GENTILEZA URBANA ... ANTIPALMATÓRIA DO TRÂNSITO
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
(...)
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
(...)
(...)
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
(...)
(Fernando Pessoa/ Álvaro de Campos - 'Poema em linha reta')
No Brasil, costuma-se denominar, criticamente, alguém que tudo critica e tudo quer resolver a seu modo como 'palmatória do mundo'.
Se levarmos esse hábito para o dia-adia nervoso do trânsito principalmente das grandes cidades, poderíamos dizer que há motoristas que agem como se fossem 'palmatórias do trânsito'. Criticam e condenam, não raras vezes aos gritos, a motoristas (mulheres ou homens) que cometem - a seu ver erros ou fazem - na sua opinião - bobagens ... ou dirigem muito devagar quando à sua frente não há veículos ou transeuntes.
A gentileza urbana, nesse caso, seria ter toda a compreensão e paciência do mundo com aqueles que julgamos não dirigir tão bem quanto nós; não correm tanto (e com a 'máxima segurança'), que não e tão perfeito quanto nos outros.
A gentileza urbana, nesse caso, é ser a antipalmatória do trânsito. Mas é difícil encontrar motorista que nunca tenha errado ou cometido bobagens no trânsito.
Arre, estou farto de semideuses no trânsito:
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