CRÔNICA DOMINICAL DE 16/JAN/2011
O REAL - COMO IMPOSSÍVEL DE DIZER - DOS DOMINGOS ANTERIORES À CATÁSTROFE. O REAL DA CATÁSTROFE.
Nestes primeiros dias de 2011, ao menos no Brasil, não há outro assunto que domine as conversas doutas ou não, dentro e fora de casa: as chuvas, enchentes e desbamentos que mataram (até agora) 600 pessoas no Rio de Janeiro e outras tantas cidades brasileiras - não importa o quantitativo de vidas perdidas!- de São Paulo e Minas Gerais.
Faz algumas postagens, refletimos sobre os três registros do humano: o Real, o Simbólico e o Imaginário. Sobre o primeiro registro, falamos praticamente nada. Hoje, 16 de janeiro de 2011, talvez possamos fazê-lo.
Não há escritura nem palavras capazes que possam dizer, traduzir a dor de centenas de famílias e de pessoas do Rio de Janeiro hoje sem família que hoje - domingo, 16 de janeiro de 2011 ... vale repetir - sofrem a dor da nostalgia (nost = retorno + algia = dor) da lembrança dos domingos anteriores à catástrofe. Casas, casebres com as paredes em pé, objetos, pessoas queridas vivas e vivendo a graça habitual do domingo.
Para traduzir a catástrofe carioca, faltam palavras - porque as palavras não dizem TUDO, elas são sempre um meio dizer sobre não importa o que. Essa tradução é impossível de fazer para quem viveu e chorou as dores - na pele e na alma - as perdas de entes queridos, amigos, vizinhos ... móveis, objetos e animais de estimação, a perda de casas inteiras, e para quem viveu e chorou tudo isso através do noticiário da TV, rádios, jornais e midias eletrônicas. Essa impossibilidade, esse REAL, esse impossível de dizer da linguagem (o possível é o SIMBÓLICO) ... esse é o REAL da catástrofe carioca.
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