ÁGUA, TERRA, FOGO E AR (3)
RIO, SÃO PAULO, MINAS GERAIS E FLORIANÓPOLIS ... DE JANEIRO DE 2011.
RIO, SÃO PAULO, MINAS GERAIS E FLORIANÓPOLIS ... DE JANEIRO DE 2011.
TRAGÉDIA, CATÁSTROFE OU CALAMIDADE?
QUEM É O BODE EXPIATÓRIO?
QUEM É O BODE EXPIATÓRIO?
QUEM É O PERSONAGEM EXEMPLAR?
Vicente D. Moreira
Na Grécia Antiga, quando se queria proteger a comunidade, a polis, de reedições de acontecimentos naturais violentos e, como sempre, ligados à água, terra, ao fogo ou ao ar, fazia-se a Festa do Bode ou Tragoedie, ou – como nos habituamos a chamar – TRAGÉDIA. Mesmo quando a proatividade e a prevenção brilhavam mais que a reatividade, que o “chorar e o lamentar pelo leite derramado” ou “o fechar a porta só depois de roubado”, também fazia-se a Festa do Bode. Sacrificava-se o bode (o animal) ... daí a expressão “bode expiatório” ... porque realmente o animal ‘expiava’ a má consciência, a culpa, o medo ... dos humanos - E, segundo crença então corrente, o sacro-ofício (sacrfício) do bode protegeria as pessoas contra novos ataques de ira da natureza, dos deuses ... e contra as desditas operadas pelo acaso e pelo infortúnio..
Quando essa festa chega à sofisticação do mundo do Teatro, temos a Tragédia Grega (Sófocles e tantos outros autores TRÁGICOS), em que algum humano é punido, paga com a vida e as dores da tortura e da mutilação eternas, com a culpa insaciável, e a automutilação (Édipo cega a si próprio) pelo erro cometido, pela ofensa à moral e aos bons costumes vigentes. Tudo isso para que ninguém tente fazer o ilícito que fizeram sob penas de acabar como eles. A Tragédia Grega tinha uma nítida função pedagógica através do exemplo. Édipo que matou o pai, sem o saber e, também sem o saber, casou-se com mãe. Sísifo, Prometeu ... foram alguns dos vários heróis trágicos, ou seja, “bodes expiatórios” ...
A palavra calamidade (que significa catástrofe) está comprometida, primitivamente – com a prática agrícola. Ela se origina de cálamo, um caniço ou talo do trigo.
[A mitologia nos ensina que o jovem Cálamo, deprimido e inconformado ante a morte de seu melhor amigo, instala-se para sempre junto a um riacho, falece e do defunto nasce, alí, uma vegetação em forma de canudo, de cálamo]
Quando a chuva desabava sem trégua ou por ocasião das tempestades de granizo, os calamos ou “talos do trigo”, eram quebrados, o que causava incontrolável destruição de plantações e animais. No correr dos tempos calamidade adquiriu o sentido de desgraça pública. Costumamos ouvir ou ler que o prefeito Fulano de Tal decretou estado de “calamidade pública”; e isto poderá atrair dinheiro e ajudas de variada ordem para o município ou cidade vitimada pela catástrofe. Calamidade, em origem, tem a ver com chuva, com água derramada excessiva e nocivamente.
[A mitologia nos ensina que o jovem Cálamo, deprimido e inconformado ante a morte de seu melhor amigo, instala-se para sempre junto a um riacho, falece e do defunto nasce, alí, uma vegetação em forma de canudo, de cálamo]
Quando a chuva desabava sem trégua ou por ocasião das tempestades de granizo, os calamos ou “talos do trigo”, eram quebrados, o que causava incontrolável destruição de plantações e animais. No correr dos tempos calamidade adquiriu o sentido de desgraça pública. Costumamos ouvir ou ler que o prefeito Fulano de Tal decretou estado de “calamidade pública”; e isto poderá atrair dinheiro e ajudas de variada ordem para o município ou cidade vitimada pela catástrofe. Calamidade, em origem, tem a ver com chuva, com água derramada excessiva e nocivamente.
Esse sentido de calamidade chegou a Roma para ficar. Tanto que os romanos chamavam de calamidade – especificamente de calamitas (doenças do cálamo) - as doenças que atingissem as hastes do trigo.
Primeira pergunta retórica. Pergunta retórica é aquela que quem a faz sabe muito bem a resposta. Vamos lá:
RIO, SÃO PAULO, MINAS GERAIS E FLORIANÓPOLIS ... DE JANEIRO DE 2011, quem foi o herói trágico, o bode expiatório, o ‘personagem exemplar’ , quem foi aquele que pagou a conta do descaso, da prodigalidade e da indiferença dos poderes públicos com a vida e a perda de tudo e de todos que, de importante, tinham na vida?
RIO, SÃO PAULO, MINAS GERAIS E FLORIANÓPOLIS ... DE JANEIRO DE 2011 FOI TRAGÉDIA, CATÁSTROFE OU CALAMIDADE?
A palavra catástrofe vem (do grego) kata+strophein e assinala um acontecimento que, contraiando determinadas expectativas, transforma-se em desastre frustrando as previsões positivas ou otimistas . A exemplo da Tragédia, a catástrofe tinha também seu “personagem exemplar” sobre quem desaba os erros, ou pecados do mundo. “O Cristo” como se costuma dizer.
Segunda pergunta retórica: No RIO, SÃO PAULO, MINAS GERAIS E FLORIANÓPOLIS ... DE JANEIRO DE 2011, quem foi o “personagem exemplar”?
Terceira pergunta retórica: RIO, SÃO PAULO, MINAS GERAIS E FLORIANÓPOLIS ... DE JANEIRO DE 2011: TRAGÉDIA, CATÁSTROFE OU CALAMIDADE?
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