quinta-feira, 30 de maio de 2013
Mesmo investindo em BRT, autoridades ainda priorizam automóveis
Nunca se falou em mobilidade urbana como ultimamente. Na tentativa de agradar a turistas que vem aqui se enganar com essa inútil copa que só serve para reforçar o já doentio fanatismo do brasileiro pelo futebol, governos e prefeituras não economizam na hora de implantar os projetos em que a maior vedete são os pomposos ônibus articulados conhecidos como BRTs e suas vias exclusivas. São como pequenos trens sobre pneus.
Mas mesmo assim, nota-se que esses mesmos governos ainda priorizam o automóvel, estimulando a sua compra e aumentando as faixas e vias por onde esses carrinhos passam. Reduzem impostos para aquisição dos mesmos pelos cidadãos, mas não adotam pedágios e outros taxamentos para desestimular a utilização de automóveis, verdadeiros vilões da mobilidade urbana. Com isso aumentam cada vez mais os engarrafamentos nas grandes cidades, reduzindo o já bem reduzido tempo livre do cidadão brasileiro.
Pior: tem autoridades que acusam os ônibus como vilões do trânsito, se esquecendo que o transporte coletivo consegue reunir um número maior de pessoas em um espaço bem menor. O que não acontece com os automóveis, em sua maioria utilizados por apenas uma pessoa cada, e com vagas para no máximo 5 pessoas, contra os cerca de 100 de um ônibus.
Outros argumentam que o BRT em si estimularia as pessoas a largar os automóveis por ser um ônibus grande e supostamente confortável. Mas não é isso que se observa na prática, já que os usuários dos BRTs são os mesmos que já andavam de ônibus há muito tempo. Se esquecem que, para a maioria das pessoas, o mais confortável dos ônibus ainda é menos confortável que qualquer automóvel, por mais desconfortável que este seja.
Dá para perceber não somente a ignorância de autoridades como também a desesperada vontade de adesão a modismos, já que além de priorizar automóveis, junto com isso preferem torrar dinheiro com projetos e mais projetos de mobilidade urbana quando a mesma poderia ser melhorada com poucos custos, apenas com um reordenamento logístico das linhas de ônibus, observando, demanda, itinerários, pontos e o tipo de veículo para cada linha. Mas preferiram aparecer para o mundo através do pomposo BRT que não consegue nem tirar os automóveis das ruas, fazer o quê?
