TRILHOS EM TEMPOS DE CRISE: SALVADOR, SÃO PAULO, NEW YORK
RECADO AOS COVEIROS DE FUTURO:
RECADO AOS COVEIROS DE FUTURO:
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
("Vida" - Chico Buarque)
Um dos mais claros sinais de provincianismo, no pior sentido da expressão, e de pobreza urbana - inclusive pobreza de espírito, no mais pleno sentido da expressão - é, com asfalto ou não, sepultar trilhos na ilusão de estar sepultando o passado. Na verdade, sepultar trilhos - com asfalto ou não - é sepultar o futuro.
Mas vamos às trilhas dos TRILHOS EM TEMPOS DE CRISE:
TRILHA SALVADOR - BAHIA - BRASIL
Metrô de Salvador
Em Salvador, o transporte ferroviário ... o minimo minimorum de alguns quilômteros que liga o pequeno bairtro da Calçada a localidades do subúrbio (ferroviário) está parado há dois meses; isto por causa da greve de trabalhadores terceirizados que fazem limpeza dos trens e que completam hoje (7 de janeiro/2011) três meses sem receber salário. (jornal "A Tarde", Salvador, 7 de janeiro de 2011, p. B2). Ferroviários, fero-viários .. ferozes viários na luta pelo mínimo minimorum dos salários já tão mínimos
O Metrô, 12 quilômetros de extensão, de espera e de paciência baianas - faz dez anos - , não trilha nenhuma certeza de funcionamento para esta primeira metade de 2011.
Mais um Carnaval sem Metrô?
TRILHA SÃO PAULO - SÃO PAULO - BRASIL
Metrô de São Paulo
Em São Paulo, as novas estações do Metrô terão que esperar passageiros que terão que esperar que fiquem prontas. Tudo isso no Verão ... a chamada "estação da luz". E a Estação da Luz?
"Onde está a Luz? Abram as cortinas ! Luz, quero Luz !" (Palavras atribuídas a Goethe, no momento em que, agonizante, exigiu estar lendo algum livro no segundo fugaz em que luz da vida para sempre se apagasse ).
"Onde está a Luz? Abram as cortinas ! Luz, quero Luz !" (Palavras atribuídas a Goethe, no momento em que, agonizante, exigiu estar lendo algum livro no segundo fugaz em que luz da vida para sempre se apagasse ).
O Metrô de New York (Yes, New York! New York!) expulsou, de suas dependências, a poesia, os versos poéticos e as citações de pensadores. Na República sonhada por Platão não haveria lugar para os poetas ... afinal eles estavam possuídos pelo deus Entusiasmous (entusiasmo) e poderiam subverter sobretudo a juventude. No Metrô novaiorquino, ó tempora ó mores (Cícero), out doors de poesias e citações não fazem chover dinheiro em hortas tortas.
Por novas trilhas que levem a novos trilhos em 2011,
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