DOMINGUINHOS E A CENA URBANA (4)
Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigo
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado
por Vicente D. Moreira - especial para o Blogue CIDADE
A solidão do migrante em fase de aculturação à grande cidade. São Paulo, por exemplo. Ele compara seu estilo de vida lá ("no interior do mato") e sua rede de socialidades ... amigos, vizinhos, festas, visitas ... tristezas a legrias divididas coletivamente ... compara todo esse passado com o atual em que segunda-feira e domingo se parecem tanto e - vê lá! - que este último torna a solidão mais vigorosa sobretudo por que lhe invade, com mais força, a saudade dos que ficaram lá no sertão.
Nos demais dias, a insatisfação, o tédio que parecem agravar o qualidade de vida, o estresse de um cotidiano assinalado por (vários) ônibus, metrô, trem ... superlotados tanto quanto as estaçoes e os pontos de ônibus. À noite chegar em casa, pós longa odisséia, atirar-se ao leito, à insuportável e desconfortável 'cama mole' (saudades da velha rede!) só para tentar acordar ... e tudo começar de novo ... como um sísifo nordestino e nordestinado a rolar montanha a cima, montanha a baixo na topografia da selva de pedra. Lamento
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