. JOÃO III SOB A ORIENTAÇÃO DO INVENCÍVEL CONDE LUÍS,
DUAS VEZES VICE-REI DA ÍNDIA E, OCUPADA PELA TIRANIA |
Túnel do Mar |
| O chamado Túnel do Mar não é afinal mais do que
uma plataforma construída para ligar a parte ocidental
da Fortaleza, edificada sobre um antigo ilhéu, e a área onde
se encontra o grosso da fortificação.
A partir da pequena praia anexa à Fortaleza, a prainha de S.
Pedro, é visível na face virada a Oeste, uma pequena abertura
rectangular, antigo acesso que através de uma escadaria permitia a
comunicação da zona onde hoje é o salão Nobre da Fortaleza de
Peniche, com o mar. Com a maré cheia, o nível da água atinge o meio
desta antiga abertura, cujo fim preciso é ainda desconhecido.
Foi por este túnel que numa gélida madrugada de Dezembro de
1954 escapou o preso político António Dias Lourenço, evadido do
célebre “Segredo”, localizado no Baluarte Redondo. |
Pátio da Cisterna |
| Num pátio exterior ao edifício pode observar-se uma magnifica
cisterna do século XVII, com surpreendentes características
acústicas, destinada a fornecer água à guarnição militar
estacionada na Fortaleza e, em caso de falta de água, à
população da vila.
Durante o período em que na Fortaleza funcionou
uma prisão política, este pátio serviu de recreio aos presos,
que aqui passavam cerca de uma hora e meia por dia. |
Pavilhões Prisionais |
| De 1934, data da implantação da prisão política na
Fortaleza de Peniche, até 1956, época da remodelação
da penitenciária, os reclusos estavam instalados nas antigas
casernas militares, celas colectivas que reunindo poucas
condições de segurança e higiene eram desapropriadas
para o fim em questão. Nessa data foram construídos,
à maneira americana, três pavilhões prisionais de alta
segurança: os Blocos (ou Pavilhões) “A”, “B”, e “C”.
Destes destaca-se o Bloco “C”. Albergando no 1º piso os
presos de delito comum e no 2º piso as instalações dos guardas,
tinha no 3º piso a Ala de Alta Segurança, espaço onde,
entre outros presos políticos, esteve preso Álvaro Cunhal. |
Igreja de Nossa Senhora da Conceição |
| A Igreja de Nossa Senhora da Conceição é um templo de
estilo barroco atribuível ao arquitecto João Antunes,
construído sobre uma antiga capela com as esmolas da
população e da Rainha D. Maria Sofia Isabel de Neuburgo,
segunda mulher de D. Pedro II, pela devoção à imagem de
Nossa Senhora, que preside ao altar.
Trata-se de uma igreja de planta longitudinal,
composta pelos rectângulos justapostos da nave e da capela-mor,
à qual se anexam a sacristia e sala de reuniões. A fachada é marcada
pelos torreões em cantaria aparelhada. No interior, de uma só
nave abobadada, sobressai a beleza da capela-mor revestida
a mármores embutidos. |
Forte de S. João Baptista |
| O Forte de S. João Baptista, localiza-se na Ilha da Berlenga,
tendo sido mandado edificar em 1651, por ordem de
D. João IV, e concluído 1656.
Construído com a finalidade de impedir a ocupação desta
ilha por corsários norte-africanos ou por potências inimigas,
viveu em Junho de 1666 o episódio bélico mais célebre da sua história.
Nessa data, o Forte de S. João Baptista foi sitiado por uma
esquadra espanhola, composta por catorze naus e uma caravela,
comandada por D. Diogo Ibarra. Defendida, à altura, por
uma pequena guarnição, inferior a vinte homens, e contando
com apenas nove peças de artilharia, esta fortificação
liderada pelo cabo Avelar Pessoa, conseguiu resistir durante
dois dias ao feroz bombardeamento inimigo, bem como
provocar importantes baixas nas forças sitiantes, traduzidas
num elevado número de mortos, uma nau afundada e duas
outras fortemente danificadas, contra um morto e quatro
feridos lusos. O esgotamento dos mantimentos e das munições,
e a deserção de um dos soldados, que expôs a D. Diogo Ibarra a
dramática situação da guarnição portuguesa, motivaram por fim
a capitulação do Forte de S. João Baptista. |
O Touril de Atouguia da Baleia |
| Datável possivelmente do séc. XVIII, o Touril, tal como
o nome indica, parece corresponder a uma estrutura utilizada,
como palco de lides tauromáquicas, porventura pela
ociosa família real e nobreza, frequentemente hospedada
no vizinho Paço da Serra de El-Rei.
Desta estrutura, localizada no largo
fronteiro à igreja de Nossa Senhora da
Conceição, em Atouguia da Baleia, ainda se
observam vários esteios de pedra, cravados no
chão, delimitando a "arena", apresentando os tradicionais
três orifícios.
O Touril de Atouguia da Baleia
corresponde a um dos raros e, simultaneamente,
mais antigos exemplares do género existentes em Portugal. |
Arquipélago das Berlengas |
| Arquipélago das Berlengas é formado por
um conjunto de ilhas e recifes costeiros situado
na plataforma continental Portuguesa, distribuídos
por três grupos: Ilha da Berlenga e recifes associados,
Farilhões e Estelas. As ilhas de maior dimensão atingem
uma altura de cerca de 90 m, mas os restantes ilhéus e
rochedos são de pequenas dimensões, por vezes apenas
aflorando a superfície do mar. A sua importância como
repositório único de diversidade genética, de espécies e
de habitats na fronteira ocidental da Europa, bem como o
seu significado para a conservação da diversidade biológica
(flora e fauna terrestre e marinha), tem sido amplamente
reconhecida a nível nacional e internacional. A comprová-lo
está o elevado número de designações especiais que o
arquipélago possui: Reserva Natural das Berlengas,
Reserva Biogenética, Zona de Protecção Especial e Sítio
de Interesse Comunitário. Mais recentemente, foi submetida
a proposta de nomeação como Reserva da Biosfera da UNESCO
O granito da Berlenga corresponde a um tipo geológico único
na Europa, sendo todavia comum no continente americano.
Na costa de Peniche podemos observar belas arribas formadas
por rochas sedimentares com abundantes fosseis marinhos
de idade mesozóica, contemporâneas dos dinossáurios.
Estas rochas em nada se assemelham às que encontramos
na Berlenga, nas Estelas e nos Farilhões. Nestas ilhas ocorrem
rochas magmáticas e metamórficas – granitos vermelhos
bastante deformados, gnaisses e xistos – que apresentam
mais afinidade com outras formações geológicas do interior
da Península Ibérica.
Pensa-se que as rochas graníticas do arquipélago das
Berlengas se terão gerado há cerca de 280 milhões de
anos, durante a formação de uma importante cadeia de
montanhas – a cadeia Varisca – que na Era Paleozóica se
estendia desde o que hoje chamamos de Apalaches aos Urais.
Esta cadeia resultou do fecho de um grande oceano e da
colisão das massas continetais Gondwana e Laurentia, que
bordejavam as suas margens. Vestígios dos fundos desse
oceano encontram-se ainda nas regiões de Beja e Bragança-Morais,
enquanto a chamada zona Sul Portuguesa e o Terreno
Ibérico faziam as suas margens opostas. Hoje, os geólogos
discutem ainda a verdadeira posição do arquipélago das
Berlengas neste contexto geodinâmico complexo.
Cabeça do Elefante
Os grupos das Estelas e da Berlenga são constituídos
por rochas graníticas de idade permocarbónica, alguns
afloramentos de terraços marinhos quaternários (conglomerados)
e de areias de praia actuais.
Os granitos apresentam cor vermelha ou esbranquiçada,
com granularidade média, ou, mais raramente, fina.
Também podem ser observados Filões e filonetes de microgranito, de
quartzo e de barite.
Contudo, o aspecto mais relevante
das rochas é a sua deformação.
Por sua vez, o grupo dos Farilhões é constituído
por rochas metamórficas, xistos e gnaisses de idade
ante-mesozóica, afectados por uma importante fracturação. |
Torre do Relógio Velho - Pombal |
| Destacando-se do casario envolvente, foi mandada
construir no século XIV por D. Pedro I para recolha
dos tributos pagos por judeus e mouros à coroa.
Sofreu alterações no início do século XVI, época em que
adquiriu a feição actual, com forma prismática rematada por uma
cúpula piramidal. (Monumento Nacional |
Igreja Matriz de São Martinho - Pombal |
| O interior é de uma só nave coberta por tecto de esteira
e de seis altares. Sobre o arco triunfal recorta-se uma cruz
da Ordem de Cristo. Nos altares laterais e colaterais estão
colocados retábulos de talha dourada, dos fins do século XVII |
Castelo de Porto de Mós |
| Avista-se ao longe pelas suas torres, grandes e verdes,
de forma bicuda, que faz deste castelo um dos mais originais
do nosso País. Conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques,
viria a ganhar características palacianas, devido à intervenção de
D. Sancho I, D. Dinis e D. Afonso, Conde de Ourém. Das cinco torres
com que foi construído, restam hoje três, devido às constantes
investidas árabes e, mais tarde, aos diversos abalos sísmicos
que sofreu.
O castelo-solar de Porto de Mós apresenta
planta pentagonal irregular, em estilo gótico e renascentista.
Portas e janelas rectangulares e ogivais, bem assim como outros
elementos construtivos e decorativos, revelam a coexistência de
estilos, bem como similaridades com o Paço de Ourém. |
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