terça-feira, 18 de junho de 2013

A FACE POLÍTICA SEMPRE VIVA DA MOBILIDADE URBANA

A FACE POLÍTICA SEMPRE VIVA 
DA MOBILIDADE URBANA

Blogue CIDADE

Nestas últimas semanas têm surpreendido o povo e a mídia do Brasil e de vários países do Mundo as manifestações sustentadas   por jovens estudantes e trabalhadores em\de nada menos que 12 capitais brasileiras sem falar em cidades do interior.

Apesar de reivindicarem fim da corrupção e dos gastos públicos em áreas fora dos espaços carentes da Educação, da Saúde, do Emprego ... foram problemas de mobilidade urbana (preço e qualidade das passagens dos transportes públicos ...) o 'carro-chefe', a 'gota d'água' dos protestos - observados e acompanhados em umas e reprimidos com violência pelas forças policiais em outras cidades.

A surpresa geral se deve à crença de que reação política coletiva somente é verificável e qualificável quando as massas saem às ruas para, por exemplo reivindicar melhorias na oferta de serviços de mobilidade urbana. Afinal, é também reação política:

- a "cara feia" de quem espera horas e horas pelo ônibus com destino ao trabalho, à escola, ao médico ... ou à residência ... por mais individualista que tal tipo de reação possa parecer a um julgamento mais apressado;

- a irritabilidade, impaciência e agressividade do motorista que está, há horas, imóvel e sem saída num congestionamento ... não importa a causa e a motivação deste doloroso  fenômeno urbano que já não é mais um triste privilégio das capitais e das cidades grandes;

- a indignação e a impotência diante do assalto a um ônibus ou a um automóvel.

Numa perspectiva antropológica,  quando se está dirigindo ou espremido num ônibus, trem ou metrô, não se está mais em casa  - na, por assim dizer 'IMOBILIDADE' do lar ... mas também não se chegou ao local de destino: trabalho, escola, lazer, compras, médico ... Esta situação de fronteira liminaridade, indefinição ...comparável em termos de eficácia simbólica, por exemplo, ao meio dia  (não é mais manhã  mas também ainda não é tarde).

Estar na rua, sem que se more na rua, causa estranheza e mesmo insegurança (assalto, violência, atropelo ...). E tudo que queremos é estar seguro e confortável neste mundo especialmente inseguro e MÓVEL e TRANSITÓRIO que sustenta e traduz o que se chama de  mobilidade urbana. 



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