FEIRAGUAI
FEIRA DE SANTANA
BAHIA - BRASIL
Feiraguai: contrabando convive
com a formalização
com a formalização
João Pedro Pitombo l A TARDE
Lúcio Távora/Agência A TARDE
Sandro Santana: “A maioria dos
equipamentos que vendo é original,
comprada de grandes empresas”
equipamentos que vendo é original,
comprada de grandes empresas”
As vielas abarrotadas de produtos
rasgam a Praça Presidente Médici,
em Feira de Santana. Protegida por
uma cobertura de eternit e toldos nas
cores verde e vermelha, a Feiraguai
tem ares de shopping popular.
Lá dentro, uma vendedora
devidamente maquiada e uniformizada
surge em frente a prateleiras de vidro.
Abre o baú de argumentos e tenta
convencer um cliente a comprar um
“xing- -ling” – produto pirata ou
de qualidade inferior fabricado na China.
rasgam a Praça Presidente Médici,
em Feira de Santana. Protegida por
uma cobertura de eternit e toldos nas
cores verde e vermelha, a Feiraguai
tem ares de shopping popular.
Lá dentro, uma vendedora
devidamente maquiada e uniformizada
surge em frente a prateleiras de vidro.
Abre o baú de argumentos e tenta
convencer um cliente a comprar um
“xing- -ling” – produto pirata ou
de qualidade inferior fabricado na China.
“Deste, você não acha em nenhuma
loja”, garante a funcionária. Nas mãos,
um telefone celular N95, com entrada para
dois chips, televisão, rádio, MP3 e câmara
fotográfica. Pela bagatela de
R$ 150, o estudante Alef Silva arremata o produto.
Pouco adiante, o empresário Sandro Santana
comanda um boxe de seis metros quadrados
onde trabalha com a esposa e mais dois
funcionários, ambos com carteira assinada.
O comércio é focado em eletrônicos e
aparelhos de som automotivo. “A maioria
dos equipamentos que vendo é original, comprada
de grandes empresas nacionais. Hoje, emito
nota fiscal em cerca de 85% dos meus produtos”,
explica.
Os paradoxos são uma constante neste complexo
comercial de 432 boxes e cerca de mil funcionários,
incrustado no centro da maior cidade interiorana
do Nordeste. A Feiraguai é assim: legalidade
convive com contrabando, lojistas disputam
espaço com camelôs e produtos originais são
vendidos nas mesmas bancas que os
piratas adquiridos ilegalmente.
Evolução - O tradicional ponto de comércio,
no entanto, vem passando por uma metamorfose
silenciosa nos últimos anos. E as mudanças
vão muito além da estrutura física, em que
as barracas deram lugar a boxes de alvenaria.
Com cerca de 80% das lojas regularizadas,
a Feiraguai vive uma realidade de
profissionalização, em que pontos de
comércio se tornaram empresas, que
recolhem impostos e uma taxa de
administração mensal para manutenção
da área. Em muitas lojas, inclusive,
já é possível comprar produtos com
cartão de crédito e débito.
“A imagem da Feiraguai está mudando
gradativamente. Somos um centro comercial
que gera muito emprego e traz renda
para a cidade”, argumenta Waldik Sobral,
vice-presidente da Associação de Vendedores
Ambulantes de Feira de Santana.
Segundo ele, atualmente é pequena a
margem de lojistas que não atuam como
empresas. Mas admite dificuldades
para regularizar a situação. “A gente
orienta os comerciantes a buscarem
a formalização, mas infelizmente abrir
uma empresa ainda é muito caro”.
Contrabando - Apesar do avanço da
regularização, a venda de produtos
contrabandeados e repassados sem emissão
de nota fiscal ainda se configura como
um dos principais problemas da Feiraguai.
De calçados a videogames, de computadores
a telefones celulares: uma vasta gama de
produtos importados entra no País
sem o pagamento de impostos.
A rota da sonegação é conhecida:
o produto sai da China, segue para
o Paraguai, atravessa a fronteira
para Foz do Iguaçu, é enviado a São Paulo
e de lá vem para Feira de Santana.
Na Feiraguai, é vendido no atacado e
no varejo, abastecendo os consumidores
baianos. Para o presidente da Câmara dos
Dirigentes Lojistas (CDL) de Feira de Santana,
Alfredo Falcão, esta sonegação traz
uma concorrência predatória.
Fonte:
Jornal A Tarde ( Salvador - Bahia - Brasil )
citada pelo Blogue Minha terra
citada pelo Blogue Minha terra